Fazenda onde nasceu o blogueiro. Foto Luis Fernando Gomes

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domingo, 28 de agosto de 2011

Inteligência Emocional

Em 1997, quando foi lançado o livro “Inteligência Emocional”, no Brasil, eu o devorei. Afastado do trabalho por causa de uma cirurgia, fiquei entusiasmado com sua leitura e acabei preparando um curso de Inteligência Emocional, que promovi durante os anos seguintes. Uma vez, uma psicóloga da Fiemg me pediu um resumo do livro em duas páginas e escrevi o texto abaixo.

INTELIGÊNCIA EMOCIONAL


            Ao publicar seu livro, Inteligência Emocional, em 1995, Daniel Goleman acrescentou um subtítulo: “A teoria revolucionária que define o que é ser inteligente”. Ele queria mesmo chamar a atenção do leitor de que os conceitos conhecidos sobre inteligência estariam, no mínimo, abalados com a ideia de QE ou Quociente Emocional, em oposição ao tão falado QI (Quociente de Inteligência). E ele não estava errado.
            Calcado em experiências e pesquisas múltiplas e demoradas, Goleman lançou outros livros, entre eles: “Trabalhando com a Inteligência Emocional”, e mostrou com dados estatísticos que o QE é muito mais importante para o sucesso e felicidade na vida do que o QI. Aliás, QI e felicidade não estão lado a lado na vida de ninguém. E lançou uma frase de efeito: dar inteligência às suas emoções.
            Tomando emprestada uma frase de Aristóteles: “Qualquer um pode zangar-se, isso é fácil. Mas zangar-se com a pessoa certa, na medida certa, na hora certa, pelo motivo certo e da maneira certa, não é fácil”, o autor nos conduz a uma trajetória das emoções da vida dos seres humanos. Desde os primórdios, os primatas não poderiam pensar diante de um animal (ou aquilo me come ou eu como aquilo), quando as emoções foram essenciais para a sobrevivência, até o momento atual da pouca inteligência de nossas emoções no dia-a-dia.
            Em uma de suas palestras, ele conta a história de um homem, numa cadeira de rodas, com as pernas amputadas, numa estrada americana, pedindo esmola. Goleman lhe estende então uma nota de 1 dólar. O vento a leva para longe enquanto seu carro está de partida. Ele olha pelo retrovisor e vê o motorista que vem atrás parar, descer do carro, pegar a nota e entregá-la ao homem de cadeira de rodas. Isso é brilhantismo emocional.
            É isso que Goleman e todos que falam da Inteligência Emocional querem que aconteça: ampliar nossas competências emocionais. Nestes livros o autor discorre profundamente sobre o cérebro, órgão estudado exaustivamente nestes últimos tempos, o crescente  conhecimento da natureza da inteligência emocional e de sua aplicabilidade (família, trabalho, amizade, e também saúde). O temperamento recebe um enfoque interessante com a nova percepção das emoções e, no meio dessas informações, vários casos são relatados, com um sabor pouco usual, em livros considerados “áridos”.
            Resumidamente, podemos apresentar os cinco passos para o controle das emoções:

1)      Auto-consciência. É preciso distinguir bem entre o que sentimos e o que sabemos, pensamos. Isto possibilitaria uma decisão correta para nossas ações. Quando o cérebro é afetado por alguma lesão, perde-se a capacidade de saber qual a melhor atitude, a melhor posição a ser tomada.

2)      Lidar com os impulsos. Ele narra a experiência de crianças que foram colocadas diante de um marshmellow com a seguinte observação: se ficassem sem comê-lo por quinze minutos, eles receberiam um outro marshmellow. Algumas crianças não esperaram e foram logo comendo. Outros fizeram todo o possível para se distrair e não comer. Muito bem, essas crianças foram acompanhadas e, anos mais tarde, percebeu-se que aqueles que controlaram seus impulsos eram adolescentes mais equilibrados, com melhores notas na escola, mais solitários e de melhor relacionamento com os colegas. Posteriormente, como adultos, eram mais bem sucedidos.

3)      Otimismo e motivação: Urge que se aprenda a pensar de forma otimista. Diante de um fato, uma situação, deve-se encará-la como circunstancial e não fatal e eterna. Uma criança diante de uma nota baixa, se for pessimista, vai pensar: eu sou burro, não aprendo, não presto (e os pais também reforçam tais pensamentos). Se for otimista, pensará: devo estudar mais, me preparar melhor.

4)      Empatia. É saber o que o outro sente sem ter que perguntar. É essa empatia que evita que façamos mal aos outros. É tentar colocar-se no lugar do outro e sentir o que ele está sentindo.

5)      Relacionar-se. Saber lidar com as emoções dos outros. Resolver conflitos de modo criativo. Não reagir no mesmo tom da emoção negativa do outro. Se não pudermos mudar as coisas (ou o comportamento do outro), podemos mudar a forma, o modo como lidar com essas coisas (ou comportamento).

            Que esses conceitos ajudem os leitores a fazer uma reflexão e ampliar sua Inteligência Emocional.

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