Fazenda onde nasceu o blogueiro. Foto Luis Fernando Gomes

Fazenda onde nasceu o blogueiro. Foto Luis Fernando Gomes
Fazenda onde nasceu o blogueiro. Foto Luis Fernando Gomes

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Onde foi que deixei meus óculos?

ONDE DEIXEI MEUS ÓCULOS.
Subtítulo: Tudo o que você gostaria de saber sobre a perda da memória e como minimizar esse problema e viver bem com ele.

Este é o título curioso do livro de Martha Weinman Lear, uma jornalista estadunidense que resolveu pesquisar sobre a memória. Além do estilo leve, e às vezes brincalhão, a autora apresenta as mais recentes pesquisas sobre o nosso cérebro. E revela boas e más notícias. Más notícias: todos nós começamos a perder a memória a partir dos 20 anos (boa notícia: perder memória não é coisa de velho – só que quando jovens estamos vivendo com tanta intensidade e tantas coisas novas que aparecem que NÃO DAMOS IMPORTÂNCIA às falhas da memória; má noticia: quando jovem, a capacidade cognitiva era maior do que a média; com o tempo você se aproximou da média).
Mais má notícia: nosso cérebro começa a encolher a parir dos 30 anos. E aos 45 anos, aumentam as perdas das células do hipocampo – responsável pela nossa memória.
O processo da memória é um drama em três atos:
Aquisição – armazenamento e recuperação. Se algo não foi bem apreendido (adquirido), acontecerá o mau armazenamento e evidentemente a recuperação será falha. Mas a memória é que leva a culpa.
A “atenção” é primordial para o bom funcionamento da memória “em qualquer idade”.
A jornalista apresenta um quarteto santíssimo para não termos problemas com a memória:
a)      Alimentação saudável (pessoas comem mal e reclamam da “memória”: injusto)
b)      Evitar o estresse (“hahahahahaha” – risadas da autora. Eu também estou gargalhando)
c)       Dormir muito. (Idosos dormem mal, consequentemente ...)
d)      Praticar exercícios regularmente (físicos e mentais).
Quanto a estes últimos duas palavrinhas: aeróbica e levantamento de pesos: excelente dupla para a memória. Não adianta fazer palavras cruzadas. Você só vai ficar bom em palavras cruzadas, mas “quanto maior a reserva cognitiva melhor será a maneira de enfrentar as possíveis lesões do cérebro”. E, lembrete: mais velhos, seremos mais aquilo que fomos quando jovens.
Esquecer a dor e o prazer é ótimo. As mulheres não lembram QUANTO foi a dor do parto. E esquecemos o máximo do prazer sexual, senão não faríamos mais e mais vezes, pois corríamos o risco de só ficar pensando naquele que foi o máximo.
Não há diferenças entre os sexos quanto à perda de memória pelo envelhecimento, entretanto, o Alzheimer parece se relacionar com a idade, sexo (mais o feminino) e escolaridade (menos de 8 anos de escolaridade, duas vezes mais chance).
Esta é para pensar: Todos lembramos diferentemente daquilo que queremos esquecer.
O Alzheimer tornou-se a doença do século. E brincamos com ela: “estou fugindo do alemão”; “nossa, esqueci seu nome, será que estou com Alzheimer?”, etc. De uma vez por todas: se o nosso esquecimento não interfere em nossas atividades do dia a dia, ESQUEÇA-O: você está normal. As pessoas aceitam – em termos – a perda da visão, da audição, a lentidão dos movimentos, mas se estamos mais lentos para lembrar, é um deus nos acuda: estou com Alzheimer. Parece que o cérebro não pode falhar. Cobramos muito do coitado do cérebro.
Outra estultice é querer comparar cérebro com computador. Uma bobagem que vem de velhos tempos quando comparava-se o corpo humano à máquina.
Algo bom: nossa capacidade de criar imagens e fantasias não diminui com a idade. E um conceito diferente: memória vívida: lembrança de onde estávamos ou fazíamos quando aconteceu um evento extraordinário. Aí lembramos perfeitamente. Ou pensamos que sim.
Se você esqueceu onde colocou os óculos, ou deixou a chave do carro, pense: você está armazenando coisas demais (exemplo: no passado, tínhamos uns 10 ministros, hoje, eles chegam a 40), ou precisa fazer relações entre as coisas para não esquecer (exemplo a respeito dos ministros: pense em Ali Babá e... bingo...Aposto que você já lembrou o número de ministros).
Martha Lear apresenta um quadro esclarecedor entre perdas de memória normais e possivelmente preocupante, e o primeiro ponto é especialíssimo:
Provavelmente normal: você frequentemente coloca as coisas em lugar errado.
Possivelmente preocupante: Você constantemente coloca as coisas no lugar errado E PÕE A CULPA  nos outros.
Aí danou-se.
Para ficarmos tranqüilos: esqueci o que tomei no café da manhã. Meu deus, quantos cafés da manhã você tomou na vida e quer se lembrar de um que não teve nenhum significado importante? Mas aposto que se lembra do café da manhã que tomou com aquela moça (ou aquele rapaz) naquele hotel maravilhoso...
Ela também apresenta os vários tipos de memória em um dos capítulos.  Eis três delas: de procedimentos (a que fazemos no piloto automático: dirigir por uma rodovia conhecida); semântica (a que abrange fatos) e a episódica (que abrange a experiência pessoal). Algumas são mais facilmente esquecidas.
Umas 10 páginas do livro são dedicadas à explicação evolucionista do porque esquecemos. A natureza às vezes é má, quando não precisa mais da gente.
Então faça isto: vá comprar o livro e leia (ou até a biblioteca. Conhece alguma biblioteca em Belo Horizonte, se ela não foi inundada pelas chuvas de dezembro? . Vai gostar. E não se esqueça que você leu esta matéria... onde , onde? Em seu blog preferido, claro.
Ah, estava me esquecendo: colesterol alto e estar acima do peso prejudicam a memória.




Nenhum comentário:

Postar um comentário