Fazenda onde nasceu o blogueiro. Foto Luis Fernando Gomes

Fazenda onde nasceu o blogueiro. Foto Luis Fernando Gomes
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quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

O que falta nos relacionamentos?

Percebo que os leitores do blog gostam muito do tema relacionamento, amor, casamento e separação. Tem um site que gosto muito chamado "Mais de Trinta". Tem boas ideias sobre estes temas. Aqui vai o último com muitas pitadas de humor, ironia, critica mordaz e talvez um pensamento para refletir: o autor está certo em sua conclusão final? Ele às vezes é direto e pode usar palavras meio "chocantes".


"Há quem diga que o mercado do amor está aí, repleto de oportunidades para quem quer deixar de ser ímpar e passar a ser par, mas a verdade é que não está fácil para ninguém. Quanto maior o grau de exigência que você tiver do seu parceiro, menores são as chances de dormir acompanhado.
Fazendo umas contas bestas das minhas principais exigências cheguei a um número de 19 mulheres que poderiam ser meu par. Dedique cinco minutos e acompanhe meu raciocínio.
Segundo o IBGE, existem em São Paulo, estado em que resido, 3.698.780 mulheres, entre 25 e 35 anos.
Como sou abstêmio, portanto, só bebo em eventos e acho um porre conviver com quem bebe regularmente. Só essa peculiaridade já mata cerca de 70% do volume total. Sobram 1.109.634 mulheres. Destas, pode colocar que 30% fumam, o que também não suporto e ataca minha rinite alérgica. Ficam, 776.743 mulheres.
São Paulo é um estado grande, sendo assim, melhor focar apenas em quem mora na capital, cerca de um quarto do total, o que nos dá 194.195 mulheres.
Claro que eu não me interessaria por todas, na verdade, pela minha experiência de vida, percebi que não me sinto atraído por mais do que uma em cada cem mulheres, o que daria um total de 1.941.
Isso ainda não contempla as diferenças culturais, políticas e religiosas. Por exemplo, se for fanática por algum partido, está fora. Gostar muito de sertanejo ou, ainda que apenas um pouco de funk carioca, também está fora.
E ainda temos que encaixar outra parte da equação, a que faz com que a moça se interesse por mim. Vou colocar a taxa de 1:100 para efeito de amostragem. Ou seja, a cada 100 mulheres pelas quais eu me interessaria, apenas 1 estaria interessada em mim.
O resultado: tenho 19 possibilidades que moram na mesma cidade que eu e supostamente atendem os requisitos básicos.
Claro, se eu fosse menos chato ou criterioso os números me favoreceriam. Um colega uma vez me disse que quem come qualquer coisa está sempre mastigando. Outro disse que quem dispensa é o exército. Eu prefiro continuar com minha chatice.
Com certeza todo mundo tem seus critérios para a seleção e por mais que você não perceba, o número de pessoas que poderiam estar ao seu lado não é lá muito extenso.
Mas o que isso quer dizer? Elementar, caros leitores, quem não suporta a ideia de passar o resto da vida sem dormir de conchinha e resolve apostar na ideia da vida a dois, é melhor se dedicar por completo. Fazer valer a pena.

Como manter a estabilidade no relacionamento

Me sinto na obrigação de compartilhar a principal coisa que aprendi ao longo dos anos de vida e no aconselhamento para as pessoas que mandavam perguntas por meio do Pergunte ao Urso.
Se quer aproveitar a vida a dois com alguém incrível, uma daquelas poucas pessoas que você pode amar, ao mesmo tempo que podem também te aguentar, preste muita atenção, pois aqui não vai uma daquelas dicas mequetrefes: mantenha o foco na relação.
Eu sei, provavelmente você acho simples demais para ser tão importante. Muita gente acha. Principalmente aqueles que levam um pé na bunda, mais dia, menos dia ou pior, passam a ornamentar mais chifres que alces.
O foco na relação é uma das coisas mais difíceis de conseguir. É mais do que andar na linha, mais do que ser companheiro, mais do que aguentar a sogra. Manter o foco é, resumidamente, desistir de você.
“O Marcelo ficou louco” ou “Que puta cara babaca”, deve estar pensando a maioria das pessoas que leu esse artigo até aqui. “Como assim, vou desistir de mim? Eu tenho uma vida, meus gostos, meus sei lá o que”, esbravejam outros, mesmo que mentalmente.
A verdade é dura e contradiz boa parte do que o senso comum diz: se você quer ter uma vida a dois, muito foda, com alguém super especial, só conseguirá se entender que o casal deve ser o foco da relação. Não tem outro jeito.
Vai se anular? Depende. Depende do quê? Do quanto você estiver pronto para viver uma relação assim.
Se ainda quiser ter os seus sonhos individuais ou suas prioridades em primeiro plano, provavelmente terá que se anular. Casamento ou vida a dois não é isso. É acordo. E apesar de ser sério, pode ser bem divertido, se os pares estiverem de acordo.
Que fique claro, não estou defendendo meio termo para divergências. Estou defendendo doação. Nada pelo meio. No meio termo ninguém fica inteiro feliz. Óbvio que se apenas um doar, a relação ficará desequilibrada, não se sustentará por um longo tempo e talvez será a hora de terminar o relacionamento.
Manter o foco exige que mantenhamos nossa atenção voltada para a construção de algo conjunto, em tempo integral. Não sobra espaço para projetos individuais. Daí a importância de escolher muito bem com quem irá ficar, por mais que isso restrinja suas chances de dormir acompanhado.
Construir um projeto de vida a dois exige maturidade, dedicação e força de vontade acima da média.
Acho que perdemos essa visão ao longo dos anos e talvez eu seja apenas mais uma pessoa remando na contramão, mas é nisso que acredito.

domingo, 22 de fevereiro de 2015

Ficar SÒ faz bem às pessoas.

