Fazenda onde nasceu o blogueiro. Foto Luis Fernando Gomes

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segunda-feira, 29 de julho de 2013

O Perigo das Profecias.

Nunca fui a favor de procurar cartomantes ou adivinhos para saber do futuro. Mesmo porque, cético contumaz, não acredito na possibilidade de alguém prever o que vai acontecer. Creio nas profecias autorrealizáveis: a pessoa é tão impressionável que , acreditando no que o outro diz que vai acontecer, promove inconscientemente a realização do profetizado. Ou pode ocorrer alguma tragédia, como mostra esta crônica de Humberto de Campos, autor que ando lendo.


O Perigo das Profecias

Humberto de Campos.

Quando se divulgou pela cidade a notícia de que Alexandre da Gama assassinara a mulher com sete punhaladas, ninguém atinou com o motivo daquele crime. Sabia-se, apenas, que os dois haviam passado a tarde fora de casa, e que, na volta, se haviam empenhado numa discussão, que terminou naquela desgraça.

Um repórter conseguiu, porém, descobrir tudo. Supersticiosos os dois, tinham o Alexandre e a esposa, convencionado procurar uma cartomante, para sondarem o poço misterioso do seu destino.

— Toma: leva dez mil réis para a consulta, — dissera o Alexandre.

E metendo, por seu turno, dez mil réis no bolso do colete, ganhara a rua, combinando um encontro às seis em ponto, em frente à casa da bruxa.

À hora aprazada encontraram-se.

— Que te disse ela? Indagou o rapaz, ansioso.

— Boas coisas — informou a Rosita.

— Disse-te que ias ter filhos?

— Disse.

— Quantos?

— Três.

— Como?

— Três, — confirmou a rapariga.

O Alexandre ficou vermelho.

— E como é — rugiu, — que ela me disse que eu só teria um?

Horas depois, dava-se o crime.




kkk. Comecei falando sério sobre profecias, né, e coloco este texto. Uma brincadeira, neste final de julho, mês de aniversário de duas queridas pessoas., Agora o aviso, de novo:
LEITORES, um pedido: O Google Plus tem vital importância para o blog. O Google faz uma espécie de ranking de acordo com as recomendações dos usuários e é assim que o blog é exibido quando alguém busca por ele na internet. –  Se possível, em todo texto que você gostar, aperte o botão +1, que fica logo quando o texto acaba. –



quinta-feira, 25 de julho de 2013

Piada de português ou lógica lusitana?

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Agora o texto de hoje.

Lógica lusitana, ou seriam piadas de português? Leiam e tomem sua decisão.
Recebi  este texto e passo para vocês sem, porém, deixar de dar minha contribuição. Quando estive em Portugal, antes de pegar o taxi - o guia brasileiro me advertiu-. “Pergunte o preço da corrida”. Assim o fiz ao abordar um taxista e recebi a resposta:
“ora, pois, o que marcar no taxímetro”.
Em outro caso, perguntei ao português querendo ir para Espanha:
- Esta estrada vai para Espanha?
- Se vai não sei. Se for, vamos sentir muita falta dela.

