Fazenda onde nasceu o blogueiro. Foto Luis Fernando Gomes

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terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Existem Pessoas que Roubam Nossa Energia?

Já não acreditava em superstições. Depois que li A Psicologia da Superstição, aí é que não acreditei mesmo. Mas e as energias das pessoas? Tem gente que as rouba? Leiam este artigo de Vera Caballero,  Professora de Yoga, numeróloga, terapeuta floral, reiki master, massoterapeuta, e que  ministra cursos e palestras sobre Bioenergias. E pensem a respeito.


"Todas as vezes que escrevo sobre energias, mais precisamente sobre o relacionamento energético entre os seres humanos, recebo dezenas de mensagens de leitores reclamando e pedindo soluções para o roubo de energia. Essas pessoas sempre apontam colegas de trabalho, familiares, amigos e determinados locais como os responsáveis pela sua debilidade energética. Não posso negar que realmente existem pessoas complicadas e ambientes não muito agradáveis.
Hoje chamaremos a atenção de vocês para alguns aspectos importantes. Por mais que existam pessoas desequilibradas e difíceis nós é que somos responsáveis pelas nossas energias e cabe a cada um de nós preservá-la e administrá-la da melhor forma possível. Existem “receitinhas”, orações, banhos, cristais e um arsenal de proteção, que são válidos e eficientes até certo ponto. Porque aquele que não assume a responsabilidade por suas venturas e desventuras sempre estará vulnerável às energias ao seu redor.
Sabe por que o outro rouba a sua energia? Porque você deixa a porta aberta... E depois ainda diz que a culpa é do outro… Para ajudar a refletir, fiz uma listagem de doze atitudes (e olhe que a lista é imensa!) que gastam uma tremenda energia vital. Uma vez desvitalizado e sem proteção fica fácil para qualquer um chegar perto e perturbar seu equilíbrio. Use esta listagem também para pensar porque a prosperidade às vezes passa longe de você. A energia que seria usada para atrair o bem, a felicidade, o amor, o dinheiro acaba sendo gasta de forma inadequada. Confira a listagem e veja o que precisa ser modificado em sua vida!
1. A FALTA DE CUIDADO COM O CORPO E HÁBITOS
Descanso, boa alimentação, hábitos saudáveis, exercícios físicos e o lazer sempre são colocados em segundo plano. A correria da vida diária e a competitividade das grandes cidades fazem  com que acabemos negligenciando aspectos básicos para a manutenção de nossa saúde energética. Quando a saúde física está comprometida, a aura se ressente, ficando menor e menos brilhante, comprometendo nosso sistema de defesa energético. Os exercícios físicos são sempre úteis por nos ajudar a movimentar e eliminar as energias estáticas. As pessoas que são dependentes químicos apresentam verdadeiros rombos na aura e isso as predispõe a toda sorte de assédios espirituais e vampirismo energético.
2. PENSAMENTOS OBSESSIVOS.
Pensar gasta energia e todos nós sabemos disso: ficar remoendo um problema cansa mais do que um dia inteiro de trabalho corporal. Quem não tem domínio sobre seus pensamentos e esse é, aliás, um mal do homem ocidental, torna-se escravo da mente e acaba gastando muita energia. Pensamos tanto que não sobra vitalidade para tomar uma atitude concreta e, o pior, alimentamos ainda mais o conflito.
Devemos não só estar atentos ao volume de pensamentos, mas também à qualidade deles. Pensamentos positivos, éticos e elevados nos recarregam, ao passo que a negatividade e pessimismo consomem energia e atraem mais negatividade para nossas vidas. Observe: pensando você conseguiu resolver o problema? Quase sempre a resposta é ‘não’. Então, mude de atitude.
Relaxe, coloque uma música suave e entregue o problema para o universo resolver. Mesmo que isso aconteça apenas por alguns poucos minutos. Durante esse tempo sua mente estará descansando. Quando a mente silencia, permite que sua intuição, seu anjo da guarda, Deus, Eu Superior ou o que você acreditar, converse com você e lhe traga inspiração e criatividade e isso se reverte em mais energia
3. SENTIMENTOS TÓXICOS.
Se você sofre um choque emocional ou sente uma raiva intensa, pode estar certo, até o final do dia estará simplesmente esgotado energeticamente. Juntamente com a raiva você queimou altas doses de sua energia pessoal. Imagine agora um ser que nutre ressentimentos e mágoas, às vezes durante anos seguidos. De onde você acha que vem o combustível para alimentar esses sentimentos tão densos? Não é à toa que muitas dessas pessoas ficam estagnadas e não são prósperas, afinal, a energia que alimenta o prazer, o sucesso e a felicidade está sendo gasta na manutenção de sentimentos negativos.
Medo gasta energia, culpa também, já a ansiedade descompassa a vida. Por outro lado, os sentimentos positivos e elevados, como a amizade, o amor, a confiança, o desprendimento, a solidariedade, a auto-estima e principalmente a alegria e bom humor recarregam nossa energia e nos dão força para empreender projetos e superar obstáculos.
4. FUGIR DO PRESENTE.
Onde eu coloco a minha atenção aí coloco a minha energia. É tendência freqüente do ser humano achar que no passado as coisas eram mais fáceis: ‘bons tempos aqueles!”. Tanto os saudosistas, que se apegam aos prazeres do passado, quanto aqueles que não conseguem esquecer os traumas e desatinos de tempos atrás, estão colocando suas energias no passado.
Por outro lado temos os sonhadores ou aqueles que vivem numa eterna expectativa do futuro, depositando nele sua felicidade e realização. Viver no tempo passado ou futuro faz com que sobre pouca ou nenhuma energia no tempo presente. E é somente no presente que você constrói sua vida. O passado e o futuro dependem unicamente do seu momento presente. Aquele que vive sempre no tempo errado não tem em mãos uma dose de energia suficiente para se proteger das energias e locais densos.
5. FALTA DE PERDÃO.
Perdoar significa soltar. Soltar ressentimentos, mágoas, culpas. Soltar o que aconteceu e olhar somente para a frente e viver o presente. Quanto mais perdoamos, menos bagagem  interior carregamos e gastamos menos energia alimentando feridas do passado. Mais do que uma regra religiosa, o perdão é uma atitude inteligente daquele que busca viver bem e quer seus caminhos livres e abertos para a felicidade. Aquele que não sabe perdoar os outros e a si mesmo, fica ‘energeticamente obeso’, carregando fardos do passado e isso requer muita energia.
6. MENTIRA PESSOAL.
Todos nós mentimos ao longo de nossas vidas e sabemos quanta energia é gasta posteriormente para sustentar a mentira e, quase sempre, acabamos sendo pegos. Imagine agora quando ‘você é a mentira’. Quanta energia gastamos para sustentar caras, poses, desempenhos que não são autênticos!  Somos educados para desempenhar papéis e não para sermos nós mesmos. A mocinha boazinha, o machão, a vítima, a mãe extremosa, o corajoso, o pai enérgico, a mártir, o intelectual, a lista é enorme. Quando somos nós mesmos a vida flui e tudo acontece com pouquíssimo esforço. O mesmo não é válido quando queremos desempenhar um papel que não é o nosso.
7. VIVER A VIDA DO OUTRO.
Ninguém vive só, através dos relacionamentos interpessoais evoluímos e nos realizamos. Mas é preciso ter noção de limites e saber amadurecer também nossa individualidade. Esse equilíbrio que traz senso de limite e respeito por si e pelo espaço do outro nos resguarda energeticamente e nos recarrega. Quem cuida da vida do outro, sofrendo seus problemas e interferindo mais do que é recomendável, acaba não tendo energia para construir sua própria vida. O único prêmio, nesse caso, será a frustração. Quando interferimos na vida alheia, nos misturamos com o carma negativo do outro e trazemos isso para nossa vida.
8. BAGUNÇA E PROJETOS INACABADOS.
A bagunça afeta de forma muito negativa as pessoas, causando confusão mental e emocional. Um truque bem legal para os períodos confusos é arrumar a casa, os armários, gavetas, a bolsa, os documentos e tudo o que mereça uma boa faxina. À medida em que ordenamos e limpamos os objetos, também colocamos em ordem a mente e o coração. Pode não resolver o problema, mas nos ajuda bastante e traz um grande alívio.
Outra forma bem eficiente de perder energia é não terminar tarefas. Todas as vezes, por exemplo, que você vê aquela blusa de tricô que não concluiu, ela lhe diz inconscientemente: “você não me terminou! Você não me terminou! E isso gasta uma energia tremenda! Ou você termina definitivamente a blusa ou livre-se dela e assuma que não vai terminá-la. O importante é tomar uma atitude.
O desenvolvimento do autoconhecimento, da disciplina e da determinação fará  com que você não invista em projetos que não serão concluídos e que apenas consumirão tempo e energia.
E lembre-se, bagunça e sujeira são ótimas moradas para energias densas e sem harmonia.
9. AFASTAMENTO DA NATUREZA.
A Natureza é nossa maior fonte de alimento energético e, além de nutrir, também nos limpa das energias estáticas e nada harmoniosas. O homem moderno, que habita e trabalha em locais muitas vezes doentios e desequilibrados, vê-se privado dessa fonte maravilhosa de energias.
A competitividade, o individualismo e o estresse das grandes cidades agravam esse quadro e favorecem o vampirismo energético, onde todos sugam e são sugados em suas energias vitais. Procure, sempre que possível, estar junto à Natureza. Você também pode trazê-la para dentro de sua casa ou local de trabalho. Além de um ótimo recurso decorativo, as plantas humanizam os ambientes, nos acalmam e absorvem as energias negativas e poluentes.
10. PREGUIÇA, NEGLIGÊNCIA.
E falta de objetivos na vida. Esse item não requer muitas explicações: negligência com a sua vida denota também negligência com seus dons e potenciais e, principalmente, com sua energia vital. Aquilo do que você não cuida, alguém vem e leva embora. O resultado: mais preguiça, moleza, sono….
11. FANATISMO.
Passa um ventinho: “Ai meu Deus!!!! Tem energia ruim aqui!!!” Alguém olha para você: “Oh! Céus, ela está morrendo de inveja de mim!!!” Enfim, tudo é espírito ruim, tudo é energia do mal, tudo é coisa do outro mundo. Essas pessoas fanáticas e sugestionáveis também adoram seguir “mestres e gurus” e depositar neles a responsabilidade por seu destino e felicidade. É fácil, fácil manipular gente assim e não só em termos de energia, mas também em relação à conta bancária!
12. FALTA DE ACEITAÇÃO.
Pessoas revoltadas com a vida e consigo mesmas, que não aceitam suas vidas como elas são, que rejeitam e fazem pouco caso daquilo que têm. Esses indivíduos vivem em constante conflito e fora do seu eixo. E, por não valorizarem e não tomarem posse dos seus tesouros – porque todos nós temos dádivas – são facilmente ‘roubáveis’.
O importante é aprender a aceitar e agradecer tudo o que temos (não confundir com acomodação). Quando você agradece e aceita fica em estado vibracional tão positivo que a intuição e a criatividade são despertadas. Surgem, então, as possibilidades de transformar a vida para melhor!

