Fazenda onde nasceu o blogueiro. Foto Luis Fernando Gomes

Fazenda onde nasceu o blogueiro. Foto Luis Fernando Gomes
Fazenda onde nasceu o blogueiro. Foto Luis Fernando Gomes

domingo, 27 de novembro de 2011

AUTOESTIMA: MITOS E VERDADES

MITOS E VERDADES SOBRE AUTOESTIMA

Recentemente conheci uma pessoa com autoestima elevadíssima. "Eu me acho", ela dizia. ... Como está sua autoestima? Pare um minuto e pense quantas oportunidades perdeu porque acreditou que não conseguiria? A vida de quem não acredita em si mesmo é assim: medo, dúvida, vergonha, frustração, insegurança, culpa, insatisfação e confiança zero.

Rosemeire Zago
é psicóloga clínica com
abordagem junguiana
Quando não nos sentimos capazes é como se algo nos impedisse de irmos adiante. Quando insistimos em agradar... e ainda assim somos maltratados, abandonados, quando amamos mais ao outro do que a nós mesmos, na verdade está faltando autoestima. Muito se fala sobre autoestima, mas geralmente as pessoas confundem autoestima com falsos valores. Como há muita confusão sobre o tema, vamos refletir sobre alguns mitos e verdades sobre autoestima, que é acima de tudo você ter consciência de seu próprio valor.
1. Cuidar da aparência, ir à academia, cabeleireiro, comprar roupas, quer dizer que minha autoestima está elevada.

Mito: Cuidar de si nem sempre quer dizer autoestima elevada. Assim como cirurgias plásticas, casamento, trabalho, dinheiro, carro, nada disso cria autoestima. Muito pelo contrário, quem precisa disso para ter valor, na verdade só quer ser aceito por uma sociedade e uma mídia que “vendem” o que deseja que seja comprado. A pessoa que busca tudo isso pode querer compensar algo que não sente ter internamente. Mas gostar de si, se aceitar e se cuidar é um passo importante na conquista de uma autoestima elevada, mas não a determina.
2. Autoestima elevada é o mesmo que vaidade.

Mito: Definitivamente não! Mas é comum as pessoas confundirem. Nem sempre quem cuida de sua imagem pessoal está com autoestima elevada. É uma ilusão acreditar que buscar fora pode elevar a autoestima de uma pessoa. Autostima é algo que vem de dentro e não de fora.
3. Mostrar-se superior aos outros é sinal de autoestima elevada.

Mito: Arrogância, querer ser superior ao outro é apenas uma maneira de diminuir o outro para se elevar, porque na verdade se sente inferior. Quem tem consciência de seu valor é acima de tudo humilde.
4. A dependência é uma característica da autoestima baixa.

Verdade: Quem sente ter recebido pouco amor na infância, enfrenta muitos vazios e carências. Passa a buscar preencher o vazio através da relação afetiva. Confunde carência com amor, e a carência leva à dependência. A independência é uma virtude da autoestima.
5. Quem se mostra sempre alegre, seguro, confiante, está com autoestima elevada.

Mito: Nem sempre. Quando a pessoa transmite segurança, valorização excessiva de si mesma, está sempre brincando, querendo ajudar, nem sempre corresponde à verdade. No fundo, pode esconder uma pessoa também sem amor-próprio, só que busca o reconhecimento e amor por outros caminhos. Pode transmitir uma imagem de total segurança, mas na verdade está apenas querendo ocultar uma autoestima bem frágil.
6. Autoestima não muda, uma pessoa que está com baixa autoestima não pode fazer nada.

Mito: Autoestima oscila de acordo com as situações que vivenciamos. Por exemplo, se há uma situação de perda, seja de um trabalho ou de uma pessoa, a tendência é a autoestima ficar baixa. Autoestima é sempre uma questão de grau. Todos podem elevar sua autoestima.
7. Amar mais o outro que a si mesmo está relacionado com baixa autoestima.

Verdade: A falta de amor-próprio é sinal de muita carência, é a necessidade de amor, principalmente o amor por si mesmo. A autoestima, juntamente com o amor-próprio é a base para o ser humano.
8. A inveja pode ser um sinal de autoestima baixa.

