Fazenda onde nasceu o blogueiro. Foto Luis Fernando Gomes

Fazenda onde nasceu o blogueiro. Foto Luis Fernando Gomes
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sexta-feira, 27 de maio de 2011

NINÓTIKA


Uma leitora, atenta e lúcida, me deixou lívido de preocupação quando observou que meus contos terminavam de forma triste e negativa. Logo eu, um otimista inveterado? Fui, então, buscar no fundo do baú, este conto –está no meu livro – que, mesmo não terminando num final totalmente feliz, deixa no ar uma possibilidade de felicidade futura. Fiz algumas alterações quanto a locais e o próprio nome da musa – a quem eu tinha dado este apelido. Mantive o nome do cônego. Mas tudo não passa de ficção. Ou caô, como diz a supracitada leitora. Quanto à data da postagem do conto, esta tem uma razão de ser.


Ninótika

22 de setembro.
Colégio Nossa Senhora Imaculada – Mariana - MG.
Acordara feliz. Era uma manhã alegre, radiante, com muito sol e um lindo céu, que mostrava a beleza da primavera que se iniciava. Podia até dizer que ouvia os pássaros cantando (ainda que o colégio estivesse fechado). E tinha tudo para estar feliz. Era o seu aniversário. Levantara-se e colocara rapidamente o uniforme azul, com a blusa branca e o chapeuzinho branco com fita azul. Sentia-se uma menina, e não era mesmo uma menininha em seus 15 anos?
Uma missa ia ser celebrada em sua intenção. Ia ao encontro de Cristo, e com Ele encontraria o seu caminho. A sua vida. O seu destino. A sua paz. O percurso para a capela se mostrava tranqüilo e calmo.
Seminário Maior São José - Mariana.
Que diacho! Já se pusera de pé com extremo mau humor. Há dias que não agüentava aquela vida. Era levantar-se cedo demais, rezar muito, ir sempre à missa, enfrentar o frio matutino, mesmo sendo primavera. E depois, era meia hora de meditação. Meditava, sim. Mas sobre a sua vida insípida, sem graça, de um jovem de 20 anos que começava a palmilhar o caminho da descrença, da indiferença e da revolta. Estava aborrecido, para dizer o mínimo. Além do mais, fora escalado para ajudar na missa no colégio das freiras.  Que chato! E lá se foi ele ruminando, ranzinza e raivoso.
Capela do Colégio.
Era grande e bonita. Não poderia negar que estava bem encerada, cuidada e limpinha. As velas tremulando sobre o altar e alguns raios de sol batendo sobre a imagem da Virgem que, oh, blasfêmia, tinha o rosto parecido com o seu. Iniciava-se a missa.
- Introibo ad altarem Dei (Entrarei no altar de Deus).
- Ad Deum qui laectificat juventutem meam (Ao Deus que alegra minha juventude).
Que juventude é esta? Presa em seminário? Um botão que não desabrocha em flor? Impulsos que não se satisfazem? Desejos não realizados?  Hora da comunhão. Ah, quantos rostos lindos! E as línguas? E os dentes? Oh... acabaram-se as hóstias. Enquanto o padre buscava mais, teve oportunidade de reparar a menina que esperava a comunhão. Era a mais linda de todas. Tinha cabelos louros e compridos. Olhos grandes e perscrutantes. Boca sensual. Dentes alvos e...
Depois da missa, vinha o melhor: o café reforçado, com leite, queijo, broa de fubá, pão feito no colégio e ovos quentes. Por que os padres gostam tanto de ovo quente? Seria afrodisíaco? Mas, se eles não podem ... E a surpresa das surpresas: foi a lourinha quem trouxe o café.
-Ah, minha filha- dizia o cônego Luiz, com sua voz enjoada e fingindo um tom paternal-, é seu aniversário, não é? Parabéns! Rezei por você, na missa.
A jovem estava mais linda ainda. O cabelo solto esvoaçante. Parecia aquelas propagandas de xampu. Reparava nas meias brancas que lhe cobriam parte das pernas. Que diabo, sô! Mania de pernas que tinha.
- Como se chama? – continuou o sacerdote.
- Ninótika. – respondeu uma voz angelical e doce.
- Ninótika??? – o cônego e seminarista perguntaram ao mesmo tempo.
- Sim. Meu pai gosta muito de cinema e tinha visto o filme Ninótika, com Greta Garbo. Aí me deu este nome. É uma Princesa Russa.
- Então você é uma Princesinha Russa - falara num ímpeto e se arrependera, diante do olhar acusador do cônego. Este até fez o sinal da cruz, quando ouviu falar em “russa”. A menina ficou levemente corada.
Seminário.
Puxa, aquela menina era legal! Que fazer? Tinha de encontrar-se com ela. Mas como? E ela o receberia? Ah, o parlatório! Às duas da tarde iria lá. Era hora de visitas, e, supostamente, levaria um presente do cônego.
Parlatório do colégio.
Como era amplo, bonito e claro o parlatório! E aquele ar beatífico e santo que a gente sente no ar. Se bem que hoje, não havia nada de santo em suas intenções. Era o local dos encontros com parentes, sempre com uma freira por perto. Mas como era seminarista e vinha representando o cônego, provavelmente ficaria sozinho com ela.  Mas quem queria falar com ela? Seus pais só chegariam à noite, vindos de Madre de Deus de Minas, cidade distante e com estrada poeirenta. Ih, é aquele seminarista...
- Olha- falou gaguejando (era a primeira vez que falava sozinho com uma menina. Estava até com coragem) -, não foi o cônego Luiz que lhe mandou o presente, mas sou eu mesmo quem lhe dou. Nunca vi uma menina tão bonita, e queria ver se você poderia sair comigo. Não, não responda agora. Hoje, às 6 horas da tarde, na hora do Ângelus, eu me encontro com você.
Colégio.
Era a sua oportunidade de namorar. Todos tinham namorados, e ela com 15 anos já estava passando da hora. Mas com seminarista? Não seria pecado? Namorar padre faz a moça virar mula sem cabeça. E namorar seminarista? E o que diriam as pessoas? Até que o rapaz não era feio. Tinha charme e era gentil. Gostara da sua boca. Achara-a sensual. Não custava tentar. E naquele dia, às 18 horas, começou um romance mais ou menos escondido entre o jovem seminarista e a colegial, que continuou até dezembro, quando se despediram para as férias. Foi uma despedida triste, com beijos e abraços, acompanhados de lágrimas. Mas ele já tinha se decidido. Largaria o seminário.
Madre de Deus de Minas -
Era véspera de Natal. Uma chuva miúda e fria molhava os corpos dos homens, enquanto ele se dirigia para a Rua das Flores. Diante de uma casa bem grande, circundada por um lindo jardim, ele parou. Tocou a campainha. E foi ela quem apareceu.
Ninótika!
E os dois se enlaçaram num abraço longo, carinhoso e cheio de amor.