O raciocínio deles é taxativamente diferente do nosso. Os portugueses afirmam que eles estão corretos; são os brasileiros que não perguntam certo. Um deles comentou que o brasileiro tem um raciocínio "ingênuo", que não abarca o "todo" do assunto, apenas um aspecto. Veja as 11 estórias abaixo:
  • N'um voo da TAP, a aeromoça diz ao passageiro:
    - A senhora vai jantar ?
    - Quais são as opções, indaga o passageiro.
    E a aeromoça explica: - Jantar, ou não jantar.
  • Passei por uma banca de revistas, em Braga, e perguntei se havia o jornal "O Estado de São Paulo". O dono da banca respondeu:
    - Sim, temos. Queres o 'Estadão' de ontem ou o de hoje?
    - Ah, quero o de hoje.
    Ao que o dono da banca responde: - Então, venhas buscá-lo amanhã.
  • 3. Chegamos a Sagres e fomos visitar o pontal mais meridional de Portugal. Lá havia uma grande placa, que dizia: "Aqui acaba a Terra de Portugal, e começa o mar".
    Virei-me, então, para o taxista e disse:
- Se estivesse vindo de navio do Brasil, ao aqui chegar, deveria ler: "Aqui acaba o mar, e começa a Terra de Portugal".
O taxista me olhou, com espanto, e disse: - Pois! Eu nunca tinha pensado nisso.
  • 4. N'um restaurante da Cidade do Porto, com o cardápio na mão - e indicando uma série de pratos de bacalhau - perguntei ao garçom qual seria o melhor prato de bacalhau.
    E ele, com a mais perfeita expressão de seriedade estampada na face, respondeu-me: - Pois, vou lhe ser muito sincero: o melhor prato de bacalhau é o da minha mãe.
  • Estava a trabalhar na Espanha, e queria comprar um notebook com teclado em português. Fui ao 'Corte Inglês', loja de departamentos que possui uma grande rede de estabelecimentos, em Espanha e Portugal. O modelo que eu queria encontrava-se disponível apenas em uma de suas filiais em Lisboa. Solicitei ao Corte Inglês de Lisboa que me vendessem o notebook via Corte Inglês de Madri ou via correio. Responderam-me, de Lisboa, que não enviavam produtos ao exterior. Insisti, mas não houve jeito. "Só vindo a Lisboa para comprar", disse-me o vendedor.
Como tinha alguns dias de folga, aproveitei para realizar um passeio por algumas cidades de Espanha e Portugal. Pedi, ao vendedor de Lisboa, que deixasse o notebook reservado para mim. Acertamos todos os detalhes, e informei ao vendedor que demoraria uns 3 a 4 dias, pois iria de carro passeando e parando em 2 ou 3 cidades para as conhecer. O vendedor português pediu-me que lhe telefonasse de todas as cidades a que chegasse, para deixá-lo mais tranquilo, ao informar minha posição. Assim foi.
- Olá, Fernando; já estou em Madrid. Amanhã, vamos para Cáceres, e te ligo de lá. Guarda o meu notebook.
- Está guardado, disse ele.
- Olá, Fernando; chegamos em Cáceres. Amanhã, vamos para Badajoz, e te ligo de lá. Por favor, guarda o meu notebook.
- Ele está reservado para ti, disse-me.
- Olá, Fernando; chegamos em Badajoz. Amanhã, estaremos em Évora, e te ligo de lá. Não esqueça de meu notebook.
- Fica tranquilo, que ele está aqui, 'reservadinho' pra ti, disse-me ele, mais uma vez.

Passamos por Évora e não paramos, rumando direto à Lisboa, para chegamos, no mesmo dia, à capital portuguesa. Ao me aproximar de Lisboa, liguei para a loja e chamei o Fernando.
- Olá, Fernando; já chegamos em Lisboa. Estaremos aí em meia hora. Prepare o meu notebook.
E Fernando me responde: - Sua reserva foi cancelada. O notebook foi vendido, porque tu não telefonaste de Évora.
  • 6. Estávamos de carro em Coimbra e perguntamos onde ficava a Rua Fernando Pessoa. O passante nos diz:
    - Estás a ver aquela próxima rua?  Pois não entra nela.
    - Estás a ver a próxima onde tem aquela placa azul na esquina?  Pois, também, não entra nela.
    - Estás a ver aquela próxima que tem um semáforo?  Também, não entra nela.
    - Estás a ver aquela outra que fica depois da que tem semáforo?  Entra nela à esquerda.
    Não seria mais simples informar que "é a 4ª rua, à esquerda"?
  • 7. Uma brasileira dirigia em Setúbal, quando percebe um carro com a porta de trás aberta.Solidária, conseguiu emparelhar, e avisou:
    - A porta de trás está aberta.
    A mulher que dirigia, conferiu rapidamente o problema e respondeu irritada: - Não, senhora.  Ela está mal fechada!
  • 8. N'uma sexta-feira, um brasileiro pergunta a um comerciante lisboeta se ele fechava ao sábado. O comerciante responde que não.
    No sábado, o brasileiro vai ao estabelecimento e dá com a cara na porta. Na segunda-feira, cobra irritado do português:
    - O senhor disse que não fechava aos sábados.
    O luso lhe respondeu: - Mas, como vamos fechar, se não abrimos?
  • 9.  Certo dia em Estoril, um brasileiro perdido na cidade, perguntou ao português:
    - Será que posso entrar nesta rua, para ir ao aeroporto?
    - Poder o senhor pode, mas de jeito algum vai chegar ao aeroporto.
  • 10. O brasileiro chegava ao elevador, no terceiro andar de um edifício em Lisboa, quando a porta se abre, quase instantaneamente. Aí, ele pergunta às pessoas no elevador.
    - Descendo?
    E todos respondem:
    - Não.
    E o brasileiro agradece:
    - Ah! Subindo; obrigado.
    Ao que todos respondem:
    - Também não.
    E o brasileiro, surpreso, indaga:
    - Está o quê, afinal?
    Os portugueses respondem em uníssono: - Está parado, ora pois!
·         11. Um turista pede ao taxista que o leve a melhor casa de fados de Lisboa. O taxista roda por quase 45 minutos e chega a uma rua escura, sem viva alma e para em frente a uma construção e diz: - Cá estamos.  O brasileiro indaga: mas está fechada!  O taxista: fechada está, mas é a melhor casa de fados de Lisboa.


