Fazenda onde nasceu o blogueiro. Foto Luis Fernando Gomes

Fazenda onde nasceu o blogueiro. Foto Luis Fernando Gomes
Fazenda onde nasceu o blogueiro. Foto Luis Fernando Gomes

quinta-feira, 27 de junho de 2013

No tempo de Minha Infância.

Recebi este texto por email, enviado por uma leitora atenta. Já postei algo parecido falando do passado (para quem tem mais de 60 anos). Houve uma queixa de leitor. Mas como gostei do poema de hoje, corro o risco da mesma crítica. Mas, vai lá. É bom ler.








NO TEMPO DA MINHA INFÂNCIA  (Ismael Gaião) 

  


No tempo da minha infância
Nossa vida era normal
Nunca me foi proibido
Comer muito açúcar ou sal
Hoje tudo é diferente
Sempre alguém ensina a gente
Que comer tudo faz mal

Bebi leite ao natural
Da minha vaca Quitéria
E nunca fiquei de cama
Com uma doença séria
As crianças de hoje em dia
Não bebem como eu bebia
Pra não pegar bactéria


A barriga da miséria
Tirei com tranquilidade
Do pão com manteiga e queijo
Hoje só resta a saudade
A vida ficou sem graça
Não se pode comer massa
Por causa da obesidade

Eu comi ovo à vontade
Sem ter contra indicação
Pois o tal colesterol
Pra mim nunca foi vilão
Hoje a vida é uma loucura
Dizem que qualquer gordura
Nos mata do coração


Com a modernização
Quase tudo é proibido
Pois sempre tem uma Lei
Que nos deixa reprimido
Fazendo tudo que eu fiz
Hoje me sinto feliz
Só por ter sobrevivido

Eu nunca fui impedido
De poder me divertir
E nas casas dos amigos
Eu entrava sem pedir
Não se temia a galera
E naquele tempo era
Proibido proibir


Vi o meu pai dirigir
Numa total confiança
Sem apoio, sem air-bag
Sem cinto de segurança
E eu no banco de trás
Solto, igualzinho aos demais
Fazia a maior festança

No meu tempo de criança
Por ter sido reprovado
Ninguém ia ao psicólogo
Nem se ficava frustrado
Quando isso acontecia
A gente só repetia
Até que fosse aprovado


Não tinha superdotado
Nem a tal dislexia
E a hiperatividade
É coisa que não se via
Falta de concentração
Se curava com carão
E disso ninguém morria

Nesse tempo se bebia
Água vinda da torneira
De uma fonte natural
Ou até de uma mangueira
E essa água engarrafada
Que diz-se esterilizada
Nunca entrou na nossa feira


Para a gente era besteira
Ter perna ou braço engessado
Ter alguns dentes partidos
Ou um joelho arranhado
Papai guardava veneno
Em um armário pequeno
Sem chave e sem cadeado

Nunca fui envenenado
Com as tintas dos brinquedos
Remédios e detergentes
Se guardavam, sem segredos
E descalço, na areia
Eu joguei bola de meia
Rasgando as pontas dos dedos


Aboli todos os medos
Apostando umas carreiras
Em carros de rolimã
Sem usar cotoveleiras
Pra correr de bicicleta
Nunca usei, feito um atleta,
Capacete e joelheiras

Entre outras brincadeiras
Brinquei de Carrinho de Mão
Estátua, Jogo da Velha
Bola de Gude e Pião
De mocinhos e C
owboys
E até de super-heróis
Que vi na televisão


Eu cantei Cai, Cai Balão,
Palma é palma, Pé é pé
Gata Pintada, Esta Rua
Pai Francisco e De Marré
Também cantei Tororó
Brinquei de Escravos de Jó
E o Sapo não lava o pé

Com anzol e jereré
Muitas vezes fui pescar
E só saía do rio
Pra ir pra casa jantar
Peixe nenhum eu pagava
Mas os banhos que eu tomava
Dão prazer em recordar


Tomava banho de mar
Na estação do verão
Quando papai nos levava
Em cima de um caminhão
Não voltava bronzeado
Mas com o corpo queimado
Parecendo um camarão

Sem ter tanta evolução
O Playstation não havia
E nenhum jogo de vídeo
Naquele tempo existia
Não tinha vídeo cassete
Muito menos internet
Como se tem hoje em dia


O meu cachorro comia
O resto do nosso almoço
Não existia ração
Nem brinquedo feito osso
E para as pulgas matar
Nunca vi ninguém botar
Um colar no seu pescoço

E ele achava um colosso
Tomar banho de mangueira
Ou numa água bem fria
Debaixo duma torneira
E a gente fazia farra
Usando sabão em barra
Pra tirar sua sujeira


