Fazenda onde nasceu o blogueiro. Foto Luis Fernando Gomes

Fazenda onde nasceu o blogueiro. Foto Luis Fernando Gomes
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quarta-feira, 27 de julho de 2011

COMO EVITAR O ALZHEIMER

Os leitores estão chegando de férias e o tema não é para assustá-los, mas incentivá-los. Afinal vocês sairam da rotina, se mexeram, fizeram coisas diferentes. E isto é bom para evitar essa terrível doença. Li o texto em um site sobre cérebro, achei-o pertinente e passo para vocês.

De acordo com um estudo recente apresentado na Conferência Internacional da Associação de Alzheimer, mais da metade dos casos da doença de Alzheimer poderiam potencialmente ser prevenidos através de mudanças no estilo de vida e tratamento ou prevenção de condições médicas crônicas.
Pesquisas anteriores já identificavam uma série de fatores de risco para a doença de Alzheimer – incluindo doenças cardíacas e seus fatores de risco, níveis de atividade física e estímulo mental, e alimentação – mas não era claro como modificando esses fatores de risco resultaria na redução dos casos de Alzheimer.
Cientistas utilizaram modelagem matemática para calcular a porcentagem de casos de Alzheimer que poderiam ser atribuídos a esses fatores de risco modificáveis e, embora as premissas utilizadas ainda tenham que ser validadas, identificaram que sete fatores de risco contribuem para 17,2 milhões de casos no mundo todo, ou 51% de todos os casos.
O estudo conduzido pela equipe da Dra. Deborah Barnes, da Universidade da Califórnia, divulgou a proporção dos casos de Alzheimer no mundo que são potencialmente atribuíveis a cada um dos sete fatores de risco:
  • Baixo nível educacional: 19%
  • Fumo: 14%
  • Inatividade física: 13%
  • Depressão: 11%
  • Hipertensão na meia idade: 5%
  • Obesidade na meia idade: 2%
  • Diabetes: 2%
Os pesquisadores ficaram surpresos com a descoberta de que fatores como a falta de atividade física e fumar contribuem para mais casos de Alzheimer do que doenças cardiovasculares, de acordo com o modelo. Mas isso sugere que mudanças de estilo de vida relativamente simples como manter a mente ativa, aumentar a atividade física e parar de fumar podem ter um impacto dramático na redução número de casos de Alzheimer ao longo do tempo.
A doença de Alzheimer vem se tornando mais comum e um grande peso econômico para os sistemas de saúde na medida em que a população envelhece. Apesar das diversas pesquisas sobre o assunto, principalmente nos países ricos, ainda não há cura. Nos Estados Unidos, a doença de Alzheimer é a única causa de morte dentre as 10 maiores naquele país que não pode ser curada. E também a única em que as mortes estão crescendo enquanto as das outras doenças diminuem.
Então,comecemos a mudar nosso estilo de vida e estimulemos nossos   familiares e amigos a fazerem o mesmo.
Já estou fazendo minha parte.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Quando o Relacionamento Chega ao Fim

ACABOU. E AGORA? COMO ENFRENTAR O FIM DO CASAMENTO?

Já escrevi aqui sobre o fim de relacionamento, com uma abordagem mais psicanalítica (março deste ano). Hoje faço um complemento de uma forma mais otimista, com  opiniões de uma colega..

Foram anos juntos. Décadas, até. Momentos felizes e tristes foram compartilhados, muitas lembranças ficaram. Mas acabou. Seja qual tenha sido o motivo do término, é hora levantar, sacudir a poeira e dar a volta por cima. O fim é doloroso e recomeçar nunca é fácil, mas existem maneiras seguras de passar por esse momento sem amarguras e arrependimentos. E nunca se esqueça dos amigos, nessas horas, o apoio deles é fundamental. No caso de M, por exemplo, foi um amigo que soube que estava se separando, antes mesmo dos pais e irmãos.

