Fazenda onde nasceu o blogueiro. Foto Luis Fernando Gomes

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quinta-feira, 13 de março de 2014

Pais liberais ou conservadores? Um dilema.

Não existe manual para criar filhos. Além do mais, nós, pais, estamos sempre aprendendo com os filhos em constante evolução. Mas devemos ser liberais diante de tudo o que acontece no mundo e deixá-los soltos? Ou conservadores, mantendo-os presos a nós?
As opiniões divergem. O texto de hoje vai tocar no perigo que é ser  bastante liberal  e dar responsabilidade demais para os filhos quando ainda não estão preparados.

À primeira vista, deixar os filhos "soltos" demais pode até parecer um sinal de confiança forte dos pais. Mas liberdade em excesso pode tornar crianças e jovens carentes de uma figura que impõe limites.
Além disso, quando a liberdade é muito grande –principalmente no caso de crianças–, os pais acabam deixando para o filho a responsabilidade de tomar decisões que ele não tem maturidade para administrar. É o que diz o psiquiatra Içami Tiba, autor de diversos livros sobre educação, como "Quem Ama, Educa!" (Integrare Editora).
"Apesar de pensar que está ajudando o filho, os pais estão errando como educadores. Não se pode deixar a criança ou o adolescente fazer tudo que tiver vontade. São os adultos que vão arcar com as consequências dessa liberdade toda", declara Tiba. E, futuramente, os filhos também. 
"Os pais têm a ilusão de que proibir fará os filhos sofrerem. Só que, quanto menor a criança, menos conhecimento ela tem para avaliar as consequências dos seus atos", afirma a professora Audrey Setton Lopes de Souza, do Instituto de Psicologia da USP (Universidade de São Paulo). Segundo a especialista, a liberalidade excessiva não ajuda e, sim, assusta a criança.
Para Leila Salomão de La Plata Cury Tardivo, também professora do Instituto de Psicologia da USP, é preciso observar as características culturais e comportamentais de cada família. Há núcleos familiares que são, naturalmente, mais liberais; outros, mais repressivos. Só que existem regras e situações sociais que transcendem os conceitos ideológicos de cada grupo.

De acordo com Audrey de Souza, as regras devem começar a ser impostas quando a criança ainda é bebê. "A gente nasce com uma busca pelo prazer ilimitado. E são com regras básicas que aprendemos a lidar com o mundo", diz.
"Muitas crianças não querem ir à escola, mas não se pode acatar esse tipo de pedido. Todas as crianças têm o direito de estudar, isso é protegido por lei. Existem outros valores mínimos necessários para a convivência em sociedade, que devem ser ponderados na hora de liberar ou não o filho a fazer algo", fala a psicóloga Leila.

Adolescência

Segundo os especialistas, a liberdade total, geralmente, leva o adolescente para dois caminhos: um é a carência, o sentimento de estar abandonado. O outro é a delinquência.
A professora Leila Tardivo conta que, certa vez, acompanhou o caso de uma adolescente que fingia estar sempre conversando com a mãe pelo telefone. "Ela fazia de conta que tinha uma mãe que a repreendia, como as amigas tinham. Ela precisava de um cuidado, e a mãe não ligava, deixava a garota fazer tudo. Enquanto as amigas achavam aquilo legal, a menina se sentia abandonada", descreve a especialista.
Segundo a professora Audrey de Souza, o adolescente é transgressor por natureza e é preciso ir contra a essa tendência. "Para o jovem, é importante desafiar. A gente sabe que, uma hora ou outra, ele pode experimentar bebidas alcoólicas. É importante que haja um adulto que diga 'não'. Que dê bronca se ele beber. O desafio sem uma certa intervenção pode criar um delinquente, que só vai parar de cometer excessos quando for barrado pela justiça".

Opinião do blogueiro: Está faltando gente para dizer não. Já que não vamos conseguir tudo o que queremos quando adultos, as crianças devem conhecer seus limites.
Concordam?

Um comentário:

  1. Artigo excelente, que mostra com muita clarividência a realidade de como se educar o filhos! O caminho é por aí mesmo. Gostei!!!!
    Antônio Carlos Faria Paz - Itapecerica/MG

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