Fazenda onde nasceu o blogueiro. Foto Luis Fernando Gomes

Fazenda onde nasceu o blogueiro. Foto Luis Fernando Gomes
Fazenda onde nasceu o blogueiro. Foto Luis Fernando Gomes

terça-feira, 29 de outubro de 2013

Meditação para superar problemas.




Fazia meditação no seminário, sem qualquer orientação. Era um tempo perdido. Sabemos hoje, após muitas leituras, que meditar é importante. Quem ainda não fez um pouco de Ioga na vida? Pois é, tem um site, chamado Pequeno Guru, que me mandou este texto. Que tal lermos e “meditarmos” sobre ele? É ler e praticar.

“É da natureza humana evitar o desconforto e ignorar a dor. Mas a única maneira de superar as experiências do passado é ao enfrentar as emoções que estão profundamente enraizadas, liberá-las e seguir em frente.”
Encontrei este trecho passeando pelas mídias sociais. E não é a mais pura verdade? Quantas vezes você já entrou na primeira sessão de cinema que viu a frente para não ter que pensar naquele problema que não saía da sua cabeça? Ou apelou para aquele programa de TV cheio de piadinhas infames só para se distrair da dor que explodia no peito?
Buscar ajuda e ocupar a cabeça com distrações divertidas é uma excelente ferramenta para nos ajudar a lidar com nossas dores, mas veja bem, ajudar a lidar é diferente de fugir. Com o tempo a gente aprende que o que a vida requer da gente é verdade e coragem. Encarar é difícil? É sim. Demais. A gente chora, sofre, dói no fundo da alma, mas essa ainda é a única forma possível de cura. Se você dá as costas para uma pessoa, ela pode te assustar muito mais do que se encará-la nos olhos, certo? Com os sentimentos acontece da mesma forma. Quanto mais resistimos ao enfrentamento, maiores e mais assustadores eles se tornam.
Sorte nossa que hoje em dia existem muitas instituições que nos auxiliam nesse processo. Uma delas é a Arte de Viver, uma organização humanitária e educacional, sem fins lucrativos, engajada em inciativas de controle do estresse e serviços sociais. Há 3 anos atrás fui convidada por um amigo há participar do Yes Plus! – um curso com duração de 6 dias que prometia o fim da ansiedade e do stress. “Uau! eu realmente preciso disso”, pensei. Na época estava há um mês de uma mudança radical de vida e a insônia já fazia parte das minhas noites. Paguei pra ver e me inscrevi no curso. Foi assim que encontrei na meditação, uma maneira incrível para combater à tal insônia e me ajudar a encarar os problemas que mais me assustavam. O que o oriente descobriu há milênios, está hoje ao alcance todos em qualquer parte do mundo.
Quem nunca meditou na vida e escuta essa palavra pela primeira vez pensa que é uma missão impossível que nem Tom Cruise daria conta. Frases como “Como assim não pensar em nada?” , “Isso não existe, é lenda” e a que eu mais gosto: “Não serve pra mim.” Como assim não servir para alguém? Se você é capaz de inspirar e expirar, fechar os olhos e tem sua mente atordoada com pensamento o dia inteiro, não só te serve como deveria ser o primeiro a tentar.
A meditação é uma prática milenar que surgiu na Índia há mais de 5.000 anos antes de Cristo, era praticada por uma civilização chamada védica e demoravam anos para as técnicas serem passadas dos mestres a seus discípulos. Hoje temos a honra de podermos nos inscrever em um curso de 6 dias e ter acesso a conhecimentos tão ricos e poderosos. É um caminho para se voltar para o centro no sentido de desligar-se do mundo exterior e voltar a atenção para dentro de si. Quem não quer calar um pouco a mente que está sempre a mil por hora e ficar alguns minutos com a sensação de paz e tranquilidade? Por isso, não crie barreiras que não existem. Permita-se.
Osho em seu livro “Meditação: a primeira e última liberdade” sugere que meditar é se colocar em estado de observação. É sair do lugar da ação, do sentir, e olhar de cima como um espectador do nosso próprio corpo. Foi através dessa prática que encontrei forças para vasculhar os traumas mais delicados e escondidos que carrego. Quem sabe essa mesma ferramenta te ajude? Experimente sentar confortavelmente com a coluna reta, fechar os olhos e respirar bem devagar durante uns 20 minutos. Deixar os pensamentos atravessarem a mente e ficar apenas observando as sensações que surgem? Pode parecer estranho no início, mas logo você se acostuma. Se nunca teve essa experiência tente fazer isso em casa e depois vem aqui compartilhar conosco o que sentiu.




sábado, 26 de outubro de 2013

Descobertas da neurociência.


Recebo constantemente textos falando sobre o cérebro. É um assunto que gosto de ler. Os conhecimentos sobre este órgão tão importante para nós têm avançado. O que é ótimo. Vejamos algumas grandes descobertas.