O fim de um relacionamento é difícil para ambas as partes: para quem desejava e para quem não desejava o fim. Na opinião da Psicóloga Clínica Miriam Barros, “para quem desejou e provocou o fim da relação, o término pode ser difícil. Muitas vezes a pessoa terá que lidar com sentimentos de culpa ao perceber como a outra parte foi afetada. Mas é especialmente difícil para a pessoa que não desejava o fim da relação. Os sentimentos não somem de um dia para o outro. Suportar a ideia que você morreu dentro do outro, que ele não pensa mais em você e que você não fará mais parte da vida dele é muito duro para quem ainda gosta”.

Como muitas pessoas sabem, o fim não é fácil para nenhuma das partes – bem como o recomeço –, uma relação prejudicial pode ser sustentada por muito tempo sem que nenhuma delas tome iniciativa e coloque um ponto final. “Terminar uma relação significa reconhecer que algo em que investimos tempo e sentimento não deu certo. O novo também assusta muito. O receio de ficar só, de não encontrar um bom parceiro ou parceira faz com que as pessoas arrastem uma relação complicada e infeliz durante anos. Supõe-se que, quanto mais tempo juntos, maior o vínculo, mais histórias viveram juntos, mais tempo e sentimentos foram investidos. E também entra a questão do simples hábito de estar com o outro”, pondera Miriam. Simples hábito, mas muito forte.
Homens e mulheres lidam com o fim de maneiras distintas. Segundo a psicóloga, “os homens tentam ser mais racionais e começam a sair logo e procurar outra companhia com mais rapidez. Para eles é muito difícil sofrer por amor e eles tentam se livrar rapidamente desse sentimento. V., por exemplo, se gabava de ter arrumado três namoradas simultaneamente. Ainda que duas mais ou menos virtuais. As mulheres, por sua vez, tendem a buscar a companhia das amigas e da família, demorando mais para desejar outra companhia. Acho que elas demonstram mais o que sentem e assumem o seu sofrimento mais do que os homens. Além disso, as mulheres são mais emocionais, se entregam mais e são mais românticas. Elas normalmente criam mais expectativas em relação aos namoros do que os homens e, com isso, tendem a se frustrar e sofrer”. O romantismo das mulheres pode afetar novos relacionamentos.
Recomeçar não é fácil, mas se engana quem pensa que pessoas mais jovens têm, necessariamente, mais facilidade de lidar com essa situação. “Os jovens podem ter mais facilidade de recomeçar porque muitos fatores que envolvem a relação de homens e mulheres estão ligados à juventude, como a capacidade reprodutiva na mulher e a virilidade masculina. Por outro lado, a quantidade de pessoas que estão se divorciando na meia idade é tão grande que aumenta a probabilidade de pessoas maduras encontrarem novos parceiros e parceiras que estão na mesma situação. Além disso, a medicina tem avançado no sentido de contribuir para que elas tenham uma vida sexual ativa”, diz Miriam.
O término faz sofrer, chorar e dói, mas o luto tem um tempo para terminar e nunca é bom passar sozinho por esse período. “O melhor a fazer nessa hora é buscar apoio em pessoas amigas e falar do assunto, tentar entender o que aconteceu e chorar até esgotar. Mas essa dor precisa ter tempo para terminar. É preciso se desligar emocionalmente do outro. Isso significa abandonar as velhas lembranças e ilusões da relação que acabou, enxergar a realidade e investir em novos projetos. Esses novos projetos ajudam a enriquecer a vida e dão um novo ânimo, ajudam a enxergar que a vida tem muitas coisas boas para oferecer. Os horizontes se ampliam quando se começa a investir em cursos, viagens, programas diferentes”, observa Miriam. Há vida inteligente também fora do casamento.
E o contato com o ex? Miriam recomenda que se cortem relações, especialmente no começo. “No início, é muito difícil continuar sendo amiga de alguém que queremos de uma outra forma. Manter o contato só trará mais sofrimento e alimentará expectativas e esperanças falsas do lado de quem ainda quer a relação. Quando se tem filhos envolvidos, o ideal é manter um relacionamento cordial, dentro do possível para tratar de questões ligadas a eles. Mas o respeito a si mesmo e à própria dor devem nortear qualquer decisão de aproximação ou afastamento”, diz.


