Fazenda onde nasceu o blogueiro. Foto Luis Fernando Gomes

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segunda-feira, 22 de novembro de 2010

.'UM HOMEM QUE GRITA" Filme especialíssimo

Cinéfilo, mas não crítico de cinema, quero dar minha percepção de um filme que vi neste final de semana.

UM HOMEM QUE GRITA...
Para quem está acostumado com as produções holliwoodianas, não vai gostar deste filme. Mesmo aqueles que saem do circuito cinematográfico europeu e se extasiam com os filmes iranianos vão ficar chocados. Mas vale a pena correr o risco e ir ao cinema assistir “Um Homem Que Grita”. E vá logo, antes que saia de cartaz. Não perca. Além de ser um filme africano (coisa raríssima), dirigido por um africano, com atores africanos – a única personagem não africana é uma “amarela”, uma chinesa,-  narra uma belíssima e triste história de guerra sem mortos (os únicos mortos que aparecem estão na TV), de amor filial com enorme capacidade de perdão, a globalização em seu estado maligno, o sofrimento e as reações patológicas de um pai e a importância de ser reconhecido por um feito esportivo acontecido há décadas. Ouvi expectadores comentarem que ele é lento. É. Tem um close fantástico no rosto do personagem principal. Não tem música. A não ser uma dolorosa e pungente canção árabe.
A primeira e última cena acontecem com os mesmos personagens, em um mesmo ambiente estranho à África árida (água), mas com sentimentos opostos: enquanto em uma há vida, alegria, felicidade, na outra vemos infelicidade, ausência de vida e sofrimento. E talvez até paz, diante da beleza do crepúsculo. A história se passa no Chade, com guerra entre rebeldes e forças do governo (o próprio diretor fugira de lá, carregando os pais, já envelhecidos, num carrinho de mão). No hotel, comprado pelos chineses, o zelador da piscina, um antigo campeão olímpico de natação pelo Chade, é demitido e em seu lugar é colocado o próprio filho. A partir deste momento, uma série de situações complicadas vai acontecendo, levando-o a sofrimentos e comportamentos incontroláveis.À mulher que reclama que ele mudou, responde: “o mundo mudou”. É verdade. O mundo mudou, o mundo muda. Mas temos que mudar com ele. Mudar o nosso comportamento. Mas de forma adaptativa, e não neurótica e patológica. Há momentos também de desespero e falta de fé em um Deus que, supostamente, os abandonara. Deixe a pipoca de lado e mergulhe nesse comovente filme.



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