Fui feliz a vida inteira
Sem usar um celular
De manhã ia pra aula
Mas voltava pra almoçar
Mamãe não se preocupava
Pois sabia que eu chegava
Sem precisar avisar

Comecei a trabalhar
Com oito anos de idade
Pois o meu pai me mostrava
Que pra ter dignidade
O trabalho era importante
Pra não me ver adiante
Ir pra marginalidade


Mas hoje a sociedade
Essa visão não alcança
E proíbe qualquer pai
Dar trabalho a uma criança
Prefere ver nossos filhos
Vivendo fora dos trilhos
Num mundo sem esperança

A vida era bem mais mansa,
Com um pouco de insensatez.
Eu me lembro com detalhes
De tudo que a gente fez,
Por isso tenho saudade
E hoje sinto vontade
De ser criança outra vez...
  



domingo, 23 de junho de 2013

Cenas Nada Evangélicas.


CENAS NÃO MUITO EVANGÉLICAS.

Mário Cleber da Silva


Naquele tempo estava Jesus passeando com seus apóstolos pelas poeirentas estradas de Jericó – o asfalto prometido nas últimas eleições ficara só no papel - , todo distraído, acessando as Redes Sociais no smartphone de última geração que tinha ganho de Marta como presente de Natal,  isto é , no seu aniversário, quando o barulho de uma multidão que vinha atrás dele lhe chamou a atenção. Perguntou a um dos doze:
- Quem são eles? É a Marcha para Jesus? Ou é a Marcha das Vadias?
- O Senhor está atenado, hein? Mas se enganou. São os operários desempregados pelo corte que as grandes companhias estão fazendo e algumas empregadas domésticas que ficaram desempregadas depois do Pec das Domésticas  e um monte de gente protestando contra o aumento de 20 centavos nas carruagens.– falou sucintamente um dos supracitados doze.
- Protestantes? – falou Ele. – Oh, Jeová, estes vão me dar trabalho no futuro. Mas eles devem estar com fome – retorquiu o Mestre, consultando o relógio que, felizmente, os trombadinhas ainda não tinham roubado, e que ele tinha comprado no Shopping Oi. – Ainda bem que aqui é o Rio Jordão e não Rio de Janeiro – ironizou (coisa rara, diga-se a bem da verdade). – O que eles trouxeram para comer?
- E eles têm dinheiro para trazer “matula” ou “quentinha”?: Não disse que estão desempregados? – falou o apóstolo que não estava em seus melhores dias.
- E os protestantes? (Havia uma certa obsessão com estes) Precisamos dar-lhes de comer. O que tem aí neste embornal? – A voz de Jesus era doce como o mel.
- Isto não é embornal, é cesta biodegradável que os supermercados estão enfiando goela abaixo dos consumidores e cobrando um absurdo (este apóstolo ainda vai criar confusão, meu Deus). E não tenho nada aqui, não. Tem um bóia fria aqui de Minas, que trabalha na colheita de café que trouxe  uma cesta com uns pães e peixes, mas só um milagre para dar de comer a esta multidão toda com estas coisicas...
- Milagre maior é mineiro trazer peixe. Lá não tem mar. Se fosse queijo.
- Hello, hello – o apóstolo fungou – Rio, pelo menos, tem. Rio São Francisco nasce lá.
Nunca estudou geografia?
- Esquece – falou ele docemente -. Distribua isto para o povo.
-Esta cesta básica?
- Ô, apóstolo – agora ele perdeu a paciência – tenho barba mas não sou o Lula. É para distribuir o que está dentro da cesta.
Sem retrucar, o apóstolo chamou os coleguinhas e foram distribuir o que tinha na cesta e  de onde milagrosamente não paravam de sair peixe e pão. Entretanto ouviu-se um zumzum no meio do povo.
- O que foi? -  perguntou o mestre antes de atender uma chamada no celular, era o Papa Francisco, mas aquele argentino podia esperar. – Estão reclamando?
- Estão querendo saber se o pão não tem produtos químicos cancerígenos para crescer tanto assim?
- Homens e mulheres de pouquíssima fé. E ingratos.
- Perguntaram se não tem ovo de chocolate para sobremesa ou goiabada.
- Ovo de chocolate só na Páscoa – falou Ele com tristeza naqueles olhos azuis, parecendo artista americano, fazendo o papel de Cristo, sabendo que a Páscoa significava sua morte. – Mas, reparando em alguns homens ao  longe, indagou: E aqueles lá? Por que não comem? Estão nervosos?
- São vendedores de cachorro quente e de coca cola. O senhor tirou o pão deles (riu por dentro o apóstolo com o trocadilho). Estão querendo saber se o senhor pagou a taxa de licenciamento da prefeitura, se a Fifa permitiu que o senhor desse, no lugar de vender, este lanche e se foi com a autorização da Presidenta.
- Presidente!!! – corrigiu o Mestre.
- Shshshsh –  o apóstolo  fez o sinal da cruz – Cuidado senão ela te prende e a Páscoa vai ser antes da hora (hihihhihihi- voltou a rir o desgraçado,  por dentro).
- Não se pode contentar a todos, nem gregos nem troianos, nem árabes e nem judeus, nem petistas nem tucanos. Oba , rimou. . Mesmo assim ainda vejo gente sem comer...
- Isto não é, nem foi e nem será novidade – retrucou Judas, que até o momento ficara calado.
- Não estou falando do futuro, Judas. Falando em futuro o seu será ...
- Olha lá, olha lá, como fala. É politicamente incorreto dar cor ao futuro.
Jesus engoliu em seco, para não explodir (tinha  certa implicância com Judas, confessava. Seria a barba? O gosto dele por dinheiro? A boca? Já  imaginou ele dando um beijo? Hum..). Controlando-se, continuou.
- Não falo do futuro, mas de agora, neste momento. No hic et nunc. Tem gente que ainda não está comendo.
- É porque eles acham que “quando a esmola é muita o santo desconfia”
- Onde você aprendeu isto? – estava curioso.
- No álbum “Como diz o ditado”, da Mônica, do Maurício de Sousa. Acabei de comprar o álbum para minhas sobrinhas. Custou 33 moedas.
(Judas era um bom sujeito, pensando nas sobrinhas. Preciso mudar minhas idéias sobre ele.)
De repente um montueiro de gente, uma confusão danada, uma balbúrdia, uma algaravia. Pensaram ser até passeata de estudantes, ou mesmo grevistas, ou mais gente reclamando do aumento de 20 centavos nas passagens de ônibus no Brasil.. Mas nada disto. Era um jovem rico que queria se aproximar de Jesus e estava atropelando todo mundo para chegar até o mestre. Quando conseguiu ficar cara a cara com ele, perguntou:
- Mestre, o que devo fazer para ganhar a vida eterna?
Jesus, que não era bobo,  nem nada, já sabia quem era, foi respondendo com uma pergunta:
-Já fez a declaração de imposto de renda este ano?
- Sim.