sábado, 22 de fevereiro de 2014

O que é neuróbica e 21 exercícios para você ficar "tinindo"

Não há coisa melhor para a própria saúde do que nos conhecer, física e mentalmente. É por isto que, com frequência, posto assunto  neste teor. O de hoje é bem interessante.




21 exercícios de neuróbica que deixam o cérebro afiado

Evitar fazer tudo no automático ajuda a turbinar a memória e a concentração

POR NATALIA DO VALE 

Quem foi que disse que o cérebro não precisa de exercícios para se manter ativo? Se o nosso corpo necessita de malhação para ficar sempre em ordem e cheio de disposição, por que com a mente seria diferente?

O cérebro também vai perdendo sua capacidade produtiva ao longo dos anos e, se não for treinado com exercícios, pode falhar. O neurocientista norte-americano, Larry Katz, autor do livro Mantenha seu Cérebro Vivo, criou o que é chamado de neuróbica, ou seja, uma ginástica específica para o cérebro.

A teoria de Katz é baseada no argumento de que, tal como o corpo, para se desenvolver de forma equilibrada e plena, a mente também precisa ser treinada, estimulada e desenvolvida. É comum não prestamos atenção naquilo que fazemos de forma mecânica, por isso costumamos esquecer das ações que executamos pouco tempo depois.

"O objetivo da neuróbica é estimular os cinco sentidos por meio de exercícios, fazendo com que você preste mais atenção nas suas ações e então, melhore seu poder de 
concentração e a sua memória", explica a psicóloga especialista em análise comportamental e cognitiva, Mariuza Pregnolato. "Não se trata de acrescentar novas atividades à sua rotina, mas de fazer de forma diferente o que é realizado diariamente".

Para o neurologista da Unifesp Ivan Okamoto, tais exercícios ajudam a desenvolver habilidades motoras e mentais que não costumamos ter em nosso dia a dia, porém, tais habilidades em nada se relacionam com a memória.

"Se você é destro e começa a escrever com a mão esquerda, desenvolverá sua coordenação motora de modo a conseguir escrever com as duas mãos e caso um dia, tenha algum problema que limite a escrita com a mão direita, terá a esquerda bem capacitada para isso. Mas o fato de praticar este tipo de exercício não significa que você se verá livre de problemas como esquecer de pagar as contas, tomar o remédio, ou algo do gênero", explica o especialista.

Como funciona a neuróbica?
A neuróbica consiste na inversão da ordem de alguns movimentos comuns em nosso dia a dia, alterando nossa forma de percepção, sem, contudo, ter que modificar nossa rotina. O objetivo é executar de forma consciente as ações que levam à reações emocionais e cerebrais. São exercícios que vão desde ler ao contrário até conversar com o vizinho que nunca dá bom dia, mas que mexem com aspectos físicos, emocionais e mentais do nosso corpo. "São esses hábitos que ajudam a estimular a produção de nutrientes no cérebro desenvolvendo suas células e deixando-o mais saudável", explica Mariuza Pregnolato, psicóloga especialista em análise comportamental e cognitiva.

Quanto mais o cérebro é treinado, mais afiado ele ficará, mas para isso não precisa se matar nos testes de QI ou nas palavras cruzadas para ter resultados satisfatórios. "Estas atividades funcionam, mas a neuróbica é ainda mais simples. Em vez de se inscrever em um super desafio de matemática e ficar decorando fórmulas, que tal vestir-se de olhos fechados ou andar de trás para frente?", sugere a especialista. A proposta da neuróbica é mudar o comportamento rotineiro para "forçar" a memória. Por isso, é recomendável virar fotos de cabeça para baixo para concentrar a atenção ou usar um novo caminho para ir ao trabalho. 

O papel dos sentidos
O programa de exercícios da neuróbica oferece ao cérebro experiências fora da rotina, usando várias combinações de seus sentidos - visão, olfato, tato, paladar e audição, além dos "sentidos" de cunho emocional e social.