sábado, 16 de julho de 2011

Filme de Woody Allen

SOBRE O FILME DE WOODY ALLEN: MEIA NOITE EM PARIS

Sou fã de Woody Allen. Do primeiro ao ultimo filme. Quando vi “Meia Noite em Paris”, saí do cinema pisando nas nuvens de felicidade. Estava diante de um gênio. Pensei em escrever algo sobre o filme, mas me faltava coragem. Não conseguiria expressar meus sentimentos. Eis que M.T, uma psicanalista amiga, me envia este texto importantíssimo de Calligaris. Passo para vocês.

CONTARDO CALLIGARIS 
É fácil desistir de nossos sonhos 


Dedicamos mais energia à tentativa de silenciar os nossos sonhos do que à tentativa de realizá-los




GIL PENDER, o protagonista do último filme de Woody Allen, "Meia-Noite em Paris", quer deixar de escrever roteiros de sucesso (que ele mesmo acha medíocres) para se dedicar a coisas "mais sérias" e menos lucrativas: um romance, por exemplo. Ele acumulou dinheiro suficiente para tentar essa aventura por um tempo, em Paris, como um escritor americano dos anos 1920.
Infelizmente, Pender está prestes a se casar com uma noiva que aprecia muito seu sucesso atual, mas não tem gosto algum pela incerteza (financeira) de seu sonho. Tudo indica que ele se dobrará às expectativas da noiva, dos futuros sogros e do mundo, renunciando a seu desejo. Talvez seja por causa dessa renúncia, aliás, que noiva e sogros o desprezam (todo o mundo acaba desprezando o desejo de quem despreza seu próprio desejo).
Mas eis que, na noite parisiense, alguns fantasmas do passado levam Pender para a época na qual poderia viver uma vida diferente e mais intensa -a época na qual seria capaz de fazer apostas arriscadas.
A idade de ouro de Pender é a Paris de Hemingway, Fitzgerald, Cole Porter, Picasso etc. Como disse Gertrude Stein (outra protagonista do sonho do herói), eles são a geração perdida, entre uma guerra terrível e outra pior por vir (isso ela não sabia, mas talvez pressentisse). Por que eles fariam a admiração de Pender e a nossa? Hemingway responde quando explica a Pender que, para amar e escrever, é preciso não ter medo da morte. Claro, não ter medo da morte talvez seja pedir muito, mas Pender poderia mesmo se beneficiar com um pouco mais de coragem; se conseguisse decidir sua vida sem medo da noiva e dos sogros, seria um progresso.
Concordo com o que escreveu Marcelo Coelho, em artigo neste mesmo espaço na edição de 22 de junho: uma moral do filme é que "temos só uma vida para viver -a nossa", ou seja, tudo bem sonhar com a idade de ouro, à condição de acordar um dia.
Agora, o que emperra a vida de Pender não é seu sonho nostálgico, é o presente. A nostalgia, aliás, é seu recurso para não se esquecer completamente de seus próprios sonhos. É como se, para preservar seu desejo, ele o situasse numa outra época. Mas preservá-lo de quem?
Antes de mais nada, um conselho. Acontece, às vezes, que nosso sucesso não tenha nada a ver com nossos sonhos -por exemplo, você queria ser promotor de Justiça, mas fez algum dinheiro com a imobiliária de família e aí ficou, renunciando a seu sonho.
Nesses casos, uma precaução: case-se com alguém que ame seu sonho frustrado e não só seu sucesso; sem isso, inelutavelmente, chegará o dia em que você acusará seu casal de ter sido a causa de sua renúncia. Em outras palavras, é possível e, às vezes, necessário renunciar a nossos sonhos, mas é preciso escolher como parceiro alguém que goste desses sonhos e dos jeitos um pouco malucos que usamos para acalentá-los (no caso de Pender, passeios por Paris à meia-noite e na chuva).
Voltemos agora à pergunta: contra quem Pender precisou preservar seu desejo, mandando-o para outra época? Contra a noiva que desconsiderava seus sonhos? Aqui vem outra moral do filme.
Pender não é nenhum caso raro: todos nós, em média, dedicamos mais energia à tentativa de silenciar nossos sonhos do que à tentativa de realizá-los. Muitos dizem que desistiram de sonhos dos quais os pais não gostavam por medo de perder o amor deles. Mas por que Pender recearia perder o amor da noiva, que ele não ama, e dos sogros, que ele ama ainda menos?
O fato é que somos complacentes com as expectativas dos outros (que amamos ou não) à condição que elas nos convidem a desistir de nosso desejo. É isso mesmo, a frase que precede não saiu errada: adoramos nos conformar (ou nos resignar) às expectativas que mais nos afastam de nossos sonhos. Aparentemente, preferimos ser o romancista potencial que foi impedido de mostrar seu talento a ser o romancista que tentou e revelou ao mundo que não tinha talento. Desistindo de nossos sonhos, evitamos fracassar nos projetos que mais nos importam.
Em suma, da próxima vez que você se queixar de que seu casal afasta você de seus sonhos, lembre-se: foi você quem o escolheu.
E mais um conselho: se você encontrar alguém disposto a caminhar na chuva do seu lado, não fuja; molhe-se.