Tememos a solidão. Mas quanta coisa podemos usufruir dela ou com ela ou nela!  Uma viúva andrelandense, a quem foi perguntado se se sentia sozinha, respondeu: Não, Estou sempre acompanhada de meus livros. 
Um belo texto de SILVIA DÍEZ.
Via Capturar.
Segundo o professor Robert Lang, da Universidade de Nevada (Las Vegas), especialista em dinâmicas sociais, muitos de nós acabarão vivendo sozinhos em algum momento, porque a cada dia nos casamos mais tarde, a taxa de divórcio aumenta, e as pessoas vivem mais. A prosperidade também incentiva esse estilo de vida, escolhido na maioria dos casos voluntariamente, pelo luxo que representa. A jornalista Maruja Torres, em sua autobiografia, Mujer en Guerra (da editora Planeta España, não publicada em português), já se vangloriava do prazer que lhe dava cair na cama e dormir sozinha, com pernas e braços em X. A isso se soma a comodidade de dispor do sofá, poder trocar de canal sem ter que negociar, improvisar planos sem avisar nem dar explicações, andar pela casa de qualquer jeito, comer a qualquer hora…
Como se fosse pouco, o sociólogo Eric Klinenberg, da Universidade de Nova York, autor do estudo GOING SOLO: The Extraordinary Rise and Surprising Appeal of Living Alone (ficando só: o extraordinário aumento e surpreendente apelo de viver sozinho, em tradução livre), está convencido de que viver só significa, também, desfrutar de relações com mais qualidade, já que a maioria dos solteiros vê claramente que a solidão é muito melhor que se sentir mal-acompanhado. Há até estudos que asseguram que a solidão facilita o desenvolvimento da empatia. Outra socióloga, Erin Cornwell, da Universidade Cornell, em Ítaca (Nova York), concluiu, depois de diversas análises, que pessoas com mais de 35 anos que moram sozinhas têm maior probabilidade de sair com amigos que as que vivem como casais. O mesmo acontece com as pessoas adultas que, embora vivendo sozinhas, têm uma rede social de amizades tão grande ou maior que a das pessoas da mesma idade que vivem acompanhadas. É a conclusão do estudo feito pelo sociólogo Benjamin Cornwell publicado na American Sociological Review.
As pessoas são seres sociais, mas depois de passar o dia rodeadas de gente, de reunião em reunião, atentas às redes sociais e ao celular, hiperativas e hiperconectadas, a solidão oferece um espaço de repouso capaz de curar. Uma das conclusões mais surpreendentes é que a solidão é fundamental para a criatividade, a inovação e a boa liderança. Estudo realizado em 1994 por Mihaly Csikszentmihalyi (o grande psicólogo da felicidade) comprovou que os adolescentes que não aguentam a solidão são incapazes de desenvolver seu talento criativo.
Susan Cain, autora do livro Quiet: The Power of Introverts in a World That Can’t Stop Talking (silêncio: o poder dos introvertidos num mundo que não consegue parar de falar), cuja conferência na plataforma de ideias TED Talks é uma das favoritas de Bill Gates, defende ao extremo a riqueza criativa que surge da solidão e pede, pelo bem de todos, que se pratique a introversão. “Sempre me disseram que eu deveria ser mais aberta, embora eu sentisse que ser introvertida não era algo ruim. Durante anos fui a bares lotados, muitos introvertidos fazem isso, o que representa uma perda de criatividade e de liderança que nossa sociedade não pode se permitir. Temos a crença de que toda criatividade e produtividade vem de um lugar particularmente sociável. Só que a solidão é o ingrediente essencial da criatividade. Darwin fazia longas caminhadas pelo bosque e recusava enfaticamente convites para festas. Steve Wozniak inventou o primeiro computador Apple sentado sozinho em um cubículo na Hewlett Packard, onde então trabalhava. Solidão é importante. Para algumas pessoas, inclusive, é o ar que respiram.”
Cain lembra que quando estão rodeadas de gente, as pessoas se limitam a seguir as crenças dos outros, para não romper a dinâmica do grupo. A solidão, por sua vez, significa se abrir ao pensamento próprio e original. Reclama que as sociedades ocidentais privilegiam a pessoa ativa à contemplativa. E pede: “Parem a loucura do trabalho constante em equipe. Vão ao deserto para ter suas próprias revelações”.
 “Só quando estou sozinha me sinto totalmente livre. Reencontro-me comigo mesma e isso é agradável e reparador. É certo que, por inércia, quanto menos só se está, mais difícil é ficá-lo. Mesmo assim, em uma sociedade que obriga a ser enormemente dependente do que é externo, os espaços de solidão representam a única possibilidade se fazer contato novamente consigo. É um movimento de contração necessário para recuperar o equilíbrio”, diz Mireia Darder, autora do livro Nascidas para o Prazer (Ed. Rigden, não publicado em português).
Também o grande filósofo do momento, Byung-Chul Han, autor de A Sociedade do Cansaço (Ed. Relogio D’Agua, de Portugal), defende a necessidade de recuperar nossa capacidade contemplativa para compensar nossa hiperatividade destrutiva. Segundo esse autor, somente tolerando o tédio e o vácuo seremos capazes de desenvolver algo novo e de nos desintoxicarmos de um mundo cheio de estímulos e de sobrecarga informativa. Byung-Chul Han preza as palavras de Catão: “Esquecemos que ninguém está mais ativo do que quando não faz nada, nunca está menos sozinho do que quando está consigo mesmo”.
 “Para mim a solidão representa a oportunidade de revisar nosso gerenciamento, de projetar o futuro e avaliar a qualidade dos vínculos que construímos. É um espaço para executar uma auditoria existencial e perguntar o que é essencial para nós, além das exigências do ambiente social”, diz o filósofo Francesc Torralba, autor de A Arte de Ficar Só (Ed. Milenio) e diretor da cátedra Ethos da Universidade Ramon Llull. Na solidão deixamos esse espaço em branco para ouvir sem interferências o que sentimos e precisamos. “A solidão nos dá medo porque com ela caem todas as máscaras. Vivemos sempre mantendo as aparências, em busca de reconhecimento, mas raramente tiramos tempo para olhar para dentro”, diz Torralba.
Na verdade, a solidão desperta o medo porque costuma ser associada ao vazio e à tristeza, especialmente quando é postergada longamente por uma atividade frenética e anestesiante. Para Mireia Darder, é bom enfrentar esse momento tendo em mente que a tristeza resulta simplesmente do fato de se soltar depois de tanta tensão e de ter feito um esforço enorme para aparentar força e suportar a pressão frente aos que nos cercam. “Não se pode esquecer que para ser realmente independente é preciso aprender a passar pela solidão. O amor não é o contrário da solidão, e sim a solidão compartilhada”, diz Darder.
Em nossa sociedade, a inatividade —que surge com frequência da solidão— é temida e desperta a culpa. Fomos preparados para a ação e para fazer muitas coisas ao mesmo tempo, mas é  quando estamos sozinhos que podemos refletir sobre o que fazemos e como o fazemos. O escritor Irvin Yalom, titular de Psiquiatria na Universidade de Stanford, confessava que desde que tinha consciência se sentia “assustado pelos espaços vazios” de seu eu interior. “E minha solidão não tem nada a ver com a presença ou ausência de outras pessoas. De fato detesto os que me privam da solidão e além disso não me fazem companhia.” Algo que, segundo Francesc Torralba, é muito frequente: “Embora estejamos cercados de gente e de formas de comunicação, há um alto grau de isolamento. Não existe sensação pior de solidão que aquela que se experimenta ao estar em casal ou com gente”.

