Fazenda onde nasceu o blogueiro. Foto Luis Fernando Gomes

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quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Pesquisa sobre o Sexo no Brasil

Sempre aparece alguma pesquisa no mundo tocando no assunto "Sexo". Anos atrás teve até um filme, muito bom, falando de uma famosa pesquisa nos Estados Unidos e do pesquisador chefe. Esta que vocês vão ler fala do Brasil.
(Hoje era para sair outro texto, mas o blog deu "tilt")


SEXO E AFETO – Uma Pesquisa Brasileira.
O sexo é muito importante para a harmonia do casal, faz bem para o corpo e para a alma. Disso, todo mundo está careca de saber. O que pouca gente consegue definir mesmo é o que vale mais: a quantidade ou a qualidade. Pensado em responder essa e outras perguntas, a pesquisa Mosaico Brasil, o maior estudo sobre sexo e afeto no Brasil, realizada em 2008, analisou o comportamento afetivo-sexual de mais de oito mil homens e mulheres, entre 18 e 64 anos.

A pesquisa mapeou, ao longo de um ano, o comportamento afetivo-sexual de 8.237 homens e mulheres de dez capitais brasileiras: Belo Horizonte, Brasília, Cuiabá, Curitiba, Fortaleza, Manaus, Porto Alegre, Salvador, São Paulo e Rio de Janeiro. De acordo com a coordenadora da pesquisa Mosaico Brasil e do Programa de Estudos em Sexualidade (ProSex), a psiquiatra Carmita Abdo, " cada país tem características culturais próprias e é muito importante fazermos esse levantamento dentro do Brasil, para mapearmos as características sexuais e afetivas resultantes da nossa educação, formação e história".

A saúde sexual está extremamente ligada à saúde física do indivíduo, mesmo depois dos 50. Pelo menos é o que revelou a pesquisa. "Ela mostrou que a pessoa que se mantém saudável ao longo da vida, que tem bons hábitos, consegue manter atividade sexual satisfatória e vínculo afetivo de qualidade, mesmo em idades avançadas. Pessoas que evitaram sedentarismo, dieta hipercalórica, fumo, álcool, drogas e vida estressante, quando mais velhas, mantinham vida sexual ativa com satisfação e vínculo afetivo positivo. Há, portanto, uma forte relação entre a saúde em geral e a saúde sexual", diz Carmita.

Outro resultado interessante da Mosaico Brasil diz respeito aos homens. Carmita conta que "cerca de metade deles, de todas as idades, declararam não estar plenamente satisfeitos com a qualidade da sua ereção. Mesmo assim, dois em cada três homens disseram estar satisfeitos com a sua vida sexual". Por que isso? Segundo o urologista e especialista em Medicina Sexual pela Universidade de Boston Eduardo Bertero, "enquanto o homem jovem, de 20 ou 30 anos, está preocupado com a quantidade e a variabilidade do sexo, homens de meia idade, com cerca de 50 anos, querem, além disso, ter uma vida afetiva satisfatória, com parceira fixa e estabilidade. Embora não façam mais tanto sexo quanto antigamente, eles prezam pela qualidade do sexo".

Embora a pesquisa tenha revelado que as mulheres tendem a estar mais satisfeitas com suas vidas afetivas do que os homens, eles também se preocupam com esse aspecto. Eduardo diz que "a maioria dos homens que eu vejo quer ter um relacionamento conjugal estável, além de uma vida sexual prazerosa. No entanto, a parte sexual ainda é a mais importante. Se o sexo não está funcionando corretamente para eles, parece até alguma doença, que algo está terrivelmente mal. No entanto, parece que isso está mudando. A mulher também quer ter prazer, também quer se satisfazer. No entanto, conforme elas envelhecem, o interesse delas pela parte sexual diminui consideravelmente, não só por questões hormonais, mas emocionais também".

