Fazenda onde nasceu o blogueiro. Foto Luis Fernando Gomes

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sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Solidão: dois tipos.

Depois de um mês cheio de postagens longas, vou terminar Setembro com um texto curto, mas forte: a solidão. Preparem-se para enfrentá-la e também os artigos longos que virão no próximo mês. Leitores exigentes precisam de textos robustos.


S O L I D Ã O

Mário Cleber da Silva.

Há dois tipos de solidão: a do dia a dia e a existencial.  A primeira é interpessoal, a de estar isolado de outras pessoas. De estar sozinho. Esta solidão, causada muitas vezes pelo medo de intimidade, pelo sentimento de rejeição, vergonha ou de não ser amado, já é velha conhecida de todos nós. Tanto é que a maioria de pacientes de psicoterapia tem como objetivo manter relacionamentos mais íntimos, mais constantes e duradouros.
A solidão existencial surge no vazio entre a pessoa e os outros. E isto se deve não só porque fomos lançados ao mundo sozinhos e termos que existir sozinhos,  como também ao fato de que cada um habita o seu próprio mundo, que só ele conhece.
De acordo com os últimos estudos científicos, sabemos que  todos nós temos nosso próprio aparelho neurológico e que é ele que nos leva a ser protagonistas na criação de nossa própria história, de nossa própria realidade, o nosso modo particular de ser e viver.  Em outras palavras, há um grande número de categorias mentais inatas (como qualidade, quantidade, causa e efeito) que desempenham papel importante quando somos confrontados com os dados dos sentidos e nos levam, automática e inconscientemente, a construir um mundo à nossa maneira.
Esta solidão existencial está ligada não só à nossa própria “finitude” e perda de nossa vida biológica, mas também à perda deste mundo rico, maravilhoso e cheio de novidades, e que não existe  da mesma maneira na mente de outras pessoas. As minhas memórias mais marcantes – andar de velocípede em Andrelândia, comer o bolinho de fubá frito e quente que minha mãe fazia, ir para a fazenda do meu avô e passar perigosamente pelas “pinguelas”, ir ao cinema assistir os faroestes e os jogos de ping pong no seminário – todas estas memórias, e outras incontáveis como as estrelas do céu, só a mim me pertencem e só eu tenho acesso às mesmas. E desaparecerão com minha morte. Haja solidão existencial, então.
Este isolamento interpessoal – a solidão do dia a dia -  nós o experimentamos em diversas fases de nossa vida. Mas o isolamento existencial só é vivido mais incisivamente quando chegamos à velhice ou quando a morte se avizinha.
(Tradução resumida de umas páginas de Staring at the Sun, de Irving Yalom).

terça-feira, 24 de setembro de 2013

Judaísmo no Brasil Parte II - Expressões de origem judaica.

Continuando nossa saga, falando da importância dos judeus no Brasil.



Nem todos os sobrenomes de origem animal e/ou botânica são de origem Judaica.
Alguns, porém tem essa procedência sem dúvida.

O Nordeste Brasileiro foi colonizado por Judeus.
A ilha de Itamaracá, na costa Pernambucana, foi a primeira colonização Judaica do país.
A música de roda "Essa ciranda quem me deu foi Lia que mora na ilha de Itamaracá" é uma referência a uma das matriarcas do Judaísmo, Leah, e a dança ciranda é uma paródia da Hora Dani hebraica que é igual a ciranda...

Abaixo um texto interessante, com alguns fatos pitorescos remanescentes da cultura Judaica, que o Brasil incorporou em seu dia-a-dia.
Existem mais de 10 milhões de brasileiros que podem ser considerados descendentes de Judeus.
Sua grande maioria está no Norte e Nordeste além de Minas Gerais.

Existe uma obra esclarecedora, de autoria da historiadora da USP Anita Novinski, expert mundial nos Anusim (aqueles que foram convertidos a força) no Brasil.

"PÃO-DURISMO MINEIRO": MITO OU REALIDADE?

Os judeus participaram de todos os ciclos da economia brasileira, inclusive o do ouro e pedras preciosas das Minas Gerais.
Obrigados a se manter no anonimato, para não serem denunciados à Inquisição e ao mesmo tempo preocupados em seguir as regras dietéticas da kashrut (1), desenvolveram um mobiliário que permitia agradar a gregos e troianos, que é a famosa "mesa com gavetas" dos mineiros. 
Em que consistia?
Muito simples: as mesas das cozinhas e copas onde eram realizadas as refeições dispunham de gavetas estrategicamente dispostas no lugar onde os comensais deveriam sentar.
A cada refeição, eram preparados dois pratos para cada pessoa.
Um, taref (2), para inglês ver, no caso de chegar alguma visita inesperada, composto pelos alimentos habituais da cozinha mineira, como lingüiça, torresmo, leitão e outros quitutes que, além de seu elevado teor calórico, eram proibidos aos judeus.
O outro prato continha os alimentos preparados segundo a tradição judaica de não misturar carne com leite e derivados, de evitar a ingestão de crustáceos e peixes sem escamas e uma série de outras recomendações, especialmente a de não consumir carne ou gordura de porco.
E era um tal de bota e tira os pratos nas tais gavetas a cada aproximação de um estranho que o zé povinho acabou forjando a lenda de que os mineiros eram pão-duros, pois preparavam dois tipos de comida.
Uma, de melhor qualidade e sabor, para o pessoal da casa e outra, mais simples, para o caso de chegar uma visita inesperada.