As 5 chaves para desfrutar da solidão
1. Você é sua melhor companhia. A premissa básica é mudar a crença de que quem está acompanhado está melhor.
2. Uma oportunidade para nos conhecermos melhor e descobrir nosso rico mundo interior.
3. Em vez de se torturar, é preciso aproveitar a solidão para ler, pintar ou praticar esporte.
4. Escrever um diário. Ajuda a expressar sentimentos e a contemplar-se com mais conhecimento e carinho.
5. Como indica o psicólogo Javier Urra, com a solidão recuperamos “o gosto pelo silêncio e pelo domínio do tempo”.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

É falsa a ideia de que a felicidade depende da relação amorosa.

Ah, o amor. Poetas falaram sobre ele. Pessoas sofrem por ele. Outros põem tudo no amor. Que é o amor? Recentemente ouvi duas mulheres próximas dos 40 anos conversarem. Uma, resistente ao amor. A outra dizendo: só vale a pena viver se houver amor.

Li este texto na Uol. Tenho visto tanta gente desesperada atrás de um amor, pensando que só nele encontrará a felicidade. Esquecem  de tantos outros aspectos da vida tão enriquecedores e fornecedores de felicidade... Ah, isto é que é focar erroneamente.



“Quando o compositor Tom Jobim  escreveu um de seus maiores sucessos, "Wave", ele cometeu um engano ao afirmar: "Fundamental é mesmo o amor, é impossível ser feliz sozinho". A frase é considerada verdade absoluta para os que acreditam na realização pessoal apenas quando estão envolvidas em um relacionamento amoroso. Mas a realidade não é essa. 
De acordo com Mara Lúcia Madureira, psicóloga cognitivo-comportamental, a ideia de que a relação amorosa é essencial para a felicidade é resultado da cultura patriarcal e machista --cujos conceitos ainda não foram totalmente extintos-- e não uma necessidade do ser humano.
"Infelizmente, as pessoas demoram muito para se dar conta de que ser feliz tem muito mais a ver com realizações pessoais e bem-estar do que com o amor a dois, que nem sempre é satisfatório", fala.
A crença de que homens precisavam de uma mulher para tarefas domésticas e perpetuar o sobrenome, e elas de um parceiro para lhes assegurar a sobrevivência fora da casa dos pais, fez crescer a teoria de que apenas com uma família constituída e, consequentemente, um par amoroso, é possível ter realização.
Esse mesmo pensamento também impede que pares do mesmo sexo ainda não sejam encaradas como família, pois não haveria como homossexuais cumprirem os papéis estabelecidos como corretos.
"Ainda permanece um modelo onde o relacionamento a dois é o ideal. Tudo isso pode ser fruto da educação ou de crescer em um lar com pais casados, por exemplo. Mas as pessoas erram ao considerar que toda a felicidade se resume a isso, pois não é regra e, por isso, não é para todos", diz Miriam Barros, psicoterapeuta pela PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo).