Ainda segundo o estudo, 43% das mulheres já fizeram, ao menos uma vez, sexo sem vínculo afetivo, número alto que, segundo Carmita, mostra uma mudança no posicionamento feminino com relação à sua satisfação sexual. No entanto, ela diz que "a mulher considera que uma boa vida sexual é aquela onde ela consegue partilhar outros aspectos da vida com o parceiro. Quando ela consegue viver outras áreas da vida com o ele, percebe que o sexo é mais satisfatório. Já os homens tendem a valorizar mais a vida sexual mesmo. O sexo desenvolto, atraente lhe dá maior satisfação".



sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Poemas nos ônibus


Poemas de ônibus.
Em Belo Horizonte, temos algo muito especial nos ônibus: poemas ou textos que ficam pendurados nos encostos dos assentos para serem lidos pelos passageiros. Sou leitor assíduo dos mesmos, e fico pulando de assento em assento para ler o máximo possível. Recentemente, vi uns poemas que fotografei e resolvi colocar no blog.  Ei-los:


O QUARTO
Autor: Anderson de Oliveira.
Sou às vezes
Como algumas mulheres independentes
Que, sabemos, tudo ostentam:
A postura, a voz, o patrimônio, a solidez.
Mas nelas, como se vazasse o fluido,
Percebemos uma falta,
Um vazio a encobri-las,
Revelado no olhar que não nos fixa.
Na inspiração desesperada,
Nos gestos convulsos.
Assim como essas mulheres independentes,
Sei com que esbarro,
Quando fecho a porta
E me deito – e não durmo –
E desabo.



Geração 60.
Autor: Claudio Bento.
O poder
Castrou com mãos de
 ferro as nossas ilusões
Nossa inocência caiu por
terra assim como nosso sangue.

Fomos presos
Torturados
Trucidados
Exilados
Mortos
E não conseguimos chegar a lugar nenhum.

Restou
Um acre sabor de saliva seca na boca
Uma cicatriz no meio do peito.
Uma esperança que não quer calar.



Asa da Palavra.
Autor: Claudio Bento.
Meu povo tem fome de comida e livros
Não existe solidão para quem lê

Um livro pode conter
rios montanhas alegrias esperanças ruas
cidades e países

A liberdade
Mora na asa da palavra.





segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

REFLEXÕES NO CARNAVAL

EXAME DE CONSCIÊNCIA.
Quando estudava no Seminário Menor, tínhamos de, à noitinha, fazer um exame de consciência, isto é rever o que nos aconteceu durante o dia e refletir se fizemos certo, se podíamos ter feito melhor. Além de ajudar a pegar no sono – depois de duas ou três reflexões, já caíamos nos braços do Morfeu -, servia para reativarmos nossa memória e, efetivamente, nos aperfeiçoar. Atualmente neste mundo capitalista e consumista, este pequeno texto me ajudou a pensar naquele tempo de adolescente e se tornou um bálsamo, ainda mais agora em que a população brasielira se entrega aos festejos do Momo. Ele também vem ao encontro do conceito de inteligência emocional.

Você acha que ter sucesso é ganhar muito dinheiro? "Caso sua resposta seja sim, pense novamente!". É a reflexão  que sugere o premiado jornalista Geoffrey James, autor da coluna "Sales Source", no site Inc.com. Ele defende que o verdadeiro sucesso é resultado  da qualidade dos relacionamentos e das emoções vividas diariamente.
Para avaliar se o caminho seguido é o certo para você, James indica que no fim do dia cada um faça dez perguntas para si mesmo. Segundo ele, essas questões ajudarão a determinar o foco e o foco, por sua vez, irá gerar resultados.
1. Tenho certeza de que aqueles que eu amo se sentem amados?
2. Eu fiz algo hoje que contribuiu, minimamente, para um mundo melhor?
3. Tenho condicionado o meu corpo para ser mais forte e flexível?
4. Tenho revisto e afinado os meus planos para o futuro?
5. Eu atuei em privado com a mesma integridade que em público?
6. Tenho evitado as palavras e ações ruins?
7. Eu tenho feito algo de valor?
8. Ajudei alguém com menos condições?
9. Tenho preservado boas lembranças?
10. Eu me senti grato pelo fato de estar vivo?
Tais perguntas podem até parecer tiradas de um livro de autoajuda, no entanto, são elas que irão forçar a concentração naquilo que é realmente importante. "Não é possível ser bem sucedido se você não está feliz", diz James.
A mesma ideologia é defendida pelo autor do livro "A Psicologia do Sucesso", Roberto Shinyashiki. Para ele, a maioria das habilidades que levam alguém ao sucesso vem do coração. "Não adianta um time ter um ótimo técnico, uma boa estratégia, jogadores com excelente condicionamento físico se, na hora do jogo,o atleta não leva sua alma para dentro do campo", exemplifica.

