Fazenda onde nasceu o blogueiro. Foto Luis Fernando Gomes

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quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Histórias de Gurus

AS FLORES

Quando leio ou escuto histórias sobre monges budistas e mestres de filosofia oriental, lembro-me de duas, uma bem humorada e a outra, bem séria. Vejamos a séria.
O estadunidense, preocupado com o sentido da vida, procurou o mestre no alto da montanha (não sei porque gurus adoram o alto das montanhas), mas se espantou com a pobreza franciscana (sem ironia) da casa. Nenhum móvel. Indagado sobre isto, o mestre respondeu:
- E, você, onde estão as suas coisas?
- Ora – disse o estadunidense -, eu estou de passagem aqui.
- Eu também – disse o guru, encerrando o papo.

Agora a bem humorada: depois de subir com muito esforço a montanha (de novo!), o jovem acabou encontrando o mestre sentado na posição de lótus em cima de uma pedra.
- Mestre, o que é a felicidade?
- Uma almofada bem macia.
- Como?????
- Se você passar dez anos sentado nesta pedra dura,  você verá que a felicidade é mesmo uma almofada bem macia.

E, tchan, tchan, tchan, agora a historinha a respeito do título acima.

Em um antigo mosteiro budista um jovem monge questiona o mestre:
- Mestre, como faço para não me aborrecer? Algumas pessoas falam demais, outras são ignorantes. Algumas são indiferentes. Sinto ódio das que são mentirosas. Sofro com as que caluniam.
- Pois viva como as flores! - advertiu o mestre.
- Como é viver como as flores? - perguntou o discípulo.
- Repare nas flores - continuou o mestre - apontando os lírios que cresciam no jardim. Elas nascem no esterco, entretanto, são puras e perfumadas. Extraem do adubo malcheiroso tudo que lhes é útil e saudável mas não permitem que o azedume da terra manche o frescor de suas pétalas. É justo angustiar-se com as próprias culpas, mas não é sábio permitir que os vícios dos outros o importunem. Os defeitos deles são deles e não seus. Se não são seus,  não há razão para aborrecimento. Exercite, pois, a virtude de rejeitar todo mal que vem de fora. Isso é viver como as flores.

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