"Os exercícios usam os cinco sentidos para estimular a tendência natural do cérebro de formar associações entre diferentes tipos de informações, assim, quando você veste uma roupa no escuro, coloca seus sentidos em sinal de alerta para a nova situação. Se a visão foi dificultada, e é isso que faz com que você sinta o efeito dos exercícios, outros sentidos serão aguçados como compensação", explica Mariuza.

Para estimular o paladar, uma dica bacana é fazer combinações gastronômicas inusitadas. Já pensou em misturar doce com salgado? Maionese com leite condensado? 

Corpinho de 40 e mente de 20!
A neuróbica não vai lhe devolver o cérebro dos vinte anos, mas pode ajudá-lo a acessar o seu arquivo de memórias. "Não dá para aumentar nossa capacidade cerebral, o que acontece é que com os exercícios você consegue ativar áreas do seu cérebro que deixou de usar por falta de treino", explica Mariuza.

"Você só estimula o cérebro se o exercita, por isso quem sempre esteve atento a esta questão terá menos problemas de saúde cerebral, como demência e doenças cognitivas, como Alzheimer", considera a especialista.  

9 exercícios de quebra de rotina
Mudar a rotina ajuda a nos tirar dos padrões de pensamento de sempre, que nos levam ao piloto automático. Experimente:

1- Use o relógio de pulso no braço direito

2- Ande pela casa de trás para frente

3- Vista-se de olhos fechados

4- Veja as horas num espelho

5- Troque o mouse do computador de lado

6- Escove os dentes utilizando as duas mãos

7- Quando for trabalhar, utilize um percurso diferente do habitual

8- Introduza pequenas mudanças nos seus hábitos cotidianos, transformando-os em desafios para o seu cérebro

9- Faça alguma atividade diferente com seu outro lado do corpo e estimule o seu cérebro. Se você é destro, que tal escrever com a outra mão?

3 exercícios de memorização
Treinar a memória também ajuda a desenvolver a mente. Tente esses exercícios:

1- Ao entrar numa sala onde esteja muita gente, tente determinar quantas pessoas estão do lado esquerdo e do lado direito. Identifique os objetos que decoram a sala, feche os olhos e enumere-os

2- Experimente memorizar aquilo que precisa comprar no supermercado, em vez de elaborar uma lista. Utilize técnicas de memorização ou separe mentalmente o tipo de produtos que precisa. Desde que funcionem, todos os métodos são válidos

3- Ouça as notícias na rádio ou na televisão quando acordar. Durante o dia escreva os pontos principais de que se lembrar

9 exercícios com palavras e habilidades cognitivas
Aprimorar novas habilidades sempre ajuda a exercitar o cérebro. Experimente essas dicas:

1- Estimule o paladar, coma comidas diferentes

2- Leia ou veja fotos de cabeça para baixo concentrando-se em pormenores nos quais nunca tinha reparado

3- Folheie uma revista e procure uma fotografia que lhe chame a atenção. Agora pense 25 adjetivos que ache que a descrevem a imagem ou o tema fotografado

4- Quando for a um restaurante, tente identificar os ingredientes que compõem o prato que escolheu e concentre-se nos sabores mais subtis. No final, tire a prova dos nove junto ao garçom ou chef

5- Selecione uma frase de um livro e tente formar uma frase diferente utilizando as mesmas palavras

6- Experimente jogar qualquer jogo ou praticar qualquer atividade que nunca tenha tentado antes

7- Compre um quebra cabeças e tente encaixar as peças corretas o mais rapidamente que conseguir, cronometrando o tempo. Repita a operação e veja se progrediu

8- Recorrendo a um dicionário, aprenda uma palavra nova todos os dias e tente introduzi-la (adequadamente!) nas conversas que tiver

9 - Ao ler uma palavra pense em outras cinco que começam com a mesma letra 

Hábitos saudáveis
Outra atitude indispensável para manter a memória sempre afiada, é prestar atenção na qualidade de vida. O neurologista Ivan Okamoto sugere um estilo de vida mais tranquilo, com alimentação balanceada, sem vícios e com a prática regular de exercícios físicos para manter o corpo e a mente saudáveis.

"A melhor maneira de manter a memória em dia é cuidar da saúde, por isso é importante evitar cigarro e bebidas alcoólicas, seguir uma dieta equilibrada, praticar exercícios e exercitar o cérebro. Manter a atividade mental, seja trabalhando ou participando de alguma atividade em grupo, ajuda a elevar a autoestima e deixar a memória a todo vapor", explica o especialista. 

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

História de Cristo - Resumida - se ele tivesse nascido em nosso tempo.



Em 1978 foi publicado um livro, “Cristo do INPS à TV”, de Artur Miranda. Convertido ao catolicismo e redator premiado de textos para TV, o autor faz uma crítica contundente, com bom humor e ironia, aos meios de comunicação, já daquela época, e escreveu a história deste Cristo moderno. Pincei alguns textos, elaborei usando minha imaginação e coloco para os leitores. Para os mais novos: INPS é o famigerado INSS. Ele não usa capítulos, mas “Pregos”, numa alusão à crucifixão.

Hoje Cristo teria muita dificuldade de nascer, por causa do Sus, convênios médicos caros e que deixam os usuários na mão e falta de pediatras (são mal remunerados. Devem ser médicos cubanos na escravidão do “Mais Médicos”).

José, o pai adotivo, era empregado, perdeu o emprego por causa das importações chinesas. Foi viver de bico e do seguro desemprego. Mesmo assim, ele e a mulher resolvem ir a uma das milhares de  igrejas protestantes levar aves , terminantemente  proibido pela Sociedade Protetora dos Animais, que os ameaça de cadeia, como crime inafiançável. Eles recuam e depois do menino Jesus ter nascido acabam mostrando-o no facebook, pedindo para que todos dêem suas curtidas e compartilhem  com os amigos.  O objetivo é ter um milhão de amigos.
Queria usar um incenso, mas mesmo com parada para liberação da Maconha, temeram confundir os dois cheiros.
O menino cresce numa época de testes para o Pro Uni, tentando vaga em escola pública, visto que as particulares, protestantes ou católicas, estão caríssimas.

Neste meio tempo, João Batista resolve colocar a boca no trombone, criticando a mídia, todos os BBBs, Bial inclusive, confundindo-o com Baal, os gastos para a Copadascopas, a seca no nordeste brasileiro (é por isto que ele é muito festejado naquela região), e detona  um caso que o presidente – digo Imperador – tinha, e assim  acaba perdendo a cabeça.

Aos 30 anos Jesus procura emprego, infrutiferamente. Além da dificuldade para quem não tem formação acadêmica (cursos de xamã no Oriente não valem no curriculum), o que mais o atrapalhava era a falta de documentação. Não conseguia tirar RG, por causa da certidão do nascimento. Com o empenho do Ministério da Justiça que queria o nome do PAI , visto constar “desconhecido”,  houve um grave problema para colher o material e fazer o teste de DNA, pois todos dizem ser filho de Deus, mas nunca apresentavam o resultado do teste.
Mas, ousado, começou a falar com o povo, com Deus (seu pai) e com o mundo.
Fez a seleção dos apóstolos, com somente 1 (8%) sendo reprovado, posteriormente. Não foi problema de seleção, mas de treinamento. Arrepender-se-ia amargamente mais tarde.