O cérebro humano é um órgão extremamente complexo e, apesar de ser um objeto de estudos desde o Egito antigo, cientistas afirmam que na última década foi descoberto mais coisas sobre o cérebro do que em todas as décadas anteriores. Mesmo com esse grande avanço na ciência, ainda há muitos mistérios sobre o cérebro a serem desvendados, o que com certeza manterá os neurocientistas ocupados por muitas outras décadas.
Para entender essa evolução da neurociência, destacamos algumas das grandes descobertas dos últimos tempos. Por exemplo, você sabia que os neurônios só foram descobertos por volta de 1890? Que a doença de Alzheimer foi primeiro descrita em 1906? E que a região do cérebro responsável pela fala foi identificada por volta de 1860, porém a responsável pela memória só quase um século depois?
O neurônio
Por volta de 1870, um cientista chamado Goldi desenvolveu uma forma de tingir o cérebro que permitiu que fossem visto pela primeira vez os tecidos e células individuais do cérebro. Mas ainda não se sabia se o cérebro era composto de células nervosas individuais ou de um tipo de tecido contínuo. Após vários anos de pesquisa, ficou provado que a estrutura básica do sistema nervoso era composta de células individuais, as quais foram batizadas de “neurônios” em 1891.
O lugar da linguagem
O paciente só conseguia falar uma única sílaba e faleceu alguns dias depois que o cirurgião francês Paul Broca o conheceu por volta de 1860. Quando o cirurgião analisou o cérebro do paciente, encontrou uma lesão na superfície do obo frontal esquerdo. Tempos depois, Broca conheceu um segundo paciente com problemas de fala que, após a morte, tinha o mesmo tipo de lesão cerebral; assim como muitos e muitos pacientes depois dele. O cirurgião documentou esses casos e estabeleceu a conexão entre a fala e essa região do cérebro. Esse trabalho marcou a primeira vez que certas regiões do cérebro foram atribuídas a tarefas específicas, um preceito que serve de base para quase todos os trabalhos de neurociência atualmente.
A doença de Alzheimer
Na medida em que envelhecemos, aumentam os riscos de desenvolvermosdemência. Enquanto os cientistas ainda se esforçam para entender a demência, devemos aplaudir o trabalho de Alois Alzheimer, que em 1906 descreveu a doença que leva seu nome. O médico conheceu uma paciente num hospital alemão que estava sendo tratada por comportamento estranho, obosia e problemas de memória. Ele entrevistou-a diversas vezes e depois estudou seu cérebro após a morte. Em 1906, ele fez uma apresentação descrevendo os sintomas desse tipo de demência e os ligou às placas e emaranhados que encontrou no cérebro da paciente. A descrição das características dessa doença pavimentou o caminho para os pesquisadores atualmente trabalhando na sua prevenção e tratamento.
Pistas sobre a memória
H.M. é um dos pacientes mais famosos de toda a neurociência e foi graças a ele que possuímos um entendimento de como a memória funciona no cérebro. O paciente H.M., assim chamado para manter sua privacidade, tinha um tipo severo de epilepsia e, em 1953, um cirurgião efetuou uma operação experimental para corrigir essa condição. A cirurgia, que removeu partes dos obos temporais do paciente, deixou H.M. com amnésia profunda; o jovem era incapaz de formar novas memórias ou de lembrar os nomes das pessoas que conhecia. Com a ajuda de uma psicóloga, foram aplicados vários testes de memória no paciente que resultaram em descobertas importantes.
Antes desse trabalho, cientistas achavam que as memórias eram distribuídas por todo o cérebro, mas o cirurgião e a psicóloga conseguiram ligar a amnésia de H.M. às partes do cérebro que foram removidas. Um dos testes também demonstrou como diferentes tipos de memória eram armazenados em diferentes partes do cérebro. Como H.M. podia aprender novas tarefas, cientistas concluíram que existia um sistema subconsciente de aprendizado motor que era distinto do sistema de memória declarativa, aquele que havia sido afetado pela cirurgia.
A plasticidade cerebral
Uma das mais recentes conquistas da neurociência é também uma das mais significativas, abrindo caminho para a próxima era da exploração cerebral. Durante séculos, cientistas achavam que o cérebro se tornava um objeto fixo, inalterável, após seu desenvolvimento inicial nos primeiros anos. Como se conseguíssemos moldar nosso cérebro somente até certa idade e depois, se acontecesse algo de errado, não haveria mais o que fazer. Mas nos últimos anos, pesquisadores descobriram o conceito da neuroplasticidade: evidências de que o nosso cérebro pode ser reconectado e ajustado em qualquer idade.

O conceito da neuroplasticidade tem implicações em educação e em tratamentos potenciais para distúrbios neurológicos. Um estudo intenso de um assunto, em qualquer idade, pode alterar a área do cérebro associada àquele assunto, como demonstrado no cérebro dos taxistas londrinosdurante o treinamento. E, também, um AVC não significa mais a perda irreversível da função cerebral, pois estudos recentes indicam que a estrutura do cérebro pode se ajustar para compensar uma função perdida.

terça-feira, 22 de outubro de 2013

Os tímidos não chegarão ao céu...

... (das melhores universidades ou das empresas).


 Após a seleção de bons candidatos para um processo de dinâmica diferente, chamado de assessment, tive
 a triste notícia que alguns candidatos nem abriram a boca. A timidez derrubara-os. Na segunda seleção,
 abri o verbo: As palavras bíblicas dizem :bem aventurados os simples e tímidos, pois eles herdarão o reino 
dos céus. Só dos céus – ressaltei. Da terra, não. Tímidos não entrarão. Resultado, soltaram a voz no segundo assessement.
E para estudar em escolas famosas no mundo inteiro, como Harvard? Recebi este texto de “Pequeno Guru”, fiz algumas mudanças e passo para vocês.

