Fazenda onde nasceu o blogueiro. Foto Luis Fernando Gomes

Fazenda onde nasceu o blogueiro. Foto Luis Fernando Gomes
Fazenda onde nasceu o blogueiro. Foto Luis Fernando Gomes

sexta-feira, 4 de março de 2011

TRIBUTO A MEU PAI

Em 06 de março de 2000, numa segunda feira de carnaval, morria meu pai. No ano seguinte, quando publiquei meu livro, fiz uma pungente e nostálgica crônica falando dele. Antes mesmo do índice dos textos, lá estava ela, a crônica, revelando a importância que era para mim
Quem não pode lê-la no livro, poderá fazê-lo agora.



Sobre meu pai...


Dentre todas as manifestações de pesar recebidas no enterro de meu pai, duas tocaram-me o coração entristecido e transtornado pela dor:
“É uma árvore que tomba”, falou-me o homem com a voz embargada, o rosto rústico, castigado pelo sol e pela vida em seu árduo trabalho no campo.
Sim, meu pai foi uma árvore. Uma árvore que cresceu, que criou raízes, que deu frutos, que proporcionou sombra refrescante (onde sonhávamos), que enfrentou os ventos andrelandenses, que suportou temporais, que se ressecou sob o sol ardente ou pelo frio que penetrava em sua madeira, assim como penetrava nos ossos dos homens e mulheres, e que deixou sua marca no solo, sua fonte de vida.
“Era um homem de gestos elegantes”, sussurrou-me aquele conhecido, vestido com um terno italiano, enquanto me cumprimentava com as mãos finas e delicadas, fruto de um trabalho acadêmico e intelectual.
Sim, meu pai foi um homem elegante, Elegante no falar, elegante nos gestos, elegante no educar os filhos, elegante no trato com seus fregueses, com seus vizinhos, com os conhecidos, com seus amigos. Os gestos elegantes são símbolo de uma alma engrandecida, límpida e pura.
Sim, meu pai foi uma árvore. E uma árvore elegante. E que, infelizmente, tombou.








Nenhum comentário:

Postar um comentário