Fazenda onde nasceu o blogueiro. Foto Luis Fernando Gomes

Fazenda onde nasceu o blogueiro. Foto Luis Fernando Gomes
Fazenda onde nasceu o blogueiro. Foto Luis Fernando Gomes

sábado, 7 de setembro de 2013

Três anos de blog e três idéias de Schopenhauer.


Hoje, sete de setembro de 2013, estamos comemorando o aniversário do blog: três anos. Da longínqua China até a vizinha Argentina, brasileiros em 50 diferentes países– e, quem sabe, estrangeiros aprendendo português – têm acessado o blog. No mês de Agosto passado chegamos a mil acessos. Motivos para comemorar com Champagne e Fondue.

Arthur Schopenhauer nasceu na atual Gdanski, Polônia, em 1788 e morreu em Frankfurt, Alemanha, em 1860, filho de família rica. Aos 17 anos perdeu o pai – provavelmente suicídio. Manteve relacionamento difícil com a mãe. Grande namorador, acabou não se casando e certa vez foi acusado de agressão a uma mulher. Suas principais obras são:
O mundo como vontade e representaçãoParerga e Paraliponema. Mas são seus conceitos sobre felicidade que me fizeram curioso. Ele enfatiza a idéia de que não são riquezas, fama, bens materiais e reputação que trazem felicidade, mas o que o indivíduo é.

1.     O que temos. Bens materiais são como clarões na noite. Iluminam rapidamente e somem. Argumenta que o acúmulo de riquezas e bens materiais não tem fim, não acaba nunca e não provoca uma satisfação completa. Quanto mais uma pessoa tem, mais ela vai querer. A riqueza é como a água do mar: quanto mais você a bebe, mais sede você tem. No final das contas, não somos nós que possuímos os bens, são eles que nos possuem.
2.     O que representamos aos olhos dos outros. Fama e reputação são tão evanescentes quanto os bens materiais. Ele afirma: “A metade de nossas preocupações e ansiedade derivam do que achamos que os outros estão pensando de nós. Temos que extrair este espinho de nossa pele.”  É tão  poderosa esta preocupação com a nossa aparência que os prisioneiros que são condenados à morte vão com suas melhores vestimentas.  E o pior é que a opinião dos outros muda a bel prazer.  As opiniões dos outros nos transformam em escravos. E pior ainda: é o que eles parecem pensar de nós. Pois não sabemos de fato o que eles pensam da gente..
3.     O que somos. Somente o que somos é que conta. Uma consciência tranqüila é melhor que fama e boa reputação. Nosso objetivo de vida deveria ser boa saúde e riqueza intelectual, que nos levam a inesgotável suprimento de idéias, independência  e vida moral.  Saibamos disto: não são as coisas que nos perturbam, mas a forma de como as interpretamos.

Schopenhauer tem uma frase também que calou fundo dentro de mim: “Todo homem toma os limites de seu próprio campo de visão como os limites do mundo”.

Ele chegou a esta idéia através deste raciocínio:
- Minha visão do mundo é limitada por
a) observações limitadas que posso fazer de um vasto universo.
b) experiências limitadas de uma vasta Vontade universal, da qual minha vontade é apenas parte.
- estas observações e experiências me conduzem  à uma versão do mundo que não inclui coisas que NÃO PERCEBI , e nem a Vontade universal que NÃO EXPERIMENTEI.
- Daí:

“Todo homem toma os limites de seu próprio campo de visão como os limites do mundo”.



FELIZ ANIVERSÁRIO PARA O BLOG.

3 comentários:

  1. Feliz aniversário para o Blog! E para comemorar nada melhor que filosofar à luz de Schopenhauer.
    Antônio Carlos Faria Paz - Itapecerica/MG

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  2. Na minha opinião, o melhor post até agora. Adorei! Um pouco de filosofia sempre vai bem à alma. Sobre Schopenhauer, belíssima escolha. Não conhecia a passagem. Mas, curiosamente, o li em sala para meus alunos essa semana. Conheces um livro primoroso dele chamado A Arte de Escrever? Adoro!

    Abraços e parabéns! Três anos de blog é pra poucos!

    Nívea Braga

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  3. Obrigado, Nívea, minha constante e participativa leitora. Nao conheço o "A Arte de Escrever". Vou dar uma olhadinha. Leia uma postagem que fiz sobre Voltaire.

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