Estudar em escolas reconhecidas mundialmente é certamente uma experiência inesquecível e garantia de salários altos até o fim da carreira, mas definitivamente não é para qualquer um. Não apenas porque são poucos que conseguem arcar com a fortuna de R$ 300.000 e ainda passar pelo crivo da seleção — cuja taxa de admissão é de cerca de 13%. Estudar na Harvard Business School é para a pequena parcela da população rica, inteligente e extrovertida, uma espécie de raça ariana da sociedade moderna.
“Os estudantes têm uma aparência ainda melhor que a de seu entorno (o suntuoso centro de convivência Spangler). Ninguém está mais de dois quilos acima do peso, tem pele ruim ou usa acessórios estranhos. As mulheres são como líderes de torcida aptas ao sucesso. Os homens são bem cuidados e atléticos: parecem pessoas que esperam dar ordens, mas de uma forma amigável.”
É assim que Susan Cain, autora de “O Poder dos Quietos”, descreve sua primeira impressão ao visitar o campus da HBS. Mas não é só ela, todos ali sabem da importância de causar uma boa impressão. Na opinião de um ex-aluno, ali é a “Capital Espiritual da Extroversão”, se tal lugar pudesse existir no mundo. Imagino que seja como o Tibete é para o autoconhecimento e crescimento interior, só que ao contrário. Em Harvard, todas as pessoas ali são –ou se esforçam para ser– extrovertidos, simpáticos, calorosos e conhecer muita gente. E se você não é, se esforçará para ser cada vez mais até o último dia de aula. Ao menos se você quiser receber o diploma, já que metade da nota vem de participação nas atividades, debates e trabalhos; que não são poucos.
O ensino superior americano é baseado na ideia de que você deve fazer a sua parte como aluno e estudar, enquanto o papel da instituição é promover o conhecimento, orientar e estimulá-lo. Dessa forma, grandes aulas só são possíveis porque nela estão grandes alunos dedicados. Se a graduação já é assim, imagine a pós. No começo do curso, os alunos são divididos no que eles chamam de “equipes de aprendizado”, um grupo de estudos onde a participação de todos é obrigatória. Como os alunos já tendem a ser vigorosos e confiantes, pessoas introvertidas e tímidas não tem vez se não se esforçarem.  E muito. As Equipes de Aprendizado são um elemento-chave do método de ensino de Harvard para promover a extroversão e as qualidades atreladas a ela como firmeza, confiança, segurança e carisma. Os integrantes fazem tudo juntos; segundo os próprios alunos, eles só faltam ir ao banheiro em equipe.
A essência do ensino de Harvard é que líderes têm de agir com confiança e ter a capacidade de tomar boas decisões sem ter todas as informações possíveis na mão. Não se pode hesitar nem esperar reunir todas as informações disponíveis para agir (rapidez é uma característica de extrovertidos). É assim que o mundo corporativo funciona, e é assim que eles (e eu e você) precisam aprender a trabalhar:  Sob pressão, sob incerteza, mas com a maior firmeza possível independente do cenário. Se você não transmite confiança, os investidores não investem e funcionários não se motivam, game over. Então, a forma como você fala é muitas vezes mais importante do que AQUILO que você fala. Independentemente da qualidade da decisão, estudos mostram que falar com convicção é uma poderosa ferramenta para persuadir os outros.
Os professores da melhor escola de negócios do mundo têm um objetivo: preparar o aluno para os holofotes. Uma vez que seus alunos costumam ocupar grandes posições no governo e em empresas do mundo todo, eles precisam se sentir confortáveis com a pressão gerada por platéias, câmeras e interlocutores. A boa notícia é que você não precisa ser extrovertido para ser um bom orador, introvertidos conseguem se sair tão bem quanto seus colegas mais animados se receberem um bom treinamento e reconhecerem a importância dessa habilidade para o sucesso profissional.
Os alunos da Harvard Business School relembram alguns dos conselhos mais importantes:
“Fale com convicção. Se você só acredita 55% em algo, diga como se acreditasse 100%.”
“Se estiver se preparando sozinho para uma aula, está fazendo errado. Nada é pra ser feito sozinho na HBS.”
“Não pense na resposta perfeita. É melhor dizer alguma coisa do que não dizer nada”.
É melhor dizer alguma coisa do que não dizer nada. Lembre-se desse conselho na próxima vez que você estiver em uma dinâmica de grupo. Quem pensa demais para dar a resposta perfeita, frequentemente não tem a oportunidade de dizê-la. É o que acontecia com a seleção para o assessment que falei acima.  O tempo é cruel e o mercado profissional não espera ninguém, você tem que se jogar se quiser pegar o trem.
Fluência verbal e sociabilidade são dois pontos cruciais do sucesso corporativo. Até em empresas cuja criatividade é o principal ativo (característica predominante em introspectivos), profissionais simpáticos, divertidos e empolgantes levam vantagem, como mostra a Susan Caine em seu livro. Ou seja, mesmo que você seja o melhor designer da cidade ou o mais premiado publicitário do país, terá problemas se for muito tímido e fechado. Aliás, o mais provável é que você não tenha a oportunidade de se tornar o melhor da cidade e o mais premiado do país. As empresas não querem profissionais assim.
Harvard é tão, mas tão social que um aluno uma vez chamou o refeitório da faculdade de “mais ensino médio que o próprio ensino médio. Uma coisa que você provavelmente iria gostar na cultura à extroversão de harvard é sua veneração por happy hours. Quase diariamente, os alunos saem no final da tarde para socializar, e qual o estimulante universal da extroversão? A cerveja é claro. Se você não vai, no outro dia as pessoas perguntarão porque você não foi. Mesmo que você não goste de happy hours , ou da cerveja (meu caso) , terá de fazer um grande esforço para ir de vez em quando. Afinal, mais do que uma mera questão de gostar ou não, eles são essenciais para sua carreira. Esse comportamento faz parte de um pensamento compartilhado pelos próprios professores: deixar a faculdade sem ter construído uma extensa rede social é como fracassar. A idéia do networking aqui é primordial.
A Escola de Negócios de Harvard tornará você falante quer queira quer não. Se isso não acontecer, então os professores fracassaram. É dever deles formar profissionais empolgados, simpáticos, eloquentes, decididos e bem relacionados. É assim que é estudar em uma das escolas mais caras e disputadas do mundo, um verdadeiro culto à extroversão, uma savana de carismáticos predadores.
É claro que não há um modelo de profissional perfeito, mas o mercado favorece quem mais aparece. (Repita como mantra: mercado favorece quem mais aparece).  É intrigante pensar que foram justamente homens de negócios com esse perfil (confiantes, firmes e seguros) que afundaram a Enron e iniciaram a crise de 2008. Perfis extrovertidos se destacam mais pela seu carisma, agilidade e foco em resultados, mas nem sempre os mais eficazes. O mercado os tornou sagazes, rápidos e determinados por uma razão, lucro, uma combinação que provou ser mortal no mercado financeiro americano em 2008. Profissionais assim tendem a não ter o que Susan comenta em seu livro chamado de MID — medo, incerteza e dúvida. Diante de um obstáculo, eles aceleram em vez de frear, e isso pode resultar em grandes erros.
Pessoas com comportamento mais calmo precisam se fazer ouvir, essa é uma regra de ouro. Pode anotar aí!  Gestores não enxergam o que você não se esforça para mostrar. Por mais brilhante que você seja e tenha realizado no passado, você precisa mostrar de novo hoje, amanhã e depois. Seja em entrevistas, dinâmicas ou no dia a dia, sempre haverá alguém que falará mais alto que você, estufará mais o peito e transmitirá mais confiança. Não o deixe ocupar o espaço que lhe pertence, aumente o tom de voz, estufe ainda mais o peito e dê sua opinião com entusiasmo. Se mesmo assim, esta opinião não for adiante, tudo bem, é uma possibilidade, mas se você tivesse ficado calado teria sido uma certeza.