- Então, se você fez a declaração direitinho, e não sonegou, você vai alcançar a vida eterna, pois com este Leão do Imposto de Renda tão bravo e tão exigente, não existirá ninguém que não alcance o céu.

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Viver é difícil. Escolher também. Um ótimo texto.

Talvez por causa de minha profissão, gosto de ler textos sobre psicologia e comportamento humano. E vira e mexe tenho uma grata surpresa de dar de cara com um bom texto nos jornais. Li este recentemente  e acredito que tem muitas frases dignas para se pensar, refletir e, quem sabe, tentar alterar nosso modo de pensar.

Entre o corte e a raiva


Regina Teixeira da Costa
Publicação: 26/05/2013 04:00
Todo mundo quer ficar bem. Só que estar bem exige atitudes. Não basta deixar a vida rolar. Fazemos escolhas a cada instante, e todas têm consequências. Também teremos de escolher entre nós e o outro.

Quem escolhe a si mesmo faz bem, e quem sempre escolhe altruisticamente o outro, mais cedo ou mais tarde, vai apresentar a conta. Se sacrificar pelo outro tem um custo. O custo é alto porque é o preço da anulação do próprio sujeito.

De fato, haveremos de escolher sempre. Não algumas vezes, mas muitas e muitas. Se alguém pensa que pode ser poupado de se posicionar a cada vez que se encontra com outro ser humano, pode continuar sonhando. Será como uma folha n’água boiando. Passará passivo.

Dificuldades aparecem no caminho todo o tempo e não há como evitar. É como o poema de Carlos Drummond ‘‘No meio do caminho’’, que diz: “No meio do caminho tinha uma pedra/tinha uma pedra no meio do caminho/ tinha uma pedra/ no meio do caminho tinha uma pedra”.

Viver é muito difícil. Saber como nos virar a cada momento, sermos pegos de surpresa o tempo todo é difícil. Nunca estamos prontos para nada. Não nascemos preparados para a vida. Ao contrário, viemos ao mundo prematuros e sem manual. Nunca poderemos prever todas nem algumas situações. Não é como a tabuada da escola, que, decorando, passamos na prova. Nem como no teatro com direito a ensaio prévio.

Todo o cuidado é pouco para viver e precisamos conviver, nos fazer entender, trocar figurinhas. Saber fazer cortes sem ferir. Mas como? Pensamos que colocar limites é um castigo? Uma maldade? Se assim pensamos, será muito difícil assumir posição de sujeito que comanda a própria história. Ficaremos silenciosos para não discordar?