Gostei mais da 10ª. E vocês?

quinta-feira, 18 de julho de 2013

Papa Jesus , Papa João XXIV e Obama..


Mário Cleber da Silva

Com a vinda do Papa Francisco ao Brasil, resolvi escrever este texto que é a pura verdade.
Leitores atentos e católicos fervorosos vão querer reclamar do título, dizendo que estou falando bobagem e inventando coisas.  Nunca houve estes papas. Calma, eu peço. E mais, o que tem o Obama a ver com isto? O que ele está fazendo aqui? Não está mais por fora do que Pôncio Pilatos do Credo? Vocês entenderão tudo quando lerem.
Com relação ao primeiro papa, devo dizer que a história só vem a público por causa das espionagens que os Estados Unidos fazem nos quatro cantos do planeta. E eles espionaram o conclave, quando foi escolhido o novo papa. Um ex-colega meu do seminário, que trabalhava com Snowden, me enviou gravações do que aconteceu lá. São muitas as fitas, mas achei melhor me fixar no momento da escolha do novo papa. Mas ele me pediu encarecidamente que não revelasse o nome dele, portanto minha fonte ficará anônima.
Vamos lá.
Assim  que o novo papa foi escolhido, houve um grande alvoroço: muitas palmas, gritos de olé, um cardeal mais afoito dançou flamengo com castanholas muito bem manipuladas, bombinhas contra asma foram acionadas e o Camerlengo perguntou ao eleito:
- Que nome vai escolher?
- Jesus – disse secamente. (Ele pronunciou “Resús”, como falam os de língua espanhola. Gesù, teria dito em italiano logo a seguir, e que eu traduzo aqui como Jesus).
Houve um silêncio sepulcral. Quem gritava olé ficou com o grito parado na garganta, o prelado dançarino jogou as castanholas longe, os das bombinhas não tiveram força para apertá-las, e os restantes se benzeram.
- Mas não pode - atreveu-se o auxiliar do conclave. – Uma falta de respeito.
- Pero yo soy argentino. (Eu sou argentino, traduzindo).
- E daí?
- Para mi el mejor.
- Não. Não pode. Não pode.
-Pedro, então. Pedro II.
- Isto é nome de avenida em Belo Horizonte -  disse um cardeal brasileiro, meio gozador.
- O que é isto? - Falou novamente o Camerlengo. – Não pode.  Se escolher o nome de Pedro, será o último papa e o mundo vai acabar.
- E vamos todos morrer – gritaram em uníssono os cardeais.
- Mas que bobagem – argumentou o papa eleito. – Estamos todos velhos e vamos morrer logo, logo.
- E o meu neto? – perguntou um cardeal. E logo em seguida: Ops, desculpe, foi sem querer.
- Escolhe outro nome. Pedro II nem morto – foi peremptório o auxiliar do papa.
- Nem “morta” – o brasileiro estava impossível naquele momento.
- Nem morta ...- aquela voz em português já era conhecida
O novo pontífice já  estava se aborrecendo e pensando em acabar com aquela brincadeira de escolher nome de papa e desistir do papado, como naquele filme do italiano,  “Habemus Papam”. Ficou bravo, nervoso, foi falando:
-Chico... – querendo dizer, olha aqui Camerlengo...
- Isto mesmo – ouviu-se de novo a voz do cardeal brasileiro – Chico.  É diminutivo de Francisco. Francisco é bom nome.
- FRANCISCO FRANCISCO FRANCISCO – gritaram de novo em uníssono todos os cardeais presentes.
O novo papa fuzilou com o olhar o brasileiro e disse:
- Brasileños... Ustedes van  mi pagar. Por “desafuero” a primeira viagem que eu fizer vai ser no seu país e vocês vão gastar milhões de dólares comigo. E eu não sou bento (Escutou-se uma risadinha). E mais, vou levar um cardeal comigo na sacada da praça aqui no Vaticano quando eu for apresentado à multidão. Se eu for vaiado,  igual a Dilma, o brasileiro também vai.