Voltando ao assessment: aqueles empedernidamente tímidos e inibidos, não tinham jeito: pouco falavam e eram sumariamente descartados.

sábado, 19 de outubro de 2013

Por que as mulheres insistem em relacinamentos infelizes?

Antes que me chamem de machista, lembro de um livro chamado "Mulheres Inteligentes, Escolhas Insensatas". E mais, conheço muita mulher nesta situação e o texto foi escrito por uma jornalista. Vale tambem para refletir.



Ela é interessante, competente, tem uma carreira promissora, amigos fieis e companheiros, é divertida e linda. E emenda um namoro em outro, sempre com caras que não a respeitam e que terminam só depois dela sofrer diversas ofensas que deixariam qualquer pessoa sã com os cabelos em pé.
Quantas vezes você já ouviu essa história? Quantas mulheres agem dessa maneira e deixam todo mundo sem entender o motivo desse comportamento?
Algumas coisas que a gente faz estão muito além das decisões racionais. Elas são decididas por ensinamentos que a gente recebe por toda a vida (mesmo que indiretamente) e que ficam grudados no nosso inconsciente.
Muitas mulheres aceitam ser traídas, por exemplo, mesmo não acreditando em relacionamentos abertos e sofrendo com isso. Sabe por quê? Porque um dos meios de mostrar para o mundo que você é bem sucedida é estando acompanhada.
A antropóloga Mirian Goldenberg fala sobre isso em um dos textos do seu site e em diversas palestras. Durante uma pesquisa com mulheres com mais de 50 anos, ela pôde notar que aqueles que eram casadas sentiam-se superiores às demais. "Ter um marido, um casamento que pelo menos pareça sólido e satisfatório, é considerado um verdadeiro capital para as brasileiras pesquisadas. Elas se sentem duplamente poderosas, pois, além de terem um marido, acreditam que são mais fortes, independentes e interessantes do que ele", afirma ela no texto.
E quando pensamos que nos baseamos em comportamentos que já existem para determinar nossos atos é bastante comum que nossas crenças recaiam, em maior ou menor escala, nesse tipo de exemplo.
Mas como fugir desse círculo vicioso? Como aceitar que, em diversos momentos, é melhor estar sozinha do que passivamente acompanhada de alguém que não a respeita? Fortalecendo sua própria identidade.
É claro que nesse momento muitas mulheres vão dizer que engatam um namoro no outro porque querem, que conseguiriam ficar sozinhas, mas que quando percebem já estão envolvidas novamente com alguém. E eu repito: isso é insegurança.
Para ficar bem sozinha, mesmo que por pouco tempo, é necessário ter vontade de estar consigo mesma, com seu silêncio, pensamentos, dúvidas e lembranças. Todos nós, homens e mulheres, temos dúvidas que não nos deixam em paz e lembranças que nos fazem chacoalhar a cabeça esperando que elas sumam.
Esse não é um texto que diz que a mulher deve ficar sozinha e que se a mulher está em um relacionamento ela é fraca. Esse é um texto para que cada uma de nós reflita os motivos de estarmos em um relacionamento muitas vezes fadado ao fracasso.
Quando você tem medo de ficar sozinha, perdoa todas as faltas do outro, dá milhares de segundas chances e acredita que a pessoa não faz nada daquilo porque não respeita você, mas porque as ofertas são muitas.
Em diversos momentos eu disse aqui que relacionamentos são contratos. Você diz o que pode dar e o que gostaria de receber, a outra pessoa faz a mesma coisa e então vocês dois seguem de acordo com isso, dando e recebendo, fazendo o melhor para que todo mundo fique satisfeito. Se isso não acontece no namoro/casamento e você segue dando chances e tentando de novo, nada vai mudar.
Pense assim: se uma empresa te cobra por internet ilimitada, você paga em dia, mas não consegue usar mais, do que dois dias do serviço por mês sem precisar ligar na central e se desgastar pedindo que eles cumpram o combinado, você faz o que? Continua na mesma empresa e passa um tempo sem internet, procura outra empresa ou decide sair de casa e ler um livro no parque? O sofrimento é opcional.
Uma chance ou uma escorregada são diferentes de problemas seguidos que precisam ser perdoados, que destroem sua autoestima ou fazem com que você procure problemas em você quando, na verdade, ele está na outra pessoa. Nada justifica o desamor além da falta de amor propriamente dita.

