DINHEIRO E CASAIS: UMA RELAÇÃO TORMENTOSA
Não vou falar separadamente de amor ou de dinheiro, mas de como esse último interfere no primeiro.
Antes, algo sobre o amor, retirado do livro “Sem Fraude. Nem favor”, de Jurandir Costa:
“O amor romântico se tornou sinônimo de praticamente tudo o que entendemos por felicidade individual: êxtase físico-emocional, socialmente aceito e recomendado; segurança afetiva, parceria confiável, consideração do outro, disponibilidade para ajuda mútua; solidariedade sem limites, partilha de idéias sentimentais fortemente aprovadas e admiradas, como constituição da família e educação dos filhos; enfim, satisfação sexual acompanhada de solicitude, ternura, carinho e compreensão. Como se não bastasse tudo isso, temos as parcerias econômicas. E é aqui que a situação fica mais crítica.”
O dinheiro virou onipresente: está em todos os aspectos de nossa existência. Do nascimento – e antes dele – até à morte.
E, algo chocante sobre o dinheiro, lido em O Dinheiro e o Significado da Vida, de Jacob Needleman:
“Quantas vezes não vemos motivos financeiros anular considerações de amor, amizade, confiança, boa-fé, integridade, artísticas, misericórdia, justiça e verdade?”
Antes de casar: meu bem para cá, meu bem para lá. Na separação, meus bens para cá e os seus bens, também.
E como são as pessoas em relação ao dinheiro? Vejamos esse teste:
Você prefere:
1) – a) ganhar RS$80.000
b) 80% de chance de ganhar 100 mil?
2) - a) Perder 80 mil
- b) 80% de chance de perder 100 mil?
Respostas preferidas: a do 1 ; e b do 2. Isso vem demonstrar que:
NÃO estamos dispostos a correr risco para ganhar, mas estamos dispostos a correr risco para não perder.
Perguntas para auto-reflexão?
-- Quem é rico?
- - Qual a sua primeira experiência com dinheiro?
-- Quem tem um registro rigoroso de gastos e receitas?
-- Qual a verdadeira riqueza: Ter aquilo que desejamos ou aquilo de que temos necessidade?
(Frase: o dinheiro compra tudo o que desejamos, porque desejamos somente o que o dinheiro pode comprar. Aqueles que criticam a ênfase ao dinheiro dizem que o dinheiro não pode comprar felicidade, amor. Claro. Dinheiro só pode comprar objetos, material, ou algo que o leva a determinado estado de espírito.)
O DINHEIRO E O SIGNIFICADO DA VIDA.
Quem já ouviu essas frases?
- O dinheiro é a raiz de todo o mal.
- Rico ri à toa.
- O dinheiro não dá em árvore.
- Quem tudo quer nada tem.
OUTRO TESTE:
O dinheiro é importante porque me permite:
a) fazer o que quero.
b) sentir-me seguro
c) continuar vivendo
d) comprar coisas para os outros.
Estamos todos despreparados diante do relacionamento amor / dinheiro. A Psicologia Econômica, um novo e promissor nicho de trabalho, vem para ajudar a colocar as coisas em seus devidos eixos.
Quando o amor e dinheiro se encontram, o passado estará sempre presente.
São os investimentos ocultos. – posturas e crenças quanto ao dinheiro que trazemos, tais como :
- família.
- como as pessoas nos tratavam diante do dinheiro: perdulário, sovina,etc.
- o que você assimilou da sociedade / cultura (religião, mídia. etc.)
- suas próprias experiências na vida adulta.
NOVAS POLÍTICAS MONETÁRIAS SEXUAIS.
Homens e mulheres se comportam diferentemente diante do dinheiro e
- do sucesso / metas.
- temores
- risco (quem seria mais conservador e mais “arriscador”, homem ou mulher?)
- competência (Os homens parecem saber de tudo, mesmo quando não sabem; as mulheres duvidam que saibam de tudo mesmo quando sabem).
QUANDO SE ACUMULA O PODER FINANCEIRO, afrontas levam à desforra. Numa relação que está acabando, podem acontecer tais situações:
- consumo, “por desaforo”.
- furto
- vingança sexual.
E há vários tipos de comportamento entre os casais.
* Infantilizadores (“não se preocupe. Não esquente a sua linda cabecinha. Vou cuidar de você”). Ou: você não sabe mexer com o dinheiro. Eu olho.
* Controladores de informação (ao outro é negado qualquer conhecimento das finanças; nem um mísero talão de cheque. Um idoso aposentado falava com a mulher no banco: fique aqui sentadinha que vou olhar o que tenho no caixa. Quiando ele morreu, ela nem sabia quanto ele tinha no caixa).
* Mártires monetários (“faço tudo por você, e o que recebo? Gastei rios de dinheiro com sua educação e você não me ajuda em nada”)
* Tomador de decisão unilateral (compra um carro, apartamento. O futuro marido escolhe o local da lua de mel: a noiva não dá nem noticia)
* Rebelde monetário (“vou fazer quando quiser, e se quiser”).
TABUS MONETÁRIOS
São coisas, às vezes, escondidas entre os casais
O que possui, quanto ganha, quem ganha mais. Ou se é rico ou pobre. Nem a declaração de Imposto de Renda de um, o outro sabe.
COLABORANDO NO RELACIONAMENTO:
Quando houver necessidade de discutir temas financeiros, devem ser tomados alguns cuidados:
_ Um lugar seguro, neutro. Nada de mesa do café da manhã.
_ Discutir só o assunto em questão. (aquele cheque sem fundo. E não aproveitar para falar de todos os problemas financeiros).
_ Audição reflexiva (não dar resposta imediata, ou desculpas: autodefesa imediata é péssima. E nem sair dando o troco)
_ Comece com “Eu”: “eu errei”. Eu falhei. Se se encurralar um gato, vai ser arranhado. Não vai cair matando.
_ Busque mudanças e identifique conseqüências.
O QUE OS UNIU É, COM FREQUÊNCIA, O QUE OS SEPARA
(Essa frase talvez fosse melhor do aquela: o que Deus uniu, o homem não separe).
O que nos cativa em outra pessoa pode ser a causa de nossa separação. Ele procurava uma mulher extrovertida. Mas nem tanto. A extroversão dela acabou com o casamento. Se ele se encanta com o dinheiro dela, este poderá dar fim ao relacionamento. A juventude dele foi o que a atraiu. E pode ser esta juventude que fará que ele a traia.
SIGNIFICADOS DO DINHEIRO.
Por que as pessoas querem o dinheiro.
a) Liberdade – é o despojado. Quero ter dinheiro para fazer o que quiser. Nunca controlou um talão de cheques. Só não vai quebrar se for um milionário. E olhe lá.
b) Segurança - é o precavido, que quer a estabilidade. O que faz um PGBL. Sofre ao perder uma pechincha, um brinde.
c) Poder – deseja fama, admiração e controle (sobre os outros)
. Só será feliz quando for o presidente da empresa.
d) Amor – o sociável, reforçar a rede de relacionamentos. O que dá presentes.. Controla seu talão de cheques ... e dos outros também. “Compra” o amor.
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