FESTIVAL DA ALHEIRA

Quem freqüenta, no Rio, as sinagogas Shel Guemilut ou Ari, já teve a oportunidade de passar pela frente de um tradicional restaurante português localizado nas proximidades.
Esse estabelecimento costuma realizar, todos os anos, um "Festival da Alheira", ansiosamente aguardado pelos apreciadores da boa mesa.
Mas afinal, o que vem a ser a alheira?
Uma das evidências para um judeu ser denunciado à Inquisição era o fato de não comer carne suína, especialmente os embutidos com ela preparados, como o presunto, os salames e as lingüiças.
Uma casa portuguesa genuinamente cristã deveria exibir, penduradas e à vista de todos, fieiras de embutido s de porco preparados com essa carne considerada impura pelas leis dietéticas judaicas.
Os israelitas portugueses, especialmente das regiões da Beira Alta e Trás os Montes, logo se deram conta do risco que corriam ao não exibir essa tradicional - e proibida - iguaria no entorno de suas casas.
Criaram uma falsa lingüiça que, ao invés do porco utilizava carne de gado.
No lugar do toucinho, de cor branca, colocavam nacos de pão e, para mascarar o cheiro, folhas de um arbusto da região de nome alheira que possuía um forte odor, semelhante ao do alho.
Além de afastada a razão para uma possível denúncia, estava criado um novo e delicioso prato, que até hoje faz a festa em muitas casas e estabelecimentos especializados em culinária regional portuguesa.
Mas atenção, antes de pedir uma alheira em um restaurante de comida portuguesa, bata um papo com o maitre a respeito do seu conteúdo, pois muitos fabricantes do produto, desinformados sobre a origem e o valor histórico da iguaria, acabaram substituindo a carne bovina por...adivinhe... nada mais nada menos do que... porco.

PASSAR A MÃO NA CABEÇA

Quem já não ouviu ou pronunciou a expressão "passar a mão na cabeça", que significa proteger ou mesmo fazer vista grossa para um determinado fato?
Se o leitor suspeita que essa frase esteja relacionada ao ato judaico de abençoar alguém colocando as duas mãos sobre sua cabeça ao mesmo tempo em que se pronuncia uma breve oração em hebraico, está redondamente acertado.
É mais uma prova da influência judaica na cultura popular brasileira.

VESTIR A CARAPUÇA

É uma expressão com origem trágica, pois remonta ao obscuro período da Inquisição em que os condenados eram obrigados a vestir trajes ridículos ao comparecer aos julgamentos e Autos de Fé.
Além do sambenito, túnica com o formato de um poncho, precisavam colocar sobre a cabeça um longo e pontiagudo chapéu, conhecido como carapuça.
A frase "vestir a carapuça" acabou sendo incorporada ao português escrito e falado com o sentido de "assumir a culpa".

NÃO APONTAR PARA AS ESTRELAS

Apontar para uma estrela, segundo o conceito popular, poderia causar o surgimento de uma verruga na extremidade do dedo infrator.
Qual a origem dessa crendice?
É fácil de entender.
O calendário judaico é regido pela lua e o despontar da primeira estrela marca o início de um novo dia, especialmente se esse dia for o Shabat (3).
Antes da expulsão da Espanha de 1492 e da conversão forçada de Portugal de 1497 era comum que as crianças judias, ao entardecer das sextas-feiras, ficassem procurando no firmamento o brilho da primeira estrela, indicativa da chegada de um dia muito especial.
Era a Estrela D'Alva, também conhecida como Vésper, mas que, na realidade, não é exatamente uma estrela, mas sim o Planeta Vênus, que por brilhar com mais intensidade se destaca dos outros corpos celestes.
Quem apontasse primeiro provavelmente ganharia a admiração dos mais velhos e, quem sabe até, algum presente.
De uma hora para outra esse gesto simples passou a ser denunciador da condição judaica e a primeira coisa que as precavidas mamães fizeram foi assustar seus filhos com a possibilidade do surgimento de uma baita verruga na ponta do dedo.
A Inquisição, felizmente, já acabou há bastante tempo, mas a crendice ainda persiste em muitas regiões desse imenso país. Por isso, não se preocupe quando vir uma criança ou adulto apontando para o céu.
Mesmo porque já se sabe que as verrugas são causadas por vírus e os dermatologistas dispõem de eficazes tratamentos para erradicá-las.

OFERECER A BEBIDA AO SANTO

É comum em muitos bares e botequins de norte a sul do Br asil despejar no chão o primeiro gole de aguardente, em sinal de respeito "ao santo".
Qual o santo? Nada mais nada menos do que o nosso conhecido Eliyahu Hanavi (4), o Profeta Elias da tradição judaica.
Nas mesas do Seder (5) de Pessach (6) é costume reservar um lugar para o Profeta, colocando-se um prato, talheres e um cálice com o delicioso vinho adocicado especialmente preparado para a ocasião. Ninguém toca nesse cálice, reservado para Elias.
Diz-se que, a cada ano, ele faz uma visita a todos os lares judaicos durante o Pessach e não ficaria bem encontrar seu cálice sem o precioso líquido.
Com as perseguições aos judeus, começou a ficar perigoso mencionar o nome de Elias, que passou a ser chamado de "santo". De profeta para santo e de vinho para pinga foi um pulo.