quarta-feira, 13 de julho de 2011

Como Atrair Dinheiro

Uma querida amiga, generosa nos presentes e lidando bem com o dinheiro, me mandou este texto. A origem judaica não sei se é verdade. Entretanto são boas as palavras e me remetem ao livro “A Cabala do Dinheiro”, de Nilton Bonder, que aconselho aos leitores lerem.
Ah, mantive a escrita original, com esta maneira estranha de segunda pessoa, tu.

Técnicas de "Como atrair e ganhar dinheiro"

Estes antigos costumes e idéias, extraídos das crenças  cabalísticas hebraicas, continuam a ter vigência no mundo de hoje e  foram adaptados no Ocidente, especialmente na América Latina,  como parte da carga ancestral e genética que deriva da "cultura  sefardita" que praticavam os judeus espanhóis estabelecidos na  Península Ibérica desde 1492.

 COMO RECEBER DINHEIRO: Para que a sua casa se habitue ao dinheiro e nunca falte, siga estes conselhos:

 - No dia em que receber o salário não deve gastar nem um centavo e  toda a quantia deve passar uma noite na sua casa ou na sua conta  bancária. Os antigos sábios aconselham que se conserve uma nota  durante todo o ano. Ficando esta nota carregada de energia positiva começará a atrair mas dinheiro para ti.
 - Não assobies em casa, na cama, ou não receberás dinheiro extra, nem sequer apanhes as migalhas da mesa com a mão que parece miserável e  assim continuarás.

 - Se ofereceres alguma coisa, que seja de qualidade, nunca restos ou coisas destruídas

 - Para que haja sempre dinheiro em casa tens de por a vassoura com o cabo para baixo.
 - É preferível não pedir aumento mas apresentar méritos. Caso peças pede ao meio-dia porque é quando o sol irradia a sua máxima energia
 - Não emprestes dinheiro às segundas, não peças emprestado às terças, nem devolvas o que te emprestaram às sextas-feiras
 - Pede e empresta de manhã porque qualquer maneio de dinheiro à noite  significa bancarrota

 - No geral, é melhor emprestar do que pedir emprestado.
 Quem empresta é porque tem e assim o dinheiro fica programado para ser  devolvido.