Até para educar é preciso dizer o certo e o errado, todo o tempo, é uma canseira inevitável. E observem que tanto crianças quanto adultos nos provocam como se pedissem limites em determinadas situações. Ao acolhermos esse pedido, as coisas se resolverão, se apaziguarão. Limite funciona que é uma beleza. Nada como um nãozinho jeitoso!

Quem não pode estabelecer lugares, inclusive o seu numa relação, é um escravo voluntário, que pensa que ser contrariado ofende o outro e também não gosta que lhe deem a medida do real.

Se existe alguma coisa difícil, é aprender a não corresponder às expectativas alheias. Mas viver por conta delas também não seria insuportável? Não é preciso muito esforço pelo outro, ele deve nos amar ou não espontaneamente, sem nada em troca.

Virar as costas quando a situação é de abuso pode parecer absurdo porque as pessoas negam as situações. Quando um coloca o outro à sua disposição sem se importar com o consentimento desse outro, pode passar despercebido porque é velado. Então só você pode esperar, se incomodar, espernear? Nada abala aquele que só faz o que quer, na hora que quer, sem medir consequências. E muitos são assim. E outros engolem qualquer coisa, mas não digerem.

Diante disso, mesmo convivendo com quem não consegue abrir mão dos sintomas, as pessoas se constrangem em dizer o que pensam. Têm medo de confusão, de brigas, de perdas, e por isso se calam, suportando tudo em silêncio. Temem ficar no lugar do chato.

É aquela coisa de consentir tudo a quem não tolera nada. Seria o mesmo que dizer ‘‘eu posso gozar desse jeito, você não!’’ O que faz com que pessoas inteligentes ajam assim? Não é possível compactuar com alguns sintomas que se repetem e não mudam porque o sujeito não se move.

Daí começam os problemas pequenos que se tornam grandes. Podem tornar-se uma úlcera, um refluxo, uma obesidade mórbida de tanto engolir... Há ainda uma opção: torne-se um ermitão, um antissocial, mas acho que essa opção para quem vive na humanidade é um escape.

Enquanto isso, para nós, os insistentes sobreviventes ou con-viventes: tolerância é boa medida, mas que nunca seja total nem absoluta!


sábado, 15 de junho de 2013

Quanto tempo o seu amor vai durar?


Como é mês de junho,  tradicionalmente ligado ao amor, alguns casais apaixonados às vezes são pegos pela dúvida: “Será que o amor vai durar?”. Para responder essa pergunta, uma pesquisa recente sugere que uma das melhores maneiras de se prever uma paixão duradoura pode ser através de um exame cerebral.
(Mas atenção: não por longos anos. 4 anos são suficientes?)
E para aqueles casais que já estão juntos há tempos, o que devem fazer para manter a chama acesa? Muitos especialistas sugerem que eles podem manter o romance vivo saindo para passear ou para encontrar amigos. A neurociência demonstra que esses encontros podem ajudar a manter o relacionamento, mas somente se forem feitos da maneira correta, sem brigas e ou discussões.
Antes de aprendermos como manter uma relação duradoura, vamos entender como alguns cientistas estão sugerindo que podem prever se uma relação terá estabilidade e qualidade por mais de 40 meses. Num estudo recente, feito ainda em pequena escala, casais que demonstraram certos níveis de atividade em áreas específicas do cérebro tinham maior probabilidade de permanecerem juntos 3,5 anos depois e, se ainda juntos, também de se sentirem mais comprometidos com o relacionamento.
O estudo foi conduzido na China com participantes que diziam estar “amando intensamente” há menos de 13 meses antes do experimento. Seus cérebros foram escaneados através de um equipamento de imagem por ressonância magnética funcional no início do estudo e também 40 meses depois.
Com essas informações, os pesquisadores compararam os exames e encontraram alguns padrões que sugerem que a longevidade de um relacionamento é influenciada por fatores mentais e emocionais que estão presentes desde o início, mas aos quais os amantes não estão atentos. As evidências ainda são preliminares, mas será que um dia poderemos fazer exames de “compatibilidade cerebral” antes de iniciarmos um namoro?
(Pessoalmente não acho interessante, mas, são os caminhos do progresso)
Agora, se você já está num relacionamento há muito tempo e está sentindo que está se tornando uma rotina, a solução está em colocar um pouco de novidade na vida do casal. Utilizando estudos laboratoriais, experimentos no mundo real, bem como exames cerebrais, cientistas que estudam o cérebro e comportamento sugerem que visitar sempre os mesmos lugares e sair com os mesmos amigos não ajudam a manter a chama do romance acesa.
(Isto de só visitar parentes é fria. Talvez daí as confusões que acontecem nas festas de Natal, onde se encontram as mesmas pessoas anos a fio).
Os casais devem buscar atividades diferentes que os dois apreciam, ou seja, sempre injetar novidade no relacionamento. A atividade pode ser algo simples como experimentar um novo restaurante, ou diferente como fazer um curso de arte ou visitar um parque de diversões.
A teoria é baseada na neurociência. Novas experiências ativam o sistema de recompensas do cérebro, enchendo-o com dopamina e noradrenalina. Essas são as mesmas substâncias presentes no início do romance, um período de alegria e pensamentos obsessivos sobre o novo parceiro (são também as substâncias envolvidas no vício em drogas e no distúrbio obsessivo-compulsivo, bem como no prazer de se comer chocolate).
Apesar de sempre relacionarmos o amor ao coração, podemos ver que o grande responsável por esse sentimento é mesmo o cérebro. E é por isso que precisamos mantê-lo saudável.
Fonte:

