Fazenda onde nasceu o blogueiro. Foto Luis Fernando Gomes

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quinta-feira, 5 de maio de 2011

O MINISTÉRIO DA SAÚDE ADVERTE: PAQUERAR NA TERCEIRA IDADE PODE SER PERIGOSO.

Definitivamente, não. Não fui eu que escrevi. E nem fala sobre mim. Mas achei tão interessante, bem humorado, que resolvi aproveitá-lo aqui, com algumas alterações. O tom crítico e sarcástico também me agradou. Espero que meus leitores gostem.

O MINISTÉRIO DA SAÚDE ADVERTE: PAQUERAR NA TERCEIRA IDADE PODE SER PERIGOSO.


A semana passada estava entrando num Banco para ver se tinha restado algum trocado, até o dia da "viúva" (INSS) fazer o depósito. Foi quando uma linda garota de uns quarenta anos (veja como sou bonzinho), minissaia, entrou na fila dos caixas. Imediatamente sai da fila dos idosos e fiquei atrás dela.
Em pouco tempo ela olhou para trás e sorrindo e disse:
- Porque o senhor não utiliza a fila dos idosos?


Você sabe para que lugar eu tive vontade de mandá-la, não é? Porém, mantive a calma e usei toda minha experiência. Puxei papo e resolvi inventar, para impressionar. Falei das minhas "experiências como comandante de navio de cruzeiro" - semana passada havia lido um livro sobre um comandante de navio de turismo. Sabia tudo a respeito.

- Uau! o senhor foi comandante de transatlântico?

- Só por vinte e dois anos. - respondi expressando uma certa indiferença pelos anos de trabalho, mas sentindo que tinha capturado a presa, era só abater e traçar.

- Nossa! e com essa sua pinta o senhor deveria, certamente, agradar muito o público feminino, nas noites de jantar com o comandante.

Boquiaberto só pude responder: Hã? - distraído, eu estava de olho fixo no exuberante e generoso decote  da jovem. Ela me pegou no flagra. Eu sem graça, mas ela não se fez de rogado e emendou:

- O senhor ficou vermelho! Ficou até mais bonito. Aliás, o senhor deveria fazer um teste na televisão.

Eu estava perplexo e apavorado, depois dos sessenta, isto acontece uma só vez antes da morte. Aquele avião pronto para decolar e eu sem condições nem mesmo de efetuar o chek in. Não sou mais comandante , mas piloto de aeronave. Sim, não sabia ao certo quanto teria na conta corrente... Quanto estaria custando um  pacote de Viagra?  E eles não vendem a unidade: só pacote de no mínimo dois. Onde poderia arrumar duzentão, até o dia do depósito da "viuva"?... Quanto estariam cobrando um apê no motel? Será que se chamar um táxi pega bem? Comecei a suar frio.
- Eu, artista de televisão?

- Sim! o senhor lembra aquele famoso galã dos anos cinquenta, que minha avó me mostrou na revista "Rainha do Rádio". Ela tem verdadeira paixão por essas revistas. Adorava Marlene, Emilinha Borba... Deus nos livre de alguém mexer nas suas revistas. Ela guarda a sete chaves, com o maior carinho. O senhor é saudosista também?

- Sim! Mas, você ta me gozando. Galã dos anos cinquenta? (Quantos anos ela pensava que eu tinha?)

- Verdade... não me lembro bem o nome, só sei que ele fazia filmes para o cinema, era muito famoso. Ma..Mário, não era. Era alguma coisa como... ah sim, tinha dois “zes” no nome.

- Mário Gomezz (apelei,  esperando que seus neurônios não fossem suficientes para perceber a forçação de barra com dois zês em “Gomes”)?

- Não, não era este o nome.  Ahhh lembrei... Mazzaropi? Isto Mazzaropi! Mazzaropi era um galã, não era?

Nesta hora minha autoestima fez um buraco no chão e foi parar na terra do sol nascente, com tusunami e tudo. Pô, quando ela disse que eu parecia galã dos anos cinquenta, pensei num Paulo Gracindo, Paulo Autran, ou algum Antonio Fagundes da vida. Mas, Mazzaropi? Não é possível.  E desde quando Mazzaropi foi galã? Esta “menina” não regula. Mas, até aí tudo bem. Para pegar aquele avião eu ia de Mazzaropi mesmo.
O meu fabuloso programa da tarde só veio a acabar, quando ela incautamente, derrubou um livro que tinha na mão. Eu, como um verdadeiro cavalheiro, inventei de abaixar para apanhá-lo. Só que esqueci as recomendações do meu ortopedista sobre minhas artroses e artrites, que quando eu me abaixasse, o fizesse de uma forma bem vagarosa, e não "vigorosa". Enquanto o livro descia, eu mais que depressa, inventei de pegá-lo na altura dos joelhos desnudos da jovem, querendo que meus dedos encostassem lá.

Só escutei a frase dela: "uau! que reflexo - você parece um garotão!".
Ouvi esta frase, e mais dois sons. Um som abafado da região da minha coluna que travou no ato, e o som estridente de alguma coisa parecida com o rasgar de uma calça. E quem disse que eu conseguia endireitar o corpo? Nem chamando o guindaste.
Arcado, tentava me endireitar e mais barulho fazia. Tentava, e nada.
A jovem vendo que a situação não se reverteria, mesmo assustada com aquela posição esdrúxula de “Napoleão perdeu a guerra”,  apanhou o celular e discou para o SAMU. Fim de um provável encontro amoroso...







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