Recebo constantemente textos falando sobre o cérebro. É um
assunto que gosto de ler. Os conhecimentos sobre este órgão tão importante para
nós têm avançado. O que é ótimo. Vejamos algumas grandes descobertas.
O cérebro humano é um órgão
extremamente complexo e, apesar de ser um objeto de estudos desde o Egito
antigo, cientistas afirmam que na última década foi descoberto mais coisas
sobre o cérebro do que em todas as décadas anteriores. Mesmo com esse grande
avanço na ciência, ainda há muitos mistérios sobre o cérebro a serem
desvendados, o que com certeza manterá os neurocientistas ocupados por muitas
outras décadas.
Para entender essa evolução
da neurociência, destacamos algumas das grandes descobertas dos últimos tempos.
Por exemplo, você sabia que os neurônios só foram descobertos por volta de
1890? Que a doença de Alzheimer foi primeiro descrita em 1906? E que a região
do cérebro responsável pela fala foi identificada por volta de 1860, porém a
responsável pela memória só quase um século depois?
O neurônio
Por volta de 1870, um
cientista chamado Goldi desenvolveu uma forma de tingir o cérebro que permitiu
que fossem visto pela primeira vez os tecidos e células individuais do cérebro.
Mas ainda não se sabia se o cérebro era composto de células nervosas
individuais ou de um tipo de tecido contínuo. Após vários anos de pesquisa,
ficou provado que a estrutura básica do sistema nervoso era composta de células
individuais, as quais foram batizadas de “neurônios” em
1891.
O lugar da linguagem
O paciente só conseguia falar
uma única sílaba e faleceu alguns dias depois que o cirurgião francês Paul
Broca o conheceu por volta de 1860. Quando o cirurgião analisou o cérebro do
paciente, encontrou uma lesão na superfície do obo frontal esquerdo. Tempos
depois, Broca conheceu um segundo paciente com problemas de fala que, após a
morte, tinha o mesmo tipo de lesão cerebral; assim como muitos e muitos
pacientes depois dele. O cirurgião documentou esses casos e estabeleceu a
conexão entre a fala e essa região do cérebro. Esse trabalho marcou a primeira
vez que certas regiões do cérebro foram atribuídas a tarefas específicas, um
preceito que serve de base para quase todos os trabalhos de neurociência atualmente.
A doença de Alzheimer
Na medida em que
envelhecemos, aumentam os riscos de desenvolvermosdemência.
Enquanto os cientistas ainda se esforçam para entender a demência, devemos
aplaudir o trabalho de Alois Alzheimer, que em 1906 descreveu a doença que leva
seu nome. O médico conheceu uma paciente num hospital alemão que estava sendo
tratada por comportamento estranho, obosia e problemas de memória. Ele
entrevistou-a diversas vezes e depois estudou seu cérebro após a morte. Em
1906, ele fez uma apresentação descrevendo os sintomas desse tipo de demência e
os ligou às placas e emaranhados que encontrou no cérebro da paciente. A
descrição das características dessa doença pavimentou o caminho para os
pesquisadores atualmente trabalhando na sua prevenção e tratamento.
Pistas sobre a memória
H.M. é um dos pacientes mais
famosos de toda a neurociência e foi graças a ele que possuímos um entendimento
de como
a memória funciona no
cérebro. O paciente H.M., assim chamado para manter sua privacidade, tinha um
tipo severo de epilepsia e, em 1953, um cirurgião efetuou uma operação
experimental para corrigir essa condição. A cirurgia, que removeu partes dos obos
temporais do paciente, deixou H.M. com amnésia profunda; o jovem era incapaz de
formar novas memórias ou de lembrar os nomes das pessoas que conhecia. Com a
ajuda de uma psicóloga, foram aplicados vários testes de memória no paciente
que resultaram em descobertas importantes.
Antes desse trabalho,
cientistas achavam que as memórias eram distribuídas por todo o cérebro, mas o
cirurgião e a psicóloga conseguiram ligar a amnésia de H.M. às partes do
cérebro que foram removidas. Um dos testes também demonstrou como diferentes
tipos de memória eram armazenados em diferentes partes do cérebro. Como H.M.
podia aprender novas tarefas, cientistas concluíram que existia um sistema
subconsciente de aprendizado motor que era distinto do sistema de memória
declarativa, aquele que havia sido afetado pela cirurgia.
A plasticidade
cerebral
Uma das mais recentes
conquistas da neurociência é também uma das mais significativas, abrindo
caminho para a próxima era da exploração cerebral. Durante séculos, cientistas
achavam que o cérebro se tornava um objeto fixo, inalterável, após seu
desenvolvimento inicial nos primeiros anos. Como se conseguíssemos moldar nosso
cérebro somente até certa idade e depois, se acontecesse algo de errado, não
haveria mais o que fazer. Mas nos últimos anos, pesquisadores descobriram o
conceito da neuroplasticidade:
evidências de que o nosso cérebro pode ser reconectado e ajustado em qualquer
idade.
O conceito da
neuroplasticidade tem implicações em educação e em tratamentos potenciais para
distúrbios neurológicos. Um estudo intenso de um assunto, em qualquer idade,
pode alterar a área do cérebro associada àquele assunto, como demonstrado no
cérebro dos taxistas
londrinosdurante o treinamento. E, também, um AVC não significa mais a
perda irreversível da função cerebral, pois estudos recentes indicam que a
estrutura do cérebro pode se ajustar para compensar uma função perdida.
Também tenho predileção por matérias acerca do "Cérebro", esta máquina pensante e que administra e está ligado a todo o corpo. Muito bom o texto! Que venham outros"
ResponderExcluirAntônio Carlos Faria Paz - Itapecerica/MG