A sociedade avançou: agora, homens sabem que são capazes de administrar seus lares sozinhos e mulheres conquistaram o direito de decidir se querem um, nenhum ou vários pares amorosos e sexuais. Por isso, para os que acreditam que a felicidade está sempre atrelada a uma outra pessoa, fica o alerta de que a situação pode se tornar um problema no futuro.
"A chance de ser feliz não varia de acordo com o estado civil. Negar que você é o único responsável pela sua felicidade o leva a depender equivocadamente do outro. Pessoas que pensam assim creem que se tivessem alguém para amar e ser amadas, todas as dores e os medos se dissipariam. Assim, perseguem esse objetivo e, quando o alcançam, costumam culpar o parceiro por toda sua infelicidade", explica Mara.
Segundo a especialista, o medo da solidão é a principal motivação para buscar um relacionamento a qualquer preço. "A sensação de desamparo faz muitas pessoas manterem relações insatisfatórias por temer que, de outro modo, a situação se torne ainda pior. Trata-se uma crença disfuncional, porém comum e alienante". E diz ainda: "Um estado crônico de frustração, perda do interesse sexual, abuso de drogas e estresse podem acometer esses indivíduos que esperavam que um par os completassem".
A psicoterapeuta pela USP (Universidade de São Paulo) Maria Melo de Azevedo concorda que fazer do amor a dois o principal pilar da felicidade pode deixar as pessoas acorrentadas a relacionamentos fracassados e torná-las amargas.
"Ser feliz não deve depender de nada externo. Muitos têm parceiros e estão adoecendo por não serem felizes de fato. Quando o relacionamento existe, deve ser prazeroso. É preciso amar a si mesmo, antes de qualquer coisa", afirma.
E se você tem alguma dificuldade para ficar bem sozinho, o primeiro passo é descobrir o que o alegra. "Há outros relacionamentos que também são fonte de afeto e substituem o amoroso --muitas vezes, bem mais gratificantes. Todos temos de ter amigos e convívio com outras pessoas. A solidão não é boa para ninguém. O ser humano sempre precisa de companhia, mas não necessariamente de um relacionamento amoroso", finaliza Miriam Barros.


segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

Como reconhecer os sinais de que seu filho está usando drogas

Tive recentemente contato com uma pessoa mergulhada no mundo das drogas. Já tive como cliente a esposa e mãe de alcoólatras. O tema de hoje talvez ajude os pais a perceberem os sinais antes de elas dominarem os filhos.
O autor do artigo é psicólogo e seu nome está na última linha.

“Queria muito poder ter ajudado. Eu não tive esse tempo”.
(Relato de uma mãe após descobrir que o filho de 17 anos morreu de overdose de cocaína).

Muitos pais e mães não sabem como identificar que os filhos estão envolvidos com essas substâncias. Para não perder tempo, cuidar dos relacionamentos dentro de casa é o primeiro passo.


“É necessário ficar atento, participar, estar junto dos filhos”, afirma o professor do curso de Psicologia do Unesc Fábio Nogueira. O professor destaca que os jovens estão com muita liberdade e, por conta disso, identificar os sinais fica mais difícil para os pais. “Talvez, no primeiro momento, os sinais sejam muito sutis, mas estão lá. Somente com essa proximidade é que os pais vão saber reconhecê-los”, acredita.

Cuidado: Observar o consumo de bebidas alcoólicas é importantíssimo. “Não há uma regra que a pessoa irá começar o uso de drogas pelo álcool, mas é um perigo permitir que adolescentes consumam essas bebidas. É ilegal e pode desencadear uma dependência”, alerta.

Além disso, após beber, o jovem fica mais vulnerável. “Com a pressão dos amigos, por exemplo, ele pode aceitar outras substâncias. Afinal, o adolescente, por si só, já é mais vulnerável”, avalia o psicólogo.

Ao perceber que o filho tem atitudes diferentes, os pais devem ter um conversa franca. Se ainda assim não surtir efeito, será necessário buscar ajuda. “O tipo vai depender da situação, da classe social e de como é o relacionamento entre os familiares. Médico, psicólogo, Conselho Tutelar e até a Justiça podem ser opções.” Só não dá para perder tempo.

Pais, fiquem de olho!

Amigos: Se o seu filho começa a mudar o ciclo de amizades, pode ser um sinal de que ele esteja usando drogas. Mas não é uma certeza. Ele pode querer ter mais privacidade e andar com pessoas que tenham pensamentos parecidos com os dele. Fique atento se a família nunca
puder conhecer essas pessoas

Isolamento: O jovem pode estar se afastando porque quer fazer algo que as pessoas não vejam ou não aprovam. Se os pais acompanham o dia a dia dos filhos, são capazes de identificar quando a mudança é motivo de preocupação. Ele pode querer se aproximar de pessoas com interesses e gostos diferentes da família, mas parecidos com os dele, como um time de futebol e a religião.

Pertences: O filho chega em casa com objetos novos (roupas, celular) que não são deles ou o contrário: começam a sumir pertences dele ou da família. Algumas substâncias não são baratas e, com o aumento do consumo, ele vai precisar de dinheiro para comprar mais.

Rendimento escolar: Alterações de comportamento na escola e nas notas são outros sinais. Se algo está errado, é importante saber o motivo.

Apetite: 
As mudanças de apetite são próprias da idade. Observe se são muito repentinas, bruscas.

Sono: Dependendo da substância, o efeito vai ser sedativo ou excitante no sistema nervoso central. Preste atenção se ele está dormindo demais ou pouco, e se tem ciclo de sono interrompido.

Comportamento: Alterações de comportamento também são sinais. O adolescente fica mais agitado, agressivo ou lento. Mas isso não quer dizer que ele não possa discordar de nada.