Eis a origem do nome Papa Francisco, o fato de um cardeal brasileiro o acompanhar na sacada da janela e ele, o Papa, vir ao Brasil.
The End.

Agora, quanto à segunda história do Papa João XXIV, esta aconteceu em Belo Horizonte, Minas Gerais.
Há muitos anos foi criado um Pronto Socorro em BH – quando não havia ameaça de vinda de médico cubano para o Brasil – e ele recebeu o nome em homenagem ao grande papa, Giovanni Roncalli: João XXIII. O pronto socorro é referência médica das melhores na cidade e região. Médicos competentes e dedicados ficam lá dia e noite. Aí, resolveram construir um novo Pronto Socorro numa região bem antiga de BH, chamada Venda Nova. Região norte e muito habitada. O povo não teve dúvida: chamou-o de João XXIV.
Vox Populi, Vox Dei.

Agora, sobre o Obama. Todos, no mundo inteiro, sabemos que ele, Prêmio Nobel da Paz, mandou  nos espionar. Mas, como bom político, ele não está perdendo o sono por causa disto.  E até fez uma reunião como umas criancinhas na Casa Branca. E instou que todos fizessem perguntas. Um menino, mais afoito, indagou.
- Meu pai me disse que o senhor espiona a gente. É verdade?
E o Presidente  olhando no fundo dos olhos do garoto respondeu:
- Ele NÃO é seu pai.



segunda-feira, 15 de julho de 2013

Quatro Regras para Lidar com a Raiva.

No curso de Inteligência Emocionou que costumo dar eu falo muito da ira, raiva. Uma emoção negativa e que se alimenta dela mesma. Quanto mais raiva temos, mais a alimentamos. Ao ler este texto percebi que ele vem dar umas dicas bem relevantes para CONSCIENTEMENTE controlarmos a raiva. Leia e coloque em prática. Ah, quantas pessoas vão se identificar com o primeiro parágrafo. Conheci alguns idiotas assim (calma, Mário Cleber, não fique com raiva. Já passou.)

Autor: Hugo Lapa


Uma funcionária sofria muitas vezes com o nervosismo do seu chefe. Ao menor erro cometido, seu chefe se irritava e soltava altos brados contra ela. O temperamento da moça também não era fácil. Assim que ela ouvia os gritos do chefe, ela berrava de volta e ambos acabavam sempre vivendo dentro desse clima de tensão e raiva no trabalho. Por ser ela funcionária pública efetiva, não podia ser demitida pelo chefe.