 - Guarda sempre 10% do que ganhares, sem falha, e coloca-o no banco.
 Usa-o apenas para gerar mais dinheiro. Se com os restantes 90% não consegues viver, procura ganhar mais dinheiro.
 - Anda sempre com uma nota ou uma moeda no bolso. O dinheiro não gosta de "bolsos rotos".
 - A tua carteira nunca deve estar vazia, tens de ter sempre pelo menos uma moeda
 - Todas as notas têm de ficar com a cara para fora, para onde está o seu dono.
- No compartimento menor da carteira guarda uma nota de 1 dólar (ou equivalente) dobrada em triângulo.
 - No porta-moedas ou carteira, guarda uma "moeda feliz" do teu primeiro salário, de uma pessoa boa ou de um negócio bem sucedido. Nunca a deves gastar já que é um talismã senão o dinheiro vai sentir-se desprezado e não regressará.
 - O dinheiro ganho em jogos, apostas ou de maneira injusta, encontrado ou oferecido, não trás felicidade e, por isso, não o deves conservar por muito tempo. Gasta-o depressa ou dá para caridade.
 Depois de leres isto já te apercebeste que o dinheiro é ganho, gasto e perdido. Só tens realmente aquele que poupaste. Para não perderes o teu dinheiro faz o seguinte: atrai o dinheiro enviando este texto aos teus amigos e conhecidos. O dinheiro começa a aparecer porque demonstras que o respeitas e que o estimas.
Resolvi colocar no blog, pois atinjo mais leitores e quem sabe o dinheiro volta com grande quantidade.
 Usa o poder da imaginação para visualizar o dinheiro que vais receber.

Minha imaginação está a mil.

sábado, 9 de julho de 2011

Quem nos faz infelizes?

O INFERNO SÃO OS OUTROS?

Essa frase na afirmativa é de Sartre. Será que são os outros que nos fazem infelizes ou nos trazem a felicidade?
A infelicidade não tem causa externa; a causa é interna. Insistimos em atirar a responsabilidade para fora de nós mesmos, mas isso é apenas uma desculpa.
Que isto fique claro: a infelicidade é desencadeada de fora, mas o exterior não a cria. Quando alguém me insulta, o insulto vem de fora, mas a raiva está dentro de mim. A raiva não é causada pelo insulto, não é o efeito do insulto. Se não houvesse a energia da raiva em mim, o insulto permaneceria impotente. Ele teria simplesmente passado, e eu não teria me perturbado por ele.
Causas não existem fora da consciência humana, elas existem dentro de nós. Eu sou a causa da minha vida, e entender isso é entender uma das verdades mais básicas, entender isso é começar uma jornada de transformação.”
. Quantas vezes já jogamos a desculpa nos outros?  Dizemos: estou feliz por causa de fulano, estou infeliz por sua causa, sinto raiva de você, ele me deixou pra baixo, ela me machucou emocionalmente
Pois é, o texto acima é claro: os outros somente podem despertar em nós, aquilo que em nós já habita.
Então, deixemos os outros despertarem em nós o melhor de nós, e sejamos cuidadosos com aquilo que de pior que nos habita.
Sempre que nos desgostarmos de alguém, sempre que sentirmos coisas ruins, despertemos para o fato de que, os outros não colocam isso em nós, só despertam, portanto, cabe a nós a reeducação emocional.
Devemos aprender a dominar nossos sentimentos inferiores. Precisamos nos responsabilizar por nós mesmos. E quando os outros despertarem em nós sentimentos bons e produtivos, vamos expressá-los. Quando não, devemos agradecer aos outros por nos fazer ver que ainda temos muito que evoluir.






terça-feira, 5 de julho de 2011

Só o Amor chega?

Apesar de julho não ser o mês dos namorados, o texto a seguir achei muito pertinente. Ele me fez lembrar de duas histórias. Casal bem novinho, ele mal empregado, ela fazendo faculdade e dando aulas. Ela propõe o casamento e "morar debaixo da ponte". Ele recusou. Outro casal, este na terceira idade. Ambos aposentados e divorciados. Ela sugere o casamento, mesmo que tenham que viver separados.. Afinal se ela morrer, a pensão fica para ele. A proposta é recusada. Mas passemos ao texto de Artur da Távola.

Amor, só, não basta!