Xiaomeng Xu, et al. Regional brain activity during early-stage intense romantic love predicted relationship outcomes after 40 months: An fMRI assessment. Neuroscience Letters, Volume 526, Issue 1, 20 September 2012, Pages 33–38

quarta-feira, 12 de junho de 2013

"O Filho do Comendador" - pequena crônica.

Dia dos Namorados.

Não sou muito a favor de datas comemorativas, ainda mais com esta ênfase consumista. No Dia dos Namorados, resolvi colocar uma pequena história de amor, com final inesperado e “incompreendido”.  E acrescento uma pequena biografia do autor, Humberto de Campos.

De origem humilde, era filho de Joaquim Gomes de Farias Veras e Ana de Campos Veras. Nasceu  em 1886 no então Município maranhense de Miritiba - hoje batizado com o seu nome. Com a morte do pai, aos seis anos, mudou-se para São Luís, onde começou a trabalhar no comércio local para auxiliar na subsistência da família. Aos dezessete, muda-se novamente para o Pará, onde começa a exercer atividade jornalística na Folha do Norte e n'A Província do Pará.
Em 1910, quando contava 24 anos, publica seu primeiro livro de versos, intitulado "Poeira" (1.ª série), que lhe dá razoável reconhecimento. Dois anos depois, muda-se para o Rio de Janeiro, onde prossegue sua carreira jornalística e passa a ganhar destaque no meio literário da Capital Federal, angariando a amizade de escritores como Coelho Neto, Emílio de Menezes e Olavo Bilac. Torna-se cada vez mais conhecido em âmbito nacional por suas crônicas, publicadas em diversos jornais do Rio de Janeiro, São Paulo e outras capitais brasileiras, inclusive sob o pseudônimo "Conselheiro XX".
Em 1919 ingressa na Academia Brasileira de Letras, sucedendo Emílio de Menezes na cadeira n.º 20.
Em 1933, com a saúde já debilitada, Humberto de Campos publicou suas Memórias (1886-1900), na qual descreve suas lembranças dos tempos da infância e juventude. A obra obteve imediato sucesso de público e de crítica.
Após vários anos de enfermidade, que lhe provocou a perda quase total da visão, Humberto de Campos faleceu no Rio de Janeiro, em 5 de dezembro de 1934, aos 48 anos, em virtude de uma síncope ocorrida durante uma cirurgia.


O Filho do Comendador

Humberto de Campos 

Foi um contentamento para o comendador Felisberto a notícia, que a esposa lhe dera, de que lhe ia oferecer, em breve, um pequeno herdeiro do seu nome, e, sobretudo, da sua fortuna.
- É verdade isso? - exclamou o velho capitalista, contendo os ímpetos do coração.
E como fosse fraco dos nervos, desatou a chorar de satisfação, ensopando de lágrimas de felicidade o seu alvo lenço de linha, vasto como um lençol.
A generosidade do comendador, durante os meses de expectativa, foi espantosa. Fraldas, camisinhas, sapatinhos de lã, barretinhos de seda, tudo isso entrava em quantidade pela porta do palacete, em que dona Enedina engordava contente, esperançada com a idéia de ter, enfim, uma criaturinha do seu sangue.
Passou-se, porém, o quinto mês. E o sexto. E o sétimo. Este último, passou-o o velho capitalista a procurar, sorridente, um nome para o pirralho. E concluiu:
- Se for homem, chamar-se-á Benevenuto.
- E se for mulher? - indagou a esposa.
- Terá o nome da mãe. Será, também, Enedina...
Antes do oitavo mês, o comendador mandou a esposa para a Europa. E trinta dias depois, recebia o seguinte telegrama:
“Comendador Felisberto Maia - Rio. - Extraí fibroma. Saudades – Enedina”.
Para o capitalista, essa notícia foi um choque. E foi furioso, apoplético de raiva, que respondeu imediatamente:
“Madame Felisberto Maia - Paris - Combinação aqui foi dar outro nome criança. Caso insista dar nome Fibroma recém-nascido suspenderei mesada – Felisberto”.
E respirou, com força. Era pai... 


domingo, 9 de junho de 2013

Mais humor com algumas piadas.