Certo dia, a moça se cansou de tudo isso, chorou muito e desejou parar de viver esse inferno. Uma colega de trabalho, vendo seu desespero, foi consolá-la. A moça disse:
- Não aguento mais viver assim. Ele sempre me ofende na frente dos outros, e eu não aguento e acabo gritando de volta. Mas tudo isso está me fazendo muito mal. Não sei mais o que fazer para não sofrer com isso.
- Posso te dar uma palavra sobre essa situação? Perguntou a colega de trabalho.
- Sim, claro. Já cheguei ao meu limite e quero que isso pare. – disse a moça.
- Meu avô me ensinava, desde a infância, o que ele chamava de as “Quatro regras da raiva”. E essas quatro regras servem para quase todos os casos parecidos com o seu.
- Quatro regras? Perguntou a moça. – Que regras seriam essas?
A colega respondeu:
- Preste atenção, pois você pode levar isso para toda a sua vida, assim como eu levei. A primeira regra é bem simples e ela diz o seguinte: “a raiva bloqueia teu raciocínio”. Isso significa que os momentos em que explodimos de raiva são os piores para se tomar decisões, posto que as fortes emoções restringem nossa razão e nosso pensamento. Sempre que você fica com raiva e explode em intenso fervor emocional, você pode fazer escolhas que depois farão você se arrepender, e que podem até te prejudicar. Muitas vezes, tomados que estamos pela fúria, escolhemos, dizemos ou fazemos coisas que depois, na tranquilidade, pensamos “se estivesse calmo, não faria aquilo”. A trajetória de uma vida inteira pode ser modificada e destruída em apenas alguns minutos de ira.
A moça ouvia atentamente…
- A segunda regra diz o seguinte: “Quem está nervoso muitas vezes deseja que outros fiquem como ele”, ou seja, todos aqueles que estão num estado de tensão, nervosismo e que vivem nas trevas da raiva e irritação compulsiva desejam que outras pessoas compartilhem do mesmo sentimento e descontrole. Quem está na escuridão quer que todos estejam na escuridão, pois assim eles sentem que há muitas pessoas como ele, e não se sente tão mal caso fossem os únicos. Apagar a luz dos outros é a melhor maneira de não enxergar sua própria escuridão. Em outras palavras, quem está na lama, quase sempre quer trazer os outros para a lama, pois assim eles têm “companhia”. O raivoso deseja ter alguém com quem compartilhar sua raiva, pois a raiva sozinha perde seu “combustível”, e muito frequentemente se transforma em depressão. Toda raiva não compartilha com outros acaba tornando o raivoso depressivo, com sentimentos de carência e vazio.
- E a terceira regra? Perguntou a moça, agora bem mais interessada.
- A terceira regra é a seguinte: “Não dê poder a quem não tem”. Quando você se deixa levar pelos berros e deixa a raiva te dominar, você está dando poder àquela pessoa e permitindo a ela te desestabilizar. Mas esse poder de desorganização emocional é a própria pessoa que confere ao outro. No momento em que você pára de dar poder a quem não tem poder, você não mais se envolve pelas ofensas e agressões alheias e passa a ser mais neutro e menos vulnerável.
- E por fim, a quarta regra também é simples, mas pode parecer difícil de ser aplicada para algumas pessoas: “Não responda a uma ofensa, apenas silencie”. Quando, por exemplo, algum parente está envolto pela ira e começa a agredir a todos, a melhor resposta é o silêncio. Por que o silêncio? Pois é apenas no silêncio que aquela pessoa conseguirá ouvir a si mesma. Ela passará a ouvir seus próprios gritos, suas ofensas, suas agressões e terá a chance de se perceber, se sentir e se tocar do mal que está emanando. A quarta regra diz: apenas silencie e deixe a pessoa ouvir a si mesma. No momento em que não correspondemos a raiva, a pessoa perde sua energia, fica sozinha e passa a perceber a si mesma, e assim, ela pode enxergar-se como é. Dessa forma, a chance dela se ver e procurar se modificar é bem maior.
Após ouvir estas explicações, a moça sentiu uma grande transformação interior, e não se deixou mais levar pela raiva.

quinta-feira, 11 de julho de 2013

Como Sobreviver ao abandono amoroso.



Encontrei este texto na internet, achei-o conveniente para levantar algumas questões. Estamos num novo século, novo milênio e o “amor” continua do mesmo jeito?

Regina Navarro Linsé

Uma grande parte de pessoas já foi “trocada” por outro (a).
Geralmente, o maior medo de quem está vivendo uma relação amorosa é exatamente esse.
Por conta disso é que se controla tanto o parceiro, e o ciúme passa a fazer parte do dia-a-dia do casal. Mas se a “troca” realmente acontece, o sofrimento é intenso e é difícil elaborar essa perda.
A falta da pessoa amada provoca uma sensação de vazio e desamparo. Fomos ensinados a acreditar que apenas o parceiro amoroso é capaz de nos garantir não estar só, de ser amado e de ser uma pessoa importante, aumentando nossa autoestima.
A antropóloga americana Helen Fisher, em sua pesquisa, concluiu que a rejeição por um amado afunda o amante em uma das dores emocionais mais profundas e perturbadoras que um ser humano pode suportar. Tristeza, raiva e muitos outros sentimentos podem passar pelo cérebro com tal vigor que mal se consegue comer e dormir.
Deixar de ser amado ou desejado afeta a autoestima e as inseguranças reaparecem. A pessoa se sente desvalorizada, duvidando de possuir qualidades. Acredita que falhou em alguma coisa e que sua falta de atrativos foi a grande responsável. Imagina que a pessoa escolhida é muito mais interessante, mais bonita, mais inteligente e melhor na cama.
O desespero que se observa em algumas pessoas durante e após a separação se deve também ao fato de cada experiência de perda reeditar vivências de perdas anteriores. Assim, não se chora somente a separação daquele momento, mas também todas as situações de desamparo vividas algum dia e que ficaram inconscientes.
Contudo, ser trocado por outro não significa que se é inferior. Em muitos casos, a troca ocorre porque a pessoa objeto da nova paixão possui algum aspecto que satisfaz inconscientemente uma exigência momentânea do outro, sem haver uma vinculação necessária com o parceiro rejeitado.