Verdade: A inveja é uma das emoções mais primitivas. É o desejo em ter o que não lhe pertence, querer o que é do outro, ou ser o que o outro é. Há uma tendência a supervalorizar o outro com tudo que ele tem e desvalorizar o que se tem. A inveja geralmente surge do sentimento de sentir-se incapaz e inferior, percebendo o outro como tendo todos os atributos que acredita não ter. O pensamento de quem sente inveja, ainda que seja inconsciente é: “o outro é capaz de conseguir, eu não sou”.
9. Autoconhecimento eleva a autoestima.

Verdade: Autoestima está totalmente relacionada com autoconhecimento. Quanto mais você obtê-lo mais conseguirá elevar a sua!
10. Autoestima elevada depende do reconhecimento e aprovação de outras pessoas.

Mito: Qualquer tipo de dependência é sinal de baixa autoestima, pois quanto mais dependemos do outro, seja na busca de reconhecimento e/ou aprovação, mais estamos valorizando a opinião de outras pessoas, nos permitindo ser manipulados, e mais vulneráveis e fragilizados nos tornamos. Quanto mais reconhecimento e aprovação buscamos, mais nossa autoestima estará baixa. O importante é o reconhecimento, não de outros, mas principalmente de nós mesmos. Mas nem sempre as pessoas conseguem reconhecer os próprios méritos, pois desde pequenos somos incentivados a valorizar o que o outro fez, nunca o que fizemos; supervalorizamos o outro na mesma medida que nos desvalorizamos.





sexta-feira, 25 de novembro de 2011

POR CAUSA DA CRISE NA GRÉCIA

Recebi este texto pela internet, achei-o bem humorado , crítico e irônico, e não vou perder a oportunidade de enviar a meus inteligentes leitores. Aproveito para agradecer a uma das leitores que me enviou. Fiz alguns complementos.

POR CAUSA DA CRISE NA GRÉCIA:
1.     “Hércules é demitido dos seus 12 trabalhos e procura bico como segurança na casa de tolerância de Vênus
2.     “Afrodite foi rodar bolsinha na esquina”
3.     “Hades começa a vender suco de soja”
4.     “Atenas entra em liquidação e muda seu nome para Apenas”
5.     “Platão, de tanto andar com Sócrates, agora está na fila para transplante de fígado”
6.     “Sem dinheiro para pagar uma diarista e nem os ônus trabalhistas, Zeus muda o nome de seu lar de “Olimpo” para “Ossujo
7.     “Multidão na Acrópole protesta para que Aquiles trate seu calcanhar no SUS”
8.     “Medusa de dia faz bico na ala das cobras em zoológico e à noite transforma pessoas em pedras e vai vender na Cracolândia”
9.     “A Acrópole é vendida e em seu lugar é inaugurada uma Igreja Universal do Reino de Zeus
10.    “Asclépio (deus da medicina) decide suspender o atendimento aos planos de saúde”
11.    “A deusa Atena é vista trabalhando como garçonete em lanchonete da rede McDonald nos EUA e se torna colega da Gretchen”
12.    “Narciso vende seus espelhos para pagar dívida do cheque especial”

13.  "Pandora montou uma pequena empresa para produção de caixas de embalagem"
14.    “Zeus vende o trono pro José Sarney, que, como sempre, vai pagar com o dinheiro público.”

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Melhorando a saúde com o Cérebro

O texto a seguir, eu o pincei num artigo sobre Cérebro. Como é uma visão otimista para nós, vale a pena ler.

MELHORANDO A SAUDE COM NOVOS NEURÔNIOS.