terça-feira, 15 de outubro de 2013

Seja o arquiteto de seu próprio cérebro

Tempos atrás,li o livro "Carreira. Manual do Proprietário", onde se enfatizava algo que acho primordial: nossa própria responsabilidade diante de nossos comportamentos, de nossa vida, de nossa saúde e, deste até pouco tempo, relegado a segundo plano, de nosso cérebro. Lendo este artigo com o curioso título de "Seja o arquiteto de seu próprio cérebro", pnesei: eis aí um assunto atual e que podemos influenciar positivamente. Ter um cérebro melhor e mais vivo, mesmo com  idade mais avançada. Leiam e tirem suas conclusões.

Durante milênios, não fazíamos ideia de que nossos cérebros estavam mudando em resposta às nossas ações e atitudes, todos os dias das nossas vidas. Então, nós moldávamos nossos cérebros de maneira inconsciente e aleatória, porque acreditávamos que tínhamos um cérebro imutável que estava à mercê dos nossos genes. Não podíamos estar mais distante da verdade...
O cérebro humano está continuamente alterando sua estrutura, quantidade de neurônios, circuitos e química como resultado direto de tudo que fazemos, experimentamos, pensamos e acreditamos. Isso é chamado de “neuroplasticidade”, proveniente das palavras neurônio, a célula do nosso cérebro, e plasticidade, a capacidade de se moldar. E suas implicações são enormes: temos a habilidade de manter nossos cérebros afiados, efetivos e capazes de aprender coisas novas além dos 90 anos, se nós protegermos nossos cérebros de hábitos danosos e oferecermos estimulação contínua e combustível apropriado. Veja a seguir nossas recomendações de como fazer isso.
1. Não danifique seu cérebro. Além dos danos óbvios causados por quedas ou pelo consumo de drogas ilegais, coisas que danificam o cérebro e reduzem nossas habilidades cognitivas incluem fumar, estresse, privação do sono, refrigerantes, sedentarismo, álcool em excesso, comidas não saudáveis, pressão alta, colesterol alto, obesidade, solidão, pessimismo e pensamentos negativos.
2. Coloque seu cérebro em ambiente estimulante. As funções cerebrais melhoram em todos os aspectos quando nos encontramos em ambientes que são mentalmente, fisicamente e socialmente estimulantes. Aventura previne demência!
3. Alimente-se com o melhor. Nossas escolhas alimentares afetam não apenas a saúde dos nossos corpos, mas também a do cérebro. Nosso cérebro consome 20% de todos os nutrientes e energia que ingerimos, então o que comemos tem um impacto significativo nos neurotransmissores, atenção, humor e funcionamento cognitivo.
4. Mantenha-se leve. Obesidade é um grande fator de risco para a demência.
5. Mexa-se. Se não fizermos exercícios físicos, nosso cérebro gasta tanta energia quanto nossos músculos. O exercício físico, seja ele de força ou aeróbico, tem efeito positivo no desempenho cerebral e, mais importante, induz o crescimento de novos neurônios.
6. Continue aprendendo. Ter uma boa educação e continuar aprendendo ao longo da vida ajuda a proteger da demência e contribui para desenvolver “reserva cognitiva”. Essa reserva age como um amortecedor contra o declínio mental quando envelhecemos.
7. Faça coisas diferentes. O tédio e a monotonia são venenos para o cérebro. Precisamos sair da zona de conforto, explorar o mundo, mudar nossas rotinas e nos desafiar continuamente.
8. Use-o ou perca-o. Isso se aplica a qualquer função do nosso cérebro e corpo. Para manter nossa capacidade de aprender novas habilidades, precisamos aprender novas habilidades regularmente. Para nos tornar criativos, temos que nos colocar tarefas que requerem criatividade. Da mesma forma, para termos uma boa memória, precisamos fazer um esforço consciente para prestar atenção e exigir mais da nossa memória.
9. Treine e reconquiste. Nem tudo está perdido se perdermos uma função cerebral específica. A prática progressiva, persistente e orientada a objetivos pode nos ajudar a reconquistar a função perdida.
10. Recarregue a bateria. Aquietar a mente é tão importante quanto estimular a mente. Obter o sono adequado e controlar os pensamentos desnecessários são essenciais para ter o melhor desempenho todos os dias, bem como preservar as funções cerebrais quando envelhecemos.
11. Interaja com outros. A interação social ao longo da vida e fazer conexões significativas com outros é vital para um cérebro saudável.
12. Tenha objetivos. O cérebro é alimentado por objetivos a serem alcançados e por aspirações a direcionar nossos esforços. Quanto mais claros formos sobre para onde queremos ir e o que queremos alcançar, mais efetivo será o cérebro em realizar as tarefas necessárias.
13. Mantenha-se positivo. Uma vez decidido o que queremos, precisamos direcionar nossos pensamentos para suportar os objetivos. Nosso diálogo interno é um fluxo constante de instruções para nosso subconsciente. Pensamentos positivos, focados na solução, ativa a atividade cerebral, enquanto os pensamentos negativos, desanimadores, a diminuem.
14. Pratique à perfeição. Quando praticamos uma habilidade em nossa imaginação, os mesmos neurônios são disparados, como se estivéssemos executando a habilidade na vida real. Se nos visualizarmos mentalmente executando a tarefa com perfeição, nós ficamos melhor na vida real, porque cada prática mental aumenta a eficiência das transmissões elétricas entre os neurônios envolvidos, turbinando nosso progresso.
15. Fique entusiasmado. A paixão, o entusiasmo e a animação são os mais poderosos combustíveis para o cérebro. Nada grandioso jamais foi alcançado sem entusiasmo!

