Fazenda onde nasceu o blogueiro. Foto Luis Fernando Gomes

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sábado, 8 de fevereiro de 2014

A Cura de Schopenhauer e algumas de suas frases.



Depois de ler “Quando Nietzsche Chorou”, escrevi algumas idéias do filósofo e postei aqui. Agora terminei de ler “A Cura de Schopenhauer” , do mesmo autor, Irving Yalom, e vou fazer alguns comentários sobre o livro e colocar frases do filósofo alemão.
O romance é ótimo (pelo menos para psicólogos): um terapeuta com 65 anos é diagnosticado com câncer. Só terá um ano “bom”. Ele repensa a vida e tenta encontrar o cliente com quem não teve sucesso e o convida a participar de terapia de grupo. O rapaz, ex-viciado em sexo, fã de Schopenhauer, que o teria curado da fixação sexual, , vai promover uma revolução no grupo. Final bem triste. As idéias do filósofo alemão permeiam todo o livro. E Yalon, o autor, em determinado momento, faz uma bela comparação entre mães e terapeutas:

UM BOM PAI OU UMA BOA MÃE DÁ CONDIÇÕES PARA QUE O FILHO OU FILHA TENHA CAPACIDADE DE SAIR DE CASA E SER ADULTO, ASSIM COMO O BOM TERAPEUTA QUER QUE SEUS PACIENTES SAIAM NO FINAL DO TRATAMENTO. (lembra-me outra frase: o bom terapeuta é aquele que o paciente esqueceu o nome).


Mas quem foi Schopenhauer? 

Nascido na atual Gdansk, o pai, rico comerciante, levou a esposa grávida para o filho nascer na Inglaterra. Na impossibilidade, colocou um nome inglês: Arthur.O suicídio do pai deu ao filho a chance de ficar só estudando e à mãe, a possibilidade de se livrar de um marido machista e ciumento. As relações do filho com a mãe não foram boas. Ficaram mais de 20 anos sem se verem ou se comunicarem. Não se casou (como quase todos os grandes filósofos, excetuando Sócrates, cuja mulher, Xantipa, deu-lhe muita dor de cabeça) – era contra o casamento -, viveu só, apesar de grandes aventuras sexuais. Morreu em Frankfurt, aos 72 anos, gozando de uma merecida glória no final da vida. Esquisito, metódico, fora de moda em suas roupas, era motivo de troça e ironia. Fazia as refeições sempre  sozinho e achava que ninguém teria a sua inteligência (chamava os seres humanos de bípedes). Ah, a irmã dele chamava-se Adélia.

No fim da vida, a maioria dos homens percebe, surpresa, que viveu provisoriamente e que as coisas que largou como sem graça ou sem interesse eram, justamente, a vida. E assim, traído pela esperança, o homem dança nos braços da morte.

“A felicidade pode ter três origens: o que somos, o que temos e o que somos para os outros. As duas últimas podem ser perdidas. Assim a felicidade só pode estar em quem somos.”

A vida vista da juventude é um  longo futuro. Vista da velhice,  parece um curto passado”

Para bem envelhecer é preciso aceitar que as oportunidades diminuem.

Escolhas excluem.

Não há rosas sem espinhos. Mas há muitos espinhos sem rosa”.

Fale sem emoção – Não seja espontâneo – Mantenha-se independente de todos – Considere-se a única pessoa na cidade com relógio, Isto vai lhe ser útil – Desconsiderar é ganhar consideração.

As grandes dores fazem com que as menores mal sejam sentidas e, na falta das grandes, até o menor desgosto nos atormenta.

Os médicos têm duas letras diferentes: uma quase ilegível, para as receitas. A outra, clara e bonita, para as contas.

Devemos encarar com tolerância toda loucura, fracasso e vício dos outros, sabendo que encaramos apenas nossas próprias loucuras, fracassos e vícios.

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E terminando com Nietzsche: Alguns não conseguem se libertar de seus grilhões, mas conseguem libertar os amigos


2 comentários:

  1. Boa e interessante matéria filosófica! Gosto de adentrar pelos meandros da filosofia, pois nos faz pensar, rever conceitos e dilatar a mente e o ideal.

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  2. Há esqueci-me de colocar que o comentário acima é meu.
    Antônio Carlos Faria Paz - Itapecerica/MG

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