COVA DE SETE PALMOS DE FUNDURA

O grande escritor e poeta João Cabral de Melo Neto imortalizou nos versos de "Morte e Vida Severina" a estrofe que fala de uma cova com sete palmos de fundura.
É uma tradição 100% nordestina envolver as pessoas falecidas em uma mortalha de linho, sepultando-a em cova preparada em terra virgem com a profundidade de sete palmos.
Também fazia parte da tradição judaica ibérica, por ocasião da morte de um ente querido, ao invés de sepultá-lo em um caixão, revestir seu corpo em uma mortalha confeccionada com algodão ou linho e enterrá-lo em uma cova escavada igualmente em terra virgem e com os mesmíssimos sete palmos de profundidade.
Os homens costumavam ser sepultados envoltos no seu talit (7), manto com franjas utilizado durante as cerimônias religiosas.
Coincidência? Nada disso. O Nordeste foi colonizado por judeus, gente!

ACENDER VELAS PARA AS ALMAS

A cerimônia doméstica do Shabat tem início logo após a dona da casa ter acendido as duas velas do candelabro ritual e pronunciado a benção própria para a ocasião.
Quando isso acontece? Um pouco antes do pôr do sol das sextas-feiras.
Como driblar os olheiros da Inquisição?
Acendendo velas "para as almas", além das sextas, também às segundas-feiras.
Pronto, estava resolvido o problema.
O acendimento das segundas-feiras era só para despistar e o das sextas para valer.
A moda de acender velas duas vezes na semana pegou.
Para felicidade das almas e dos fabricantes de velas.

DIA NACIONAL DA FAXINA

Em que dia da semana os brasileiros costumam fazer a faxina e trocar a roupa de cama e banho de suas casas? Pense bem antes de responder: às segundas, terças, quartas ou quintas-feiras? Não acertou? Isso mesmo, pois todos sabem que o dia nacional consagrado à faxina é às sextas-feiras.
Você já questionou o porquê desse dia?
Será que não tem algo a ver com a preparação para o Shabat, que, por uma estranha coincidência, também acontece ao entardecer das sextas-feiras? Mais uma coincidência?
Não, tudo a ver com um país que foi descoberto e colonizado por israelitas, que precisaram esconder essa condição durante muitos séculos para não serem denunciados, perseguidos, torturados e mortos pela Inquisição, mas que conseguiram transmitir para o restante da população uma série de costumes, provérbios e princípios que hoje em dia estão intimamente ligados ao próprio estilo de vida do povo brasileiro, ao qual os judeus, juntamente com os católicos, protestantes, muçulmanos, evangélicos, espíritas, budistas, umbandistas e agnósticos, pertencem. 

Glossário :
(1) Kashrut - Lei dietética judaica
(2) Taref - Alimento impróprio para consumo pela lei dietética judaica
(3) Shabat – Dia sagrado dos judeus, que vai do entardecer das sextas-feiras ao mesmo período do dia seguinte
(4) Eliyahu Hanavi – Nome hebraico do Profeta Elias
(5) Seder - Mesa cerimonial para a celebração do Pessach, a Páscoa Judaica
(6) Pessach - Celebração festiva da libertação dos Judeus do jugo egípcio
(7) Talit - Manto cerimonial utilizado pelos homens no Shabat e datas festivas


Ana Scherer - Coach

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Os seis vilões do Casamento.

As postagens que falam de casamento, relacionamento amoroso, são as mais acessadas no blog. É normal. Afinal somos seres que se apaixonam.
Quando li este texto achei que vinha a calhar. Acho que vem ao encontro de nossos desejos: viver bem e ficar feliz. Vejamos o que atrapalha a vida a dois.

Rotina, filhos e até o videogame. Os desafios da vida a dois e como evitar desgastes e distanciamento
Júlia Reis, iG São Paulo | 03/09/2011 06:50:00
A vida do casal depois da lua-de-mel não é feita só de romance. A rotina revela vilões que muitas vezes colocam o encanto e o amor em perigo. Os jantares em restaurantes descolados dão lugar ao lanche rápido no balcão da cozinha, e o tempo compartilhado ao final do dia, quem diria, agora é usado para jogar videogame e atualizar o Facebook. 

Sim, as mudanças são naturais ao longo do tempo, porém é preciso atentar para os exageros em busca de relações mais harmoniosas e satisfatórias para os dois lados. Feras em terapia de casal e autoras de livros sobre o assunto, Lidia Aratangy e Magdalena Ramos apontam caminhos para lidar com os seis potenciais vilões do casamento e do sexo.
 

1.Tarefas domésticas 
Dividir o mesmo teto significa dividir também a pilha de louça para lavar. E as brigas envolvendo trabalhos domésticos são comuns. Se a trabalhosa compra do mês e os copos fora do lugar andam disparando discussões, "então está na hora de distribuir as tarefas de maneira justa", avalia a mediadora de conflitos Magdalena Ramos. A recomendação é que cada um escolha as responsabilidades de acordo com suas habilidades e preferências, mesmo que tenham feito tudo diferente por vários anos. “As mulheres tendem a pegar mais coisas para fazer, porém com o tempo começam a se ressentir e reclamar”, alerta. Segundo a terapeuta Lidia Aratangy, não deve existir o conceito de “ajudar em casa”, já que a responsabilidade é igual para os dois. A hora da faxina – ou mesmo a orientação de uma faxineira – deve servir como um exercício de companheirismo, e não virar um cabo de guerra.