A TV o descobre, por causa de seus milagres, do sermão da montanha sem usar microfone, estar sempre acompanhado de 12 homens barbudos, mas dizia não ser gay (tinha um séquito menor de mulheres), nem hétero (nenhuma caso de abuso sexual), nem pedófilo. Aquela frase: Vinde a mim as criancinhas, foi mal interpretada. Coisa da Imprensa.  Recusou-se participar do BBB (mal de família, o primo João não gostava): Nem Cristo agüenta. Sugeriu até bons slogans: “Chega de heresia, Bíblia todo dia” e “Deixa de ver BBB e deixa Cristo te ver”. Quando entrou em Jerusalém em cima de um burrinho (alguém da sociedade protetora dos animais, recém convertido, liberou o burrinho), deu em todos os canais, da TV aberta ou Paga (esta parecendo aberta por causa da abundância de comerciais).

A última Ceia teve inserções de Ana Maria Braga, que queria entrar no recinto com o Louro. Não sendo permitida, ela contratou uma nutricionista para falar do cardápio, confirmando o baixo teor calórico da alimentação. Quando subiu no Monte das Oliveiras, a Secretaria do Meio Ambiente subiu nas tamancas e queria quebrar o pau, antes dos americanos (romanos daquela época) chegarem e prenderem-no por ocultar armas químicas. A Secretaria conseguiu prendê-lo, condená-lo e crucificá- lo numa cruz de plástico (madeira nem pensar). Crucificaram dois ladrões juntos, isto porque a Secretaria dos Direitos Humanos e nem a Sociedade Protetora dos Sofredores de Falta de Liberdade chegaram em tempo para evitar esta injustiça. Quanto a Jesus, que se lixe. Afinal tinham que pegar alguém pra Cristo.




sábado, 15 de fevereiro de 2014

Manchetes fictícias que você não vai ler em jornal nenhum.



Quando trabalhava em jornal em São José do Rio Preto eu escrevia crônicas diárias, algumas reportagens semanais, entrevistas e até criei um DN Homem (DN, Dia e Noite) , uma página exclusiva para leitores homens, visto existir DN Mulheres e DN Crianças. A página não foi para frente, por falta de patrocinador. Mas a idéia
 era boa. O meu sonho era, porém, dar títulos às matérias, escrever as manchetes. Tem que ter um dom especial. Eu até tentei.  Ao entrevistar o psiquiatra Maurício Knobel que iria participar de um congresso de Psicologia, manchetei:  “Chegou Maurício, (K)Nobel da Psicologia”. Outro momento, entrevistando o Presidente da Cooperativa dos Agricultores perguntei o que ele achava do Delfim Neto (isto, ele mesmo, o Delfim) ser Ministro da Agricultura, que não sabia a diferença entre  alface e  couve (nada de se assustar com Ministro da Pesca que nunca pegou em anzol ou em minhoca) e coloquei no jornal : “Delfim Neto, a salvação da lavoura”.
Hoje os  tempos são outros. Do Politicamente Correto. Resolvi colocar estas manchetes como lembrança do meu tempo de repórter frustrado.




Médica cubana roda a baiana e leva “Mais Médicos” para a UTI.

Dentistas advertem: Liberação da maconha produzirá cárie no nariz.

Terça feira gorda faz lipo com médico cubano e morre.

Ex-presidente reclama no Procon: deputados comprados pelo mensalão têm defeitos.

111% da população são contra os “brequebroques”.

Descoberto transmissor da febre amarela: mosquito japonês.

Por causa da Pedofilia na Igreja, Papa Francisco vai excomungar quem o chamar de “papa-chicos”.

Saci Pererê começou o ano com pé esquerdo: atropelado quando andava de bicicleta.

Até japonês acha o Mínimo brasileiro ridículo.

Dólar vai baixar no terreiro – promete Pai de Santo.

Para enfrentar a inflação, Presidente corta orçamento e os pulsos.

Maduro obriga venezuelanos a chamarem-no de Jovem..

Dilma manda PF descobrir o esconderijo do Amigo Oculto.

Sindicato dos Bandidos acha pequeno o aumento da violência.

Participante do BBB diz que não ganhou dinheiro com raspadinha.

Confusão na política:  Dilma ganha rasteirinha de Lula.

Papa ameaça botar ovo na Missa do Galo, se a ONU encher o saco.

Descoberta da neurociência: surfista também pensa.

Mulheres deputadas reclamam dos colegas no Congresso: eles não comparecem.

Você  pensa que é bonito ser feio?

 Ministério da Saúde adverte “Ficar doente faz mal pra saúde”.

Eike Batista quer comprar o Pinguim do Batman para colocar na geladeira.

Abalo no catolicismo: santos não acreditam mais em promessas de políticos.

Com 83 anos, Sílvio Santos não quer se encontrar com Lombardi. Ainda.

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Você é tímido ou introversivo? 23 sinais para tirar sua dúvida.

Costumo dizer que sou tímido. As pessoas não concordam. Mas se eu não sou tímido, o que sou? Introvertido, diz o artigo de hoje. Isto mesmo, apresento a vocês 23 sinais de que você é uma pessoa.


