Fazenda onde nasceu o blogueiro. Foto Luis Fernando Gomes

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segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Birra na criança: acesso de ira.

Com a lei da palmada - como em países autoritários é comum o Estado se imiscuir em assuntos familiares e direcioná-los -, que vem a reboque da falta de educação e orientação do povo, muitos pais ficaram em dúvida: como reagir com seus próprios filhos? E diante da birra? Vamos ler este texto.

Também conhecido como acesso de ira, algumas crianças são mais propensas a “chiliques” do que outras e parecem ter o pavio mais curto. Talvez isso seja apenas um traço da personalidade.
O acesso de ira ocorre quando a criança investe contra o mundo sem que esse reaja. Pode ser disparado por várias coisas, mas sua origem é sempre algum tipo de frustração.
São várias as hipóteses: a criança descobriu que não pode fazer alguma coisa desejada, pois ainda não obteve as habilidades necessárias, ou obteve um resultado diferente do esperado. Ou alguém a impediu de fazer algo que ela queira fazer, ou você tentou fazer uma coisa contra a vontade dela, ou simplesmente ela atingiu o limite emocional. Seja qual for o motivo, o pavio chega ao fim e ocorre a explosão.
Já é bastante chato quando o chilique acontece no chão da sua sala de jantar, imagine então no supermercado, no carro, na casa de um amigo e isso pode acontecer em qualquer lugar.
A mãe pode, sim, minimizar as frustrações dos filhos nessa idade, mas não poderá eliminá-la por completo. É importante saber que a ira é inerente ao processo de aprendizado e as técnicas para definir limites podem acabar com um ataque logo no inicio, mas nem sempre isso é possível. A única coisa que a mãe deve fazer diante de um acesso de ira é não ceder. 
Render-se é provar para criança que o “chilique” funciona, e você não quer esses acessos no futuro, quer?
Estar nessa situação assustadora é ruim para mãe e para criança. A criança sente-se perdida e totalmente tomada pelo sentimento de fúria. Uns correm em círculos gritando, outros se jogam no chão, sapateiam e berram, há aqueles que batem a cabeça nos móveis ou mesmo em você. Bem complicado! Mas veja algumas dicas da superbabá Jo Frost e saiba lidar com um ataque de raiva:

*A primeira coisa é assegurar que a criança não se machuque, nem machuque os outros, tampouco quebre algo;
*Tente manter a calma. Raiva apenas piora a situação. Se não conseguir controlar, afaste-se da cena. A pior coisa a ser feita é revidar um chilique com outro;
*Nem tente argumentar com a criança nesse momento. Ela não conseguirá ouvi-lo, ela não quer escutar nada;
*Algumas crianças cessam o ataque de raiva mais rápido quando um adulto as segura com firmeza. Com outras, isso pode piorar a cena;
*Retire-se da sala, se puder, assim que estiver certa de que ela não irá se machucar, nem quebrar nada. Se o chilique for deliberado, o que pode acontecer com crianças mais próximas dos três anos, ignorar completamente o acesso de ira pode resolver o problema.

O que faz uma criança perder a paciência

*Paciência não é uma virtude nessa fase. Muitas crianças simplesmente não conseguem esperar nem um minuto sequer para nada;
*Não conseguem lidar com muitas opções ao mesmo tempo. Simplesmente não entendem o significado da frase “um ou outro”. Muitos de seus desejos serão contraditórios. Seu filho pode querer calçar o sapato e ficar descalço ao mesmo tempo;
*Não consegue planejar. É impulsiva, age de imediato e não tem a menor ideia das consequências de seus atos, nem de como se sentirá depois;
*Não tem autocontrole;
*Não tem noção de perigo;
*Não entende que suas ações podem afetar os sentimentos dos outros. Não gostam de revezar. Se você disse: “Empreste seu brinquedo um pouquinho”, seu filho pode pensar que nunca mais terá o brinquedo de volta. É explosão certa;
*Como sua memória é limitada, você precisa repetir a mesma coisa várias vezes;
*Não entende o que é uma promessa até vê-la cumprida. Quando quer algo, quer agora mesmo. Quando se fixa em uma coisa, não tem acordo, você pode até tentar, mas será em vão;
*Quer mais atenção do que é humanamente possível, 24 horas por dia é pouco para elas. 

Fala a verdade, o texto ajudou? Salvou uma criança da palmada e uma mãe de responder a uma CPI (comissão de pais ignorantes)?


Um comentário:

  1. Boa matéria mostrando alternativas, mas continuo achando a lei da palmada um absurdo, ponderando que a violência física em si é prejudicial.

    Antônio Carlos Faria Paz - Itapecerica/MG

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