Fazenda onde nasceu o blogueiro. Foto Luis Fernando Gomes

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quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

O que leva as pessoas a se comportarem tão mal durante o divórcio?

Divórcio? Ninguém está preparado. Mas mesmo assim não quer dizer que este momento TENHA que ser mais  traumático do que é. Na década de 80 do século passado li um livro muito importante: "A Arte de Separar-se", com dicas práticas e boas ideias. Conheço casais que passaram momentos pós-separação muito ruins. E o que acontece quando casais que aceitam separar-se civilizadamente perdem o controle e viram verdadeira guerra? (O filme "A Guerra dos Roses" vale a pena ser visto para não repetir). A postagem de hoje tenta explicar porque acontece esta violência toda.


A verdade é que este comportamento “louco” é muito previsível e normal em tais circunstâncias. Isso não é uma desculpa, mas quando você começa a entender melhor o que está causando tais comportamentos, você pode finalmente começar a fazer escolhas mais saudáveis e abordar os sentimentos de maneira diferente.

O site Your Tango listou os gatilhos que fazem as pessoas agirem assim durante o divórcio, dá uma olhada:


1. A decepção e as expectativas que não foram atendidas
Quando disse “sim” você criou várias expectativas sobre como o casamento seria. Mas talvez você nunca tenha compartilhado essas expectativas com alguém que realmente desse seus votos no altar. Muitas vezes nós não articulamos as nossas expectativas especificamente porque acreditamos que a outra pessoa já deveria saber. Um conceito ultrapassado: quem ama advinha.  De jeito nenhum.
O grande desafio do casamento é colocar as expectativas tanto do parceiro quanto as suas na mesa e, em seguida, trabalhar em conjunto para criar acordos mútuos e uma visão de como o seu casamento vai realmente funcionar. 
Se isto não aconteceu durante o casamento, também não ocorrerá no divórcio.

2. O medo da mudança
Durante os períodos de imensa e drástica mudança (como o divórcio), seu cérebro entra em modo de sobrevivência, pronto para brigar ou retrucar.

Se o seu medo é de perder o status (social, financeiro, etc.), um sentimento de incerteza sobre o futuro, uma preocupação de que você não pertencerá mais ao seu círculo social, ou apenas um sentimento de injustiça – a parte do seu cérebro que é ligada à resolução de problemas não consegue fazer seu trabalho. Aí você entra em pânico.

Sua saúde também fica mais suscetível a problemas, tornando-o(a) propenso(a) a se privar do sono e ter baixa resistência no momento em que você está tomado(a) por montanhas de papel extremamente importantes, decisões, e detalhes que fazem parte do divórcio. 
É importantíssimo que você conheça seus próprios sentimentos.


3. Se sentir impotente e fora de controle
Na vida normal, você está acostumado a ser competente e responsável, mas agora está sendo empurrado para o desconhecido, sem saber como fazer as coisas direito no processo de divórcio (e na sua nova vida depois da separação). Você está sendo forçado a tomar decisões importantes de última hora e sem ter tempo pra pensar muito. Há um advogado (e caro!) a ser contratado: afinal, quem vai ajudá-lo com os aspectos legais? E a contratação de um advogado é o que pode ser visto pelos outros como um ataque; de ter elaborado os lados e que agora está pronto para a guerra.

A comunicação é ruim e você se sente impotente e incapaz de controlar totalmente as coisas que afetam profundamente a sua vida. Você precisa confiar no seu advogado e responder a perguntas dos outros familiares e filhos sobre tudo o que está acontecendo. Não é de se admirar que as pessoas fiquem sem chão nesse momento. 
Reparem quanta pressão?

4. Um senso de direito
Dividir em duas partes todos os bens (e memórias associadas) que os dois adquiriram com muito suor, equidade e dinheiro batalhado pode parecer uma transação comercial rancorosa. Cada um de vocês tem um senso de propriedade e palavras como “isso não teria acontecido sem os meus esforços” deixam claro que suas decisões agora estão dominadas por suas emoções, não pela razão de solucionar os problemas. 
Este momento é muito difícil. Conheço um divorciado que ficou anos brigando para não dividir o apartamento. Outro, muda para casa da mãe para não dividir os bens. Em uma manhã passada na Secretaria da Fazenda, somente um entre cinco homens em separação não estava "perdendo" financeiramente no processo.


Se você tem filhos, é provável que exista uma enorme sensação de culpa e preocupação que esta experiência de divórcio poderá afetá-los. Eles podem até pensar que é culpa deles que os pais estão se separando. As crianças acabam sofrendo também e isso complica ainda mais a situação. A batalha de ego travada entre você e a outra parte na busca de “justiça emocional” acaba aumentando cada vez mais. 
Reparem bem na "batalha de egos": isto não é guerra. Há um dito popular ue pode ajudar: é melhor um mau acordo do que uma boa briga.
Seus filhos estão de olho em você. Controle-se.


Essas são algumas das razões pelas quais as pessoas perdem a linha quando estão se divorciando. É importante sempre colocar as coisas em perspectiva e manter a calma, para não acabar passando por uma situação que causará desconforto e tristeza para o futuro. 

Um comentário:

  1. Excelente artigo, atual, prático, informativo e formativo.

    Antônio Carlos Faria Paz - Itapecerica/MG

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