Escrito por Carolyn Gregoire, via Huffington Post

Você acha que consegue identificar um introvertido no meio de uma multidão? Pense de novo. Embora o introvertido estereotípiado possa ser aquela pessoa na festa que está sozinha ao lado da mesa de comidas, mexendo com um iPhone, o “arroz de festa” pode igualmente ter personalidade introvertida.
“Identificar um introvertido pode ser mais difícil que encontrar Wally”, diz ao Huffington Post Sophia Dembling, autora de “The Introvert’s Way: Living a Quiet Life in a Noisy World”. “Muitos introvertidos podem passar por extrovertidos.”
Com frequência, as pessoas não têm consciência de serem introvertidas –especialmente se não forem tímidas–, porque podem não se dar conta que ser introvertido não se resume a buscar tempo para ficar a sós. Em vez disso, pode ser mais revelador verificar se a pessoa perde ou ganha energia quando está com outras, mesmo que a companhia de amigos lhe dê prazer.
“A introversão é um temperamento básico. Logo, o aspecto social, e é nisso que as pessoas reparam, é apenas uma parte pequena de ser uma pessoa introvertida”, explicou o psicoterapeuta Dr. Marti Olsen Laney, autor de “The Introvert Advantage”, falando numa discussão da Mensa. “Ele afeta tudo na vida da pessoa.”
Não obstante a discussão crescente sobre a introversão, esta ainda é uma característica de personalidade frequentemente incompreendida. Ainda em 2010, a Associação Psiquiátrica Americana cogitou em classificar “personalidade introvertida” como transtorno, incluindo-a no “Diagnostic and Statistical Manual” (DSM-5), manual usado para diagnosticar doenças mentais.
Mas cada vez mais introvertidos andam se manifestando sobre o significado real de ser uma pessoa do tipo “quieto”. Você não sabe ao certo se introvertido ou extrovertido? Veja se algum destes 23 sinais reveladores da introversão se aplica a você.
1. Você acha conversas sobre assuntos fúteis incrivelmente cansativas.
Os introvertidos são notórios por serem avessos às conversas superficiais; para eles, esse tipo de tagarelice é fonte de ansiedade ou no mínimo de irritação. Para muitos tipos quietos, jogar conversa fora pode parecer falta de sinceridade. “Vamos esclarecer uma coisa: nós, introvertidos, não detestamos conversas superficiais porque somos avessos às pessoas”, escreve Laurie Helgoe em “Introvert Power: Why Your Inner Life Is Your Hidden Strength”. “As odiamos porque odiamos a barreira que elas criam entre as pessoas.”
2. Você vai a festas – mas não para conhecer pessoas.
Se você é introvertido, é possível que às vezes curta uma festa, mas o mais provável é que vá não por estar interessado em conhecer gente nova. Numa festa, o introvertido geralmente prefere passar tempo com pessoas que já conhece e com quem se sente à vontade. Se você por acaso conhecer uma pessoa nova com quem sinta empatia, ótimo, mas conhecer pessoas novas raramente será seu objetivo.
3. Você muitas vezes se sente sozinho numa multidão.
Você já se sentiu um estranho no ninho no meio de reuniões sociais e atividades de grupo, mesmo com pessoas que já conhece? “Se você tende a sentir-se sozinho numa multidão, é possível que seja introvertido”, diz Dembling. “Geralmente deixamos que os amigos ou as atividades nos escolham, em vez de nós mesmos os convidarmos.”
4. Fazer networking faz você sentir-se falso.
Fazer networking (leia-se: jogar conversa fora com o objetivo último de promover-se profissionalmente) pode parecer altamente insincero para o introvertido, que anseia pela autenticidade em suas interações. “O networking é estressante se o fazemos de modos estressantes para nós”, diz Dembling, aconselhando os introvertidos a fazê-lo em grupinhos pequenos e íntimos, não em reuniões ou espaços maiores.
5. Já o descreveram como “intenso demais”.
Você gosta de discussões filosóficas e aprecia livros e filmes que induzem à reflexão? Se sim, é introvertido de carteirinha. “Os introvertidos gostam de mergulhar fundo”, diz Dembling.
6. Você se distrai com facilidade.
Os extrovertidos tendem a entediar-se muito facilmente quando não têm o suficiente para fazer. Os introvertidos têm o problema oposto: em ambientes com estímulos demais, sua atenção se desvia facilmente e eles se sentem “esmagados” pelo excesso…
“Os extrovertidos geralmente se entediam mais facilmente que os introvertidos quando realizam tarefas monótonas, provavelmente porque necessitam e se sentem bem com níveis altos de estímulo”, escreveram pesquisadores da Universidade Clark em artigo publicado no “Journal of Personality and Social Psychology”. “Já os introvertidos se distraem mais facilmente que os extrovertidos e, por essa razão, preferem ambientes relativamente pouco estimulantes.”
7. Você não sente que é improdutivo passar tempo sem fazer nada.
Uma das características mais fundamentais dos introvertidos é que precisam de tempo a sós para recarregar suas baterias. Enquanto um extrovertido pode ficar entediado e irritado se passar o dia sozinho em casa com uma xícara de chá e uma pilha de revistas, esse tipo de tempo a sós e tranquilo é necessário e satisfatório para o introvertido.
8. Fazer uma palestra para uma plateia de 500 pessoas é menos estressante que ter que jogar conversa fora com essas pessoas, depois.
Os introvertidos podem ser excelentes líderes e oradores públicos. E, embora sejam vistos de modo estereotipado como sendo tímidos, eles não necessariamente evitam os holofotes. Artistas como Lady Gaga, Christina Aguilera e Emma Watson se identificam como introvertidas, e estimados 40% dos CEOs tem personalidade introvertida. Em vez disso, um introvertido pode ter dificuldade maior em conhecer e cumprimentar grandes grupos de pessoas individualmente.
9. Quando você embarca no metrô, senta-se numa ponta do banco, não no meio.
Sempre que possível, o introvertido tende a evitar ser cercado por pessoas de todos os lados. “Geralmente nos sentamos em lugares de onde poderemos sair facilmente, na hora que quisermos”, diz Dembling. “Quando vou ao teatro, procuro o assento do corredor ou a última fileira.”
10. Depois de passar tempo demais ativo, você começa a “desligar”.
Depois de estar fora de casa por tempo demais, você se cansa e deixa de responder aos estímulos? É provável que esteja tentando conservar sua energia. Tudo o que o introvertido faz no mundo externo o leva a gastar energia. Depois de sair, ele precisa voltar para dentro e reabastecer seu estoque de energia num ambiente tranquilo, diz Dembling. Na ausência de um lugar quieto para onde ir, muitos introvertidos simplesmente se desligam do mundo externo.
11. Você está num relacionamento com um extrovertido.
É verdade que os opostos se atraem, e os introvertidos com frequência se sentem atraídos por extrovertidos, que os incentivam a se divertir e não levar-se excessivamente a sério. “Os introvertidos às vezes se sentem atraídos pelos extrovertidos porque gostam de poder navegar na ‘bolha de diversão’ deles”, diz Dembling.
12. Você prefere ser expert em uma coisa a tentar fazer tudo.
O caminho cerebral dominante usado pelos introvertidos é um que lhes permite concentrar-se sobre as coisas e refletir sobre elas por algum tempo; logo, segundo Olsen Laney, eles tendem a dedicar-se a estudos intensos e a desenvolver perícias.
13. Você evita ativamente ir a shows ou espetáculos que possam envolver participação da plateia.
“Fala sério”, existe algo mais apavorante que isso?
14. Você sempre olha o identificador de chamadas antes de atender, mesmo que a ligação seja de um amigo.
Você pode não atender ao telefone, mesmo que a ligação seja de alguém de quem você gosta, mas telefonará de volta assim que estiver mentalmente preparado e com energia suficiente para conversar. “Para mim, um telefone tocando é como se alguém pulasse para fora do armário para me assustar”, diz Dembling. “Eu gosto de conversar com uma amiga por um tempão, desde que a ligação não me pegue de surpresa.”
15. Você observa detalhes que passam batidos por outras pessoas.
O lado positivo de sentir-se esmagado quando há estímulos demais é que o introvertido muitas vezes tem olhar apurado para os detalhes, notando coisas que podem passar despercebidas pelas pessoas em volta. Pesquisas constataram que os introvertidos exibem atividade cerebral maior que a dos extrovertidos quando processam informações visuais.
16. Você tem um monólogo interior constante.
“Os extrovertidos não mantêm um monólogo interno do mesmo modo que nós”, diz Olsen Laney. “A maioria dos introvertidos sente necessidade de pensar primeiro e falar depois.”
17. Você tem pressão baixa.
Um estudo japonês de 2006 constatou que os introvertidos tendem a ter pressão sanguínea mais baixa que seus colegas extrovertidos.
18. Você é descrito como “cheio de sabedoria” — desde que tinha 20 anos.
Os introvertidos observam e absorvem muita informação e refletem antes de falar, o que faz com que outros os achem sábios. “Os introvertidos tendem a pensar muito e ser analíticos”, diz Dembling. “Isso pode levá-los a parecer sábios.”
19. Você não se sente “aceso” em função do ambiente externo.
Neuroquimicamente falando, coisas como festas enormes não são sua praia. Os extrovertidos e introvertidos diferem muito no modo como seus cérebros processam experiências através dos centros de “recompensa”.
Pesquisadores demonstraram este fenômeno dando Ritalina –o medicamento para TDAH que estimula a produção de dopamina no cérebro– a estudantes universitários introvertidos e extrovertidos. Constataram que os extrovertidos tinham tendência maior a associar o sentimento de euforia decorrente da injeção de dopamina ao ambiente em que estavam. Já os introvertidos não vinculavam a sensação de recompensa ao ambiente em que se encontravam. O estudo “sugere que os introvertidos apresentam uma diferença fundamental na intensidade em que processam recompensas do ambiente; os cérebros dos introvertidos atribuem peso maior a elementos internos que a elementos motivacionais e de recompensa externos”, explicou Tia Ghose, do LiveScience.
20. Você olha para o quadro mais amplo.
Descrevendo o modo de pensar dos introvertidos, Jung explicou que eles se interessam mais pelas ideias e o quadro amplo que pelos fatos e detalhes. É verdade que muitos introvertidos se destacam em tarefas detalhistas, mas com frequência eles também tendem a interessar-se por conceitos mais abstratos. “Os introvertidos realmente curtem discussões abstratas”, diz Dembling.
21. Já lhe disseram que você precisa “sair de sua concha”.
Muitas crianças introvertidas acabam achando que há algo de errado com elas, se são naturalmente menos assertivas e diretas que seus pares. Adultos introvertidos muitas vezes contam que, quando crianças, lhes diziam que deviam deixar de se isolar ou que deviam participar mais em sala de aula.
22. Você escreve.
Os introvertidos muitas vezes se comunicam melhor por escrito que cara a cara, e muitos deles mergulham no ofício criativo solitário do escritor. A maioria dos introvertidos –como J.K. Rowling, a autora dos livros “Harry Potter” – dizem que se sentem mais criativos quando têm tempo para ficar a sós com seus pensamentos.
23. Você alterna entre fases de trabalho e solidão e períodos de atividade social.
Os introvertidos são capazes de deslocar seu “norte interno” introvertido, que determina como eles precisam equilibrar solidão e atividade social. Mas, quando o deslocam demais — possivelmente por fazerem demais em termos de encontros sociais ou atividades–, eles se cansam e precisam voltar para si mesmos, segundo Olsen Laney. Isso pode manifestar-se como passar por períodos de atividade social maior, que são compensados depois com fases de introversão e ficar a sós.
“Existe um ponto de recuperação que parece estar relacionado a quanta interação você teve”, diz Dembling. “Todos nós temos nossos ciclos particulares.”