sábado, 12 de outubro de 2013

Psicólogo Organizacional e um pequeno caso de seleção.

 Quando me formei no início da década de 70, hvia três grandes áreas de atuação para o Psicólogo: clínica, educacional e a industrial. Enfrentei a clínica e a incipiente Psicologia do Trânsito, ainda não chamada desta forma. Recentemente, recebi  este texto de uma jovem colega de psicologia, moradora em Betim, e que resolvi partilhr com vocês para conhecerem melhor a minha profissão. Foi a área em que mais atuei e onde me especializei.

A Psicologia Organizacional, inicialmente denominada como Psicologia Industrial, estuda os fenômenos psicológicos presentes nas organizações. Mais especificamente, atua sobre os problemas organizacionais ligados à gestão de recursos humanos (ou gestão de pessoas).
23,6% dos psicólogos trabalham na área organizacional, o que a torna a segunda maior área da psicologia.
A psicologia está ligada a empresas atualmente, seja no bem-estar de cada um dos colaboradores, até mesmo nas emoções geradas num ambiente de trabalho.
Tradicionalmente, as principais áreas da psicologia organizacional são: recrutamento, seleção de pessoal, treinamento e diagnóstico organizacional.
Algumas das principais atividades do psicólogo organizacional:
  • Analisar cargos e salários;
  • Realizar seleção e recrutamento de novos funcionários;
  • Aplicação de testes psicológicos (atividade exclusiva para psicólogo);
  • Realizar pesquisa sobre os sentimentos e emoções dos funcionários;
  • Organizar o treinamento de habilidades dos profissionais;
  • Organizar um clima organizacional mais eficaz;
  • Resolver situações de conflitos entre funcionários;
  • Projetar sistema de avaliação de desempenho;
  • Avaliar a eficácia de uma prática específica.
O psicólogo organizacional deve buscar alcançar níveis de excelência de qualidade por toda a organização.
E agora um pequeno caso, entre dezenas, para ilustrar a dificuldade de trabalho.
Sempre procurei selecionar de forma menos ortodoxa, até mesmo heterodoxa.  Era uma seleção de profissional liberar para atuar numa área muito requisitada. Tradicionalmente masculina, apareceu uma candidata. Clara, de cabelos pretos e sorriso aberto, era uma bela moça e, na dinâmica de grupo, uma das formas de seleção, tinha se saido muito bem. Foi quando perguntei, espicaçando-a:
- Na área em ue você iria atuar, só tem homem. Você, bonita e jovem, não vai atrapalhar o ambiente ou mesmo se envolver com alguém?
Ela foi direta e sem pestanejar:
- No lugar onde se ganha o pão, não se come a carne.
Admiti-a, imediatamente. Queria pessoas assim: diretas, rápidas e que soubessem dar respostar pertinentes.
Ficou anos na empresa.
Encontro com ela de vez em quando em meu bairro e rimos nos lembrando desta seleção.

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Qual a fórmula para um casamento feliz?

Talvez o  tema seja repetido, mas como é muito importante para nossas vidas e tem um enfoque positivo, a postagem de hoje vale a pena.