2. As crianças 
É consenso entre os especialistas que os filhos reduzem o tempo a sós do casal e a rotina sexual – reduzem, não eliminam. Os primeiros anos são os mais difíceis. “É uma temporada sem ‘eu e você’. Paciência, isso volta“, diz Magdalena. Separar um momento diário para conversar e brincar com as crianças é uma tentativa para que elas interrompam menos os pais durante outras atividades. “Quando eles sabem que terão um espaço para serem ouvidos, não ficam insistindo e atrapalhando”, diz Aratangy. De acordo com Magdalena, é normal que os pais discordem com o estilo do outro de educar. O caminho para evitar conflitos é realmente conversar e tentar um equilíbrio construtivo.


3. Televisão, computador e videogame 
Como é bom chegar em casa e simplesmente relaxar. Televisão, jogos eletrônicos e novelas não são inimigos do casamento, desde que não isolem um dos pares. “Muita gente mora sob o mesmo teto, mas não compartilha nada. Em função disso, não constroem uma relação”, aponta Magdalena. Com o tempo, a distância entre os dois cresce e o tédio aumenta. Contudo, abrir totalmente mão de fazer o que gosta também não é o caminho. “É uma equação complicada conciliar o território das coisas partilhadas com os interesses individuais, que precisam ser mantidos”, avalia Lidia. “Um bom antídoto é perguntar como foi o dia do outro, escutar, esse já é um grande passo”, diz. Outra boa ideia é incluir o(a) parceiro(a) no programa – que tal jogar em equipe?
É um desafio conciliar o tempo livre entre a convivência e a diversão individual
4. Descuido como corpo 
Compartilhar um pote de sorvete durante o filme, preparar aquela receita calórica ou bebericar todos os dias num happy hour caseiro; quem não gosta? Pesquisas revelam que o casamento faz bem para a saúde, mas engorda. Além disso, a natural sensação de segurança pode gerar certo relaxamento, que até pode ser bom, desde que não vire desleixo. “Não precisa estar de salto alto, mas também não precisa estar com a camiseta furada”, diz Aratangy. O descuido, ela conta, demonstra falta de interesse: homens e mulheres deixam de se cuidar porque acham que não são mais notados ou avaliados da mesma maneira pelo(a) parceiro(a). Assim, elogios podem estimular a autoestima e o desejo de caprichar mais no visual. O primeiro passo, no entanto, é cuidar da própria imagem.
 


5. Intimidade demais 
Atenção para não confundir intimidade com falta de boas maneiras. Como os dois passam muito tempo juntos, é natural que não tenham vergonha um do outro. Isso é bom, mas com limites. “Fechar a porta para fazer xixi é sinal de respeito e dignidade, e isso tem que ser mantido”, exemplifica Lidia. Ela diz que a acomodação leva os casais a compartilharem demais: acham que se conhecem tanto que não há mais surpresas. A partir daí não demora muito para alguém espremer uma espinha ou até soltar gases na frente do outro. E assim aquele mistério, que tempera a relação, fica ameaçado.
Banheiro de porta fechada "é sinal de respeito e dignidade"
6. Rotina e cansaço 
É natural que o cansaço do dia a dia desestimule a interação entre os pares. Porém, desfrutar dos momentos juntos é fundamental para manter a saúde da união. Jantar separados ou na frente da televisão desperdiça um horário de troca precioso. Claro, a vida não é uma festa, todo mundo pode ter um dia ruim no trabalho ou estresse no trânsito. Assim, saber como administrar isso e, principalmente, não descontar o nervosismo no outro, é prática dos casais felizes. As brigas não devem se tornar constantes e permanentes, esperando que o dia a dia fique mais fácil ou com menos cobranças. “O casal maduro tem uma lógica equilibrada e adequada. Às vezes precisamos dispensar algumas discussões e viver mais a relação”, avalia Lidia.


terça-feira, 17 de setembro de 2013

Judeus no Brasil e sua influência nos costumes e falas - Parte 1

Há  povos de quem eu sou fã de carteirinha. Gregos, desde que entrei na  sua mitologia pelas mãos de Monteiro Lobato em "Os Doze Trabalhos de Hércules", lido aos 12 anos em Andrelândia. Japoneses, não só pelo fato de que nos chamavam, a mim, irmãs e tios de japoneses, por causa dos olhos puxados, característica familiar (na Inglaterra alguém me chamou de "oriental looking father"), como também a ideia alucinante, para um garoto, da gueixa (houve até uma fantasia de querer casar com uma japonesa). Os judeus - que eu nunca tinha conhecido um pessoalmente, até entrar no curso de Psicologia ( ele, um adversário vencedor na conquista do coração de uma colega)  - pela sua cultura, inteligência, história e enfrentamento das adversidades. No início do século XXI, fiquei conhecendo uma família inteira e um deles costuma me mandar emails com ótimos textos. O de hoje será repartido em dois - o segundo será  postado posteriormente - e que  fala sobre judaísmo no Brasil e a ideia do batismo em pé e a expressão "a ver navios"..

Boa leitura.