sábado, 8 de fevereiro de 2014

A Cura de Schopenhauer e algumas de suas frases.



Depois de ler “Quando Nietzsche Chorou”, escrevi algumas idéias do filósofo e postei aqui. Agora terminei de ler “A Cura de Schopenhauer” , do mesmo autor, Irving Yalom, e vou fazer alguns comentários sobre o livro e colocar frases do filósofo alemão.
O romance é ótimo (pelo menos para psicólogos): um terapeuta com 65 anos é diagnosticado com câncer. Só terá um ano “bom”. Ele repensa a vida e tenta encontrar o cliente com quem não teve sucesso e o convida a participar de terapia de grupo. O rapaz, ex-viciado em sexo, fã de Schopenhauer, que o teria curado da fixação sexual, , vai promover uma revolução no grupo. Final bem triste. As idéias do filósofo alemão permeiam todo o livro. E Yalon, o autor, em determinado momento, faz uma bela comparação entre mães e terapeutas:

UM BOM PAI OU UMA BOA MÃE DÁ CONDIÇÕES PARA QUE O FILHO OU FILHA TENHA CAPACIDADE DE SAIR DE CASA E SER ADULTO, ASSIM COMO O BOM TERAPEUTA QUER QUE SEUS PACIENTES SAIAM NO FINAL DO TRATAMENTO. (lembra-me outra frase: o bom terapeuta é aquele que o paciente esqueceu o nome).


Mas quem foi Schopenhauer? 

Nascido na atual Gdansk, o pai, rico comerciante, levou a esposa grávida para o filho nascer na Inglaterra. Na impossibilidade, colocou um nome inglês: Arthur.O suicídio do pai deu ao filho a chance de ficar só estudando e à mãe, a possibilidade de se livrar de um marido machista e ciumento. As relações do filho com a mãe não foram boas. Ficaram mais de 20 anos sem se verem ou se comunicarem. Não se casou (como quase todos os grandes filósofos, excetuando Sócrates, cuja mulher, Xantipa, deu-lhe muita dor de cabeça) – era contra o casamento -, viveu só, apesar de grandes aventuras sexuais. Morreu em Frankfurt, aos 72 anos, gozando de uma merecida glória no final da vida. Esquisito, metódico, fora de moda em suas roupas, era motivo de troça e ironia. Fazia as refeições sempre  sozinho e achava que ninguém teria a sua inteligência (chamava os seres humanos de bípedes). Ah, a irmã dele chamava-se Adélia.

No fim da vida, a maioria dos homens percebe, surpresa, que viveu provisoriamente e que as coisas que largou como sem graça ou sem interesse eram, justamente, a vida. E assim, traído pela esperança, o homem dança nos braços da morte.

“A felicidade pode ter três origens: o que somos, o que temos e o que somos para os outros. As duas últimas podem ser perdidas. Assim a felicidade só pode estar em quem somos.”

A vida vista da juventude é um  longo futuro. Vista da velhice,  parece um curto passado”

Para bem envelhecer é preciso aceitar que as oportunidades diminuem.

Escolhas excluem.

Não há rosas sem espinhos. Mas há muitos espinhos sem rosa”.

Fale sem emoção – Não seja espontâneo – Mantenha-se independente de todos – Considere-se a única pessoa na cidade com relógio, Isto vai lhe ser útil – Desconsiderar é ganhar consideração.

As grandes dores fazem com que as menores mal sejam sentidas e, na falta das grandes, até o menor desgosto nos atormenta.

Os médicos têm duas letras diferentes: uma quase ilegível, para as receitas. A outra, clara e bonita, para as contas.

Devemos encarar com tolerância toda loucura, fracasso e vício dos outros, sabendo que encaramos apenas nossas próprias loucuras, fracassos e vícios.

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E terminando com Nietzsche: Alguns não conseguem se libertar de seus grilhões, mas conseguem libertar os amigos


terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Entrevista com Flávio Gikovate Dinheiro,amor felicidade.