Durante décadas foi senso comum acreditar que os neurônios, as principais células que compõem o cérebro, eram apenas produzidos durante a gestação e no começo da infância, e só. De acordo com este dogma, havia pouca esperança de se repor os neurônios perdidos pelo envelhecimento, por acidentes ou por doenças.
Há quase 20 anos foi descoberto que o cérebro adulto continua a produzir novos neurônios ao longo da vida – fenômeno chamado de neurogênese. Já havia relatos de neurogênese especialmente em aves, mas a demonstração de que isso ocorria em humanos revolucionou as neurociências, provocando uma mudança de paradigma. Atualmente, há indícios de que os neurônios continuam a se formar mesmo em idosos afetados por doenças degenerativas do cérebro, como o Alzheimer.
Diversos estudos têm sido publicados ultimamente, cobrindo desde o papel que os neurônios recém-nascidos podem ter na formação da memória, até as diversas atividades que podem alterar sua produção. Então, com base nessas últimas evidências, como podemos aumentar a produção de neurônios e como isso pode melhorar a saúde?
A produção de neurônios não ocorre de forma constante, sendo influenciada por uma série de fatores ambientais distintos. Por exemplo, o consumo de álcool tem mostrado que retarda a produção de novas células nervosas. Por outro lado, ela pode ser estimulada através de exercícios físicos. Foi demonstrado que camundongos que faziam exercícios produziam o dobro de neurônios do que os sedentários.
Mesmo utilizando de artifícios para produzir mais neurônios, não significa que os mesmos estarão disponíveis. A maioria deles morre em poucas semanas, como geralmente ocorre com outras células do nosso corpo. Porém, pesquisas com camundongos têm demonstrado que se os animais forem desafiados cognitivamente, essas células nervosas vão sobreviver. É como se o cérebro fabricasse novos neurônios para a eventualidade de precisar deles.
O interessante é que as pesquisas indicam que quanto mais difícil for a tarefa a ser realizada, maior a quantidade de neurônios que sobreviverão. Também indicam que é o processo de aprendizagem, e não apenas o desafio, que garantem essa sobrevivência. Então, se não houver o aprendizado, o desafio será em vão. Além disso, quanto mais tempo demorar para o aprendizado ocorrer, mais neurônios serão retidos, o que aparentemente significou um maior esforço.
A maioria das pesquisas é desenvolvida com animais de laboratório. Então, o que aconteceria com um ser humano se ele parasse de produzir novos neurônios no hipocampo? A medicina moderna, infelizmente, nos oferece uma população de “cobaias” prontas: pessoas que estão fazendo tratamento de quimioterapia. A quimioterapia afeta o processo de divisão celular necessário para a geração de novas células. Portanto, não deve ser coincidência que pacientes sob tratamento quimioterápico geralmente reclamam de dificuldade de aprendizagem e memória, uma síndrome também conhecida como “quimiocérebro”.
Podemos resumir essas principais descobertas em alguns conceitos simples:
•    Milhares de novos neurônios são produzidos no cérebro adulto todo dia, particularmente numa região chamada de hipocampo que afeta os processos de aprendizado e memória.
•    Em poucas semanas, a maior parte desses novos neurônios morrerá, a não ser que o cérebro seja desafiado a aprender algo novo. O aprendizado efetivo, especialmente o que requer um grande esforço, pode manter esses novos neurônios vivos.
•    Apesar dos novos neurônios não serem essenciais para boa parte da aprendizagem, a sua falta pode afetar o processo de aprendizagem e a memória. Portanto, estimular a neurogênese, pode auxiliar na redução do declínio cognitivo e manter o cérebro em forma.
Então, comece já a se engajar em atividades que estimulam a produção de neurônios, como exercícios físicos, e em atividades que desafiem seu cérebro e resultem em aprendizado, garantindo a sobrevivência desses neurônios, como o estudo formal ou os exercícios do Cérebro Melhor. Desta forma, você aumenta as suas reservas cerebrais e fica mais resistente ao declínio cognitivo e a doenças neurodegenerativas. Como os neurônios continuam a se multiplicar até o final da vida, nunca é tarde demais para começar a formar essa reserva. E, também nunca é cedo demais para começar, pois terá mais tempo de formar uma reserva maior.





sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Um Poema de Pablo Neruda.

Um Poema de Pablo Neruda.

Recebi este poema, atribuído a Pablo Neruda. Gostei. Além da beleza dos versos, o significado que pode ter para nós. Em um de seus “Contos Peregrinos”, Gabriel Garcia Marques narra seu encontro com Neruda numa mesa de refeição: o poeta não se furtava ao prazer da mesa. Muito pelo contrário.
Morre lentamente quem não viaja
Quem não lê, quem não houve música
Quem destrói o seu amor próprio
Quem não se deixa ajudar
Morre lentamente quem se transforma escravo do hàbito
Repetindo todos os dias o mesmo trajeto
Quem não muda as marcas no supermercado,
Não arrisca vestir uma cor nova
Não conversa com quem não conhece.
Morre lentamente quem evita uma paixão
Quem prefere o “preto no branco” e os “pontos nos is”
A um turbilhão de emoções indomáveis
Justamente as que resgatam brilho nos olhos,
Sorrisos e soluços, coração aos tropeços, sentimentos.
Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz no trabalho
Quem não arrisca o certo pelo incerto atrás de um sonho
Quem não se permite, uma vez na vida,
Fugir dos conselhos sensatos.
Morre lentamente quem passa os dias queixando-se da má sorte ou da
  Chuva incessante, desistindo de um projeto antes de iniciá-lo
Não perguntando sobre um assunto que desconhece
E não respondendo quando lhe indagam o que sabe.
Evitemos a morte em doses suaves, recordando sempre que estar vivo
Exige um esforço muito maior do que o simples Fato de respirar.
Estejamos vivos, então!