O que fazer? Fique perto: A sociedade está muito individualizada. É necessário olhar para os filhos. Quando os pais estão próximos, são capazes de reconhecer as mudanças. O bom relacionamento facilita o diálogo sincero sobre o assunto. Se sentir alguma coisa diferente, pergunte e continue observando. Não chegue cobrando, porque corre o risco de afastá-lo. 


quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

A Importância dos Contos Infantis na Formçaão das Crianças.


Ismael Santos é um psicólogo, cujo blog m agrada muito. O texto dele é bem pertinente para que vai educar filho, netos e sobrinhos.
"É essencial que todos saibam a importância das lições que as historias infantis têm na vida das crianças. É lá que, junto com seus personagens prediletos, elas enfrentam medos, superam obstáculos, sofrem perdas e lutam por seus objetivos.

Na lista abaixo, elaborada pela Juliana, mãe do Olavinho e administradora do Blog Just real Moms, você encontrará 10 consequências dos contos infantis na formação da personalidade das crianças. Vale conferir.

1- Ajudam a criança a lidar com as dificuldades e seus sentimentos!
Os contos ajudam a criança a lidar com as dificuldades do seu dia a dia e a elaborar melhor os sentimentos negativos tão comuns na primeira infância, como medo, frustração, abandono, rejeição, rivalidade entre irmãos, inveja, relação com os pais, inferioridade, vingança etc. Por isso, elas pedem para ler diversas vezes a mesma história.

 
2- Aprendem a diferença entre o bom e o mau!
Os contos mostram que existem os bons e os maus, deixando transparecer valores sempre atuais. A bruxa, o lobo, o pirata e outros personagens maus, representam sentimentos ruins, são arquétipos desses sentimentos, portanto querer que estes personagens morram não é uma atitude violenta, mas sim a necessidade de acabar com estes sentimentos ruins. É preciso lembrar que nas histórias a morte não é violência, é o símbolo da transformação que vai ajudar a criança a elaborar os sentimentos ou sensações que a incomodam.

Não devemos nos preocupar quando a criança festeja a morte desses personagens, eles representam seus medos e esta é a forma que ela tem de vencê-los ou elaborar estes sentimentos que a angustiam.

3- Aprendem a lidar com as frustrações!
Reconhecer a dor e aceitá-la é um meio de superá-la e assim ser feliz. As crianças aceitam com mais naturalidade as desilusões que encontrarão no dia a dia, pois sabe que, à semelhança do que acontece nos contos de fadas, os esforços desprendidos hão de ter uma grandiosa recompensa.

4- Por meio das histórias podemos trabalhar sentimentos e sensações muito presentes nas crianças!
Ingenuidade: Branca de Neve e Pinóquio (acreditam no personagem do mal)

Feiura: Patinho Feio (um irmão mais bonito do que o outro)
Medo: Chapeuzinho Vermelho, Aladim (medo de estranhos)
Inexperiência: Os Três Porquinhos (o irmão mais velho sabe tudo)
Insegurança: Alice no Pais das Maravilhas, Mogli, Peter Pan (sentir-se inseguro diante de situações novas)
Rejeição: Cinderela
Culpa: Rei Leão, Pinóquio
Dor: A Pequena Sereia
Abandono: João e Maria (sentimento de abandono pela ausência dos pais)

5- Podemos trabalhar o conceito de “finitude”!
Tudo na vida tem um começo, meio e fim. As crianças precisam saber que as pessoas não são como os personagens dos desenhos ou jogos eletrônicos, que nunca morrem. Diante de tanta tecnologia, nunca os contos foram tão importantes e necessários na vida da criança como hoje.

6- Aprendem o “limite”!
Por meio dos contos de fadas a criança consegue discernir o certo do errado, o que pode e o que não pode fazer, enfim, reconhece o sim e o não.

7- Aprendem a ética e valores importantes da vida humana!
Os contos de fada sobreviveram ao tempo justamente porque contêm ensinamentos que falam à alma da criança, falam de valores imutáveis, caso contrário já teriam desaparecido, apagados pelo tempo e caídos no esquecimento.

Passar valores à criança é algo complexo. As histórias são, por isso, um meio facilitador de resolver algumas das questões que esta tarefa nos coloca. Se, por um lado, divertem as crianças, estimulam a sua curiosidade e promovem competências cognitivas e de oralidade, por outro lado são também a forma de concretizarmos alguns dos valores que consideramos aceitáveis e oportunos transmitir à criança.

Por isso, os pais devem usar e abusar dos contos. Só assim poderão sonhar com um final feliz para nossa sociedade tão carente dos verdadeiros valores.

8- Tornam-se otimistas e com vontade de vencer obstáculos!
Os contos de fadas exercem uma influência muito benéfica na formação da personalidade porque, pela assimilação dos conteúdos da estória, as crianças aprendem que é possível vencer obstáculos e saírem vitoriosas (o herói sempre vence no final). Isso ocorre porque, durante o desenrolar da trama, a criança se identifica com as personagens e “vive” o drama que ali é apresentado de uma forma geralmente simples, porém impactante.

Essas estórias de contos de fadas normalmente começam com “Era uma vez…” e terminam com “viveram felizes para sempre”. Essa ideia cria a esperança de que as coisas na vida podem dar certo e elas podem ter sucesso em suas dificuldades.

9- Cada criança interpreta a estória da sua forma, entenda qual o significado do conto para seu filho!
Os contos de fadas possuem significados e significantes diferentes em determinadas faixas etárias, como por exemplo, ter um significado para uma criança de cinco anos e outro para uma de treze na mesma estória, já que as situações, os sentimentos, os desejos e anseios são outros.

