Fazenda onde nasceu o blogueiro. Foto Luis Fernando Gomes

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quinta-feira, 19 de maio de 2011

Paixão, Casamento e aprendizagem

A desculpa do mau datilógrafo (coisa bem antiga) era a máquina de escrever (também coisa antiga). Atualizando, do mau digitador é o teclado. Assim também do  mau blogueiro é o blog. Só que ontem aprendi porque meus textos às vezes não saiam. Foi uma vitória. E sem ajuda de uma querida amiga entendida em informática. Como eu tinha encaminhado o texto por email para meus conhecidos, resolvi fazê-lo aqui também para  os leitores fieis e que me acompanham. Sobre casamento e paixão. Apesar de já ter recebido puxão de orelha de duas colegas de escola que têm mais de 35 anos de casadas e que ainda estão apaixonadas. Exceções, evidentemente.



Os Casamentos duram o tempo da Paixão?


Li o texto abaixo e gostei muito. Ele nos faz pensar nesta história de casamento, paixão e amor. E convivência. 

Por Maria Helena Matarazzo*

Dados da ONU revelam que a maioria das separações tem acontecido após quatro anos. Por quê? Uma das explicações é que os casais agora moram juntos antes de oficializar a união e a soma desse período com o de casamento efetivo coincide com o sétimo ano de relação. Outra hipótese é que os casamentos estejam tendo apenas a duração da paixão.

Todo mundo tem seus medos, mas, se você colocar todos num caldeirão e cozinhá-los, vai acabar com um básico, que é o da morte. Morte quer dizer fim, tanto da vida como de um relacionamento, de um casamento. Mas quanto tempo dura um casamento? Por que ele acaba?

Sabemos que não existe casamento sob medida –"tanto de altura, tanto de largura, tanto de comprimento". Hoje ninguém tem garantia sobre a duração, nem a certeza de que ele vai ser para sempre. Daí o medo.

Certos casamentos passam por períodos muito difíceis logo no início devido, por exemplo, à falta de preparo de um ou dos dois. Também podem correr riscos por causa de um trauma, um choque violento, como uma morte na família.

Sempre se acreditou –e as estatísticas mostravam –que a época mais crítica para uma ruptura, é o sétimo ano de casamento, porque, ao longo desse período, os dois vão acumulando raivas, quer dizer, engolindo sapos com ketchup, cobras e lagartos com maionese. Também acumulam tristezas por coisas que o outro fez ou deixou de fazer, sentiu ou deixou de sentir.

Quem na vida não se auto-iludiu? Que não esperou ser compreendido e não foi? Quem não esperou por algo que deveria ter vindo e não veio? Mas essas raivas vão corroendo o tesão, o amor, e essa corrosão pode levar a relação a explodir, ou seja, acontecem brigas violentas em que não se sabe o que vai sobrar. Ou essas tristezas e desilusões vão levando a um ponto de não-escuta, de diálogo impossível, que, por sua vez, pode fazer a relação implodir –a raiva se volta para dentro e pode provocar até uma doença.

Uma imagem que me vem à mente é a de uma parede onde se abre um furo e ninguém conserta, depois se abre outro e ninguém conserta e mais outro, e assim sucessivamente, até que um dia, ela desaba. Pensava-se que a época mais comum desse desmoronamento era o sétimo ano. Mas no livro Anatomia do Amor, a etologista americana Helen Fisher revela ter descoberto com base em dados da Organização das Nações Unidas que em 62 culturas diferentes, nas quais as pessoas falam línguas diferentes, usam roupas diferentes, entoam rezas diferentes e sentem esperanças diferentes, a maioria das separações ou dos divórcios ocorre em torno do quatro anos. Ela descobriu também que isso acontece tanto em sociedades em que as pessoas se divorciam com freqüência, como naquelas em que o divórcio é mais raro. 


Existem variações, é claro, segundo os costumes e as tradições de cada país. Na Arábia, antigamente, era fácil se divorciar. O marido precisava somente dizer três vezes "eu te repudio" num dia em que a mulher não estivesse menstruada e depois fazer três meses de abstinência sexual. O divórcio era revogado se o marido retirasse o que tinha dito ou se o casal voltasse a ter relações sexuais durante os três meses do chamado período de espera.

No Egito e em outros países muçulmanos ainda hoje os divórcios ocorrem mais nos primeiros meses de casamento, porque a família do noivo pode devolver a noiva aos pais quando ela não se ajusta ao casamento. Também o Corão isenta o marido de pagar a metade das despesas do casamento se ele dissolver a união antes de consumá-la com a relação sexual.

Diferenças à parte, desde 1992, quando este dado comparativo de que a maioria dos divórcios ocorre em torno do quarto ano foi divulgado, todo mundo começou a se perguntar "mas por quê?". Ninguém sabe ao certo.

"Os sociólogos dizem que, dos anos 70 para cá, o número de casais que decidiram morar juntos antes de se casar, pelo menos nos Estados Unidos, praticamente triplicou. Muitas vezes, as pessoas vivem juntas dois ou três anos e só então decidem se casar. Ficam casadas aproximadamente quatro anos e, pelo motivo que for, separam-se. Somando o período que antecede o casamento com o posterior, chegaremos aos famosos sete anos. Na verdade, as relações humanas nascem ou morrem muitas vezes bem antes das legalizações.

Outra explicação que tem sido dada para a tão falada insatisfação do sétimo ano ter se transferido para o quarto é que o casamento agora pode ter apenas a duração de uma paixão. Se uma paixão dura, e geral, de dois a três anos, talvez não seja coincidência que os casamentos estejam durando em torno de quatro, porque sabemos que uma pessoa normalmente leva de seis meses a dois anos para conseguir decidir se separar. Mas nem todos os amantes estão condenados a uniões efêmeras. Num vínculo amoroso existe muito mais do que a paixão. Além disso, cerca de 80% das pessoas que se divorciam voltam a se casar. Muitas acreditam que "re-casar" é deixar a esperança triunfar sobre a experiência. Afinal, quem quer desistir do amor? Ninguém. O que as pessoas querem é saber onde podem encontrar mais amor e com quem e como podem impedir que seu preço seja alto demais.




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