Regina Navarro Linsé psicanalista e escritora, autora de 11 livros sobre relacionamento amoroso e sexual, entre eles o best seller “A Cama na Varanda” e “O Livro do Amor”. 

segunda-feira, 8 de julho de 2013

A CONSELHO DO MARIDO - Crônica





Já coloquei aqui uma crônica de Humberto de Campos (“O Filho do comendador” – quem não leu, pode fazê-lo agora.) e uma  pequena biografia do autor. Hoje vou fazer o mesmo com Artur de Azevedo: pequena biografia e uma crônica bem engraçada.


Artur Nabantino Gonçalves de Azevedo nasceu em 7 de julho de 1855, em São Luís - MA e faleceu em 22 de outubro de 1908, na cidade do Rio de Janeiro. Filho de David Gonçalves de Azevedo, vice-cônsul de Portugal em São Luís, e Emília Amália Pinto de Magalhães.
Em 1871 escreveu uma série de poemas satíricos sobre as pessoas de São Luís, perdendo o emprego de amanuense (copista de textos à mão).
Seguiu para o Rio de Janeiro aos 18 anos de idade (1873), onde foi tradutor de folhetins e revisor de "A Reforma", tornando-se conhecido por seus versos humorísticos. Escrevendo para o teatro, alcançou enorme sucesso com as peças "Véspera de Reis" e "A Capital Federal". Fundou a revista "Vida Moderna", onde suas crônicas eram muito populares. Colecionador de obras (pinturas, gravuras e esculturas) e crítico de arte nos jornais cariocas, constituiu um vasto acervo denominado postumamente de "Coleção Arthur Azevedo de Gravuras". Foi amigo de artistas como Victor Meirelles, Rodolfo e Henrique Bernardelli, Modesto Broccos e João Zeferino da Costa.
Artur de Azevedo, prosseguindo a obra de Martins Pena, consolidou a comédia de costumes brasileira, sendo no país o principal autor do Teatro de revista, em sua primeira fase. Sua atividade jornalística foi intensa, devendo-se a ele a publicação de uma série de revistas, especializadas, além da fundação de alguns jornais cariocas.
Era irmão mais velho do escritor Aluísio Azevedo, autor de "O Cortiço" e "O Mulato". 




Artur de Azevedo
A CONSELHO DO MARIDO
Estamos a bordo de um grande paquete da Messagéries Maritimes, em pleno Atlântico, entre os dois hemisférios. Dois passageiros, que embarcaram no Rio de Janeiro, um de quarenta e outro de vinte e cinco anos, conversam animadamente, sentados ambos nas suas cadeiras de bordo.
- Pois é como lhe digo, meu amiguinho! - dizia o passageiro de quarenta anos - o homem, todas as vezes que é provocado pela mulher, seja a mulher quem for, deve mostrar que é homem! Do contrário, arrisca-se a uma vingança! O caso da mulher de Putifar reproduz-se todos os dias!
- E se o marido for nosso amigo?
- Se o marido for nosso amigo, maior perigo corremos fazendo como José do Egito.
- O que você está dizendo é simplesmente horrível!
- Talvez, mas o que é preferível: ser amante da mulher de um amigo sem que este o saiba, ou passar aos olhos dele por amante dela sem o ser, em risco de pagar com a vida um crime que não praticou?
- Acha então que temos o direito sobre a mulher do próximo...?
- Desde que a mulher do próximo nos provoque. Se o próximo é nosso amigo, paciência! Não se casasse com uma mulher assim! Olhe, eu estou perfeitamente tranqüilo a respeito da Mariquinhas! Trouxe-a comigo nesta viagem porque ela quis vir; se quisesse ficar no Rio de Janeiro teria ficado e eu estaria da mesma forma tranqüilo.
- Mas o grande caso é que se um dia algum dos seus amigos...
- Desse susto não bebo água. Já um deles pretendeu conquistá-la... chegou a persegui-la... Ela foi obrigada a dizer-mo para se ver livre dele... Dei um escândalo! Meti-lhe a bengala em plena Rua do Ouvidor!
Dizendo isto, o passageiro de quarenta anos fechou os olhos, e pouco depois deixava cair o livro que tinha na mão: dormia. Dormia, e aqueles sonos de bordo, antes do jantar, duravam pelo menos duas horas.
O passageiro de vinte e cinco anos ergueu-se e desceu ao compartimento do paquete onde ficava o seu camarote.
Bateu levemente à porta. Abriu-lhe uma linda mulher que se lançou nos seus braços. Era a Mariquinhas.
- Então? - perguntou ela - consultaste meu marido?
- Consultei...
- Que te disse ele?
- Aconselhou-me a que não fizesse como José do Egito. Amigos, amigos, mulheres à parte.
E o passageiro de vinte e cinco anos correu cautelosamente o ferrolho do camarote.


quinta-feira, 4 de julho de 2013

Alguns tipos de psicoterapia.