10- Serão adultos mais felizes!

Os contos de fadas são para serem escutados, apreciados e internalizados, cumprindo desta forma com seu papel que é a construção da personalidade infantil, criando bases sólidas que favoreçam o desenvolvimento intelectual, moral e psíquico. Dessa forma, ao se tornarem adultos, saberão resolver dificuldades, terão uma estrutura mais forte para aguentar seus problemas e saberão que mesmo depois de tantas amarguras terão uma recompensa que será a resolução do que os afligia. Pode não ser a resolução esperada, mas uma coisa é certa: sempre haverá a possibilidade para uma nova descoberta e um recomeço, pois a beleza da vida é justamente lutar por seus ideais e conquistá-los. E isso, só os contos de fadas são capazes de proporcionar ainda na tenra idade!

domingo, 8 de fevereiro de 2015

Meditação para superar problemas.



Fazia meditação no seminário, sem qualquer orientação. Era um tempo perdido. Sabemos hoje, após muitas leituras, que meditar é importante. Quem ainda não fez um pouco de Ioga na vida? Pois é, tem um site, chamado Pequeno Guru, que me mandou este texto. Que tal lermos e “meditarmos” sobre ele? É ler e praticar.

“É da natureza humana evitar o desconforto e ignorar a dor. Mas a única maneira de superar as experiências do passado é ao enfrentar as emoções que estão profundamente enraizadas, liberá-las e seguir em frente.”
Encontrei este trecho passeando pelas mídias sociais. E não é a mais pura verdade? Quantas vezes você já entrou na primeira sessão de cinema que viu a frente para não ter que pensar naquele problema que não saía da sua cabeça? Ou apelou para aquele programa de TV cheio de piadinhas infames só para se distrair da dor que explodia no peito?
Buscar ajuda e ocupar a cabeça com distrações divertidas é uma excelente ferramenta para nos ajudar a lidar com nossas dores, mas veja bem, ajudar a lidar é diferente de fugir. Com o tempo a gente aprende que o que a vida requer da gente é verdade e coragem. Encarar é difícil? É sim. Demais. A gente chora, sofre, dói no fundo da alma, mas essa ainda é a única forma possível de cura. Se você dá as costas para uma pessoa, ela pode te assustar muito mais do que se encará-la nos olhos, certo? Com os sentimentos acontece da mesma forma. Quanto mais resistimos ao enfrentamento, maiores e mais assustadores eles se tornam.
Sorte nossa que hoje em dia existem muitas instituições que nos auxiliam nesse processo. Uma delas é a Arte de Viver, uma organização humanitária e educacional, sem fins lucrativos, engajada em inciativas de controle do estresse e serviços sociais. Há 3 anos  fui convidada por um amigo há participar do Yes Plus! – um curso com duração de 6 dias que prometia o fim da ansiedade e do stress. “Uau! eu realmente preciso disso”, pensei. Na época estava há um mês de uma mudança radical de vida e a insônia já fazia parte das minhas noites. Paguei pra ver e me inscrevi no curso. Foi assim que encontrei na meditação, uma maneira incrível para combater à tal insônia e me ajudar a encarar os problemas que mais me assustavam. O que o oriente descobriu há milênios, está hoje ao alcance todos em qualquer parte do mundo.
Quem nunca meditou na vida e escuta essa palavra pela primeira vez pensa que é uma missão impossível que nem Tom Cruise daria conta. Frases como “Como assim não pensar em nada?” , “Isso não existe, é lenda” e a que eu mais gosto: “Não serve pra mim.” Como assim não servir para alguém? Se você é capaz de inspirar e expirar, fechar os olhos e tem sua mente atordoada com pensamento o dia inteiro, não só te serve como deveria ser o primeiro a tentar.
A meditação é uma prática milenar que surgiu na Índia há mais de 5.000 anos antes de Cristo, era praticada por uma civilização chamada védica e demoravam anos para as técnicas serem passadas dos mestres a seus discípulos. Hoje temos a honra de podermos nos inscrever em um curso de 6 dias e ter acesso a conhecimentos tão ricos e poderosos. É um caminho para se voltar para o centro no sentido de desligar-se do mundo exterior e voltar a atenção para dentro de si. Quem não quer calar um pouco a mente que está sempre a mil por hora e ficar alguns minutos com a sensação de paz e tranquilidade? Por isso, não crie barreiras que não existem. Permita-se.

Osho em seu livro “Meditação: a primeira e última liberdade” sugere que meditar é se colocar em estado de observação. É sair do lugar da ação, do sentir, e olhar de cima como um espectador do nosso próprio corpo. Foi através dessa prática que encontrei forças para vasculhar os traumas mais delicados e escondidos que carrego. Quem sabe essa mesma ferramenta te ajude? Experimente sentar confortavelmente com a coluna reta, fechar os olhos e respirar bem devagar durante uns 20 minutos. Deixar os pensamentos atravessarem a mente e ficar apenas observando as sensações que surgem? Pode parecer estranho no início, mas logo você se acostuma. Se nunca teve essa experiência tente fazer isso em casa e depois vem aqui compartilhar conosco o que sentiu.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Criança diz cada uma ... E desafio aos leitores.

São dois pontos na postagem de hoje.

a) CRIANÇA FALA CADA UMA....

Não sou original no título. No final da década de 60 do século passado, Pedro Bloch publicou um livro com este tema, contando todas as histórias de crianças, com suas frases criativas, inventivas e bombásticas.
Creio que vai ser agradável retornar ao assunto com a modernidade destas novas crianças.

b) desafio aos leitores. 

