Fazenda onde nasceu o blogueiro. Foto Luis Fernando Gomes

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terça-feira, 10 de setembro de 2013

Morte Por Causa de Um Quilo de Quiabo.

Estamos todos chocados com o nível de violência que grassa em nossa sociedade. Sabemos de casos de todo tipo acontecendo a torto e a direito. Hoje narro  um caso que me foi contado por Mateus Rios. Sem tirar e nem por.

Tio Mateus, assim chamado por causa dos sobrinhos, não é meu tio e também é bem mais novo que eu. No entanto, é um grande contador de causo. No final de semana, degustando um franguinho com ele, a mãe (dele) e a amada (minha), ele veio me contando a tristeza que anda passando em seu coração. “Olha, me dizia com a voz embargada, como a violência tem vindo até o interior. Aqui mesmo, em Brumadinho, aconteceu uma morte por causa de um quilo de quiabo”.
- Não acredito. Por causa de um quilo de quiabo? Mas, me conta, como foi? - Disse eu com cuidado por causa da farofa.
E ele não se fez de rogado.
- E o chato é que o sujeito é meu conhecido. Muito conhecido. Lógico, toma umas e outras. Mas seu único defeito. Um sábado destes, depois de ter batido uma laje na casa do patrão, foi pro mercado. Onde enfiou a cara – ou melhor,  a boca – na cerveja e na pinga, fazendo uma mistura etílica tenebrosa. Comia alguns petiscos, mas o que são petiscos para uma barriga esfomeada e um trabalho duro como batedor de laje. Nada, nadica de nada.
De modo que pensou na mulher e na  comidinha gostosa que ela fazia naquele fogão à lenha e a fome aumentou. Decidiu ir embora. Ao passar pela última banca, viu uns quiabos maravilhosamente verdes e degustáveis.
Nem titubeou. Comprou um quilo, colocou por debaixo do braço, como os franceses fazem com o pão, e marchou resoluto para a sua “humilde residência”, cantarolando essa música que fala estas duas palavras. Não avisou a mulher, pois não usava celular. Era do MSTC: Movimento sem Telefone Celular”. Chegou levemente sóbrio e gritou:
- Mulher, cheguei.
A esposa saiu esbaforida de dentro da residência, arrumando os cabelos pretos e revoltos, abotoando a blusa que teimava em abrir nas horas impróprias, e deu de cara com o marido meio trôpego e uns quiabos que ela nunca tinha visto tão lindos e gostosos.

- Ah, meu bem, com estes quiabos eu vou ter que MATAR  um frango...


2 comentários:

  1. Hilário, simplesmente hilário! Muito boa crônica com este toque muito bem engendrado de humorismo.
    Antônio Carlos Faria Paz-Itapecerica/MG

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  2. Como boa mineira que sou, adorei o causo. Mas, o que eu faço agora com essa vontade de almoçar na casa dos meus pais?

    Nívea Braga

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