Mais Piadas e Humor.

Como a postagem anterior sobre este tema teve muitos acessos, resolvi repetir a dose. Com novas piadas, é claro.
A Terapia do Riso é muito usada, para aliviar desde dores físicas até as da alma. Sendo que dar umas boas risadas e gargalhadas por dia pode até aumentar a sua expectativa de vida, de acordo com várias pesquisas. Falando em vida, a gente se lembra daqueles que cuidam dela: os médicos. Vamos ler hoje uma coleção de piadinhas.

Diz um médico para outro:

- Esse paciente deve ser operado imediatamente.

- O que ele tem?

- Dinheiro.

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O paciente está deitado na cama. Em sua volta estão o seu médico,
advogado, esposa e filhos.

Todos eles esperam pelo último suspiro, quando de repente o paciente
senta, olha em volta e diz:

“Assassinos, ladrões, ingratos, canalhas”.

Volta a deitar-se na cama e então o médico, confuso diz:

Eu acho que ele está melhorando.

- Por que você diz isso doutor? Pergunta a esposa.

“Porque ele nos reconheceu a todos”
 

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O médico diz ao paciente de uma forma muito forte:

- Nos próximos meses não pode fumar, não pode beber, sem encontros com
mulheres, nada de comer em restaurantes caros, e nada de viagens ou férias.

- Até que eu me recupere, doutor?

- Não. Até pagar o que me deve!

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Eles estavam operando um paciente. Quando de repente entra um médico na
sala de operação e grita:

- Parem tudo! Parem o transplante. Há uma rejeição!

- Uma rejeição? – Do rim, doutor? Pergunta um dos médicos.

- NÃO! Do cheque! O cheque não tem fundos!

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- Doutor, você acha que após esta operação eu vou andar de novo?

- Claro que sim... Porque você vai ter que vender o carro para pagar a minha
conta.

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Um homem espera o resultado da cirurgia de sua esposa.

Depois de um tempo, o médico saiu da sala de operação e disse que o caso
era muito a sério.
Disse que o homem ia ter que dar de comer a ela na boca porque ela não podia
mover mais as  mãos deveria levar ao banheiro, tinha que trocar de roupa, banhá-la, etc.
porque ela não podia mais se mexer.

O marido começou a chorar e o médico disse:

- Não chore. Eu tava de sacanagem, homem! Ela já morreu!

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Uma mulher fez plástica de tudo: nariz, pescoço, mãos, pele, facial, etc.

No pós-operatório o cirurgião pergunta:

- E aí, Sra.? Quer mais?

- Sim. Gostaria de ter os olhos maiores e mais expressivos.

- Nada é mais fácil que isso, minha senhora. Enfermeira: traga a conta, por favor.


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O cirurgião  e o pós-operado:

- Doutor, eu entendo o senhor estar vestido branco, mas porque tanta luz?

- Meu filho, eu sou São Pedro...


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- Doutor, o que eu tenho é grave?

- Não se preocupe meu amigo. Qualquer dúvida vamos esclarecer na autópsia.



Após a leitura dos resultados dos exames que pedira, o médico diz ao paciente:
- Tenho duas notícias: uma boa e a outra ruim. Qual você quer ouvir primeiro?
- Primeiro a boa!
- Você tem 24 horas de vida...
- Se essa era a boa, qual é a ruim???
- Eu deveria ter te contado isso ontem...
                                                                                                                                        



quarta-feira, 5 de junho de 2013

Você conhece os sintomas da Depressão?


Encontrei esta reportagem na internet, em um site falando sobre saúde. Ele é esclarecedor para uma doença muito recorrente hoje em dia: a depressão. Recentemente soube de um caso de um jovem que entrou em um processo de forte depressão. Conheço-o e à família, e lamento o sofrimento que todos estão tendo. Quem sabe podemos ficar atentos aos sinais.

POR CAROLINA GONÇALVES -

Mal compreendida e ainda cercada de preconceito, a depressão aflige muita gente que prefere guardar o silêncio quanto à doença em vez de dividir o problema com os amigos ou as pessoas próximas: dificuldades de relacionamento e baixa autoestima tornam cada dia um obstáculo duro de vencer. Sentir tudo isso na pele dói e, atualmente, mais de 17 milhões de brasileiros sofrem com os sintomas da depressão, de acordo com a Organização Mundial da Saúde - no mundo, os números ultrapassam 120 milhões de diagnósticos.

A tristeza profunda é um dos sinais mais conhecidos da doença que, no entanto, provoca muitas outras complicações no corpo, algumas raramente associadas à depressão. Faça o teste e descubra o quanto você conhece sobre o tema e está apto para superá-lo ou para ajudar alguém a sair desse sofrimento. 

