Fazenda onde nasceu o blogueiro. Foto Luis Fernando Gomes

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quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Quais são seus medos?

DE QUE VOCÊ TEM MEDO?

Recentemente, um morador de meu prédio andou tendo pavor de elevador, provocando atritos com outros condôminos. E em uma conversa com uma amiga, ela se queixava do envelhecimento (fez 60 anos este ano) e temia-o cada vez mais.  Li alguns livros sobre medo, recentemente.E por acaso recebi este texto sobre medos que vale a pena ser lido.



Você saltaria de pára-quedas? Entraria sem lanterna em uma caverna escura? Aguentaria ficar algumas horas preso no elevador? (Eu mesmo fiquei preso por 1 hora e 15 minutos em um elevador com mais três pessoas) Sentir medo de determinadas situações é justificado por um instinto de sobrevivência. Mas o pânico excessivo, despropositado, diante de determinada situação que não gera medo em outras pessoas pode ser um distúrbio de ansiedade, conhecido como fobia e que, em alguns casos, pode alterar significativamente a rotina da pessoa. E você, tem medo de quê?

Se você prefere subir de escada até o topo do maior edifício do mundo, o Burj Dubai, com 160 andares, do que entrar em um elevador, seu medo pode ter raízes mais profundas. De acordo com a psicóloga Ana Isabel Milhano, “as fobias são distúrbios de ansiedade que se revelam por medos irracionais ou desproporcionados perante objetos (coisas, seres vivos, etc…), pessoas ou em relação a certas situações ou atividades, as quais, em circunstâncias normais ou noutros indivíduos, não provocam qualquer medo em especial ou excessivo. A pessoa com fobia, apesar de poder ter consciência de que o seu medo é irracional, não consegue evitá-lo e sente medo sempre que se encontra perante a situação fóbica. Muitas vezes, tende a evitá-la, sendo, por isso, um medo patológico”.

O medo que uma pessoa com alguma fobia sente diante de determinada situação pode ser irracional, mas não é inteiramente injustificável. Para a psicóloga, “numa primeira apreciação, as fobias não são justificáveis, se considerarmos a grande quantidade de indivíduos que não sentem medo. As fobias representam medos irracionais, ou seja, sem razão de acontecerem. No entanto, geralmente, podem explicar-se no contexto real da pessoa, em particular na sua história de vida, que pode ser investigada para se perceber a razão dessa fobia. Pode ser causada por experiências traumáticas ou, frequentemente, surge como um medo deslocado em relação a um medo maior do passado. Por exemplo, o medo das alturas pode ser desencadeado por sentimentos de desamparo ou de abandono vivenciados anteriormente”.

Existem medos mais comuns do que outros, como de lugares fechados e de altura, mas, segundo Ana Isabel, eles não têm idade para começar a se manifestar. “É variável a idade em que surgem as fobias – podem existir fobias de infância que, em geral, são de curto prazo, mas a maioria ocorre no início da idade adulta ou ainda na adolescência e o indivíduo pode ir desencadeando ou intensificando uma ou mais fobias ao longo da sua vida. Tudo depende do desenvolvimento. Pelo percurso natural de vida, o medo de envelhecer poderá ser desencadeado a partir de certa idade da pessoa, particularmente quando constata uma maior proximidade temporal com a sua finitude, por exemplo. Mas atenção, só é considerada fobia se o medo for exagerado e fizer desencadear reações fora do comum” explica.

Uma fobia não tratada corretamente pode afetar bastante a rotina de uma pessoa, a ponto de ela evitar até sair de casa. Uma fisioterapeuta conhecida minha largou o emprego porque tinha que subir cinco andares de elevador. Por isso, dependendo do caso, o tratamento é fundamental. “Algumas fobias são mais complexas e podem ser realmente limitativas e, se não tratadas, têm tendência a serem crônicas e a agravarem-se. Um dos tratamentos psicológicos mais utilizados, na linha cognitivo-comportamental, consiste na progressiva dessensibilização em relação ao objeto de medo, de modo a enfraquecê-lo e superá-lo. Depois, a pessoa é progressivamente colocada perante a situação que lhe desencadeia o medo, mas de forma controlada, numa ótica de que deve enfrentar o medo passo a passo, até ser capaz de não ter reação fóbica perante a situação. O uso de medicamentos, em alguns casos, é necessário”, diz Ana.

                       
Existem algumas fobias que são mais comuns, especialmente em adultos. Por isso, Ana Isabel Milhano preparou uma pequena lista com algumas delas e as reações que desencadeiam nos pacientes. Veja a seguir:
Gerascofobia: medo de envelhecer
Em último grau, o que desencadeia esta fobia é o medo da própria morte. A pessoa pensa “Do que vou morrer?”, “Como vou morrer?”, “Qual a forma ideal de morrer?”, “Vou sofrer muito?”. Quanto ao lado estético, podemos pensar no acréscimo de rugas e em como retirá-las, ou ainda se desperdiçou muito da sua vida, se poderia ter feito outras coisas. Acontece que, para todos, o tempo não volta atrás.
Ocofobia: medo de veículos
Sente uma grande ansiedade se tiver de conduzir e mesmo como passageira do veículo. Pode, por exemplo, convencer-se de que terá um acidente enquanto viaja. Relaciona-se com a amaxofobia (medo de conduzir), em que a pessoa pode sentir medo de não conseguir se “virar” no trânsito ou de ficar sozinha perante algum problema com o veículo, em locais ou situações difíceis de pedir ajuda. Em outro grau, a pessoa pode experimentar a fobia apenas em determinadas situações da condução que lhe causam o medos como o de dirigir à noite, de passar em túneis ou em pontes, com trânsito congestionado etc.
Distiquifobia: medo de acidentes
A pessoa pondera sistematicamente a possibilidade de acidente em determinada situação. Por exemplo, uma fobia comum é o medo de voar de avião. É verdade que “não nascemos para voar”. Talvez, por isso, seja uma fobia compreensível. No entanto, existindo no mundo de hoje diversas formas de transporte, sabemos que os acidentes são menos frequentes em espaço aéreo do que no sistema rodoviário, pelo que seria plausível que este medo não existisse.
Claustrofobia: medo de espaços confinados ou lugares fechados
Por exemplo, o medo de andar de elevador, que passa por pensamentos de medo de ficar preso lá dentro e que ninguém o tire. Imagine o medo de ficar vivo dentro de um caixão! Assim, torna-se mais fácil pensar no medo de ficar preso num elevador. A dimensão dos espaços é diferente, assim como a possibilidade de se atuar e resolver as duas realidades, mas o conceito é semelhante. Sugiro ver o excelente filme “Sábado”, onde um grupo de pessoas fica preso no elevador em um sábado à tarde, com um morto, que descia de elevador junto com dois papa defuntos.

Acrofobia: medo de lugares altos
Basicamente, a pessoa, em um lugar alto, pode pensar na hipótese de queda, o que a fará tender a evitar a situação. Também pode imaginar a hipótese de queda de outros que estejam consigo ou que lhe sejam próximos. É de fato angustiante, visto pelo olhar do fóbico.




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