Fazenda onde nasceu o blogueiro. Foto Luis Fernando Gomes

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domingo, 8 de junho de 2014

Mulher feminina pode ser independente, autônoma?

Antes que me critiquem em misturar mulher feminina e autônoma ou independente, favor ler o artigo. É muito complexo falar do ser humano, independentemente do gênero. Mas vamos lá.



Existe mulher feminina e  independente? Feminina  e autônoma? O que é feminina e o que é independente, o que é autônoma?

Em um texto rico para reflexão, a autora, Regina Navarro Lins,  comenta sobre a confusão que os homens (mulheres também?) fazem a respeito da mulher. Creio que Freud disse que a mulher era como o Continente Africano. Cheio de mistérios? Difícil? Inexplorado? Mas teria que ser explorado?. Vejamos o que o texto diz.

“Uma mulher tem que ter qualquer coisa além da beleza, qualquer coisa de triste, qualquer coisa que chora, qualquer coisa que sente saudade; um molejo de amor machucado, uma beleza que vem da tristeza de se saber mulher feita apenas para amar, para sofrer pelo seu amor e ser só perdão.”, diz Vinicius de Moraes em Samba da bênção.
Você concorda com essa história de que mulher nasceu para sofrer e ser só perdão? Eu não penso assim, entretanto, nos sonhos de alguns jovens, aparece a mulher desempenhando esse papel que dela se espera.
Três rapazes, com pouco mais de 20 anos, conversavam na praia de Ipanema sobre a mulher ideal de cada um. Um deles definiu com clareza o que buscava na amada: “Eu me apaixonaria por uma garota que, depois de fazermos sexo a primeira vez, tivesse nos olhos uma expressão de felicidade ao mesmo tempo que duas lágrimas rolassem pelo seu rosto.” As lágrimas, provavelmente, dariam o toque da feminilidade, isto é, do recato, da culpa, do pedido de perdão.
Hoje fala-se na mulher independente. A mulher que após ter sido sustentada durante séculos pelo pai ou marido, se libertou dessa submissão adquirindo novo status. Essas mulheres ganham seu próprio dinheiro — em muitos casos mais que seus maridos ou amigos —, compram o que desejam, viajam para onde querem, escolhem onde morar e, o melhor de tudo, não têm que prestar contas dos seus gastos a ninguém.
É muito comum se dizer que o homem teme a relação com a mulher independente. Alega-se que, além de não estar preparado para abrir mão da superioridade que o papel de provedor lhe confere, poderia se sentir desvalorizado caso a parceira ganhasse mais do que ele. Mas na realidade não é isso o que acontece. O homem não teme a mulher que tem uma profissão e ganha muito dinheiro. Muitos temem, sim, a mulher autônoma. Ser uma mulher independente ou uma mulher autônoma não é a mesma coisa. Mas existe uma confusão a respeito disso.
A mulher feminina – ganhando ou não o seu próprio sustento – é aquela que se enquadra num modelo imposto para as mulheres – meiga, cordata, frágil, passiva, dependente do homem, sempre se esforçando para agradá-lo, nunca toma a iniciativa sexual…
Mas o que é, afinal, uma mulher autônoma? Em primeiro lugar, ela olha com novos olhos para o mundo, o amor, o homem, a mulher, sem estar presa aos condicionamentos que tanto limitam as pessoas. Tem coragem de ser ela mesma na sua totalidade, e não renuncia a partes do seu eu tentando corresponder ao que dela se espera. Se sente livre para expressar todos os aspectos de sua personalidade, mesmo os considerados masculinos pela nossa cultura, como força, decisão, ousadia.
Na relação amorosa, não se preocupa em se submeter às exigências sociais do que é aceito ou não para uma mulher e vive o máximo possível em sintonia com seus próprios desejos. É evidente que a mulher por quem sonha o jovem da praia não é uma mulher autônoma.
Entretanto, a autonomia não é fácil de ser alcançada. São anos e anos de condicionamento, em que vamos assimilando os valores do lugar em que vivemos, como se fosse nosso idioma natal. Mas atualmente cada vez mais mulheres questionam a suposição da nossa cultura de que a verdadeira felicidade se equipara a estar envolvida com um homem. Isso já é um bom sinal. Ter ou não um homem ao lado está aos poucos deixando de ser a questão básica da vida. Porém, ainda são poucas as pessoas que realmente buscam autonomia.
É evidente que sem independência financeira não existe autonomia. Mas não basta. Existem mulheres totalmente independentes sem autonomia alguma. Quantas você conhece que alcançam sucesso profissional, se tornam brilhantes executivas, e que, no entanto, vivem sonhando em encontrar o príncipe encantado?”


Um comentário:

  1. Bom tema, que desperta a avaliação dos conceitos que regem a figura da mulher, procurando uma melhor compreensão deste ser tão importante para a nossa sociedade.

    Antônio Carlos Faria Paz - Itapecerica/MG

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