A tristeza é o primeiro sintoma da depresão?
Não.De acordo com o médico Ricardo Torresan, da Unesp, a depressão traz um conjunto de sintomas e a tristeza nem sempre faz parte deles, apesar de ser bastante comum. "Muitos pacientes não relatam a tristeza, mas a ausência total de sentimentos durante os episódios de depressão", afirma o especialista. A apatia é resultado da queda de serotonina e de noradrenalina na circulação. "Esses neurotransmissores são fundamentais para o sistema límbico, que é a área do cérebro responsável pelas emoções", afirma o psiquiatra Edson Hirata, do Hospital Santa Cruz. Essa falta comunicação pode afetar as emoções como um todo, não apenas os sentimentos positivos.

As pessoas se isolam quando estão deprimidas? 
Sim. O isolamento social é um sintoma típico da depressão e de outras doenças. "Apatia e falta de vontade para se relacionar podem ser um sintoma de hipotireoidismo, por exemplo", diz Ricardo Torresan.

Pessoas sensíveis ficam mais propensas à depressão?
Nem sempre. Ser sensível não é fator de risco para a depressão. De acordo com os especialistas, existem muitas outras questões envolvidas, como predisposição genética ou excesso de estresse. Porém, a inversa é verdadeira: pacientes deprimidos queixam-se por se sentirem mais sensíveis aos acontecimentos e por chorarem à toa.
outras questões envolvidas, como predisposição genética ou excesso de estresse. Porém, a inversa é verdadeira: pacientes deprimidos queixam-se por se sentirem mais sensíveis aos acontecimentos e por chorarem à toa.

A depressão interfere na produção do trabalho?
Sim.  A depressão pode fazer com a pessoa fique mais apática, sem energia e com falta iniciativa para tarefas simples, que antes da doença ela fazia, muitas vezes com prazer. "Esse sentimento chama-se anedonia e é um dos principais sintomas da depressão", alerta o médico Ricardo Torresan. Se a doença chegar a níveis mais avançados, esse sintoma pode evoluir, fazendo com que a pessoa deixe de fazer qualquer tarefa.

Pensamentos negativos são sintomas?
Sim.  Ricardo Torresan conta que é muito comum as pessoas com depressão relatarem que seus pensamentos são predominantemente negativos e pessimistas. Podem ser ideias de ruína (como se tudo na vida ensamentos fosse dar errado); de desvalia (a pessoa se sente incapaz, inferior); de culpa (se sentir excessivamente responsável por tudo que não dá certo); e até ideias de morte e suicídio. De acordo com o especialista, pode acontecer de pessoas naturalmente inseguras ou negativas terem esses pensamentos com mais frequência durante um quadro de depressão. "Porém, até mesmo as pessoas mais positivas podem sofrer esse sintoma durante um episódio depressivo", conta Ricardo.

Depressão pode levar a pessoa a ter dores no corpo?
Sim Dores em qualquer parte do corpo aparecem sem mais nem menos. "As dores são consequências das alterações cerebrais causadas pela depressão." O psiquiatra, além dos medicamentos antidepressivos, pode receitar analgésicos.

Depressão leva a distúrbios do sono?
Sim. Dores em qualquer parte do corpo aparecem sem mais nem menos. "As dores são consequências das alterações cerebrais causadas pela depressão." O psiquiatra, além dos medicamentos antidepressivos, pode receitar analgésicos.

Depressão tira o apetite?
Depende da pessoa.A lógica é a mesma dos distúrbios do sono: a depressão pode ou não afetar os neurotransmissores responsáveis pelo controle do apetite. "Por isso é muito comum algumas pessoas com depressão terem episódios em que comem excessivamente, enquanto outras passam longos períodos de jejum", conta o psiquiatra Edson Hirata.

Falta de Memória é sintoma de depressão?
Sim. É muito comum encontrar pacientes com depressão queixarem-se de esquecimento e de dificuldade para se concentrar frente a um desafio intelectual. Tomar decisões também torna-se difícil, já que esses pacientes sofrem de insegurança e têm dificuldade de assumir riscos.

A depressão é porta de entrada para outras doenças?

Sim. Entre os problemas que podem ser desencadeados pela depressão estão perda de libido, maiores riscos de AVC, doenças cardíacas como infarto e piora do diabetes. "Por exemplo, quem tem depressão tem risco 2 vezes maior de desenvolver doença coronariana, infarto do miocardio do que pessoas que nunca tiveram depressão", afirma Edson Hirata.

sábado, 1 de junho de 2013

S.A.T.G. - Uma crônica.

