Fazenda onde nasceu o blogueiro. Foto Luis Fernando Gomes

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quarta-feira, 20 de julho de 2011

Quando o Relacionamento Chega ao Fim

ACABOU. E AGORA? COMO ENFRENTAR O FIM DO CASAMENTO?

Já escrevi aqui sobre o fim de relacionamento, com uma abordagem mais psicanalítica (março deste ano). Hoje faço um complemento de uma forma mais otimista, com  opiniões de uma colega..

Foram anos juntos. Décadas, até. Momentos felizes e tristes foram compartilhados, muitas lembranças ficaram. Mas acabou. Seja qual tenha sido o motivo do término, é hora levantar, sacudir a poeira e dar a volta por cima. O fim é doloroso e recomeçar nunca é fácil, mas existem maneiras seguras de passar por esse momento sem amarguras e arrependimentos. E nunca se esqueça dos amigos, nessas horas, o apoio deles é fundamental. No caso de M, por exemplo, foi um amigo que soube que estava se separando, antes mesmo dos pais e irmãos.

O fim de um relacionamento é difícil para ambas as partes: para quem desejava e para quem não desejava o fim. Na opinião da Psicóloga Clínica Miriam Barros, “para quem desejou e provocou o fim da relação, o término pode ser difícil. Muitas vezes a pessoa terá que lidar com sentimentos de culpa ao perceber como a outra parte foi afetada. Mas é especialmente difícil para a pessoa que não desejava o fim da relação. Os sentimentos não somem de um dia para o outro. Suportar a ideia que você morreu dentro do outro, que ele não pensa mais em você e que você não fará mais parte da vida dele é muito duro para quem ainda gosta”.

Como muitas pessoas sabem, o fim não é fácil para nenhuma das partes – bem como o recomeço –, uma relação prejudicial pode ser sustentada por muito tempo sem que nenhuma delas tome iniciativa e coloque um ponto final. “Terminar uma relação significa reconhecer que algo em que investimos tempo e sentimento não deu certo. O novo também assusta muito. O receio de ficar só, de não encontrar um bom parceiro ou parceira faz com que as pessoas arrastem uma relação complicada e infeliz durante anos. Supõe-se que, quanto mais tempo juntos, maior o vínculo, mais histórias viveram juntos, mais tempo e sentimentos foram investidos. E também entra a questão do simples hábito de estar com o outro”, pondera Miriam. Simples hábito, mas muito forte.
Homens e mulheres lidam com o fim de maneiras distintas. Segundo a psicóloga, “os homens tentam ser mais racionais e começam a sair logo e procurar outra companhia com mais rapidez. Para eles é muito difícil sofrer por amor e eles tentam se livrar rapidamente desse sentimento. V., por exemplo, se gabava de ter arrumado três namoradas simultaneamente. Ainda que duas mais ou menos virtuais. As mulheres, por sua vez, tendem a buscar a companhia das amigas e da família, demorando mais para desejar outra companhia. Acho que elas demonstram mais o que sentem e assumem o seu sofrimento mais do que os homens. Além disso, as mulheres são mais emocionais, se entregam mais e são mais românticas. Elas normalmente criam mais expectativas em relação aos namoros do que os homens e, com isso, tendem a se frustrar e sofrer”. O romantismo das mulheres pode afetar novos relacionamentos.
Recomeçar não é fácil, mas se engana quem pensa que pessoas mais jovens têm, necessariamente, mais facilidade de lidar com essa situação. “Os jovens podem ter mais facilidade de recomeçar porque muitos fatores que envolvem a relação de homens e mulheres estão ligados à juventude, como a capacidade reprodutiva na mulher e a virilidade masculina. Por outro lado, a quantidade de pessoas que estão se divorciando na meia idade é tão grande que aumenta a probabilidade de pessoas maduras encontrarem novos parceiros e parceiras que estão na mesma situação. Além disso, a medicina tem avançado no sentido de contribuir para que elas tenham uma vida sexual ativa”, diz Miriam.
O término faz sofrer, chorar e dói, mas o luto tem um tempo para terminar e nunca é bom passar sozinho por esse período. “O melhor a fazer nessa hora é buscar apoio em pessoas amigas e falar do assunto, tentar entender o que aconteceu e chorar até esgotar. Mas essa dor precisa ter tempo para terminar. É preciso se desligar emocionalmente do outro. Isso significa abandonar as velhas lembranças e ilusões da relação que acabou, enxergar a realidade e investir em novos projetos. Esses novos projetos ajudam a enriquecer a vida e dão um novo ânimo, ajudam a enxergar que a vida tem muitas coisas boas para oferecer. Os horizontes se ampliam quando se começa a investir em cursos, viagens, programas diferentes”, observa Miriam. Há vida inteligente também fora do casamento.
E o contato com o ex? Miriam recomenda que se cortem relações, especialmente no começo. “No início, é muito difícil continuar sendo amiga de alguém que queremos de uma outra forma. Manter o contato só trará mais sofrimento e alimentará expectativas e esperanças falsas do lado de quem ainda quer a relação. Quando se tem filhos envolvidos, o ideal é manter um relacionamento cordial, dentro do possível para tratar de questões ligadas a eles. Mas o respeito a si mesmo e à própria dor devem nortear qualquer decisão de aproximação ou afastamento”, diz.


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