Por mais que o poder e o dinheiro tenham conquistado uma ótima posição no ranking das virtudes, o amor ainda lidera com folga. Tudo o que todos querem é amar. Encontrar alguém que faça bater forte o coração e justifique loucuras.
Que nos faça entrar em transe, cair de quatro, babar na gravata. Que nos faça revirar os olhos, rir à toa, cantarolar dentro de um ônibus lotado. Tem algum médico aí??? Depois que acaba esta paixão retumbante, sobra o que?
O amor.

Mas não o amor mistificado, que muitos julgam ter o poder de fazer levitar. O que sobra é o amor que todos conhecemos, o sentimento que temos por mãe, pai, irmão, filho. É tudo o mesmo amor, só que entre amantes existe sexo. Não existem vários tipos de amor, assim como não existem três tipos de saudades, quatro de ódio, seis espécies de inveja. O amor é único, como qualquer sentimento, seja ele destinado a familiares, ao cônjuge ou a Deus.
A diferença é que, como entre marido e mulher não há laços de sangue, a sedução tem que ser ininterrupta. Por não haver nenhuma garantia de durabilidade, qualquer alteração no tom de voz nos fragiliza, e de cobrança em cobrança acabamos por sepultar uma relação que poderia ser eterna.
Casaram. Te amo prá lá, te amo prá cá. Lindo, mas insustentável. O sucesso de um casamento exige mais do que declarações românticas. Entre duas pessoas que resolvem dividir o mesmo teto, tem que haver muito mais do que amor, e às vezes nem necessita de um amor tão intenso. É preciso que haja, antes de mais nada, respeito. Agressões zero. Disposição para ouvir argumentos alheios. Alguma paciência... Amor, só, não basta.
Não pode haver competição. Nem comparações. Tem que ter jogo de cintura para acatar regras que não foram previamente combinadas. Tem que haver bom humor para enfrentar imprevistos, acessos de carência, infantilidades. Tem que saber levar. Amar, só, é pouco.
Tem que haver inteligência. Um cérebro programado para enfrentar tensões pré-menstruais, rejeições, demissões inesperadas, contas pra pagar. Tem que ter disciplina para educar filhos, dar exemplo, não gritar. Tem que ter um bom psiquiatra. Não adianta, apenas, amar.
Entre casais que se unem visando à longevidade do matrimônio tem que haver um pouco de silêncio, amigos de infância, vida própria, um tempo pra cada um. Tem que haver confiança. Uma certa camaradagem, às vezes fingir que não viu, fazer de conta que não escutou. É preciso entender que união não significa, necessariamente, fusão. E que amar, 'solamente', não basta.
Entre homens e mulheres que acham que o amor é só poesia, falta discernimento, pé no chão, racionalidade. Tem que saber que o amor pode ser bom, pode durar para sempre, mas que sozinho não dá conta do recado. O amor é grande mas não é dois.
É preciso convocar uma turma de sentimentos para amparar esse amor que carrega o ônus da onipotência. O amor até pode nos bastar, mas ele próprio não se basta.

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Por falar em Porcos

Este foi um dos primeiros artigos meus a ser publicado no jornal Dia e Noite em São José do Rio Preto, no final dos anos 70 do século passado. O governo do momento - não muda, sempre tem ideias idiotas - queria proibir a criação de porcos no quintal. Foi um auê danado, mas, apesar de não se ter criado nenhuma Associação de Proteção aos Criadores de Porcos e nem a Socieade Protetora dos Animais ou a Secretaria dos Direitos Humanos terem saido em defesa ou dos porcos ou dos humanos, o assunto morreu logo. E, em nossos dias atuais  surgiu a peste suina, então o artigo fica atual

Por falar em porcos...