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Inversão de Papéis

A Secretaria da Mulher do Governo Dilma criou uma boa celeuma recentemente ao tentar - despoticamente, viés característico do partido no poder - proibir uma propaganda com Gisele Buntchen.Voltou atrás. Isto me deu a chance de buscar em meus alfarrábios algo escrito há dezenas de anos.Eis o artigo/comentário:

Inversão de Papéis


            As mulheres, de há algum tempo para cá, muito justa e sabiamente estão reclamando um direito que lhes pertence: o de serem tratadas como seres humanos. Realmente, pelo que se tem visto nas sociedades capitalistas e patriarcais, o papel da mulher tem sido relegado a um segundo plano ou mesmo visto como objeto de cama e mesa. E adorno também. Os tempos estão mudando e o movimento pela libertação da mulher – ao lado do movimento de libertação de outras melhorias étnicas, religiosas e sexuais (no caso de gay people) – se alastrou pelo mundo todo. Como todo movimento, teve seus extremismos, por exemplo, Betty Friedman e algumas líderes feministas pagas pela Cia para conturbar a revolução de Khomeini, acusando-o de porco chauvinista e assassino. Talvez o seja (não duvido), mas onde estavam as líderes feministas para reclamar polícia política do Xá, a terrível Savak? A coerência (ou a busca da mesma) acima de tudo.
            Aqui também no Brasil alguns passos foram dados neste sentido. Veja por exemplo a psicóloga e sexóloga Shere Hite que acabou tendo proibido o seu relatório entre nós. Ou mesmo na televisão, com a famosa rede Plim Plim apresentando um supostamente programa feminino ou feminista: Malu-Mulher, em que temas tabus, como aborto e pílula, são abordados. Não levando em conta a própria mensagem do programa: o desquite visto pelo lado da mulher. Telespectador viciado, acabei me deparando com algumas cenas televisivas que me deixam pensativo e pensando na modificação profunda que pode ter nas pessoas a inversão de papéis. Vejamos, os exemplos.
            Escondido em todo o coração de mulher está o sentimento materno. (Também o homem poderia, em tese, ter tal sentimento: dar uma de maternal em cima dos outros; porém como o chauvinismo e o machismo trabalham contra o próprio homem, tal sentimento é proibido). Então o que se deve fazer uma agência de propaganda para atingir a dona de casa num assunto que lhe diz respeito, a limpeza? Coloca um jovem, magro, todo frágil e desajeitado para vender sabão, detergente e outras coisas mais, justamente para despertar aquele sentimento de piedade nas mulheres. Pode-se dar ao luxo sádico de rir do “garoto”, quando ele escorrega o cotovelo e quase cai.
            Num outro comercial vemos um homem forte, destes que não titubearíamos em chamar de machão, tipo Mister Universo, varrendo com todo gosto uma copa-cozinha e falando da importância do detergente que ele usa. A mulher, creio que pintando as unhas (ainda o ranço preconceituoso – ela poderia, por exemplo estar trabalhando),  diz com uma voz fresca e estúpida: ele é tão forte!
            Uma agência de publicidade teve seu anúncio muito criticado por setores mais tradicionais da sociedade: era a do leite fresco. Um homem bem vestido, seguro de si, acaba desmunhecando no fim, quando descobre que as vozes (maioria feminina) chamam de “fresco” não a ele, mas ao leite. Enfim, o homem é fresco.
            Uma linda jovem loura (agora é o preconceito com as morenas: mulher tem que ser nórdica) é paquerada (de novo) quando  ele está vendo umas roupas penduradas num cabide bem alto e comprido. Ela sorri, sorri (compreensivamente? estupidamente? em conluio?) e quando aparece toda no vídeo tem ao seu lado um homem feio, careca, baixo e de óculos. O outro engole em seco.
            E finalmente, outra preciosidade do vídeo. Um outro garoto propaganda, jovem, magro, delicado, feio (com um queixo de fazer inveja a um jumento) e de voz horrorosa fala maquinalmente sobre as qualidades de um aspirador de pó. Fala delicadamente e no fim (seria para recompensar o bonequinho? o pobrezinho?) vem uma mulher (loura pra variar) e vupt pega-o no colo e o leva, ele satisfeito da vida.
            Não diria que “há algo de podre no Reino da Dinamarca”, mas que os valores estão sendo contestados e sem qualquer perspectiva de como substituí-los e que uma inversão pura e sistemática dos papéis pode confundir muito “carinha"  por aí, ah, isto eu digo.