Foi nos anos 70 que escrevi esta historinha. Publicada no jornal Dia e Noite, de Rio Preto, coloquei-a em meu livro. Gostaram. Espero que os leitores do blog gostem e eu comece  com o pé direito no mês de junho.
SATG
 Mário Cleber da Silva

Não, não se trata de símbolo extraterrestre em algum contato imediato de terceiro grau e nem de códigos secretos do novo livro de Dan Brown. Nada disto. São as iniciais de Santo Antônio Te Guie, e eram as letras que colocávamos nas cartas , ou melhor nos envelopes, perto do remetente, quando escrevíamos do Seminário para nossos pais. Era a época dos “Sem Emails”. Mas não precisavam vir escandalosamente escritas em letras garrafais, muito visíveis, não, que o Santo era dos bons e conseguia ver até debaixo da dobra do envelope aquelas milagrosas iniciais. E tínhamos fortes razões para nos comportarmos daquele jeito.
O correio naquele tempo, como agora, quando foi dividido para servir de cabide de empregos para os partidos aliados da base do governo, não era das coisas mais confiáveis do mundo, e para uma carta chegar a seu destino era preciso de ajuda divina, ou pelo menos de um santo. Forte. E a preocupação que tínhamos se havíamos escrito ou não as fatídicas letrinhas por debaixo da dobra do envelope? E se a carta não chegar por causa do castigo do santo?  Quantos e quantos envelopes eram rasgados para conferir a presença de SATG?  Ou, então, para maior segurança, preenchíamos a parte de trás do envelope de vários SATGs. Mas, infelizmente, para mim, eu deveria ter esquecido de colocar as mágicas letrinhas. De Andrelândia não vinha notícia nenhuma a respeito de minha carta. E havia motivos de preocupações.
Ou seria um castigo divino pelo conteúdo de miha “missiva”? (Começava a carta assim: “Escrevo-lhe esta missiva, para , etc, etc”).  Isto era assunto para um seminarista piedoso falar em cartas, ainda pais com o pai e a mãe? Isto mesmo. Eu estava reclamando que não era fácil agüentar a comida do seminário. Principalmente o jantar. Deitava com fome. A barriga roncava.
“Pare de roncar”, me dizia o seminarista deitado na cama ao lado no imenso dormitório, cheio de adolescentes, pudicamente cobertos com lençol, que era para não “tentar” ninguém. “Não sou eu. Quem está roncando. É a minha barriga. De fome”.
Havia pedido abacate, banana, chocolate em barra, goiabada feita em casa (ah, que delícia), queijo e umas rosquinhas doces que eram de fazer qualquer um babar de prazer. E o pessoal de casa nada de falar sobre os meus pedidos. Faziam  ouvidos de mercador? Ou eu não tinha colocado as benditas SATGs, ou já fora castigado pelo “lá de cima”, que não via com bons olhos aqueles pedidos inusitados. A fome castigava, de modo que resolvi fazer algo perigoso: ia sair à noite para comer um sanduíche. Seria um pouquinho antes do término do recreio das dezoito horas (que ia até às dezenove horas, quando se rezava o terço). Podia até trazer uns pedaços de pão para ir mordiscando durante o estudo da noite, quando a gente cochilava sobre as carteiras. Seria pecado?
Não liguei muito para esta idéia de pecado, e fui em frente, num tardinha, na boca da noite. Desci a Rua dos Passos, meio cabreiro, com medo de encontrar algum padre escondido atrás de uma moita a fim de pegar algum seminarista fujão. E cheguei ao bar. Um homem de maus bofes tinha acabado de chegar, um  pouco antes de mim.
- Um misto – gritou ele para o dono do bar.
- Quente? – retrucou o outro.
- Frio. Quente prá mim é só mulher.
Os fregueses caíram na gargalhada e eu enrubesci de vergonha ao ouvir tão pecaminosas imprecações.  Mas, educadamente, o proprietário do bar se aproximou de mi e perguntou:
- O que você quer, filho?
- Um misto – falei com relutância. E após uma pequena pausa: - quente...
Ainda ouvia a risada debochada do homem de maus bofes que não queria o misto “quente”, quando saí do bar, devorando o sanduíche. Ao aproximar-me da última curva da rua que levava até a entrada do seminário, um braço me pegou.
- O que está fazendo aqui, seminarista?
Na hora da raiva, o reitor não dizia o nome da gente.  Só “seminarista”. Engoli em seco.  Ou melhor, engoli mais secamente o sanduíche, que já me doía na garganta.
- Ah – fiz eu, para dar um  tempo para pensar na resposta.
- O que você foi fazer lá fora?
- Hum, hum, - ruminei – ah, fui dar uma esmola para um pobre homem que estava precisando de dinheiro. Ele ficou tão contente que me deu um pedaço do sanduíche dele. O senhor aceita?
É desnecessário dizer o que ele respondeu. De qualquer forma, aquela noite não dormi de barriga vazia.