Psicólogo revela fórmula para manter um casamento feliz.
Com 20 anos de experiência clínica, Luiz Alberto Hanns lança livro em que desvenda "A Equação do Casamento". Entenda e veja, ainda, os sete pecados capitais da vida a dois
Viver a dois é uma arte. Saber lidar com os desafios de estar casado hoje em dia é o que o psicólogo Luiz Alberto Hanns propõe no livro “A Equação do Casamento - O Que Pode (ou Não) Ser Mudado na Sua Relação” (Editora Paralela), uma coletânea dos temas de conflito e convergências do casamento compilados ao longo de seus 20 anos de experiência clínica.

1/7
Palestrante com os cursos mais disputados na Casa do Saber, centro de debates em São Paulo, o autor, que atualmente ministra uma série de encontros sobre o tema iniciada no final do mês passado, sugere que cada um monte a sua própria equação do casamento, com base em negociações e ajustes de desejos próprios e do(a) companheiro(a). Enxergar as fortalezas e vulnerabilidades da relação e entender o que pode ou não fazer você feliz no casamento depende de seis fatores.
Parcial na maioria dos casamentos, a compatibilidade psicológica é o primeiro deles. “É muito raro existir um casal totalmente compatível”, analisa Luiz. Um tipo de desencontro muito comum é um cônjuge ser perfeccionista e o outro, bagunceiro. “Diferentemente das uniões do século 20, em que as pessoas se conformavam com seus status, no casamento contemporâneo as pessoas se incomodam mais e precisam aprender a negociar com suas diferenças”, avalia.
Saber lidar com divergências sem ter de brigar é do que trata o segundo fator, que são as competências do convívio a dois. Daí a importância de seguir uma etiqueta de casamento e convívio, que preserva o casal e estabelece a conexão com o parceiro. Hanns acredita que manter boas maneiras propicia o aumento da taxa de satisfação e, consequentemente, a redução na de divórcio.
A varinha de condão de uma relação moderna, que ajuda a ajustar as complementaridades, são os graus de consenso, o terceiro fator. “A maioria dos casais tem um grau médio de consenso. A principal divergência diz respeito a direitos e deveres de gênero e educação de filhos”, aponta. Aliás, este é o grande motivo dos conflitos matrimoniais, pois a maioria dos casais tem altas expectativas em relação a gostos e interesses em comum.
Renato Parada
O autor Luiz Hanns explica qual é a fórmula para ter um casamento feliz
De novo, na época dos nossos avós não era bem assim. No casamento patriarcal os casais eram mestres em se conformar com seus modelos de vida. “Eles não eram mais felizes do que nós, apenas eram mais satisfeitos com o modo que viviam”, explica. Os usos e costumes eram mais claramente estabelecidos e o casamento era indissolúvel. “Hoje qualquer briguinha é motivo para pedir a separação. Isso porque as pessoas se incomodam muito mais”.
Nossos avós não eram mais felizes do que nós, apenas eram mais satisfeitos com o modo que viviam
O ponto quatro é a vida sexual, que pode ser incrementada para não se tornar uma tumba matrimonial. “As competências do convívio a dois não garantem o tesão, mas ajudam a manter o que existe e não destruí-lo”, relaciona o terapeuta. A conexão emocional pode ajudar muito com as assimetrias sexuais. Talvez porque ao longo do casamento as pessoas não vivam na cama: há filhos, zeladorias domésticas, lazer. Portanto, não basta que apenas a cama seja boa.
O quinto fator é o estresse. São os filhos problemáticos, desemprego, problemas financeiros e até parentes invasivos. Como frustrações externas são comuns na vida moderna, Hanns alerta que as pessoas estão mais e mais nervosas. “Elas tendem a se tornar agressivas, intolerantes e associar o parceiro a zeladorias chatas e o amante a momentos gostosos e leves”.
Logo, quanto mais o casal tiver fontes de gratificações externas, como vida social divertida, sucesso no trabalho, vida familiar gratificante, melhores são as chances de não sobrecarregar a relação com as frustrações. “Casais harmônicos que têm tudo podem sucumbir e se separar se forem submetidos a um excesso de estresse”, diz.
O sexto fator tende a manter o casal mais unido. Trata-se das vantagens de estar casado. “Este ajuda o casal a tolerar mais, em prol do valor que se atribui a estar casado”, explica. As razões são diversas: seja porque são dependentes do cônjuge ou porque têm medo de viver sozinhos. Para avaliar seu casamento e descobrir se ele é ótimo, médio ou insuportável, some todos os fatores. Ao descobrir o peso de cada um deles, o casal saberá o que poderá ou não ser mudado em sua relação, desde resgatar uma união em crise a lidar com um caso de infidelidade, passando pelo ajuste da sintonia sexual.
·          
Erros e soluções
Para superar as divergências, Hanns aconselha ouvir o outro e construir um caminho junto ao cônjuge, aquele que contemple o consenso. “É preciso entrar no conflito de maneira leal”, recomenda.
Portanto, não se pode usar uma comunicação destrutiva, atribuindo intenções negativas ao outro. “É importante ser específico ao dizer como se sente e ater-se ao mérito da questão”.
Um grande erro que pode marcar o resto do casamento é antipatizar, fazer intrigas ou falar mal de parentes e amigos do cônjuge. “Tem que ser agregador nas relações familiares e sociais”, Hanns pontua.
Zombar do parceiro e fazer comparações com outras pessoas em público também é um dos pecados do casamento. “Faça piadas sobre si mesmo e fale sempre a partir da própria experiência”, recomenda.
Não há problema em errar. Mas é fundamental aprender a pedir desculpas, manter a conexão emocional e a empatia com o parceiro. De tempos em tempos, o especialista aconselha o casal a instituir uma conversa em que cada um possa dizer ao outro do que sente falta, puxando sempre pelo lado positivo. “Manter o contato e a abertura para entender as necessidades do companheiro é importantíssimo”, diz Hanns, que finaliza: “Acima de tudo, não se pode querer do outro o que ele não pode dar”.
o     