Três anos antes do descobrimento do Brasil o número de judeus em Portugal ultrapassava a casa dos 10% da população.
Cem mil judeus expulsos da Espanha em 1492 tinham procurado refúgio no país vizinho, pela própria proximidade geográfica, vindo se somar à já existente e próspera coletividade israelita do país.
Portugal, à época, tinha uma população estimada em um milhão de habitantes.
Por volta de 1496, quatro anos após a chegada dessa numerosa e qualificada leva migratória à terrinha, D. Manuel, o Venturoso, tido como "muy amigo" dos judeus, pediu a mão da filha dos Reis de Espanha, Isabel e Fernando, cujos nomes provocam, até hoje, arrepios em muitos sefaradis.
A princesa, que não era esbelta nem esperta, foi buscar orientação com seu confessor, o temível Torquemada, que proibiu terminantemente sua entrada em solo português enquanto existissem judeus no país.
D. Manuel ficou numa sinuca de bico.
Por um lado, precisava dos judeus, alfabetizados, cultos, poliglotas, em cujo seio era possível encontrar médicos, astrônomos, tradutores e artesãos experientes no manejo do couro e dos metais, em uma época em que Portugal se lançava aos grandes descobrimentos marítimos e precisava dessa mão de obra altamente qualificada.
Por outro, o soberano português temia, com justa razão, a presença ao seu lado de uma Espanha militarizada e agressiva que acabara de conquistar a Andaluzia aos árabes e expulsar os judeus do país.
Espanha essa que possuía população e território muitas vezes superior ao de Portugal, um pequeno país espremido entre o mar e seu nada amistoso vizinho.

BATISMO EM PÉ

Com esse casamento, D. Manuel esperava matar dois coelhos de uma só vez.
Além de constituir família e garantir a continuidade da sua dinastia, afastava, pelo menos momentaneamente, a ameaça de uma anexação de Portugal pela Espanha.
Todavia, como resolver a delicada questão dos judeus, de que ele tanto precisava?
No domingo de Ramos de 1497 D. Manuel convidou os israelitas da capital portuguesa para um grande encontro na Praça do Comércio, bem em frente ao Tejo , com a promessa de que embarcariam em navios que os levariam à Terra Santa, sonho da imensa maioria dos judeus ibéricos.
Ao mesmo tempo, em segredo, convocou o maior número possível de padres, a quem foi distribuída uma grande quantidade da assim chamada água benta, no episódio conhecido como "batismo em pé".

Enquanto os religiosos católicos aspergiam a água dita santa sobre a multidão que se acotovelava no cais, D. Manuel, feliz da vida, enviava seu emissário à corte espanhola para avisar que não havia mais judeus em Portugal, só cristãos.
E os judeus, olhos fixos no horizonte, "ficaram a ver navios", pois além de ludibriados com a falsa promessa da viagem à Terra Prometida, ainda tinham sido convertidos, contra a vontade, em cristãos.

Cristãos de segunda classe, diga-se de passagem, pois estavam proibidos de ocupar cargos no governo, no clero e na oficialidade militar.
Esse lamentável episódio se, por um lado, evidenciou uma atitude de total desrespeito à liberdade religiosa em relação a uma parcela ponderável da população, por outro serviu para deixar uma marca indelével e inequívoca da presença judaica na formação do inconsciente coletivo de portugueses e brasileiros, o que pode ser constatado ao se analisar certos hábitos, muitos provérbios e até mesmo algumas estranhas superstições que se incorporaram à nossa maneira de ser.

A própria expressão "ficar a ver navios", para citar um exemplo, acabou sendo agregada ao vocabulário popular, servindo para designar uma situação de promessa não cumprida, de enganação, de desejo frustrado.
Teria sido esse "ficar a ver navios" a única evidência da presença judaica no dia-a-dia da população luso-brasileira, de suposta maioria cristã?
Claro que não e o objetivo deste artigo é exatamente o de utilizar artifícios freudianos para resgatar, dos profundos e nebulosos meandros do inconsciente para o estado de consciência plena, uma série de fatos que evidenciam, de forma cabal e inequívoca, a forte presença judaica nos hábitos da população brasileira.


sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Depois da separação, como ficam os amigos e parentes?

Como lidar com amigos e parentes depois da separação? É preciso separar-se deles também?
Conheço dois casais que se separaram. Em um deles, o ex não quer que ela visite seus parentes e até proibiu a mãe de recebê-la na própria casa. Seu assunto predileto e falar  sobre ela e mal. Ela, por outro lado, sempre fala dele e reclama de como ele não deu atenção que ela desejava. Para piorar, a família dele gosta da ex.
O outro casal tem um convívio civilizado, participa de festas dos filhos. O ex até conhece e conversa com o marido dela. A ex, porém, é resistente ao contato com a companheira do ex. Nenhum parente, de um ou de outro, tem contato com o ex ou a ex. Cortaram os vínculos, mesmo porque moram em cidades diferentes. O que facilitou.
Vamos ler o que os especialistas dizem sobre isto de cortar os vínculos.
Uma das principais e mais complicadas transformações provocadas pela separação de um casal é reestruturar a relação com as pessoas que faziam parte, até então, da vida dos dois. O relacionamento acaba, mas nem sempre o carinho pelos parentes dele ou o afeto pelos amigos dela também chega ao fim. Uma coisa, porém, é conservar os mesmos sentimentos. Outra, bem diferente, é conseguir dar continuidade ao relacionamento com os familiares e a turma do "ex" ou da "ex" numa boa.
A não ser que exista algo em comum que os una na rotina –o fato de trabalharem ou estudarem juntos ou serem vizinhos, por exemplo– o rompimento, invariavelmente, muda a dinâmica da amizade. Mas ela pode ser mantida, sim, sem problemas, segundo especialistas.