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Desventuras de Um Pesquisador


Tempos atrás li que a China iria  fazer um grande recenseamento e que necessitaria de  6 milhões de recenseadores. Um número fantástico, Aqui no Brasil, de anos em anos, o IBGE faz seu recenseamento. No início dos anos 80, escrevi esta crônica bem humorada sobre uma possível entrevista aqui em nosso país.

As desventuras
de um pesquisador
Era a primeira entrevista que iria fazer para o censo, encomendado pelo IBGE, de modo que deveria tomar nota de tudo e fazer uma boa e profunda pesquisa. A casa, escolhida aleatoriamente (para quem não é do ramo, significa ao acaso), era simples, mas condizente com o respeito humano. Tocou a campainha. (Anotou: “campainha”, pois nem toda casa tem uma.) Atendeu um senhor negro já de meia idade.
- O senhor é o dono da casa?
_Mais ou menos- retrucou. –Moro aqui com minha família, mas, como estou pagando a casa para a Caixa, acho que a casa é dela, e não minha.
“Ih!”, pensou com os seus botões. “Já vai começar a confusão.”
-Sou do IBGE, e estamos fazendo uma pesquisa para ver como é a família brasileira.
-Vamos entrar, vamos entrar- convidou o homem, solícito. -Sente-se.
-Obrigado. São quantas as pessoas que vivem aqui?
-Depende. Se for de dia, somos quatro. Se for à noite, são seis. Se for durante o dia e durante a noite, são seis.
-Não estou entendendo.
-Eu já explico “seo” moço. De dia moramos eu, a muiê e dois filhos pequenos. Os outros quatro filhos maiores trabalham em fábricas (quando não estão fazendo greve). À noite, eles vêm para casa, e eu e a muiê saímos para trabalhar: ela, como enfermeira no hospital; eu, como guarda noturno.
-Aqui pede para perguntar sobre a cor da pele, mas não é preciso que eu estou vendo que o senhor é negro. Assim sendo todo mundo é negro.
-Aí que o “seo” mocinho se engana. Eu sou negro, a muié é branca. Uma filha é mulata, igual aquelas das Escolas de Samba do Rio (ah, que delícia!), um filho é moreninho, outro é pardo, dois são pretinhos e um é meio branquinho, que nem a Xuxa.
-E o cabelo?
-O meu é pixaim. Ocê tá vendo. O da muié é liso e meio avermelhado. O da filha é liso, bom e grande. Dos filhos, tem um que é meio louro, outro é pixaim, o outro é liso, um é crespo e o último ainda não sei, porque ele ainda tá novo, novinho mesmo.
-E a religião?
-Bem, nós todos somos católicos. Vamos à missa na época do Natal, no Dia dos Mortos e um ou outro domingo. De vez em quando, damos uma chegada ao centro espírita. Uma ou outra sexta-feira, a gente dá um pulo no terreiro, pois uma macumbazinha de vez em quando até que é bom. A minha filha, a mulatinha, lembra? , ela frequenta uma religião meio japonesa.
-Situação econômica.
-Não é das melhores, né, filho, mas vai-se levando. Juntando tudo, dá para a gente tirar uns trocadinhos por mês. Quem mais ganha é a menina, a mulatinha, que até faz umas horas extras à noite (já proibi, mas ela falou que gosta). O emprego dela é muito bom. O pessoal vem buscar ela de carro. Já pensou?
-Tô pensando... E a escolaridade?
-Eu num tenho estudo. Aprendi na escola da vida. A muié fez até o 2 º ano. Os outros não passaram do 4º ano, menos...
-A mulatinha.
-Isso mesmo. Como é que o senhor adivinhou? Ela ganhou uma bolsa de estudos, mas só tem uma aula por semana, justamente quando o pessoal vem com o carro aqui para levar ela.
-E a cor dos olhos?
-Os meus são pretos. Da mulher, azuis. A filha tem olhos verdes. Os meninos têm olhos castanhos e aquele que tem cabelo de fubá tem também olhos azuis. Ei, onde ocê vai moço? Não vai fazer mais pergunta? Nem anotar nada?
-Não - respondeu o outro. – assim não dá. Cada um tem uma cor de olhos, de cabelo, de religião, de emprego e de escola. Queria ser pesquisador na Alemanha; todos de cabelos louros e olhos azuis.
O IBGE acabou perdendo um pesquisador. Mas, também onde se viu pesquisar no Brasil?