sábado, 5 de outubro de 2013

Augusto dos Anjos e alguns de seus poemas.

Talvez possa parecer meio depressivo quase inciar outubro com estes poemas, mas vale a pena lê-los. Gosto dele.

Augusto dos Anjos nasceu no Engenho Pau d'Arco, em 20 de abril de 1884, atualmente no município de Sapé, Estado da Paraíba. Foi educado nas primeiras letras pelo pai e estudou no Liceu Paraibano, onde viria a ser professor em 1908. Precoce poeta brasileiro, compôs os primeiros versos aos sete anos de idade.
Em 1903, ingressou no curso de Direito na Faculdade de Direito do Recife, bacharelando-se em 1907.1 Em 1910 casa-se com Ester Fialho..
Com a obra de Herbert Spencer, teria aprendido a incapacidade de se conhecer a essência das coisas e compreendido a evolução danatureza e da humanidade. De Ernst Haeckel, teria absorvido o conceito da monera como princípio da vida, e de que a morte e a vida são um puro fato químico. Arthur Schopenhauer o teria inspirado a perceber que o aniquilamento da vontade própria seria a única saída para o ser humano. E da Bíblia ao qual, também, não contestava sua essência espiritualística, usando-a para contrapor, de forma poeticamente agressiva, os pensamentos remanescentes, em principal os ideais iluministas/materialistas que, endeusando-se, se emergiam na sua época.
O mundo seria representado por ele, então, como repleto de tragédia, cada ser vivenciando-a no nascimento e na morte.
Dedicou-se ao magistério, transferindo-se para o Rio de Janeiro, onde foi professor em vários estabelecimentos de ensino. Faleceu em12 de novembro de 1914, às 4 horas da madrugada, aos 30 anos, em Leopoldina, Minas Gerais, onde era diretor de um grupo escolar. A causa de sua morte foi a pneumonia.
Durante sua vida, publicou vários poemas em periódicos, o primeiro, Saudade, em 1900. Em 1912, publicou seu livro único de poemas,Eu e Outras Poesias.


O Morcego

Meia noite. Ao meu quarto me recolho.
Meu Deus! E este morcego! E, agora, vêde:
Na bruta ardência orgânica da sede,
Morde-me a goela ígneo e escaldante molho.

"Vou mandar levantar outra parede..."
— Digo. Ergo-me a tremer. Fecho o ferrolho
E olho o tecto. E vejo-o ainda, igual a um olho,
Circularmente sobre a minha rede!

Pego de um pau. Esforços faço. Chego
A tocá-lo. Minh'alma se concentra.
Que ventre produziu tão feio parto?!

A Consciência Humana é este morcego!
Por mais que a gente faça, à noite, ele entra
Imperceptivelmente em nosso quarto!



A ESPERANÇA

A Esperança não murcha, ela não cansa,
Também como ela não sucumbe a Crença.
Vão-se sonhos nas asas da Descrença,
Voltam sonhos nas asas da Esperança.

Muita gente infeliz assim não pensa;
No entanto o mundo é uma ilusão completa,
E não é a Esperança por sentença
Este laço que ao mundo nos manieta?

Mocidade, portanto, ergue o teu grito,
Sirva-te a Crença de fanal bendito,
Salve-te a glória no futuro - avança!

E eu, que vivo atrelado ao desalento,
Também espero o fim do meu tormento,
Na voz da Morte a me bradar; descansa!

A IDÉIA

De onde ela vem?! De que matéria bruta
Vem essa luz que sobre as nebulosas
Cai de incógnitas criptas misteriosas
Como as estalactites duma gruta?!
Vem da psicogenética e alta luta
Do feixe de moléculas nervosas,
Que, em desintegrações maravilhosas,
Delibera, e depois, quer e executa!

Vem do encéfalo absconso que a constringe,
Chega em seguida às cordas do laringe,
Tísica, tênue, mínima, raquítica ...

Quebra a força centrípeta que a amarra,
Mas, de repente, e quase morta, esbarra
No mulambo da língua paralítica.

VERSOS ÍNTIMOS

Vês! Ninguém assistiu ao formidável
Enterro de tua última quimera.
Somente a Ingratidão – esta pantera – 
Foi tua companheira inseparável!

Acostuma-te à lama que te espera!
O Homem, que, nesta terra miserável,
Mora entre feras, sente inevitável
Necessidade de também ser fera.

Toma um fósforo. Acende teu cigarro!
O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que apedreja.

Se a alguém causa inda pena a tua chaga,
Apedreja essa mão vil que te afaga,
Escarra nessa boca que te beija!