As últimas declarações do ministro da Agricultura me deixaram num conflito terrível. “Só será permitida a criação de porcos em ambientes limpos e higienizados.” Logo agora que eu queria criar uns porquinhos no fundo do meu quintal! Porque afinal, os porcos têm seu valor. Se levarmos à risca a declaração do ministro, jamais poderemos xingar alguém de “porco”,pois aí estaríamos elogiando: “Puxa, como você é limpinho e higiênico. E as mães, coitadas, não poderiam mais falar para os filhinhos que chegam da escola bem imundos: “Hoje você está parecendo um porquinho. Quer dizer, seria uma mão-de-obra danada. Teríamos de apelar para o Aurélio para que nos arrumasse outro vocábulo.
Mas falei, falei e não disse o meu problema. Pois bem, estava pretendendo criar um porco, ou mesmo um casal (ninguém é de ferro, principalmente o porco), no fundo da minha casa. Com o preço do boi em pé, deitado, morto ou vivo, teríamos de apelar para outros tipos de carnes. Nesta ocasião, o rango voa, isto é, o preço. O peixe anda muito contaminado, coitado. É maré vermelha, mercúrio, barragens e mais barragens. Os animais domésticos ainda não foram sacrificados; por exemplo, o gato e o cachorro. Dizem as más línguas que carne de cavalo anda a galope, isto é, à solta por aí. Entretanto, vai um aviso aos navegantes: não me falem em cavalos. São animais nobres (ou de nobres). Enfim, teríamos de apelar para os insetos caseiros:
Moscas, mosquitos, baratas. Ah, ia-me esquecendo: segundo cálculos paulistas, há cinco ou oito ratos por habitante da grande São Paulo. Seria uma boa?
Voltando ao meu caso, faria economia com o meu casal de porcos. Os restos das comidas familiares seriam um lauto jantar para os dois. Os porquinhos não enjeitariam alguns petiscos como carne, salsicha ou presunto estragados, e nos livrariam de doenças. (O preço da consulta médica está pela hora da morte!) E, depois, o tempo livre do casal seria preenchido com efusões amorosas, e logo, logo, eu teria alguns porquinhos a mais. (A vantagem é que nunca vem só um, não.) Então surgiria outra grande economia: os brinquedos para as crianças estão valendo uma fábula (com bruxa e tudo), e nada melhor do que um porquinho de alguns dias para um brinquedo útil, educativo. (Até orientação sexual seria possível com eles.) E olha que elas não precisavam ver um porquinho que fala na televisão chamado Rabicó (aliás, não sei como não o mataram, com esta peste suína que assola o País de norte a sul, do Oiapoque ao Chuí) . Se bem que desconfio que o Minotauro era um fiscal da saúde disfarçado que queria degolar o pobre do Rabicó. Bom, então como vou ficar? Mais tarde, quando os filhinhos do casal já estivessem crescidinhos, far-se-ia a matança (um de cada vez) dos porcos, e teríamos toucinho e banha ( o óleo de soja está ou subindo de preço ou sumindo dos supermercados), uma linguicinha jóia para saborearmos com tutu à mineira (não sei se poderíamos colocar couve, por causa dos pesticidas e adubos), uma costelinha deliciosa, um lombo assado, um chouriço, isto sim, uma coisa que a gente não come há décadas (no meu caso). Ah, e o cerimonial para matar o porco? Seria uma festa na rua. Depois de morto, seria coberto por palhas (haja milho!), e sapecaríamos fogo nas ditas.
Enfim, tudo perdido. Nada se poderá fazer.
Mas duas perguntas ficam me martelando a cabeça (a minha, não, a do porco). Primeira: Se criamos há tanto tempo os nossos porcos em fundos de quintais e sem “higiene”, por que só agora surgiu a peste suína africana? Segunda: Não seria melhor que se proibisse a existência de gente em lugares insalubres, pouco higiênicos? Daqui a pouco teremos a peste homínica, se continuar do jeito que está.
Ah, ia-me esquecendo: a bexiga do porco dá uma bola fantástica para as peladas no meio da rua, desde que os meninos não sejam atropelados. E como ficaria a expressão feminista “Você é um porco chauvinista”? Seria mudada? Acho que, na verdade, eu só chamaria alguém aqui de chauvinista.