domingo, 5 de fevereiro de 2012

A Revolta do Professor de Portugues

Quem já não se aborreceu com onipresente “com certeza” na fala de todo mundo aqui no Brasil?
Com certeza (rs) todos aqueles que têm ouvidos mais sensíveis ao português. (Tem acento ou não tem? Depois de mais uma (entre várias)  atrapalhada do Ministério da  (Des)Educação (a que podemos falar errado), achei este libelo do professor muito pertinente.

Qual a forma correta:
"Obrigado Eu" ou "Eu Que Agradeço"?
Você já notou que o “acerto” quase nunca é propalado com a mesma velocidade que o “erro”? Por que digo isso? Simples! Há poucos meses, sabe-se lá de quem foi a autoria, a frase “OBRIGADO EU disparou na preferência popular, desbancando até mesmos os já clássicos “Nóis vai” e a “Gente fomos”.

Errar é humano, todavia, cometer o mesmo erro é perigoso, até porque, atrás de cada palavra há um indivíduo detentor de competências, ainda que às vezes,   devido à qualidade do ensino público, essas mesmas competências estejam alicerçadas por frágeis conhecimentos. Assim, para os mais escolarizados, erros dessa natureza causam graça, piadinha de mau gosto, expondo os mais desprotegidos culturalmente ao constrangimento, ainda que velado, o que é pior.

Toda forma de discriminação lingüística é abominável, ainda, não se pode julgar a índole de um cidadão só porque ele cometeu uma gafe; mas não é o que acontece. Já tive notícias de que certas empresas de seleção testam justamente o candidato na hora do agradecimento, assim, ao pronunciar o tal
 “Obrigado EU”, toda sua prova pode ser desconsiderada e o emprego repassado ao candidato seguinte. Isso é crime? Se considerarmos a discriminação vernacular, sim; mas a dificuldade está em se provar essa discriminação, até porque, ela acontece, como já disse, na surdina, dentro de uma sala, trancada a sete chaves.

E aos críticos mais serenos, uma informação extra-oficial: o suposto erro também é cometido por profissionais de carreira, cujo salário os coloca no topo da pirâmide social, diferentemente do que afirma uma pequena parcela de gramáticos adeptos à filosofia do quanto mais pobre, pior.


Quer uma prova? Então vamos lá! Dias desses, em um grande banco estrangeiro de origem espanhola, a gerente, com o sorriso clareado à mostra, apertou minha    mão e disse, pasmem, repetidamente: “Obrigado EU!”. Naquele momento, desculpem-me a franqueza, levantei, dei dois passos em direção à escadaria, retornando em seguida. Vendo-me de novo, a gerente perguntou: “Esqueceu algo, senhor Carlos?” Ainda que intimidado, aleguei que sim! Então, revirando os papéis de sua mesa antes mesmo que eu anunciasse o tal “objeto” motivador de meu retorno, perguntou-me: “O que seria? Por acaso o celular, o Rg, o CPF...?”


Com o sorriso tímido estampado à face, pedi para que ela se sentasse, foi quando, após inspirar profundamente, revelei o motivo de meu retorno: “Querida... desculpe-me a sinceridade, mas eu não esqueci nenhum objeto em sua mesa; pelo contrário, esqueci apenas de informá-la de que a expressão
 “OBRIGADO EU!” é incorreta, porque sendo o EU um pronome pessoal do caso reto, ele não deve aparecer em final de frases, mas apenas no início, em que desempenha o papel para o qual foi criado: praticar uma ação e não recebê-la, como aconteceu no modelo em epígrafe. O mais provável, ainda que estranho à sintaxe portuguesa, seria se utilizar da expressão “Obrigado MIM”, porque este pronome é quem recebe uma ação desencadeada pelo sujeito. Veja um exemplo clássico: “Este lápis é para mim?” 

Visivelmente desnorteada, a moça pegou um lenço de papel e passou-o no rosto, limpando o suor, que lhe caía em abundância.. Ao invés dela pedir que eu procurasse minha “turma” – por que saber se é o Eu quem pratica uma ação e não O Mim?, solicitou que eu continuasse.


