Fazenda onde nasceu o blogueiro. Foto Luis Fernando Gomes

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sábado, 7 de março de 2015

Logoterapía. O que é?

Hoje vou falar de uma corrente de psicoterapia. Dos textos que li fiz um resumo. Pensei muito em possível cliente minha na faixa de idade próxima aos 40 anos, com quem conversei muito no último mês de fevereiro. A ideia é importantíssima.

Logoterapia
Logoterapia é um sistema teórico – prático de psicologia, criado pelo psiquiatra vienense Viktor Frankl, que se tornou mundialmente conhecido a partir de seu livro "Em Busca de Sentido" (Um Psicólogo no Campo de Concentração) no qual expõe suas experiências dolorosas nos campos de concentração e lança as bases de sua teoria.
A Logoterapia é conhecida como a Terceira Escola Vienense de Psicoterapia, sendo a Psicanálise Freudiana a primeira e a Psicologia Individual de Adler a segunda.
O termo "logos" é uma palavra grega que significa "sentido". Assim, a "Logoterapia concentra-se no sentido da existência humana, bem como na busca da pessoa por este sentido" (Frankl).  Ela acrescenta: “Não estamos a mercê dos acontecimentos, porque somos nós que determinamos como nos deixaremos influenciar”.
 "Para a Logoterapia, a busca de sentido na vida da pessoa é a principal força motivadora no ser humano. O confronto do paciente com o sentido de sua vida, que deve ser descoberto e não inventado. .. A Logoterapia é considerada e desenhada como terapia centrada no sentido. Vê o homem como um ser orientado para o sentido". (Frankl).
O homem sempre procurou dar um sentido à sua vida e aprofundar-se em sua existência. A frustração dessa necessidade é um sintoma do nosso tempo. O sofrimento e a falta de sentido  do sofrimento configuram o vazio existencial que muitos experimentam. Para esse mal, Frankl desenvolveu a Logoterapia.
Algumas pessoas ainda não encontraram o sentido de suas existências, talvez porque não conseguiram ser autores de suas próprias decisões, mas assumem as dos outros, vivem o sentido da vida dos outros ou deixam que estes definam a sua vida. Há também aqueles que tiveram seu sentido de vida  frustrado, vivem a “frustração existencial.
Esta frustração pode levar a um tipo de neurose, chamada de “neurose noogênica”
Essas neuroses noogênicas ou noógenas derivam dos  conflitos da sua existência,  onde as frustrações existenciais desempenham um papel crucial.
A tensão interna existente entre o que uma pessoa é e aquilo que ela deveria ser de acordo com a sua realidade, seus valores e o seu sentido de vida é chamada de noodinâmica. Quando a pessoa se encontra em uma situação adversa e estabelece uma meta para sair dela, o estado normal de tensão noodinâmica o equilibra e o auxilia para que ele supere os seus obstáculos, desde que aceite o desafio de ir em frente sem o medo do fracasso.
Surge o  vazio existencial quando as pessoas não encontram o sentido para as suas vidas, que se manifesta principalmente no  tédio. Quando nos deixamos dominar pela rotina do dia a dia, quando nos alimentamos  intelectualmente por tantas informações superficiais que a mídia nos empurra diuturnamente e quando não dispomos de tempo para o lazer mental, não damos conta  que necessitamos de um sentido para viver.
O  vazio existencial transparece sob diversas máscaras compensadoras: o conformismo, a submissão e obcessão pelo poder, dinheiro ou sexo.
As particularidade do indivíduo e de sua própria vida – incluindo seus valores – são o que vai  definir  sentido de sua vida. Nas palavras de Frankl: “não é o que a vida pode lhe proporcionar, mas o que você pode fazer pela vida”. A responsabilidade é de cada um e não se pode fugir dela. Nem mesmo jogando-a nas costas do outro, do destino, do universo ou de um ser superior.
Definimos o sentido de nossa vida através de três maneiras:
  1. criando ou trabalhando ou praticando algo;
  2. experimentando algo ou encontrando alguém; e
  3. pela atitude que tomamos em relação ao sofrimento inevitável

O fim da vida não é a autorrealização, mas a autotranscedência. Quanto mais se tenta chegar a esta autorrealização, mais distante ela fica. Ela não é um fim em si mesma, mas um caminho a ser trilhado para alcançar um sentido ou encontrar outro ser humano.
E o amor? O encontro com o outro só acontece quando se tem  abertura para aceitá-lo da maneira como ele é. E ninguém consegue conhecer  outro ser humano se não amá-lo. Somente o amor pode conscientizar o amado daquilo que ele pode e deverá vir a ser.
O sofrimento é inevitável. Deparamo-nos com situações ou fatalidades que não podem ser mudadas ou momentos desesperadores. Quando o absurdo do mundo nos atinge de cheio e não somos capazes de alterar a situação, aí, sim, tomamos consciência de que só podemos mudar a nós mesmos...
Para a logoterapia a vida tem um suprassentido que excede e ultrapassa qualquer compreensão intelectual do ser humano. Este suprassentido pode ser visto na fé religiosa, quando as pessoas acreditam naquilo que não veem e esperam por um futuro que não têm provas de que exista. É ele que impulsina e dá forças às pessoas para superar as adversidades.
Quanto à nossa finitude, principalmente quando bem próxima (velhice, doença grave ou desastre),  esta tende a obscurecer ou tirar o nosso sentido da vida. Para superar o sentimento da transitoriedade, a logoterapia valoriza a historicidade do indivíduo: o seu passado. Tudo o que ele foi e viveu  não se separa dele, mas faz parte e preenche sua vida. Então se ele percebe que não perdeu nada em sua vida, que a usufruiu, que a viveu com plenitude, mesmo diante de grandes adversidades, ele estrutura sua personalidade para envelhecer com orgulho e dignidade.
O indivíduo só consegue enxergar suas frustrações e neuroses, quando se distancia da situação em que está inserido e consegue sair do vazio existencial a patir da autotranscedência.
As técnicas logoterápicas se baseiam na decisão racional de enfrentar seu condicionamento.
O medo produz aquilo que temos medo, ou seja, a ansiedade antecipatória, por isto é que diante do paciente fóbico, o terapeuta o  induz a enfrentar o que teme, ainda que temporariamente.
Outra técnica é a des-reflexão, que leva em conta o fato de que uma intenção excessiva impossibilita o que se deseja.  Nosso foco de atenção vai para a tarefa que vamos fazer e não para o objetivo em si. Por exemplo, o distúrbio do sono. O medo da insônia resulta em uma hiperintenção de pegar no sono, o que impede o indivíduo de conseguir dormir. Se ele focar sua intenção e atenção no prazer de descansar à  noite e não no ato de dormir para conseguir a boa noite de descanso, aí ele consegue dormir.

Frankl não pretendeu "suplantar a Psicoterapia vigente, mas complementá-la e completar também o conceito de ser humano – mais indispensável às ciências do homem do que o método e técnicas corretas". A Logoterapia busca restituir a imagem do homem superando reducionismos, faz uma proposta que não se limita à Psicologia, mas abrange todas as áreas da atividade humana, e busca resgatar aquilo que é especificamente humano na pessoa.




Um comentário:

  1. É preciso fazer a profilaxia mental, ou das emoções! Bom artigo!

    Antônio Carlos Faria Paz - Itapecerica/MG

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