Que tal vocês me mandarem histórias de filhos, sobrinhos, netos, irmãozinhos, priminhos e outros. E vamos escrevendo juntos esta coletânea...


Superar o medo.

O avô psicólogo leva o neto até à praça onde tem muitos aparelhos de ginástica.  Rápido,  ele se apodera de um aparelho que faz movimentos com a perna, imitando a caminhada. Olhando para o avô, que ficara parado, ele incentiva:
- Vem, vô. Vem.
Achando tão bonita a cena, ele não se movimentava.
- Tem medo? – o neto, muito falante, pergunta.
Mente, descaradamente.
-Sim, tenho medo.
Ele se sai com esta:
- Vem. Você tem que superar o medo.

Deus vai ao banheiro?

A mãe foi pega completamente de surpresa ao ouvir o filho de uns cinco anos perguntar.
- Mamãe, Deus vai ao banheiro?
- Que é isso, menino? Que bobagem é esta? – escandalizara-se.
- Uai, hoje de manhã, o papai batia na porta do banheiro e gritava: Ah, meu Deus, você ainda está aí?...

O guarda chuva.

Caíra uma chuvarada na cidade e ele entrara com o guarda chuva dentro de casa pingando água, e o depositara no cantinho. O priminho , com  quatro anos, viu aquela água escorrendo toda do guarda chuva e saiu-se com esta:
Olha. O guarda chuva está fazendo xixi...

Feliz.

Tinha menos de dois anos e era a primeira vez que dormia na casa do avô. Após brincar e fazer bagunças mil com blocos de madeira e provocar risos com suas artimanhas, dormiu pesadamente, na cama de casal, no meio dos pais. De manhã, acordou a mãe e soltou no ar:
- Nenê feliz.

Iogurte grego.
O neto chegara com toda energia, disposição e alegria. Após uma tarde de correria, brincadeiras e pulos, o avô resolveu pedir um tempo e oferecer um iogurte. Concordou plenamente o garotinho de 4 anos.
- Olha, comprei este iogurte grego para você.
Deliciando-se com a iguaria, detonou num instante e ainda com os lábios sujos virou-se para o avô.
- Vovô, sabe por que você me deu iogurte grego?
- Não – falou na santa inocência o idoso.
- Porque você me ama.
O presente de Natal que o avô mais gostou.

Quem Manda.

Ainda não tinha 5 anos, mas era de cheio de vontades e desejos. Por morar em cidade do interior, adora ir a Belo Horizonte por causa dos shoppings e as lojas de brinquedo. Estava tão acostumado a ir  que conhecia de cor e salteado o caminho. Em uma das últimas viagens, mal pisou o solo, saiu em disparada. A tia recriminou: O que é isto? Para de ficar comprando tanto brinquedo.
Revoltado, ele respondeu prontamente:
- Quem manda na minha vida sou eu. E a minha mãe tem o cartão para pagar.

El Papito Juan Pablo.
Era um menino bonito. Só tinha 3 anos e 3 meses. Loirinho, puxou os cabelos da avó paterna, alemã que viveu no Brasil e que voltou para Dresden. Olhos negros, cópia fiel da mãe. Acompanhou os pais para um curso rápido na Alemanha: dois meses. Ficou doente, gripe, dor no ouvido e quase quebra o pé. Apesar de se divertir, ir para escolinha, ver a neve, sentia-se nostálgico. Não sabia de quê e nem sabia explicitar, com tão pouca idade. Quando voltou para Belo Horizonte, numa radiosa tarde de sol, depois de dias chuvosos e calamitosos, veio silente, do aeroporto de Confins até o apartamento onde moravam. Mal o pai abriu a porta da sala, dobrou as perninhas, ajoelhou e beijou o chão. Estava com saudade.

domingo, 1 de fevereiro de 2015

Livre-se da auto-estima baixa: 5 passos.

Em uma destas caçadas pela internet deparei-me com este texto. Não anotei a autoria, infelizmente. Fica então sem os créditos. Sabendo-o, direi quem escreveu. Mas não fui eu. Só passo para frente.

"Auto estima baixa faz mal à saúde mental

Desde quando nascemos somos bombardeados pelos padrões da sociedade, impostos principalmente pela mídia. Crescemos acreditando que sermos nós mesmos não é suficiente, que nosso corpo não é bom o suficiente, muito menos nossa personalidade. Que sermos nós mesmos não inspira uma vida de sucesso - palavra obrigatória no vocabulário de quem cai nesta cilada. E então, começamos uma corrida para atingir as expectativas dos outros em relação a nós e nossa vida. Muitas vezes, a corrida é feita para atingir as expectativas dentro de nossas próprias casas. Não é exatamente isto que acontece? E quando percebemos que entramos numa cilada, já se passaram uns bons anos de nossa juventude sob tal pressão, e ficamos atolados numa lama de baixa autoestima e sentimento de fracasso. E é exatamente assim que se molda uma pessoa insegura e cheia de medos para enfrentar a vida.