Mário Cleber Silva
16/09/1979. 


quinta-feira, 10 de novembro de 2011

AMOR DEMAIS

O AMOR NUNCA É DEMAIS?

Recentemente uma mãe de dois filhos adolescentes e de uma criança me procurou perguntando se amar DEMAIS os filhos seria um problema. Além de procurar saber o que era amar os filhos e o que ela entendia por “demais”, descobri que ela andava estressada com o assunto e que, de uma forma ou de outra, ela os estressava também. Começamos a falar então de que o conceito de mãe, além de ser maleável e cultural, tinha que se adaptar aos novos tempos. No século XXI, uma mãe com conceitos da primeira metade do século XX seria conflito na certa.
É sabido que um ambiente amoroso e recheado de afetividade tem seu reflexo biológico no aumento da funcionalidade do sistema imunológico, o que permite uma vida física de maior qualidade. No entanto, a natureza não deixa passar em branco nenhum tipo de excesso, portanto, façamos uma analogia entre o amor e a água.
Dando água na medida certa para uma pessoa, você assegurará condições ideais de hidratação e saúde a ela. Se der de menos, ela ficará desidratada. E demais, ainda que movido pelo belo sentimento do amor, vai matar esta pessoa.
Muitas pessoas confundem o que poderíamos chamar de doação de amor incondicional, com doação fora do controle.
Quantas vezes você já ouviu noticias falando de pessoas que mataram por amor, mutilaram por amor? Quantas pessoas vocês conhecem aprisionadas em relacionamentos doentios por que um deles, por amor, sufoca, tira o ar, mata o próprio amor?
Pois é, assim ocorre também nas relações entre pais e filhos. Vemos pais que amam de menos, vemos pais que amam demais. E por mais estranho que pareça, os que amam demais acabam causando mais mal do que os que amam de menos. Pela falta, o organismo acaba tendo que buscar meios de suprir sua carência, o que pode impulsionar o crescimento, certamente que um crescimento dolorido, mas crescimento.
O amor na medida certa dá ao organismo das crianças, tanto física quanto psiquicamente, todo suporte para o crescimento adequado, como uma planta que recebe a terra e a água na medida certa, e cresce, desenvolve, floresce e dá frutos.
O amor em excesso, inibe o crescimento, causa o ostracismo e a falta de iniciativa para a busca, pois aparentemente as suas necessidades estão atendidas. Assim, teremos a semente  que morre antes de florescer porque a água ajudou a apodrecer a terra antes que a natureza pudesse fazer seu papel.
Portanto, amor incondicional é aquele que você dá sem colocar condições, e sem fazer cobranças, e isso não tem nada a ver com a medida do amor. E diga-se de passagem dificílimo de acontecer, pois estamos acostumados a cobrar o amor que damos.
A pergunta que se deveria fazer não é se dou amor demais ou de menos, mas se meu amor é incondicional ou não. É preciso praticar este amor incondicional.










segunda-feira, 7 de novembro de 2011

GASTAMOS MAIS QUANDO RELAXADOS

O final do ano está aí, as comemorações natalinas neste mundo capitalista vêm com tudo, o décimo terceiro é como o Papai Noel: sempre chega em Dezembro. Como evitar gastar mais do que o necessário? Bem, quem sabe este texto pode ajudar os meus leitores.

POR QUE GASTAMOS MAIS QUANDO ESTAMOS RELAXADOS?

