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Nestes últimos 14 anos, em meus
cursos de Inteligência Emocional tenho falado da síndrome de Gabriela: eu nasci
assim, eu sou sempre assim, Gabriela. A pessoa diz que nasceu deste jeito e vai
morrer assim. Grande erro. Não só psicologicamente, como fisicamente.
Este texto, li-o no site de
Cérebro Melhor. A segunda característica psicológica responsável pela
longevidade, apontada pelo artigo, poderia ser chamada de agressividade, ou
autoafirmatividade ou o famoso “não levar desaforo para casa”? Ou seria a flexibilidade,
a adaptabilidade? Deixo para os leitores tirarem suas conclusões.
Viver até os 100 anos de idade ainda é um acontecimento raro,
mas está se tornando cada vez mais comum no mundo todo. No Brasil, esse grupo
já representa mais de 23.000 pessoas, segundo o Censo de 2010. Mas como essas
pessoas conseguem viver tanto? Pesquisas sugerem que boa parte da resposta está
nos genes dessas pessoas, porém descobriu-se recentemente que a personalidade
também é um fator importante da longevidade.
Se a personalidade é importante para a longevidade, será que
conseguimos mudar nossa personalidade? Existe uma crença comum de que “cachorro
velho não consegue aprender novos truques”, ou seja, uma vez que a
personalidade é formada no início da vida adulta, ela permanece inalterada ao
longo da vida. Mas um novo estudo desafia
essa crença utilizando uma intervenção cognitiva baseada em exercícios para o
cérebro.
Pesquisadores desenvolveram um programa de treinamento para
melhorar a capacidade de raciocínio em idosos que consistia em uma série de
desafios que eles podiam fazer em casa. Os idosos possuíam entre 60 e 94 anos
de idade e completavam os desafios cada um no seu ritmo, porém o nível de
dificuldade individual aumentava a cada semana. Cada participante passou por um
teste de habilidades cognitivas (como memória, atenção, raciocínio lógico etc.) e de traços de personalidade,
antes, durante e depois do programa de treinamento.
Vale explicar que a personalidade refere-se a um conjunto
estável de padrões comportamentais, bem como traços cognitivos, motivacionais,
sociais e emocionais, que são influenciados pelo histórico familiar,
predisposição genética, ambiente e fatores socioculturais. A psicologia
geralmente descreve a personalidade de uma pessoa através de cinco fatores: neuroticismo, extroversão,
amabilidade, conscienciosidade e abertura para o novo.
Voltando ao estudo, os participantes que passaram pelo programa
de treinamento, com 16 semanas de duração,tiveram melhora nas suas habilidades
cognitivas. Além disso, os que apresentaram ganho nas habilidades de raciocínio
indutivo, também demonstraram um aumento moderado, porém significativo, em
abertura para o novo, um dos cinco fatores de personalidade. Com esse
resultado, esse estudo é um dos primeiros a demonstrar que traços de
personalidade podem mudar através de intervenções “não fármaco-psicológicas”.
Essa descoberta, apesar de ainda estar limitada a um traço da
personalidade, abre uma série de possibilidades interessantes, pois diversos
estudos já apontam que existem características de personalidade favoráveis à
boa saúde na terceira idade, bem como à longevidade. Inclusive, um estudo recente conseguiu identificá-los de maneira
mais completa, pois utilizou um grupo mais homogêneo de pessoas.
A pesquisa contou com mais de 243 centenários, com idade média
de 97,6 anos, dentre um grupo de judeus do Leste Europeu. Após analisar os
aspectos de personalidade desse grupo, os pesquisadores verificaram que os
centenários compartilham certos traços de personalidade que estão associados à
longevidade, os quais foram resumidos em duas características.
A primeira característica é o que eles chamam de “atitude
positiva com relação à vida”, que consiste na pessoa ser otimista, fácil de
lidar, dar risada, gostar de sair e possuir uma rede social grande. Já a outra
característica foi batizada de “expressão emocional”, que é a capacidade da
pessoa expressar abertamente suas emoções, ao invés de represa-las.
Mas não basta ter longevidade sem qualidade de vida,
principalmente no que se refere à saúde mental. Daí a importância de uma série
de atitudes para promover o bem-estar das
pessoas,como sono suficiente,
alimentação adequada, controle do estresse, exercícios físicos, estímulo
cognitivo e “leitura deste blog”.
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