Fazenda onde nasceu o blogueiro. Foto Luis Fernando Gomes

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sábado, 2 de fevereiro de 2013

Amor Sem Dor


Amor sem dor, livro de Márcia Goldschmidt.


Não esperem um livro feminista, daqueles que sugerem uma nova queima de soutiens (antigamente mais usados do que hoje). Trata-se, na verdade, de um livro de mulher para mulher. Como psicólogo tenho que conhecer o mundo feminino e sua leitura, ainda que forçada pela falta do que fazer em dias chuvosos de Belo Horizonte, me agradou. Talvez a autora seja vista como conservadora demais na concepção dos papeis de homem e mulher, ou com idéias ultrapassadas, mas, ainda que não sejam verdades absolutas (o que é verdade absoluta?), ela sabe falar com uma linguagem facilmente compreendia pelas mulheres (e eventuais homens).
Marcia Goldschmidt foi apresentadora de um pavoroso programa de TV nas tardes semanais. Vi-a algumas vezes e pulei rapidamente de canal. O seu nome como autora não me inspirava confiança. Mas foi uma agradável surpresa.
Entre muitas coisas que diz sobre as mulheres, uma me chamou particularmente a atenção: a mulher é rápida para admitir um homem (no seu coração, em sua vida), mas lenta para demiti-lo. Conhecemos mulheres que demoram anos para tirar o “encosto” da vida delas. Ainda que existam muitas razões, ela demora. Foram os filhos – os filhos, frise-se bem – que levaram o pai à delegacia de mulheres, dando um fim a um casamento lastimável e ao sofrimento da mãe, um antiga cliente minha. Hoje ela tem um novo amor e está feliz.
O livro tem um subtítulo: 20 Estratégias para Mudar a sua Vida Amorosa Já,, falsamente imaginado como de auto ajuda (auto ajuda hoje pode parecer palavrão) , porém que serve de alerta para a mulher contemporânea.

Eis algumas dúvidas que fazem as mulheres sofrerem: Por que ele não ligou? Estou sendo traída? Meu marido não tem mais atração por mim? Que tipo de homem é este com quem estou me relacionando?. 
O livro busca dirimir estas dúvidas e outras mais, com linguagem clara e direta. E ainda levanta um questão pertinente: como é a mulher bem amada? Depois de analisar várias mulheres nesta situação, ela afirma:
: “Elas não são extraterrestres e sim pessoas sábias, da dona de casa à executiva, sem distinção de idade ou de classe social". Quer dizer mulher comum.
E mais,ela diz: todas as mulheres têm o poder de mudar a sua vida, conquistar o amado, viver plenamente um amor. Mas há aquelas que entram em um relacionamento por medo de ficar sozinhas, vestem o sapo de príncipe e dão garantias demais, porém com o tempo se transformam em pessoas inseguras, dependentes.
 Esta ideia de “garantias demais” é bem curiosa.
Há também as “macho-dependentes”, que desde pequenas acreditam precisar de um homem e se sentem frustradas quando sozinhas. “Amor sem dor” mostra, com astúcia, que esse tipo de apreço pode destruir a auto-estima de uma mulher, que esquece a sua própria essência. Já na parte “não use sexo como arma”, Márcia afirma que ser deusa do sexo é roubada. Segundo ela, - parece ser uma tirada,  mas é bom pensar-  é melhor cama vazia e coração cheio.
O instigante tema "o ciúme" não ficou de fora. Eu mesmo, recentemente, atendi um casal com fortíssimas crises de ciúme. Indiquei o livro para eles.

É um livro de leitura bem humorada, sem deixar de levantar questionamentos interessantes sobre os relacionamentos amorosos. Ele sugere que, em vez de ser levada cegamente pelo afeto e emoção, a mulher analise e converse bem  com seu pretendente antes para saber se ele vale ou não a pena. Não pode admiti-lo rapidamente em sua vida, sem uma rigorosa seleção. Mais tarde você descobrirá que ele é um tremendo pão duro ou mulherengo.
Algumas mulheres são atraídas pelo homem casado. Coitado. É infeliz. Ok. Mas se pergunte e pergunte a ele: por que não se separou ainda?
Enfim, e isto é um elogio, a autora dá seu grito de alerta para a mulher contemporânea, moderna, faz um convite para repensar os erros mais comuns em um relacionamento e de que forma elas podem ser mais felizes e sábias.
Um livro a ser lido. E de preferência a dois.


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