Como seria bom se todos nós tivéssemos tido a confiança necessária para sermos quem somos em todas as situações, para respeitarmos nossa personalidade e o nosso corpo exatamente como são. Para dizer sim e para dizer não quando fosse apropriado. Mas, a boa notícia é que o tempo nos ensina tudo, inclusive como curar o nosso sentimento doentio de baixa autoestima e não aceitação de nós mesmos.
Por isso, não se contaminar com a expectativa alheia vai levar você a uma vida mais saudável emocionalmente e, por consequência, mais feliz.
Eis aqui algumas dicas para começar esta jornada. Seguir diariamente esses passos é uma maneira para desintoxicar a si mesmo de pensamentos negativos ligados a traumas e frustrações passadas. Aprender a ser mais assertivo em relação às pessoas, e à vida, é importantíssimo para melhor conhecermos a nós mesmos. E, também, para nos dar a segurança de enfrentar a vida de cabeça erguida e em paz com quem se é e como se é.
1. Livre-se dos relacionamentos tóxicos.
É hora de rever nossas relações e nossas amizades. Qualquer relacionamento que seja tóxico vai levar você a constante estresse. Por um relacionamento tóxico entenda-se duas coisas:
1 - Pessoas que somente apontam os defeitos, nunca as qualidades. Livre-se delas. Pessoas que somente concentram-se nos aspectos ruins em relação a tudo e a todos nos prendem num círculo vicioso de negatividade e opressão. Cerque-se de pessoas que, ao invés de somente apontar os problemas, ajudam a resolvê-los. 
2 - Quando o outro coloca-se em primeiro lugar, não cedendo espaço para você. É aquele relacionamento no qual você fica sempre em segundo plano, suas ideias ou os seus problemas ficam sempre arquivados para serem discutidos depois, assim como as suas vontades. Você é praticamente aquele que "serve" o outro. Você disponibiliza seus ouvidos e seu tempo para o outro, sem receber, de maneira justa, a atenção que merece. Nada é sobre você, tudo é, sempre, sobre o outro.
Estes tipos de relacionamentos, sejam eles de amizade ou românticos, jogam-nos para o nível mais baixo da autoestima, uma vez que nos sentimos sem importância e explorados. Livre-se de qualquer relacionamento tóxico ou imponha-se com determinação para mudar este quadro. Diga "não" com segurança quando for o caso, e seja assertivo.
2. Reavalie os lugares e os círculos sociais que frequenta
Muitas vezes, não fazemos a conexão entre a maneira que nos sentimos e os lugares em que estamos. O ambiente que frequentamos é uma extensão de nós mesmos. Se você está a frequentar ambientes que não tem nada a ver com a sua personalidade, é hora de pensar de novo. 
É normal que, por hábito, continuemos a frequentar os mesmo lugares que frequentávamos em outros períodos de nossa vida, sem considerar, no entanto, que vivemos em constante mutação. Respirar novos ares e conviver com outros grupos sociais nunca é má ideia. Isso te desconecta do passado e te trás para o presente, dando-lhe a chance de rever conceitos, valores, avaliar as pessoas com as quais convive e recomeçar outros rumos.
3. Perdoe, perdoe-se e livre-se de ressentimentos
Antes de tudo perdoe-se por qualquer coisa da qual você ainda sinta culpa. É o primeiro passo para, também, perdoar outras pessoas e livrar-se de ressentimentos. Se for preciso anote num papel os nomes das pessoas com quem você teve desentendimentos no passado e, uma por uma, livre-se das más memórias, perdoando qualquer ofensa que tenha sofrido. Se for o caso, peça perdão e decida-se por esquecer as mágoas e as situações nas quais se sentiu oprimido, ou foi o opressor. O passado pertence ao passado. Jogue fora qualquer lembrança que apenas serve para resgatar sentimentos de raiva e frustração, pois eles são como obstáculos no caminho, dificultando que você siga em frente. Concentre-se no que você ainda pode conquistar, não no que você perdeu. E "let it go"!
4. Não se compare com outros, aceite-se.
Se você se compara com os outros, você não está sozinho. Muitas pessoas, mais do que imaginamos, se comparam com outras pessoas. Esta é uma reação comum e quase inconsciente, e provoca em nós todos os tipos de sentimentos ruins, como inveja, frustração e sentimento de fracasso. É preciso policiar-se. Antes de comparar-se com o outro, lembre-se que o outro trilha um caminho completamente diferente do seu, com outras pessoas ao redor, com outro ambiente familiar, com outras ambições, sonhos e expectativas. Comparar duas vidas completamente diferentes é boicotar-se nas próprias conquistas e qualidades. Ao invés de concentrar-se no outro, concentre-se em você. Aceite-se. Não compare a si mesmo com os outros, compare você agora e você no passado. Veja o que mudou, o que você aprendeu, ou desaprendeu, veja o que ainda pode mudar, veja o que pode ser melhorado. Este é o único tipo de comparação que você pode fazer para evoluir. Compare você com você mesmo.

5. Reinvente-se

Por que não tentar algo novo? Reinventar a própria realidade é uma ótima maneira de descobrir a si mesmo e tentar novas coisas. Acreditar que se pode fazer as coisas de maneira diferente é ajudar a si mesmo a construir uma autoestima poderosa, uma vez que neste processo aprendemos a identificar nosso medos e a combatê-los, saindo da zona de conforto e abrindo-nos possibilidades.
Faça aquele curso de literatura ou culinária que você sempre quis. Inscreva-se num curso de fotografia. Compre uma máquina fotográfica. Viaje para um lugar diferente desta vez. Pinte sua casa com uma nova cor, experimente fazer algo que você nunca fez. Faça algum tipo de serviço voluntário. Ame a si mesmo e ame aos outros. Ajudar os outros é ajudar a si mesmo. A Ciência já comprovou que solidariedade é uma das chaves para a felicidade, portanto, o que você tem a perder? Doe seu tempo para ajudar uma causa na qual você acredita. Mude os hábitos, mude a rotina, mude os pontos de vista, seja criativo. Enfim, isso é reinventar-se!