A expressão considerada mais adequada à situação seria: 
“EU QUE AGRADEÇO!”, ou simplesmente, remetendo-se às normas gramaticais alcaides, o popular “DE NADA!” 

Levantei-me e, antes que ela pudesse dizer algo, fui-me embora; apesar de instruir uma pessoa - papel que me é delegado pelo meu cargo, senti-me constrangido, afinal, o que ela poderia ter pensado de mim? Talvez um excêntrico ou mesmo um tremendo idiota. Já em casa, algumas horas depois, abri o e-mail e, para minha surpresa, havia a seguinte notinha:

“Prezado senhor Carlos Mota, se o senhor não tivesse a coragem de me corrigir, quantos outros “Obrigados EU” eu poderia ter dito, por plena inocência? De certa forma, esse erro poderia pôr em risco o meu próprio cargo no banco, afinal, relaciono-me com clientes de toda natureza e falar errado torna-se um “motim”, em caso de uma suposta concorrência profissional interna. Como retribuição ao seu gesto, faço questão de dizer tantas vezes quanto forem necessárias: “EU QUE AGRADEÇO A SUA SINCERIDADE!”


Bem, amigos, como perceberam, é vivendo que se aprende. 

Carlos Rogério Lima da Mota. 
Prof. de Língua Portuguesa

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

As Peneiras de Hiram

Não tenho hábito, hoje, de ouvir as práticas dos padres na Missa. (Excetuando as do Frei Cláudio, na Igreja do Carmo em Belo Horizonte). Sempre as achei um tanto longe da realidade do dia a dia. Penso que algo de concreto, de prático, de objetivo para mudar certos comportamentos das pessoas, seria bem melhor. Esta historinha das Peneiras de Hiram é  pertinente para o “amar o próximo” e “não levantar falso testemunho”. Se alguém já as conhece, vale a pena relembrá-las.


As Peneiras de Mestre Hiram
 
 
Meia noite em ponto!
    Mais uma jornada, na construção do Templo, terminara.

    Cansado por mais um dia, Mestre Hiram recostou-se sob o frescor do ébano, para o tão merecido descanso.

    Eis que, subindo em sua direção, aproxima-se seu Mestre Construtor predileto, que lhe diz:

    - Mestre Hiram... Vou lhe contar o que disseram do segundo Mestre Construtor...

    Mestre Hiram com sua infinita sabedoria responde:

    - Calma meu Mestre predileto  ; antes de me contares algo que possa ter relevância, ja fizeste passar a informação pelas "Três Peneiras da Sabedoria?".

    - Peneiras da Sabedoria???
    Não me foram mostradas, respondeu o predileto!

    - Sim... Meu Mestre! Só não te ensinei, porque não era chegado o momento; porém, escuta-me com atenção:

    - Tudo quanto te disserem de outra pessoa, passe antes pelas "Peneiras da Sabedoria" e, na primeira, que é a da Verdade, eu pergunto:

    - Tens certeza de que o que contaram é realmente a Verdade???

    Meio sem jeito, o Mestre respondeu:
    - Bom não tenho certeza realmente, só sei que me contaram...

    Hiram continua:
    - Então, se não tens certeza, a informação vazou pelos furos da primeira Peneira e repousa na segunda, que é a Peneira da Bondade. E, eu te pergunto:
    - É alguma coisa que gostarias que dissessem de ti???

    - De maneira alguma Mestre Hiram...claro que não!

    - Então a tua história acaba de passar pelos furos da segunda Peneira e, caiu nas cruzetas da terceira e última; e, te faço a derradeira pergunta:

    - Achas mesmo necessário passar adiante essa estória sobre teu Irmão e Companheiro?

    - Realmente, Mestre Hiram, pensando com a luz da razão, não há necessidade...

    - Então ela acaba de vazar os furos da terceira Peneira, perdendo-se na imensa terra.
    - Não sobrou nada para contar.

    - Entendi poderoso Mestre Hiram.
    Doravante, somente verdades e boas palavras terão caminho em minha boca.

    - És agora um Mestre Completo.
    - Volta a teu povo; contrói Templos, pois terminastes teu aprendizado.

    

Sabedoria de Salomão 
Autor Desconhecido