Fazenda onde nasceu o blogueiro. Foto Luis Fernando Gomes

Fazenda onde nasceu o blogueiro. Foto Luis Fernando Gomes
Fazenda onde nasceu o blogueiro. Foto Luis Fernando Gomes

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Poemas nos ônibus


Poemas de ônibus.
Em Belo Horizonte, temos algo muito especial nos ônibus: poemas ou textos que ficam pendurados nos encostos dos assentos para serem lidos pelos passageiros. Sou leitor assíduo dos mesmos, e fico pulando de assento em assento para ler o máximo possível. Recentemente, vi uns poemas que fotografei e resolvi colocar no blog.  Ei-los:


O QUARTO
Autor: Anderson de Oliveira.
Sou às vezes
Como algumas mulheres independentes
Que, sabemos, tudo ostentam:
A postura, a voz, o patrimônio, a solidez.
Mas nelas, como se vazasse o fluido,
Percebemos uma falta,
Um vazio a encobri-las,
Revelado no olhar que não nos fixa.
Na inspiração desesperada,
Nos gestos convulsos.
Assim como essas mulheres independentes,
Sei com que esbarro,
Quando fecho a porta
E me deito – e não durmo –
E desabo.



Geração 60.
Autor: Claudio Bento.
O poder
Castrou com mãos de
 ferro as nossas ilusões
Nossa inocência caiu por
terra assim como nosso sangue.

Fomos presos
Torturados
Trucidados
Exilados
Mortos
E não conseguimos chegar a lugar nenhum.

Restou
Um acre sabor de saliva seca na boca
Uma cicatriz no meio do peito.
Uma esperança que não quer calar.



Asa da Palavra.
Autor: Claudio Bento.
Meu povo tem fome de comida e livros
Não existe solidão para quem lê

Um livro pode conter
rios montanhas alegrias esperanças ruas
cidades e países

A liberdade
Mora na asa da palavra.





Nenhum comentário:

Postar um comentário