Fazenda onde nasceu o blogueiro. Foto Luis Fernando Gomes

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segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Meu Método de Aprender Inglês.

Sabemos que o inglês é importante como língua falada em quase todos os cantos do mundo. Aprender inglês (ou outra língua) não é fácil. É é caro. Quando comecei a fazer seleção na Fiat, 1 em cada 10 candidatos de nível superior já tinha estudado no Exterior. 15 anos depois, eram 8 em cada 10. Ou a situação financeira dos pais melhorou, ou ficaram mais baratos os cursos lá fora ou houve mais interesse. Visando preencher esta lacuna, bolei um método eficiente para aprender a língua da Rainha (ou do Obama).  Foi uma crônica escrita para o meu livro.

Como foi que aprendi inglês. Ou o meu método eficiente de aprender um idioma estrangeiro

Inúmeros colegas de profissão andaram me perguntando como foi que eu tinha aprendido inglês, depois de ter sido intérprete de um psicólogo que veio falar de sonhos exóticos aqui em Belo Horizonte. Atendendo, então, a pedidos mil, passo a contar a minha história.
Não nasci em nenhuma cidade americana. Nada de Andrewcity ou Andrewland. Não, nasci na pacata cidade de Andrelândia, mais precisamente no Morro de Santo Antônio. Meus pais não falavam bulhufas de inglês, e o “S” de meu sobrenome não significa Smith, como muita gente maldosa andou pensando. (Já repararam como gente maldosa pensa demais?) O único da família que arranhava inglês era o meu tio Ferdinand, quero dizer Fernando. Portanto, não nasci falando inglês, o que seria admirável e até milagroso. Menos do que a mãe de certo presidente que nasceu analfabeta. O meu  bê-á-bá  foi no português mesmo, e foi somente aos onze anos, quando entrei na primeira série ginasial (naquela época tinha-se de fazer o admissão, por isto é que entrei com onze anos no antigo ginásio), que me deparei  com esta   língua muito estranha. Aí começou o meu método.
            A primeira palavra que aprendi em inglês foi eleven, que significa 11 (por causa da minha idade). Para decorá-la, fiz uma relação com a marca de um sabonete d’então (me desculpe o Jânio Quadros): Lever. Era só lembrar do sabonete, e lá vinha o meu “eleven”. O meu primeiro professor de inglês foi um padre americano chamado Meldon. Ele dizia que tinha nascido em Boston e se criado em Chicago. E até hoje não sei por que sempre sentia um cheirinho ruim quando me aproximava dele... Os americanos e, logicamente, os ingleses têm mania de complicar as coisas. Em vez de segunda-feira, domingo, sábado, nomes fáceis de guardar e falar, eles usam outros nomes complicados e esdrúxulos. Terça-feira, por exemplo, me lembrava a frase “Tu és Deus”, e logo vinha a palavra Tuesday. Saturnino, um colega de sala, me lembrava Saturday, sábado.
E assim fui ligando uma palavra com outra. Até que entrei no seminário. Um belo dia, desafiando o preconceito de quem aprendesse inglês saía do seminário, resolvi apostar com um colega que aprenderia inglês em um mês. Nas férias de julho, no quintal lá de casa (ter quintal em casa é bem difícil ultimamente, e um ótimo local para se aprender língua estrangeira), peguei uma English Grammar e comecei a decorar o vocabulário, falando alto as palavras. Num mês, já tinha um vocabulário imenso e uma facilidade incrível para me lembrar. Mas eu também, sem falsa modéstia, castigava um pouco o francês, e não sabia para que lado pender, ou que língua falar. Certa vez fui assistir a uma peça de teatro levada por uma turma de franceses. Armei-me de coragem e fui conversar com um dos atores. Ele me perguntou num francês de muito biquinho: Avez-vous aimez l’apresentation ? (Gostou da peça? - tradução para os mais incultos).  
E eu lépido: More or less. Estava selada a minha sorte. Só podia aprender a língua de Skakespeare.
            Aí, fui para os Estados Unidos. No primeiro mês, fiquei como aquele português da anedota: mudo. Esquecera o português e não aprendera o inglês. Lá aprendi várias coisas. Por exemplo: tomar cuidado com as palavras shirt, piece, peace e fork, pois se não as pronunciarmos de maneira certa viram palavrão. Quanto mais depressa você falar, mais será entendido; e que não é preciso falar corretamente. Assim, se você pegar um elevador no octagésimo  andar do Empire State e quer ir para o térreo, basta perguntar a alguma pessoa: “Dona Éster”?, bem rápido. E ela entenderá dowstairs (isto é, para baixo). Se quiser comer alguma coisa de manhã, é só chegar perto do garçom (que pode ser um brasileiro, pois tem muito brasileiro lá trabalhando de garçom, mas não dê o braço a torcer: não fale português de jeito nenhum) e falar bem rapidinho: “Naminegues”. Ele vai pensar que você pediu ham and eggs (presunto e ovos) e lhe trará este tão apetitoso prato.
Ao deixar a gorjeta para o garçom, que deve ser pequena, porque hoje só os árabes dão gorjeta grande e polpuda, agradeça dizendo: “Tranque o velho e mate”. O cara vai entender thank you very much (muito obrigado), e vai achar você muito educado.
  Depois do meu estágio americano, quando consegui engordar bastante (por causa da comida), entortar a boca para falar melhor a língua e ver filmes americanos sem ler as legendas mal traduzidas, estou pronto a dar conselhos aos jovens e aos meus nobres  colegas de como aprender a língua do “sei que espirro”, quero dizer, Shakespeare. E para terminar, uma frase em bom inglês: sayonara Obama Laden, isto é: Tudo na santa paz, como antigamente.







2 comentários:

  1. Esperava mais do artigo mas só de ser divertido valew... rsrsrs Forte abraço

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  2. Esperava mais do artigo mas só de ser divertido valew... rsrsrs Forte abraço

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