“O CONSUMISMO DA ELITE É DESESPERO” - 

Flávio Gikovate é um psiquiatra conhecidíssimo no Brasil e cujos livros andaram fazendo a cabeça de muita gente (a minha inclusive). Pincei esta entrevista no facebook, gostei e passo para vocês.  Ele começa falando de seu jeito de atender: nada de divã.
“Sempre trabalhei assim, prefiro olho no olho”, diz. Talvez seja o olho no olho, talvez seja o método da “psicoterapia breve” e a promessa de alta em seis meses – que faz com que ele atenda 200 pacientes por ano. Fato é que Gikovate se tornou o confidente de alguns dos empresários e executivos mais bem-sucedidos do país. Nesta conversa, ele fala sobre a gastança dos brasileiros ricos, a cabeça do bom líder e outros temas atuais, mas de um ponto de vista diferente. Ou você já tinha ouvido que a culpa do consumismo é da pílula anticoncepcional?
Dinheiro anda comprando mais felicidade ou infelicidade?
Esses dias uma moça me perguntou se era possível ser feliz sendo pobre. Estudos de Harvard mostram que se faltar dinheiro para o básico – saúde, comida – provavelmente o indivíduo não consegue ser feliz. Algum para o supérfluo também é importante. Agora, de um ponto para cima, ele pode atrapalhar bastante. O consumismo é muito mais fonte de infelicidade do que de felicidade. O prazer trazido é efêmero, uma bolha de sabão – e em seguida vem outro desejo. Ele gera vaidade, inveja, uma série de emoções que estão longe de qualquer tipo de felicidade. E tudo vira comparação. Outro estudo diz que um indivíduo que ganha US$ 40 mil numa comunidade em que a média é de US$ 30 mil é mais feliz do que se ganhar US$ 100 mil e a média for de US$ 120 mil.
A elite brasileira é consumista demais?
Comecei a trabalhar em 1967, vi a chegada da pílula [anticoncepcional] e a emancipação sexual dos anos 60. Na época, achava-se que essa liberdade iria ‘adoçar’ as pessoas. ‘Faça amor, não faça guerra.’ Mas sexo e amor são coisas diferentes. É triste ver que os ideólogos daquela revolução estavam totalmente errados, porque a emancipação sexual aumentou a rivalidade entre os homens e entre as mulheres, foi criado um clima de competição, atiçou tudo que tinha de ruim no ser humano. Foi um agravador terrível do consumismo. Em países de Terceiro Mundo – e, intelectualmente, aqui é quase Quarto Mundo –, a elite só piorou nesse tempo. É uma elite medíocre, ignorante, esnobe. Na Europa e nos EUA, o exibicionismo da riqueza é muito menor. Na Europa, as pessoas consomem qualidade, não quantidade. Elas têm uma bolsa cara, mas não mil bolsas, para fazer disputa. Aqui há um comportamento subdesenvolvido e medíocre. E totalmente competitivo. As festas de casamento e de 15 anos são patéticas. A próxima festa tem de ser maior. Isso é sem fim. É sofrimento, é infelicidade. A quantidade e o volume com que as pessoas correm atrás dessas coisas é desespero.
Então o sexo é culpado pelo consumismo?
Desde o início, o erótico está acoplado ao consumismo. Nos anos 20, foi preciso introduzir novos produtos que não tinham a ver com necessidades, como o xampu. A ideia que tiveram foi acoplar um desejo natural a um desejo que se queria criar. Então botavam uma mulher gostosa para vender xampu. O consumismo sempre esteve relacionado ao erótico, não ao romântico. O romântico é o anticonsumismo. As boas relações amorosas levam as pessoas a uma tendência brutal ao menor consumismo. A verdadeira revolução, se vier, vai estar mais ligada ao amor do que ao sexo.
Quais são outras fontes de angústia dessa elite que você atende?
Só para explicar: sempre fui bem [na carreira], faz pelo menos 30 anos que atendo algumas das pessoas mais bem-postas do país. Outro trabalho que sempre fiz foi por meio da mídia, em jornais, revistas e, há seis anos e meio, na CBN. É outra forma de ajudar as pessoas. Então tem dois mundos que eu atendo, o dos ricos e o do povo. E as diferenças são pequenas. São conflitos sentimentais, mais do que sexuais. Problema de família, briga de irmãos. Empresários têm muitos problemas de sucessão. O pai tem dificuldade de soltar a rédea e o filho tem a frustração de estar com 40 anos e não ter assumido os negócios. Outras vezes são problemas de ordem financeira, mesmo. O cara está indo mal, fica angustiado, tem os problemas familiares que derivam disso. Tem as tensões societárias... Empresa é complicado, quando vai bem tem problema, quando vai mal tem problema.

Por que trabalhar, no mundo moderno, é quase sempre tão estressante?
Estresse significa uma reação física para enfrentar situações de ameaça, portanto, quando o ser humano vivia na selva também tinha estresse. O estresse vem da ameaça, então numa empresa em que você é cobrado o tempo todo, vive com medo de ser demitido, você cria um clima muito mais grave de ameaça que o necessário. Estresse é ameaça. Sobrecarga cansa, mas não estressa.
Você às vezes se sente estressado?
Cansado. É diferente. Mas às vezes fico um pouco acelerado no pensamento, o que eu não gosto, porque empobrece a reflexão. Tenho a sensação de que o tempo ficou curto, de estar sempre devendo alguma coisa. Você se sente sempre em falta com um livro que não leu, um filme que não viu. Quando eu era moço, tinha cinco ou seis filmes importantes por ano para ver. Hoje, tem cinco filmes por mês. E bons! 


Qual é uma boa válvula de escape desse mundo acelerado?

Um pouco mais de folga de horários, mais tempo para algum tipo de relaxamento. As prescrições passam por exercício físico, ioga e meditação – porque esvaziar a cabeça é certamente um grande redutor de ansiedade. Passam também pelo uso de medicação. Mas tudo isso são atenuadores. Se o trabalho fosse um pouco menos competitivo, seria possível abrir mão desses remédios.
Como um bom líder pode ajudar a reduzir as tensões no trabalho?
O bom líder é respeitado naturalmente, não por meio do medo. As pessoas reconhecem que ele está apto para o cargo e o exerce da forma mais democrática possível. Ou seja, antes de tomar uma decisão, consulta quem trabalha com ele, o que não significa terceirizar a decisão. O voto final é do líder, mas não sem ouvir todo mundo. A governança não pode se dar por atos irracionais, pelo humor do patrão. Deve se dar por normas que todo mundo conhece. Uma das maiores causas de estresse é ter um patrão cujo humor vai influir na forma como ele gere a empresa. Por isso a governança corporativa é importante, porque é um conjunto de normas que vai valer todo dia.
Você costuma ouvir: “meu chefe não me escuta”?
Todo mundo tem esse defeito [de não escutar]. O pai com o filho, o chefe com o subordinado... No caso do chefe, é mais comum porque chefe acha que sabe mais por definição, o que é uma grande bobagem. Um filósofo disse: humildade é a capacidade de aprender com quem sabe menos do que você. Ouvir alguém de verdade é estar disposto a abrir mão da sua ideia em favor da outra, se a outra for melhor que a sua. Boa ideia não tem dono. Toda boa ideia que eu ouço vira minha – e eu jogo fora minha velha ideia.
"Uma grande causa de estresse é ter um patrão cujo humor vai influir na gestão"
Que mudanças devemos ver daqui para a frente, em termos de comportamento?
As grandes transformações estão ligadas à mudança no papel da mulher. Na minha turma de faculdade, havia 78 homens e duas mulheres. Hoje, as faculdades têm em média 60% de mulheres. É porque os homens estão mais folgados e as mulheres, mais guerreiras. Mas isso vai dar numa série de desequilíbrios. Não sei se as mulheres vão gostar de sustentar os homens, nem se os homens vão gostar de ser sustentados. No ambiente de trabalho não tem problema nenhum, ao contrário, muitos empresários acham que as mulheres trabalham melhor. Mas em casa vai dar problema. Como faz para ter filho? Quem vai cuidar? Como vai terminar isso, ninguém sabe. A verificar. Mas não pense que é uma variável desprezível. A independência econômica da mulher desequilibra pra caramba o mundo.
Além do consultório, o senhor também foi bem-sucedido para vender livros?
Não tenho do que reclamar. Desde 1975, publiquei 32 livros e vendi mais de 1 milhão de cópias.
Qual o melhor?
Não sei. Minha mulher diz que é O Mal, o Bem e mais Além. É difícil falar. Gosto sempre dos mais recentes, mas no fundo são a reescritura daquilo que fiz nos anos 70 e 80.
E quando as pessoas muito ricas são felizes, o que costuma levar a isso?  
Os executivos que se sentem realizados são aqueles que gostam do que fazem. Às vezes, ficam até viciados. Mas a maior felicidade das pessoas ainda é quando conseguem estabelecer vínculos amorosos de qualidade. Tanto faz ser executivo ou não. É o que tem de mais importante. Gostar do que se faz e ter uma boa parceria sentimental talvez sejam as duas principais fontes de felicidade nesse nosso mundo. 

sábado, 1 de fevereiro de 2014

Oxitocina: uma molécula da moral?

Temos moralmente bicudos, estes,  que estamos vivendo. Os representantes do povo - em todas as esferas - não têm sido exemplares. Quando estudei filosofia no Seminário Maior de Mariana, a Ética, a Moral, estavam ambas dentro de nossas matérias e interesses. Por outro lado, hoje vivemos  quase um primado da ciência. E talvez ela explique algo obscuro sobre este assunto de moral. E o autor traz uma terapêutica nova: o abraço.


