Fazenda onde nasceu o blogueiro. Foto Luis Fernando Gomes

Fazenda onde nasceu o blogueiro. Foto Luis Fernando Gomes
Fazenda onde nasceu o blogueiro. Foto Luis Fernando Gomes

quinta-feira, 25 de abril de 2013

Só Pessoas Boas Ficam Deprimidas.


A frase de efeito foi cunhada por Dorothy Rowe, psicóloga australiana, nascida em 1930 e que mudou para Inglaterra na década de 70, onde construiu idéias bem curiosas sobre depressão e se tornou palestrante de sucesso. Passou muitos anos atendendo pacientes deprimidos e acabou rejeitando o modelo médico de doença mental, trabalhando com a teoria de construção pessoal: todos nós temos um conjunto de construtos (crenças) a respeito do mundo e das pessoas que nele habitam. Ela acredita que a depressão é o resultado de crenças que não ajudam as pessoas a viverem bem consigo mesmas ou com o mundo. Sobretudo a crença no Mundo Justo, isto é, que os maus são punidos e os bons recompensados, o que leva a exacerbação dos sentimentos de medo e ansiedade se acontece algum “desastre”. Aceitar que o mundo externo é imprevisível é o primeiro passo para a recuperação da saúde mental.
E continuando a idéia da psicóloga australiana:  se as pessoas parassem de se culpar pelas coisas que acontecem em suas vidas, as taxas de depressão cairiam.
Cultura, pais, família e nossos pares costumam colocar em nossa cabeça que o mundo é um lugar justo e racional e que, se formos  bonzinhos, coisas boas nos acontecerão. Se as coisas vão bem quando agimos bem, o que acontece quando as coisas vão mal? Essa crença no mundo justo nos faz sentir culpados pelas coisas ruins que acontecem conosco.
Se somos injustiçados ou magoados nos perguntamos: por que isto foi acontecer comigo? Logo comigo? Ou só acontece comigo. E procuramos descobrir o que fizemos para provocar aquele transtorno. Até em casos de desastres naturais. Acusar a si mesmo, sentir culpa, impotência e vergonha são atitudes irracionais que surgem quando acontece coisas ruins na nossa vida. Lógico que isto vai  levar à depressão.
Dorothy Rowe é enfática: somos nós que criamos e escolhemos nossas crenças. Compreendendo isto, deixamos de acreditar num mundo justo e refletir RACIONALMENTE sobre as experiências negativas. Ela esclarece: podemos sofrer com pais violentos, perder emprego, ter a casa inundada, mas estas coisas aconteceram não porque nascemos condenados à desgraça, azarados, nem porque merecemos ser maltratados. É muito importante que paremos de pensar que tudo que acontece é pessoal.  Enxerguemos os fatores externos como externos mesmos, e que coisas ruins acontecem porque simplesmente tinham que acontecer. Ou como ela diz sabiamente: Basta se culpar pelo desastre que caiu sobre você para fazer a tristeza virar uma depressão.
Ah, pessoas más não se culpam. E o mundo é injusto.

2 comentários:

  1. Interessante consideração. Muito há que se falar sobre depressão e certamente este texto contribui para averiguar, talvez, a sua principal causa. Claro que o tema instigante, nos convocando à reflexão.
    Antônio Carlos Faria Paz - Itapecerica/MG

    ResponderExcluir
  2. Onde se Lê o tema instigante, leia o tema é instigante.
    Antônio Carlos Faria Paz - Itapecerica/MG

    ResponderExcluir