Uma vez vi uma charge sobre um sujeito todo cheio de problemas psicológicos e que tinha mais um a resolver: que terapia fazer diante de um cipoal de opções e novidades no mercado.
Pensando em dar uma ajuda, elenquei aqui algumas terapias psicológicas importantes que li num texto que me mandaram. Não sei quem é o autor.

GESTALT-TERAPIA
Criada por Fritz Pearls (1893-1970). Visa ampliar a consciência do indivíduo a respeito das relações que ele estabelece consigo mesmo ou com os demais.  Além disso, parte da premissa que o meio onde ele vive pode ser acolhedor, possibilitando um desenvolvimento criativo saudável, ou opressor, o que pode levar ao surgimento de neuroses. Diferente dos psicanalistas, o gestalt-terapeuta procura estabelecer uma relação menos formal com seu cliente. Dentre os recursos empregados, estão as atividades voltadas à presentificação dos sentimentos: além de falar sobre sua relação com alguém específico, o paciente pode imaginar-se conversando com a pessoa ou representando em alguma modalidade expressiva (pintura, dramatização, gestos, etc) as características desta relação. […]
TCC
As terapias cognitivo-comportamentais (TCCs) se distanciam das idéias de Freud, pois não tem como foco estimular o autoconhecimento. Em vez disso, são voltadas ao combate de problemas específicos (como crises conjugais, timidez excessiva, dependência química, fobia social, crises de ansiedade), bem como auxiliar no tratamento de distúrbios psiquiátricos. Mais objetiva,  reúne técnicas comprovadas cientificamente para tratar qualquer um desses problemas, que podem envolver conversas com pessoas específicas, exercícios de respiração e relaxamento, biblioterapia (indicação de livros), entre muitas outras. Muitas dessas tarefas devem ser feitas em casa ou no dia a dia. As TCCs são estruturadas para durar cerca de 20 sessões […].
PSICANÁLISE
Abordagem elaborada por Sigmund Freud. Um dos principios dela é a associação livre, processo em que a pessoa é orientada a conversar sobe os mais variados assuntos, sem nenhuma censura, com seu analista. Este, por sua vez, ajudará o analisado a interpretar as informações de modo a identificar dificuldades emocionais, traumas, medos e inibições. O divã é muito usado nessa terapia, pois impede a troca de olhares – evitando, assim, uma busca por sinais de aprovação ou quaisquer outras reações no rosto do terapeuta. O tratamento é dividido em sessões (em média, de três a cinco por semana) de 50 minutos cada e pode se estender por anos. É um processo caro […] Contudo, trata-se de um investimento para a vida toda. Como o indivíduo passa a conhecer mais sobre si mesmo, ele amadurece emocionalmente e usufrui de mais qualidade de vida.
JUNGUINANA
Conhecida como Psicologia Analítica, essa vertente foi desenvolvida por Carl Jung, inicialmente discípulo  de Freud, e depois seu opositor. Nela, são enfocados aspectos do inconsciente (principalmente sonhos), assim como pensamentos coletivos que interferem na saúde emocional. Para extrair esses elementos, emprega-se não apenas o diálogo direto, mas também pinturas, hipnose e diários de registro de sonhos. Outra técnica utilizada por psicólogos analíticos é o sandplay (jogo de areia): o paciente utiliza objetos para criar cenários em uma caixa de areia e, dessa forma, expressar características pessoais que ele mesmo desconhece. Geralmente adota-se o padrão de uma sessão semanal de 50 minutos. […] Segundo a psicóloga Denise Gimezes Ramos, os resultados tornam-se mais visíveis após o terceiro mês de tratamento.
LACANIANA
Variação da psicanálise freudiana. Assim como sua predecessora, utiliza a livre associação para fazer com que o indivíduo reflita e encontre a solução para seus dilemas. Para o analisado, a diferença mais notável entre as duas abordagens diz respeito à duração da consulta: em vez de se pautar nos clássicos 50 minutos, Jacques Lacan (idealizador da abordagem) defendia que cada encontro com o analista deveria se desenvolver a partir de três momentos lógicos fundamentais – instante de olhar (que corresponde a entrevistas preliminares), momento de compreender e momento de concluir. A partir dessa estrutura, o especialista pode fragmentar a sessão conforme a evolução do paciente, fazendo com que ela dure poucos minutos ou mais de uma hora. […]