No livro 'A Molécula da Moralidade', o neuroeconomista americano Paul Zak eleva o papel do hormônio oxitocina a novos patamares — mais do que ajudar mulheres no parto e na amamentação, ele é, em última instância, o responsável pelas relações de confiança na sociedade e na economia



Na segunda metade do século XVIII, Adam Smith publicou um livro que se transformaria em um dos pilares intelectuais do capitalismo. Em A Riqueza das Nações, o economista escocês defendia a tese de que o crescimento econômico provinha da busca do interesse próprio (não é pelo meus belos olhos azuis que o açougueiro me arruma a carne que preciso). Smith, no entanto, também defendia que "o homem é, por natureza, um ser com compaixão." Paul Zak, economista e diretor do Centro de Neuroeconomia da Universidade Claremont, na Califórnia, tem outro nome para a compaixão descrita por Smith: oxitocina. Em seu mais recente livro A Molécula da Moralidade  Zak defende que esse hormônio, ao promover a confiança entre indivíduos, é a 'cola' que une famílias e sociedades.

A oxitocina foi descoberta em 1909, quando o farmacologista inglês Henry H. Dale notou que o hormônio levava à contração do útero em gatas grávidas. Dois anos após o achado, a oxitocina já começava a ser usada por médicos para induzir o parto em gestantes. O hormônio viria a ser vinculado ainda à amamentação — ao estimular a musculatura da glândula mamária, facilitando a expulsão do leite. "Depois, ele passou a ser chamado de hormônio do amor, porque é liberado durante o ato sexual e o beijo", diz Pedro Saddi, endocrinologista e professor da Universidade Federal Paulista (Unifesp). Nos últimos anos, no entanto, uma série de pesquisas começou a sugerir que a substância tem um papel crucial de reguladora do comportamento social. Descobriu-se, por exemplo, que a oxitocina estava relacionada às ações de confiança e cooperação entre animais (é a molécula que faz roedores tolerarem outros membros da espécie em tocas apertadas, por exemplo). Em 2003, um estudo realizado pela Universidade de Maryland e publicado no periódico Behavioral Neuroscience demonstrou que o hormônio era responsável pelo comportamento monogâmico entre as ratazanas da pradaria (Microtus ochrogaster).


O economista Paul Zak, no entanto, resolveu ir além de tudo o que já se sabia sobre o hormônio. A tese inicial do americano procedia de uma percepção multidisciplinar. Em 2000, Zak demonstrou que países com taxas mais altas de confiança entre as pessoas eram também aqueles mais prósperos. Zak começou a refletir sobre as relações entre confiança, empatia e generosidade — esses dois últimos, sentimentos já ligados ao comportamento ético. "Pensei, então, em criar um experimento científico para ver se a oxitocina era a responsável por dotar as pessoas de senso moral", afirma em entrevista. Paul Zak dava, então, início à sua caçada pela molécula da moralidade.

Para medir a variação dos níveis de oxitocina no sangue, o economista pediu a um grupo de voluntários para participar do que chamou 'Jogo da Confiança'. O teste funcionava da seguinte maneira: o jogador 1 recebia 10 dólares e podia enviar tudo, uma parte ou nada para o jogador 2. O valor enviado, no entanto, é triplicado — se o jogador 1 doa 2 dólares, o jogador 2 recebe 6 dólares. O jogador 2 tem, então, a opção de devolver ou não algum dinheiro para o jogador 1. A análise sanguínea dos voluntários demonstrou que quanto maior era o valor transferido entre os jogadores, maior era os aumento nos níveis de oxitocina. "A liberação da oxitocina está diretamente relacionada com comportamentos transparentes. Se você se importa comigo, provavelmente me importarei de volta. E nossos níveis de oxitocina vão aumentar, nos unindo", diz Zak.

Para confirmar a tese e os resultados do primeiro teste, o economista repetiu as análises nos níveis de oxitocina em experimentos variados — fazendo os voluntários inalarem oxitocina, testando tribos e comunidades isoladas em diferentes locais do globo, exibindo filmes com forte apelo emocional e até mesmo pulando de paraquedas. Em todos, quanto maior era a confiança entre os participantes, maiores eram também os níveis de oxitocina. "Apenas 5% das pessoas não são capazes de ter essa liberação de oxitocina", diz Zak. Dentro dessa pequena parcela da população estão aqueles com problemas orgânicos, como autistas e psicopatas, pessoas que sofreram algum tipo de trauma como mulheres que foram abusadas sexualmente na infância) e que sofrem com stress.

Por estar diretamente envolvida com a interação social, a oxitocina afeta também as relações econômicas de um país. De acordo com Zak, isso significa que é a oxitocina quem nos diz em quem confiar e quando ficar desconfiado, quando gastar e quando poupar. "O nível de confiança dentro de uma sociedade determina se essa sociedade prospera ou se mantém na miséria", escreve. Para o economista, são as sociedades nas quais os indivíduos conseguem reforçar contratos, confiar no profissionalismo alheio e acreditar que o outro não vai roubá-lo que têm mais potencial para o desenvolvimento econômico. E a oxitocina está diretamente envolvida nessa confiança mútua.

Como se conclui, então, que a molécula da confiança é também a molécula da moral? "Com medições dos níveis de oxitocina no sangue, conseguimos prever se o sentimento de empatia, que nos conecta a outras pessoas, e nos faz ajudá-las, vai se manifestar num indivíduo em relação àqueles que estão à sua volta. É a empatia que nos faz morais", afirma Zak.

Guerra de hormônios– O ciclo virtuoso da oxitocina, no qual confiança causa a liberação do hormônio, o qual, por consequência, gera confiança, não é uma roda que gira em direção ao infinito. Do contrário, defende Zak, estaríamos todos à mercê de pessoas que querem nada mais do que tirar proveito desse excesso de confiança. "Não é seguro deixar a oxitocina ativa no cérebro", alerta. Por isso, a liberação do hormônio acontece cerca de um segundo após o estímulo e desaparece depois de 20 a 30 minutos.

O principal antagonista da oxitocina é o hormônio testosterona, responsável por evitar que ela se ligue aos seus receptores — reduzindo, assim, seus efeitos. Isso significa que quanto maiores os índices de testosterona, menor será a empatia e, por consequência, menor a generosidade. "A princípio parece algo ruim, mas a testosterona era a responsável por deixar os homens menos melindrosos ao matar animais para alimentar a família", escreve Zak. A diferença evolutiva, no entanto, permanece até os dias atuais: as mulheres liberam mais o hormônio e são mais suscetíveis aos efeitos da oxitocina. No experimento de Zak, enquanto o valor devolvido ao jogador 1 por homens era 25% do total, entre as mulheres esse número subia para 42%.

Abraço terapêutico — Drogas com oxitocina concentrada já estão disponíveis no mercado, mas seu uso é específico para casos de indução do parto e no pós-parto. Um estudo conduzido pela Universidade de Yale e apresentado recentemente durante o Encontro Internacional de Pesquisa em Autismo, nos Estados Unidos, descobriu que a oxitocina aumenta a função cerebral que processa informação social em crianças autistas.

Para Zak, no entanto, a chave da questão não está na reposição hormonal da oxitocina, mas em melhorar a sensibilidade dos receptores espalhados pelo corpo. "Os receptores dos psicopatas, por exemplo, aparentam ser disfuncionais. Então, mesmo que se faça a reposição hormonal, eles não vão sentir os efeitos disso", diz.

De acordo com o especialista, os avanços da medicina ainda não foram suficientes para fazer essa reposição de receptores com eficiência. Testes em novas drogas vêm sendo realizados, principalmente para o tratamento de esquizofrênicos, autistas e pacientes com depressão. Os resultados, no entanto, ainda são muito modestos – e longe de se tornarem uma realidade médica. "Minha preferência serão sempre os abraços, não as drogas", diz Zak.