Um cassino é tipicamente um lugar intencionalmente desconfortável. O teto é baixo, a luz é fraca e a poluição visual e sonora impera. Não há nem relógios visíveis para os apostadores perderem a noção do tempo. Uma verdadeira armadilha para tomar dinheiro.
Na última década, entretanto, os cassinos de ponta passaram por uma mudança dramática de conceito. Os espaços tornaram-se amplos, projetados para serem agradáveis, com decoração de bom gosto e repletos de flores. E essa mudança teve um efeito profundo nas receitas, proporcionando recordes de faturamento para os cassinos que adotaram esse novo conceito.
Esses cassinos descobriram empiricamente há algum tempo o que só recentemente um estudo conduzido por americanos e asiáticos acabou comprovando – pessoas que estão relaxadas gastam muito mais livremente do que aquelas que não estão muito à vontade.
Os pesquisadores induziram as mais de 670 pessoas avaliadas a determinados estados emocionais utilizando uma variedade de estímulos visuais e sonoros cuidadosamente escolhidos. Depois de serem induzidas a uma condição “relaxada” ou a uma “menos relaxada, mas igualmente agradável”, as pessoas foram solicitadas a avaliar o valor monetário de diversos produtos.
Em todos os seis experimentos conduzidos, as pessoas que se sentiam mais relaxadas atribuíam valores monetários mais elevados, ou seja, gastavam mais dinheiro. Num dos experimentos, as pessoas tinham que fazer ofertas para uma câmera digital através de um leilão simulado. Enquanto as que não estavam relaxadas fizeram ofertas que se aproximavam do valor de mercado da câmera, as que estavam relaxadas fizeram ofertas que, na média, eram 11% mais altas.
E isso não ocorria somente com câmeras. O mesmo efeito foi observado numa ampla variedade de produtos e serviços, de sorvetes a tratamentos de beleza. O sentimento de relaxamento até aumentou a vontade de experimentar atividades de risco, como saltar de bungee jump.
Por que o relaxamento nos torna mais propensos a gastar? É que quando nos sentimos seguros, somos mais capazes de concentrar nossa atenção em todas as potenciais recompensas em jogo. Ao invés de nos preocuparmos com o preço, contemplamos as vantagens de termos uma câmera sofisticada ou a emoção de cair em queda livre. Como os psicólogos demonstraram , as pessoas que estavam mais relaxadas representavam o valor dos produtos com um grau mais elevado de abstração, aumentando assim a percepção de valor desses produtos.
O mesmo conceito adotado pelos novos cassinos, enfatizando a importância do relaxamento, já vem sendo adotado por diversos outros tipos de estabelecimentos, desde hotéis a shopping centers. Lojas de luxo há tempos utilizam uma estética relaxante para fazer seus consumidores menos sensíveis aos preços extravagantes. Como resultado, acabam se preocupando menos com a fortuna paga por uma bolsa Luis Vuitton ou um relógio Rolex, e mais com as virtudes abstratas da marca.
Esse estudo nos faz pensar que pode ser uma má ideia ir às compras quando estamos de férias...
(Descobri que eu vivo tenso...)

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

SEXALESCENTES: O que é isto?

Sou um sujeito de sorte. Amigos internautas de vez em quando me enviam textos que posso aproveitar no blog. Este de hoje enfoca curiosamente o meu caso: as pessoas que ultrapassaram os 60 anos. Leiam, e aqueles que ainda não chegaram lá se alegrem: o seu futuro vai ser ótimo.



SEXALESCENTES

  

Se estivermos atentos, podemos notar que está a aparecer uma nova classe social: a das pessoas que andam à volta dos sessenta anos de idade, os sexalescentes : é a geração que rejeita a palavra "sexagenário", porque simplesmente não está nos seus planos deixar-se envelhecer.

Trata-se de uma verdadeira novidade demográfica - parecida com a que, em meados do século XX, se deu com a consciência da idade da adolescência, que deu identidade a uma massa de jovens oprimidos em corpos desenvolvidos, que até então não sabiam onde meter-se nem como vestir-se.

Este novo grupo humano que hoje ronda os sessenta teve uma vidarazoavelmente satisfatória.

São homens e mulheres independentes que trabalham há muitos anos e queconseguiram mudar o significado tétrico que tantos autores deram durantedécadas ao conceito de trabalho. Que procuraram e encontraram há muito aatividade de que mais gostavam e que com ela ganharam a vida.

