POETAS
Entre meus leitores, tenho a alegria de ter três poetas. Um, de São Vicente de Minas, e duas, de Andrelândia. Para quem não conhece as duas cidades, são vizinhas. Só 19 quilômetros separam uma da outra. O que mostra que aquela região também é boa para produzir poetas, além dos queijos. O poeta de São Vicente mora atualmente em Ouro Preto. E as duas andrelandenses têm muitas coincidências: o mesmo nome (Magda, diferenciando o segundo nome. Uma é Helena, a outra, Lúcia). Foram colegas de escola, amigas, casaram-se, mudaram de Andrelândia. Uma delas duplamente premiada em concursos de Poesia. A outra, avara, ainda esconde os poemas na gaveta. Mas teve a bondade de me enviar um deles. Coloco aqui as produções destas duas Magdas.
INFINITO
Está preso na memória
mas procuro no infinito
o laço, a rosa, o grito,
o ser aflito que clama
qual luz trêmula da chama,
de seu olhar na solidão,
do meu riso na amplidão !
Se o infinito, no tempo,
escorre as horas nos dedos,
há madrugadas e segredos
nos minutos frios,lentos,
escoando em pensamentos
qual nuvem solta ao vento
que com a tarde vem agora !
Mas a alegria amanhece
qual borboleta de sonho
e com ela a fantasia
da luz serena que pousa
na janela do meu mundo
e procura o Eu profundo
na memória do infinito !
Magda Helena
SE
Quantas e tantas vezes, tão somente SE.
Duas letras que se apresentam poderosas,
Hábeis em abrir portas, revisitar o passado
E transformar o presente num toque de mágica.
Impotentes, porém, acenam promessas descumpridas,
Fluidas como as águas que se perdem por entre os dedos,
Mal fechados, das mãos, e incapazes de reter o impossível.
SE, sempre SE, enquanto tudo permanece em seu lugar,
Vãos os esforços em desatar nós, apagar pegadas,
Trilhar outras estradas, recolher palavras ao vento,
Estreitar antigos abraços ou acender os olhos da vida.
SE, que rola na cama, envolto nas horas da madrugada,
SE, que assusta o olhar com sugestões improváveis
SE, apenas SE, inviolável, de desejos somados e insaciáveis.
Magda Lúcia
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