"Tudo depende, na maior parte das vezes, de alguns fatores, como os motivos que levaram o casal a se separar, de quem foi a decisão, dos sentimentos de cada um e, sobretudo, da forma como era o relacionamento com a família e com os amigos do outro antes da separação", explica a psicóloga Miriam Barros.
Em relação à família, a situação é um pouco mais delicada. No entanto, um bom relacionamento pode e deve ser mantido, principalmente se durante o casamento ele era estreito. Não com a mesma intensidade, mas com respeito e uma proximidade que não incomodem nenhuma das pessoas envolvidas.
A psicopedagoga Eliana de Barros Santos diz que, quando o casal tem filhos, a relação com os familiares deve ser alimentada até mesmo para facilitar o convívio com a criança ou o jovem. "Os laços familiares são importantes para o desenvolvimento e podem ser bem explorados com o objetivo de formar os filhos com fortes valores e ética. Essa pode ser, por exemplo, uma boa oportunidade para trabalhar com os filhos a questão das diferenças nos costumes", diz Eliana.
Emoções sob controle
Assim que acontece o rompimento, é normal que os sentimentos fiquem meio tumultuados. Com o passar do tempo, porém, as emoções se acomodam e o convívio pode ser mais tranquilo, tornando possíveis as visitas pontuais que não causarão desconfortos a ninguém.


É preciso respeitar o tempo de todos (ex-parceiros, amigos e familiares), sem deixar de falar sobre seus sentimentos. Se você tem afinidade com o ex-sogro ou com a ex-cunhada, por que não dizer a eles que o rompimento em nada muda o que sente? Explique que um certo afastamento será natural, mas deixe claro seu afeto e diga que eles podem contar com você para o que precisarem. 
A amizade deve atingir um ponto de equilíbrio. Pode ser que telefonar apenas no aniversário ou no Natal pareça pouco, mas ligar ou fazer uma visita toda semana corre o risco de ultrapassar o limite do bom senso. E isso vale para os dois lados, pois não são raras as circunstâncias em que a "ex-família" é quem faz questão de manter a boa convivência, mesmo que não seja bem-vinda.
Na opinião de Miriam Barros, é essencial respeitar a si mesmo e ao outro. "Perceba se o fato de continuar a falar com aquelas pessoas causa algum constrangimento ou sofrimento em você. Se isso acontecer, é melhor se afastar. Em relação ao 'ex', também é importante notar se sua presença fere, incomoda, causa raiva ou esperança de retorno", fala a psicóloga.
Exercite a sensibilidade para perceber quando as atitudes são exageradas e invasivas. Para Eliana, uma boa ferramenta para descobrir isso é refletir sobre os seus reais objetivos com a  aproximação. "Se você está precisando muito manter a amizade, questione os motivos. Se está evitando muito a amizade, questione também", diz. 
Lembre-se: aquela família não é mais sua e você deve agir com cautela para não se tornar inconveniente. Espere o convite para uma visita, ligue eventualmente e preste atenção nos assuntos que serão abordados na conversa. "Mas se determinada pessoa não te procurou, mesmo que para lamentar a separação e desejar boa sorte na nova fase, ou se você ligou para alguém e não sentiu muita receptividade, entenda como sinais de que esse relacionamento também chegou ao fim. Não insista, siga em frente", afirma a consultora de etiqueta Célia Leão.
Novas regras de convivência devem ser construídas aos poucos e precisam mais uma vez passar por uma adaptação quando o ex-parceiro ou ex-parceira inicia um novo relacionamento. A psicóloga Maria de Melo, autora do recém-lançado "A Coragem de Crescer – Sonhos e Histórias para Novos Caminhos" (Ed. Ágora), afirma que esse é um momento em que, geralmente, surge outra crise. E talvez bem mais séria.
"É quando a separação se concretiza. E é complexo. Mesmo que você não goste mais da pessoa com quem teve um relacionamento amoroso, pode existir uma fantasia inconsciente de que aquele lugar seria sempre seu", declara. Ou certa raiva porque o outro está tendo sorte. É uma fase que exige, novamente, desenvolver o desapego. Por isso, é fundamental analisar bem quais são as motivações por trás da amizade com os parentes ou amigos do "ex" antes de investir nela. É mesmo por afeto ou apenas uma maneira de não se desligar da vida de alguém que foi muito importante?


terça-feira, 10 de setembro de 2013

Morte Por Causa de Um Quilo de Quiabo.

Estamos todos chocados com o nível de violência que grassa em nossa sociedade. Sabemos de casos de todo tipo acontecendo a torto e a direito. Hoje narro  um caso que me foi contado por Mateus Rios. Sem tirar e nem por.

Tio Mateus, assim chamado por causa dos sobrinhos, não é meu tio e também é bem mais novo que eu. No entanto, é um grande contador de causo. No final de semana, degustando um franguinho com ele, a mãe (dele) e a amada (minha), ele veio me contando a tristeza que anda passando em seu coração. “Olha, me dizia com a voz embargada, como a violência tem vindo até o interior. Aqui mesmo, em Brumadinho, aconteceu uma morte por causa de um quilo de quiabo”.
- Não acredito. Por causa de um quilo de quiabo? Mas, me conta, como foi? - Disse eu com cuidado por causa da farofa.
E ele não se fez de rogado.
- E o chato é que o sujeito é meu conhecido. Muito conhecido. Lógico, toma umas e outras. Mas seu único defeito. Um sábado destes, depois de ter batido uma laje na casa do patrão, foi pro mercado. Onde enfiou a cara – ou melhor,  a boca – na cerveja e na pinga, fazendo uma mistura etílica tenebrosa. Comia alguns petiscos, mas o que são petiscos para uma barriga esfomeada e um trabalho duro como batedor de laje. Nada, nadica de nada.
De modo que pensou na mulher e na  comidinha gostosa que ela fazia naquele fogão à lenha e a fome aumentou. Decidiu ir embora. Ao passar pela última banca, viu uns quiabos maravilhosamente verdes e degustáveis.
Nem titubeou. Comprou um quilo, colocou por debaixo do braço, como os franceses fazem com o pão, e marchou resoluto para a sua “humilde residência”, cantarolando essa música que fala estas duas palavras. Não avisou a mulher, pois não usava celular. Era do MSTC: Movimento sem Telefone Celular”. Chegou levemente sóbrio e gritou:
- Mulher, cheguei.
A esposa saiu esbaforida de dentro da residência, arrumando os cabelos pretos e revoltos, abotoando a blusa que teimava em abrir nas horas impróprias, e deu de cara com o marido meio trôpego e uns quiabos que ela nunca tinha visto tão lindos e gostosos.