REICHEANA

Para essa terapia, os afetos reprimidos – medo, angústia e inibição da expressão dos sentimentos – se traduzem  em bloqueios energíticos que contraem as regiões do corpo. Mandibulas cerradas, diafragma contraído, respiração superficial e sudorese são exemplos de sinais. Dessa forma, os terapeutas reicheanos levam em conta a linguagem corporal e aplicam técnicas respiratórias, de postura corporal e de massagem. A abordagem é especialmente recomendada para pessoas com sintomas psicossomáticos, como miocardiopatas, hipertensos e portadores de distúrbios gástricos (gastrite ou refluxo) ou de crises de ansiedade. A duração média do tratamento custuma ser de um ano e meio, mas varia conforme a necessidade de cada paciente. […]

segunda-feira, 1 de julho de 2013

Conto premiado "Veto ao Presidente"

Corria o ano de 1985 e ainda reverberavam pela nação os gritos "Diretas para Presidente". Depois do sofrimento e luto com a morte do Tancredo, todos estavam aturdidos com a presença do Sarney na cadeira da presidência. Eu entrava na montadora italiana em Betim e surgiu um concurso em nível nacional para os profissionais de recursos humanos. Tinha  ouvido a história, contada em cantos escondidos da fábrica, e resolvi aproveitá-la, tomando o devido cuidado porque o personagem principal ainda trabalhava na fábrica. (Trabalhava? Bem, o verbo talvez não fosse este.). O conto foi um dos 60 premiados, entre os 687 inscritos e saiu em livro O título original foi modificado pelos editores:- era "Direto só para presidente", numa clara insinuação política. E saiu com outro nome : Veto ao Presidente.
Aproveitando a onda da queda da Presidente de plantão nas pesquisas, resolvi postar o conto, com algumas modificações. Ah, não advogo sua queda. Foi eleita democraticamente.

VETO AO PRESIDENTE.
Mário Cleber da Silva.

Não fora difícil recrutar os dois ascensoristas para o prédio da empresa em Belo Horizonte. O escritório ficava no centro da capital mineira, na movimentada e tradicional Rua da Bahia, e ocupava os seis últimos andares do longilíneo prédio (tinha mais de 25 ). E eram dois elevadores exclusivos para a multinacional. O local de trabalho dos dois novos funcionários. Joel, o mais velho e o mais esperto, até se saiu com esta, ao ser perguntado pelo psicólogo porque deveria ser ele o selecionado: "Com Joel, você chega ao céu.". Conseguiu roubar um leve sorriso do psicólogo carrancudo e a vaga. Talvez embalado por sua pobre rima, arrematou: Não desejo ser só um ascensorista. Quero ascender mais na empresa.
- Ah, é? E até onde? - perguntou o carrancudo e agora irônico selecionador.
- Auxiliar de escritório.
Definitivamente a primeira vaga já era deste candidato.
Já Ismael era o contrário. Simples, cordato e pouquíssima ambição. Talvez nem saísse do rés do chão.  O que lhe interessava era trabalhar na montadora. E enchia a boca ao falar: tenho um empregaço. Trabalho numa montadora. Sou ascensorista.
E se mostrara satisfeitíssimo com o salário que ia ganhar, levemente acima do mínimo. Ia dar um folga para a mãe viúva.
Enquanto passava pelo treinamento, uma frase lhe martelava a cabeça: Ninguém poderá pedir para o elevador ir direto para o último andar, onde se situava a Presidência, sem ter que parar em todos os outros anteriores.. Só o próprio Presidente.  E Ismael começou a trabalhar. Fazia bem o seu serviço, orientava os "passageiros", não deixavam que conversassem, segurando a porta, sabia dar informações precisas e, claro, nunca ia direto ao último andar.
Sexta feira de grande movimento, o elevador apinhado de gente. Eis que chega um senhor discreto, ainda que elegantemente bem vestido e, sem meias palavras, diz ao Ismael: "Direto para a Presidência"
- Infelizmente não dá, meu senhor. Diretas só para Presidente - brincou Ismael.
Estranhamente ninguém riu, nem ao menos esboçou ou sorriso. O homem não retrucou e, pacientemente, esperou que todo mundo descesse nos sete últimos andares, antes do dele. Chegando lá, no último, saiu e agradeceu.
- Quem é o senhor? perguntou, distraído o ascensorista.
- Sou o Presidente.
E Ismael continua no emprego até hoje, mesmo tendo vetado o Presidente.