Fazenda onde nasceu o blogueiro. Foto Luis Fernando Gomes

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segunda-feira, 24 de outubro de 2011

SUPERESTÍMULOS E COMPORTAMENTOS DISFUNCIONAIS.

Éste é o título de um artigo de um psicólogo, Ailton Amélio, que li em um dia destes. Bastante curiosos e atuais estes conceitos, creio que vão ser de grande utilidade para todos nós.



Quase todas as pessoas apresentam pelo menos um tipo de comportamento disfuncional (comportamentos cujas consequências são prejudiciais, mas que persistem mesmo assim): muitas delas lutam contra o peso excessivo e vícios, trabalham demais, ficam tempo demais na frente à televisão, despendem boa parte da vida navegando na internet, compram exageradamente e criam uma verdadeira obsessão pelas suas formas corporais. Para verificar se você está apresentando alguns dos tipos mais comuns de disfunções de comportamento, responda às questões abaixo. Você:
- Malha demais para chegar a um tipo de corpo que dificilmente está ao seu alcance?
- Trabalha demais. Embora já tenha uma situação econômica boa e segura, continua trabalhando exageradamente. ("Você não trabalha para viver, mas vive para trabalhar")?
- Come de menos para chegar a aquele corpo supermagro de certas modelos?
- Malha demais para ter aquela musculatura do Schwarzenegger?
- Passa horas e horas por dia frente à televisão?
- Viciou em internet?
- Viciou em compras: compra além do que a sua situação econômica permite ou que você poderia usar?
- Viciou em sexo: gasta boa parte do seu tempo procurando novos parceiros e vendo pornografia e isso está colocando o seu trabalho e a sua vida familiar em risco?

Caso você tenha respondido positivamente a qualquer uma dessas perguntas, você provavelmente caiu em armadilhas que provocam comportamentos disfuncionais.
Vamos examinar aqui três mecanismos psicológicos que ajudarão a entender porque essas formas disfuncionais de comportamentos estão aparecendo cada vez mais freqüentes : superestímulos, pouco controle por consequências retardadas e ludibriação dos mecanismos de avaliação.
Estimulos liberadadores
Todos os animais somos preparados geneticamente para responder rápida e fortemente a certos estímulos ou situações e a nos afastarmos ou fugir de outras ("estímulos liberadores"). Por exemplo, a criança recém-nascida já reage apropriadamente a uma picada de injeção e às diversas substancias que são colocadas em sua boca (doce, azedo, amargo, etc.).
A nossa espécie evoluiu em circunstâncias bem diferentes das atuais: durante milhares de anos vivíamos em bandos constituidos por uma quantidade de pessoas que variava entre cem e mil. Éramos nômades e vivíamos da caça de pequenos animais e da coleta de frutas, raízes e vegetais. Os nossos instintos evoluíram para permitir a sobrevivência nestas circunstâncias. Essas evoluções ocorreram através de mutações genéticas aleatórias e seleção por este tipo de ambiente. O meio que vivemos mudou muito desde essa época e, além disso, o ser humano criou maneiras de enganar os mecanismos naturais que eram úteis para a sobrevivência no nosso ambiente original.
Um superestímulo é uma exacerbação dos “estímulos liberadores” que existem na natureza e que são eficientes para disparar ações apropriadas diante de ocorrências naturais. A boneca Barbie, por exemplo, foi construída para funcionar como um superestímulo: ela tem pernas exageradamente longas em relação ao cumprimento do restante do seu corpo, quando essa proporção é comparada com a das mulheres reais. Essa proporção é um sinal de maturidade sexual (nos bebês as pernas são mais curtas do que nos adultos, proporcionalmente ao restante do corpo). Ou seja, a Barbie tem as pernas de uma superfêmea. Outros exemplos de superestímulos:
O Mickey Mouse o Pato Donald têm um cabeção (proporção cabeça em relação ao restante do corpo) que é até maior do que o dos bebês. Por isso despertam muita atenção e simpatia.
- Superseios: obtidos através de plásticas e sutiãs que aumentam seus volumes e melhoram seus formatos.
- Ombreiras: para aumentar o tamanho dos ombros dos homens.
- Chapéus, cartolas, capacetes bem compridos para aumentar a altura (capacete da guarda inglesa e aqueles que o Papa usa em cerimônias, por exemplo).
- Açúcar refinado: para tornar os doces exageradamente saborosos e irresistíveis.
- Drogas viciantes: que podem produzir rapidamente percepções e sensações muito mais fortes e maravilhosas do que tudo que existe na natureza.
Pouco controle pelas consequências retardadas
O tempo que demora para que as consequências de nossas ações sejam percebidas pode variar desde uma pequena fração de segundo até muitos anos. Por exemplo: acionar o interruptor faz com que a luz acenda ou apague imediatamente. Fumar pode produzir câncer, que só será percebido alguns anos depois dessa ação.
Geralmente somos mais controlados pelas consequências imediatas do que pelas atrasadas. Além disso, sempre podemos imaginar que as atrasadas não acontecerão ou que consigamos lidar com elas, se surgirem. Por isso, muita gente age como se só houvessem consequências imediatas:  fumam , comem mal e em quantidades adequadas e transam sem proteção.
O controle por consequências retardadas precisa ser aprendido. No inicio da vida, se for permitido, a criança só age pelas consequências imediatas. Ela age assim porque não conhece as consequências retardadas e porque ainda não desenvolveu uma quantidade suficiente de resistência à frustração, o que é necessário para adiar a gratificação imediata. Muita gente nunca desenvolve direito este tipo de resistência e acabam vivendo para os prazeres imediatos e descuidam do futuro. Os procrastinadores, por exemplo são aquelas pessoas que seguem a máxima: “Não faça agora algo desagradável que você pode deixar para depois”. Outras pessoas desenvolvem demais esse tipo de resistência e nunca se permitem os prazeres do momento e estão sempre se sacrificando em nome de um futuro que não chega chamais.
Ludibriação  dos mecanismos de avaliação
No futuro os estudiosos olharão para a nossa época e ficarão estarrecidos com o estado de “escravidão soft” que estávamos submetidos: quantas horas de nossas vidas passávamos para adquirir coisas cujos valores eram ilusórios e não melhoravam o nosso bem estar. Na nossa época, constatarão, que havia pessoas especializadas em criar continuamente novas necessidades artificiais só para promoverem as vendas de produtos supérfluos!
Os propagandistas e os líderes iludidos ou mal intencionados persuadem seus seguidores de que certas ações são as mais justas, obterão as melhores consequências e evitarão os piores males. Os propagandistas, por exemplo, conseguem vender a ideia que ao beber um liquido açucarado, colorido e gaseificado, que nem é um superestímulo de gostosura, vai fazer você ficar parecido com aquelas pessoas lindas que estão nas propagandas e será visto como alguém que tem um estilo de vida semelhante ao delas. Nem a poção mágica do Shrek conseguiria produzir tantas transformações!
O mesmo acontece com os vendedores de sandálias, carros e outras bugigangas, cujos benefícios diretos são desproporcionais às importâncias que adquirem através das propagandas, de tal forma que você se sentira completamente por fora se não usá-los e possui-los! Os maus propagandistas vendem mais uma imagem do usuário de tais produtos do que os seus benefícios.




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