Talvez seja por isso que se sentem realizados... Alguns nem sonham emaposentar-se. E os que já o fizeram gozam plenamente cada dia sem medo doócio ou da solidão, crescem por dentro quer num, quer na outra. Desfrutam a situação, porque depois de anos de trabalho, criação dos filhos, preocupações, fracassos e sucessos, sabe bem olhar para o mar sem pensar em mais nada, ou seguir o vôo de um pássaro da janela de um 5.º andar...

Neste universo de pessoas saudáveis, curiosas e ativas, a mulher tem um papel destacado. Traz décadas de experiência de fazer a sua vontade, quandoas suas mães só podiam obedecer, e de ocupar lugares na sociedade que as suas mães nem tinham sonhado ocupar.

Esta mulher sexalescente sobreviveu à bebedeira de poder que lhe deu o feminismo dos anos 60. Naqueles momentos da sua juventude em que eram tantas as mudanças, parou e refletiu sobre o que na realidade queria. Algumas optaram por viver sozinhas, outras fizeram carreiras que sempre
tinham sido exclusivamente para homens, outras escolheram ter filhos, outras não, foram jornalistas, atletas, juízas, médicas, diplomatas... Mas cada uma fez o que quis : reconheçamos que não foi fácil, e no entanto continuam a faze-lo todos os dias.

Algumas coisas foram adquiridas.

Por exemplo, não são pessoas que estejam paradas no tempo: a geração dos "sessenta", homens e mulheres, lida com o computador como se o tivesse feito toda a vida. Escrevem aos filhos que estão longe (e vêem-se), e até se esquecem do velho telefone para contatar os amigos - mandam e-mails com as suas notícias, idéias e vivências.

De uma maneira geral estão satisfeitos com o seu estado civil e quando não estão, não se conformam e procuram muda-lo. Raramente se desfazem em prantos sentimentais.

Ao contrário dos jovens, os sexalescentes conhecem e pesam todos os riscos. Ninguém se põe a chorar quando perde: apenas reflete, toma nota, e parte para outra...

Os maiores partilham a devoção pela juventude e as suas formas superlativas, quase insolentes de beleza ; mas não se sentem em retirada. Competem de outra forma, cultivam o seu próprio estilo... Os homens não invejam a aparência das jovens estrelas do esporte, ou dos que ostentam um Armani, nem as mulheres sonham em ter as formas perfeitas de um modelo. Em vez disso, conhecem a importância de um olhar cúmplice, de uma frase inteligente ou de um sorriso iluminado pela experiência.

Hoje, as pessoas na década dos s essenta, como tem sido seu costume ao longo da sua vida, estão a estrear uma idade que não tem nome. Antes seriam velhos e agora já não o são. Hoje estão de boa saúde, física e mental, recordam a juventude mas sem nostalgias tolas, porque a juventude ela própria também está cheia de nostalgias e de problemas. Celebram o sol em cada manhã e sorriem para si próprios...

Talvez por alguma secreta razão que só sabem e saberão os que chegam aos 60 no século XXI ...

Tita Teixeira





terça-feira, 1 de novembro de 2011

CENAS DE UM VELÓRIO

Novembro, em nossa cultura ocidental cristã, é um mês marcado pela morte, pelos mortos, ainda que o dia  dedicado a estes seja um só: dia 02. A várias maneiras de encarar a morte, o passamento de alguém. Deixando o lado filosófico ou psicológico do assunto, creio que um “causo” envolvendo velório cai bem. Reescrevi este texto que teve uma tentativa de filmagem no interior de São Paulo. Os habitantes da cidadezinha não gostaram muito do desfecho e quase bateram nos atores e diretor.
Cenas de um velório.

