Fazenda onde nasceu o blogueiro. Foto Luis Fernando Gomes

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domingo, 20 de fevereiro de 2011

A APOSENTADORIA

Ah... a aposentadoria... Quantos de nós sonhamos com ela... E quando ela vem, às vezes, não sabemos fazer com ela. E este sonhar, este desejar, serão que não teria algo escondido: uma aversão ao trabalho ou, pior, uma redução em nossa capacidade cognitiva? Leiam este artigo e comecem a pensar não na aposentadoria, mas como se preparar intelectualmente para ela.

A aposentadoria pode também aposentar a memória



Um estudo publicado recentemente por dois economistas, com o título “Aposentadoria Mental” (Mental Retirement), tem intrigado os pesquisadores comportamentais. Os dados obtidos nos EUA e em vários países da Europa sugerem que quanto mais cedo uma pessoa se aposenta, mais rápido é o declínio da sua memória.
Uma implicação desse estudo, dizem os economistas e outros cientistas, é que a ideia do “use ou perca seu cérebro” parece realmente fazer sentido – se as pessoas querem preservar suas memórias e habilidades de raciocínio, elas terão que se manter ativas.
Uma hipótese que os economistas consideram plausível para explicar esse efeito é a de que os trabalhadores fazem mais exercício mental do que os aposentados porque o ambiente de trabalho é mais estimulante e desafiador em termos cognitivos.
Pesquisadores em outros estudos repetidamente descobrem que pessoas aposentadas em geral tendem a ser piores em testes cognitivos do que pessoas que ainda trabalham. Mas, eles ressaltam, também pode ser porque as pessoas que estão com suas habilidades de memória e raciocínio em declínio talvez se aposentem mais cedo do que as pessoas cujas habilidades cognitivas ainda estão afiadas.
De acordo com um dos autores do estudo, Robert Willis, professor de economia na Universidade de Michigan, o estudo só foi possível porque o Instituto Nacional de Envelhecimento (National Institute on Aging) dos EUA começou uma grande pesquisa há quase vinte anos atrás. Chamado de Estudo de Saúde e Aposentadoria (Health and Retirement Study), ele avalia mais de 22.000 americanos com idades acima de 50 anos a cada dois anos, e aplica testes de memória.
Isso levou os países europeus a começarem suas próprias pesquisas, usando perguntas similares para que os dados fossem comparáveis entre os países. Agora, de acordo com Willis, o Japão e a Coréia do Sul também começaram a aplicar a pesquisa em suas populações, e a China planeja começar a pesquisa no próximo ano.
As melhores médias no teste de memória foram dos EUA, Dinamarca e Inglaterra, enquanto as piores foram as da França, Itália e Espanha. E, examinando os dados dos diferentes países, os economistas notaram grandes diferenças de idade nas quais as pessoas se aposentam.
Nos EUA, Dinamarca e Inglaterra, onde as pessoas se aposentam mais tarde, de 65 a 70% dos homens com 60 e poucos anos ainda trabalhavam. Na França e Itália, essa proporção é de 10 a 20%, e na Espanha é de 38%. Com base nesses dados, os economistas encontraram uma relação direta entre a porcentagem de pessoas com idades de 60 a 64 anos de um país, que ainda trabalham, e seus desempenhos no teste de memória.
Apesar de o estudo ressaltar dados importantes, ele não consegue apontar quais aspectos do trabalho ajudam as pessoas a manterem sua capacidade de memória, nem se diferentes tipos de trabalho podem estar associados a diferentes efeitos nos testes de memória, já que nem todo tipo de trabalho é mentalmente estimulante. De qualquer forma, o estudo pode não ser conclusivo, mas é um ótimo começo para se estudar as relações de causa e efeito entre o trabalho e o desempenho cognitivo.
Enquanto aguardamos mais estudos sobre esse assunto, precisamos nos lembrar que uma vida rica em estímulos intelectuais, como a leitura e jogos para o cérebro, combinada com um estilo de vida saudável em termos de alimentação, exercícios físicos, sono, socialização e controle do estresse, é uma receita sem contra-indicações para garantirmos a saúde do nosso cérebro.






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