- Ah, meu bem, com estes quiabos eu vou ter que MATAR  um frango...


sábado, 7 de setembro de 2013

Três anos de blog e três idéias de Schopenhauer.


Hoje, sete de setembro de 2013, estamos comemorando o aniversário do blog: três anos. Da longínqua China até a vizinha Argentina, brasileiros em 50 diferentes países– e, quem sabe, estrangeiros aprendendo português – têm acessado o blog. No mês de Agosto passado chegamos a mil acessos. Motivos para comemorar com Champagne e Fondue.

Arthur Schopenhauer nasceu na atual Gdanski, Polônia, em 1788 e morreu em Frankfurt, Alemanha, em 1860, filho de família rica. Aos 17 anos perdeu o pai – provavelmente suicídio. Manteve relacionamento difícil com a mãe. Grande namorador, acabou não se casando e certa vez foi acusado de agressão a uma mulher. Suas principais obras são:
O mundo como vontade e representaçãoParerga e Paraliponema. Mas são seus conceitos sobre felicidade que me fizeram curioso. Ele enfatiza a idéia de que não são riquezas, fama, bens materiais e reputação que trazem felicidade, mas o que o indivíduo é.

1.     O que temos. Bens materiais são como clarões na noite. Iluminam rapidamente e somem. Argumenta que o acúmulo de riquezas e bens materiais não tem fim, não acaba nunca e não provoca uma satisfação completa. Quanto mais uma pessoa tem, mais ela vai querer. A riqueza é como a água do mar: quanto mais você a bebe, mais sede você tem. No final das contas, não somos nós que possuímos os bens, são eles que nos possuem.
2.     O que representamos aos olhos dos outros. Fama e reputação são tão evanescentes quanto os bens materiais. Ele afirma: “A metade de nossas preocupações e ansiedade derivam do que achamos que os outros estão pensando de nós. Temos que extrair este espinho de nossa pele.”  É tão  poderosa esta preocupação com a nossa aparência que os prisioneiros que são condenados à morte vão com suas melhores vestimentas.  E o pior é que a opinião dos outros muda a bel prazer.  As opiniões dos outros nos transformam em escravos. E pior ainda: é o que eles parecem pensar de nós. Pois não sabemos de fato o que eles pensam da gente..
3.     O que somos. Somente o que somos é que conta. Uma consciência tranqüila é melhor que fama e boa reputação. Nosso objetivo de vida deveria ser boa saúde e riqueza intelectual, que nos levam a inesgotável suprimento de idéias, independência  e vida moral.  Saibamos disto: não são as coisas que nos perturbam, mas a forma de como as interpretamos.

Schopenhauer tem uma frase também que calou fundo dentro de mim: “Todo homem toma os limites de seu próprio campo de visão como os limites do mundo”.

Ele chegou a esta idéia através deste raciocínio:
- Minha visão do mundo é limitada por
a) observações limitadas que posso fazer de um vasto universo.
b) experiências limitadas de uma vasta Vontade universal, da qual minha vontade é apenas parte.
- estas observações e experiências me conduzem  à uma versão do mundo que não inclui coisas que NÃO PERCEBI , e nem a Vontade universal que NÃO EXPERIMENTEI.
- Daí:

“Todo homem toma os limites de seu próprio campo de visão como os limites do mundo”.



FELIZ ANIVERSÁRIO PARA O BLOG.

terça-feira, 3 de setembro de 2013

10 coisas estranhas ou inusitadas que deixam você mais inteligente!

Sei, não. Estou muito desconfiado desta lista. Quanto ao chocolate, tenho certeza que vou continuar comendo. Tem outras... hum...E o ateísmo?  Começando o mês de aniversário do blog, um texto para se pensar. Estou propenso a concordar. E você?


