Fazenda onde nasceu o blogueiro. Foto Luis Fernando Gomes

Fazenda onde nasceu o blogueiro. Foto Luis Fernando Gomes
Fazenda onde nasceu o blogueiro. Foto Luis Fernando Gomes

quarta-feira, 1 de junho de 2011

DECISÕES

D E C I S Õ E S

Um cliente, de 59 anos, com um casamento de 30 anos em grande pasmaceira, se encantou com a professora particular de inglês, 19 anos mais nova e de belos olhos verdes. Procurou-me na dúvida se entrava numa aventura amorosa com final desconhecido ou continuava na porcaria do casamento.
Não podia lhe dizer nada sobre se deveria ou não ter o caso. Convidei-o a raciocinar. A decisão tinha que ser dele. É disto que se trata: decisão. Uma das coisas mais difíceis de tomar: faço isto ou aquilo? Continuo ou termino?
Não existe nenhuma garantia sobre a decisão que vamos tomar. Só expectativas. E as conseqüências? Impossível controlá-las. Fazer previsão e tomar cuidado é uma coisa. Outra coisa é controlar. E se as decisões envolverem pessoas, ficam mais dolorosas. Decidir é um pulo no escuro, um mergulhar no desconhecido. E o desconhecido dá um medo.
Será que ele deveria ficar naquele casamento e morrer sem nunca ter vivido uma paixão enlouquecedora? A questão é que vamos morrer de qualquer jeito. A angústia dele estaria mais ligada aos limites – entre eles, o morrer -  do que trair ou não a mulher.
O prazer consegue afastar da mente a nossa finitude. Drogas lícitas (álcool) e ilícitas também. Outro meio que usamos é nos afogar em trabalhos incessantes ou nos entregar a todas excitações possíveis. Outros enveredam pelo mundo das artes ou literatura para se organizar frente à terrificante percepção do fim da vida. Alguns entram em depressão, ou jogam tudo para cima e saem na busca do horizonte perdido. Não contando os que só encontram calma e tranqüilidade na religião.
Estas angústias existenciais fazem parte de nossa vida. Cada um de nós vai morrer, e morrer solitariamente. E, então? O que fazer? Não podemos rebobinar o tempo. A vida vai prosseguir inevitavelmente para o seu fim. E o que podemos fazer é gozar da liberdade de, enquanto vivermos, tentar ESCOLHER o que mais nos dá alívio e prazer, ou aquilo que nos afasta da dor ou da doença.
Encontrar novos e bons motivos para continuar vivendo uma vida cheia de propósitos e significados, algo que vá além de nosso simples Ego, além de suportar perder nossas ilusões. Perder as ilusões, sim, mas não ser tomado pela amargura. Decidir e escolher exigem posturas responsáveis. Será que escolhemos somente as responsabilidades que desejamos carregar?
A Psicologia Existencial afirma que Liberdade com Responsabilidade, tomada de decisões e limites, morte, solidão e significado da vida são os temas principais que nos levam ao consultório do psicólogo. E a consciência que somos programados para morrer é marcantemente dolorosa. Neste ponto não temos escolhas. A não ser de morrer bem.





Nenhum comentário:

Postar um comentário