    Não foi a própria D. Maria que deu a notícia para o bairro porque, afinal, a morta era ela mesma.  Conhecida fofoqueira e renomada benzedeira, D. Maria do Chico Dunga do Zé das Cabritas, assim chamada porque o marido era o Chico Dunga filho do Zé das Cabritas, cujo nome derivava de sua profissão: criador de cabritas,  não primava pela discrição. Havia mesmo até relutantes clientes que afirmavam tê-la visto cochichar com os espíritos alguns casos que tinham ocorrido na rua. A família Arcanjo Bicco, um rico fazendeiro, pai de prendadas e lindas filhas, era o alvo preferido de D. Maria. Mal chegavam aqueles dois empertigados jovens da capital para o namoro de fim de semana com as filhas do fazendeiro, lá estava a benzedeira com os olhos colados nas frestas da janela e os ouvidos mais apurados do que satélites estadounidense ao redor do mundo. De modo que D. Maria se transformara no terror de namorados e namoradas do bairro e esperança das mães, que viam assim recompensadas as suas orações: alguém iria falar se o casalzinho estava passando dos limites, se a mão estava andando mais que as pernas ou se o pessoal não conseguia ficar com as pernas no chão enquanto sentados no banco do jardim. Quando a notícia correu de boca em boca, as moças sentiram um alívio, os rapazes esfregaram as mãos e as mães soluçaram um pouco mais além do que normalmente soluçam diante dos filhos “ingratos”.
    E para lá se foram as piedosas e humildes almas cristãs: para o velório, pois defunto é para ser velado e chorado. Depois de arrumada e ajeitadinha em seu novel (gosto muito de “novel”) caixão virgem de defunto, ficou ela exposta à visitação pública de todos os que se condoíam de sua sina, ou sorte, dependendo do gosto. À frente de todos, debruçada sobre o corpo moreno e inerte da mãe, estava Luzia, solteirona convicta, apesar das tentativas frustradas em cima dos filhos do fazendeiro, guapos e fortes rapazes. Porém, ao contrário do que se poderia esperar, não chorava a filha. Mastigava violentamente um pão com manteiga, com o máximo da boa vontade, lambendo os beiços besuntados daquela cor amarela e forte da manteiga pura, feita ali mesmo. De vez em quando, algum farelo de pão caia sobre o rosto da finada, e a filha, solícita, mandava-o para a garganta abaixo, sem antes limpar a face da velha, que tinha ficado manchada com uns pingos de manteiga, que, com o calor, ficava mais derretida.
Vando, um jovem garoto, esguio e magro, nos seus quinze anos, simples vizinho e admirador das façanhas de D. Maria, chorava sofridas lágrimas no canto escuro do estreito corredor. De vez em quando, assuava violentamente o nariz, quando catarro e lágrimas se misturavam numa gosma pastosa que ele, cuidadosamente depositava num lenço perfumado, providencialmente colocado no bolso da camisa.
A outra filha, vinda da capital, fora avisada  de que a mãe estava muito mal, que viesse depressa. Como não tinha vindo e a velha “batera as botas”, esperava-se que com sua chegada alguma cena dramático-trágica pudesse ocorrer. Vã esperança daqueles que esperavam uma grandiloqüência digna das tragédias de Eurípedes. Na verdade, ela chegou e deu de encontro com aquele caixão esticado no meio da sala: Mãiiinnn, mãinnn- falou baixinho, com ênfase no “in”.
-O que você está fazendo aí?
Como a mãe não respondeu e sabendo ser a progenitora turrona e de poucas palavras, fez um muxoxo. Vendo a irmã comendo pão com manteiga, avançou e quis tomar o “lanche”. “Tô Cuma fome danada.” Foi preciso “apartar” as duas, pois entraram numa luta corporal de fazer inveja às lutas tailandesas.  D. Esquentina, digna e gentil senhora, vizinha das mais sérias e discretas, segredou ao ouvido da recém chegada: “Minha filha, vamos lá em casa, que `pão` não falta..” A moça olhou-a surpresa. Esse pão se referia ao pão da padaria ou aos “pães” que eram os filhos. D. Esquentina tratou de colocar as coisas no lugar: “Será o fim da sua fome, filha; tem manteiga também.”
E como tudo o que é bom acaba, o velório também chegou ao seu final. Os sinos da igreja matriz repicavam dolentemente, chamando o povo para o enterro. Com muito respeito, os fiéis fecharam o caixão, não olhando para a cara da morta, pois dizem que neste momento surge uma tristeza no rosto de quem está aí dentro. E saíram silenciosamente. Os carregadores perceberam algo meio estranho: estava leve demais aquela morta. Entreolharam-se, mas não comentaram nada. Foram em frente, devagar. Continuava leve a morta. De repente alguém gritou: “Olha lá, olha lá!” Todo mundo parou e olhou para trás: no cavalete imperturbável, continuava deitada a D. Maria. A parte de baixo do caixão se despregara e o corpo não seguira com os carregadores. Deu um “frouxo de riso” no pessoal que ninguém teve mais força para carregar o corpo que, na verdade, pesava como chumbo. Foi preciso chamar um táxi. Que cobrou bandeira Dois.