1 – SER CANHOTO
O cérebro é dividido em dois hemisférios. Cada um deles faz basicamente a mesma coisa que o outro, embora existam diferenças. Entre os seres humanos e muitos outros mamíferos, um dos hemisférios é levemente dominante, e é por isto que você tem preferência a usar uma mão em vez da outra.
Alguns estudos mostram que o uso da mão esquerda está associado à inteligência. Canhotos tendem a apresentar mais pontuação em testes de QI, e também tendem a terminar estes testes mais rápido que os destros.
Outros estudos, entretanto, mostraram que os canhotos têm uma gama maior de QI, fazendo com que apareçam mais tanto no grupo de inteligentes quanto no grupo de “não tão inteligentes assim”.
2 – HOMOSSEXUALIDADE
O psicólogo evolucionário SatoshiKanazawa apresentou um estudo este ano que mostra uma ligação pequena, mas significante, entre homossexualidade e inteligência.
Não que a homossexualidade seja uma característica de inteligência; o estudo sugere que quem tem múltiplos parceiros homossexuais tem a probabilidade de ser o mais inteligente.
A pesquisa também sugere que a homossexualidade pode ser um reflexo da curiosidade, um precursor ou companheiro da inteligência. Uma outra explicação para esta ligação pode ser causada pela atitude da sociedade frente aos gays.
As crianças que sofrem bullying por causa de homossexualidade podem se voltar para buscas intelectuais, e sentir uma maior necessidade de ter sucesso em áreas em que sejam aceitos.
3 – ORDEM DE NASCIMENTO
Muitos estudos apontaram uma ligação entre o QI e a ordem em que você nasceu em uma família. Os primogênitos geralmente são mais inteligentes que seus irmãos, e quanto mais caçula a criança, pior o desempenho em testes de QI.
Não se sabe se o efeito é devido a alguma mudança em condições pré-natais das gravidezes posteriores, ou se é um efeito social. Alguns estudos recentes apontam que um dos fatores determinantes para o QI de uma criança é a maneira que a família a trata, e não a ordem do nascimento.
Em famílias em que a primeira criança falece, a segunda criança sobrevivente, em média, tem o mesmo incremento de QI que um primogênito normal.
4 – ATEÍSMO

A ligação entre QI e religiosidade tem sido estudada extensivamente, tanto em indivíduos quanto sociedades. Os valores médios de QI tendem a variar entre países, e países com taxas maiores de ateísmo também têm os maiores valores de QI.
Como os aspectos de sociedades podem ser alterados por outros fatores, o estudo de indivíduos também já foi feito. Em 2008, um estudo examinou a relação entre inteligência e crença religiosa. Quando classificados de acordo com a inteligência, os ateístas geralmente ficam no topo, seguidos dos agnósticos, crentes liberais e, por último, os fundamentalistas religiosos.
5- PELOS CORPORAIS

O Dr. Aikarakudy Alias descobriu, em um estudo feito com homens, uma ligação entre pelos corporais e inteligência. Em vez de examinar o QI, ele estudou a relação entre pelos corporais e níveis de educação.
Contrário à crença popular, homens que eram estudantes e graduados tinham mais pelos corporais que os que tinham trabalhos mais rudes. Da mesma forma, estudantes que tinham melhor performance acadêmica também eram mais peludos que seus colegas.
O trabalho focou-se nos pelos toráxicos, mas ele também correlacionou os pelos das costas à inteligência nos homens. A pilosidade das mulheres inteligentes ainda não foi estudada sistematicamente.
6 – FELICIDADE

Ernest Hemingway certa vez disse “a felicidade nas pessoas inteligentes é a coisa mais rara que conheço”. Todos lembramos de pessoas inteligentes que parecem ter se tornado míseros por causa da inteligência (Hemingway cometeu suicídio), e parece que há uma ligação entre inteligência e humor.
No passado, acreditava-se que um QI elevado estava ligado à depressão e mau humor, mas um estudo recente feito na Inglaterra mostrou que pessoas com baixo QI tem maior probabilidade de serem infelizes que seus colegas mais inteligentes.
Mais uma vez, pode ser que as características associadas à inteligência, e não a inteligência em si, é que tendem a induzir o desespero.
7 – EXCENTRICIDADE
A excentricidade é uma qualidade difícil de definir e de medir. Geralmente, ela é vista como um comportamento esquisito em relação às normas sociais, mas um comportamento que ao mesmo tempo não é necessariamente danoso ao indivíduo – diferente da insanidade.
Existem algumas evidências anedóticas (ou seja, casos isolados) de indivíduos criativos que tendem a ser excêntricos, mas a excentricidade é prevalente entre os acadêmicos.
Montaigne uma vez escreveu que “a obsessão é a fonte da genialidade e da loucura”, e talvez seja esta obsessão que cria um excêntrico, premiando-o com a inteligência correspondente.
8 – BEBIDA
Alguns estudos acompanharam crianças britânicas no seu crescimento, medindo várias características. Com isto, vários aspectos puderam ser correlacionados à inteligência. Um dos estudos examinou a ligação entre o consumo de álcool e a inteligência.
A conclusão foi de que é possível prever o nível de ingestão de álcool de uma pessoa baseado na sua inteligência. Crianças inteligentes surpreendentemente tem maior probabilidade de beber mais quando crescem. Resultados similares foram observados
nos Estados Unidos.
9 – TRANSTORNO BIPOLAR
A loucura tem sido ligada à inteligência desde tempos antigos. Hoje, termos politicamente incorretos como loucura não são mais aceitos para descrever pessoas, mas a relação entre a doença mental e a inteligência permanece uma área de pesquisa interessante para neurocientistas e psicólogos.
Um estudo na Suécia comparou a relação entre a performance de estudantes e sua saúde mental mais tarde na sua vida, e concluiu que entre entre os estudantes com a maior performance, o transtorno bipolar era quatro vezes mais frequente.
10 – CONSUMO DE CHOCOLATE
A correlação não implica necessariamente em causa, mas quando há uma ligação surpreendente entre dois fatores aparentemente não relacionados, pode ser que haja uma ligação entre eles.
Um estudo recente examinou o número de premiados com o Nobel por dez milhões de habitantes na população dos países, e o consumo total de chocolate do mesmo país. O gráfico resultante mostra uma correlação positiva bastante forte e estatisticamente significativa.
Apesar de não garantir que você vá receber uma ligação de Estocolmo, onde são decididos os ganhadores do Nobel, parece que ter chocolate ou estar cercado de amigos que adoram chocolate não vai danificar o cérebro a longo prazo.