terça-feira, 24 de maio de 2011

Dois Pequenos Poemas

Recebi um anexo de uma ópera de Puccini, recheado de pinturas lindas e de poemas fantásticos. Escolhi dois poemas para passar aos meus leitores, pois há tempo que não lhes envio algo mais consistente em termos literários. Estão em espanhol. Traduzi-los seria empobrecê-los. Mantive o original.

Si me quiéres, quiéreme entera
No por zonas de luz o sombra
Si me quiéres, quiréme negra
Y blanca. Y gris, y verde y rubia, y morena.
Quiéreme dia
Quiéreme noche
Y madrugada en la ventana abierta!
Si me quiéres, no me recortes:
!Quiéreme toda... O no me quiéres!

(Dulce María Loinez)


Cada vez que te vayas de ti misma
No destruyas la via de regresso
Volver es una forma de encontrarse
Y así verás que allí también te espero.

(Benedetti)

domingo, 22 de maio de 2011

Já escrevi sobre o Estresse?

A vida vem sem manual do proprietário. Criamos este manual, à medida que vivemos. Ler é uma das formas que usamos nesta criação. De uns tempos para cá surgiu o que se chamou de “literatura de auto ajuda”. Há pessoas que torcem o nariz para este tipo de literatura. Porém estas idéias de conselhos, pensamentos e aforismos são mais antigas do que a Sé de Braga. Na época de Seminário tinha um livro, “O Caminho da Vitória”, que era recheado destas idéias. Há críticos tão azedos que dizem que os livros de auto ajuda só ajudam (financeiramente) aos autores. Grande tolice.

Recebi este texto e envio aos leitores.





ESTRESSE

Em uma conferência, ao explicar para a platéia a forma de controlar o estresse, o palestrante levantou um copo com água e perguntou:

-"Qual o peso deste copo d'água?

As respostas variaram de 250g a 700g.

O palestrante, então, disse:

- "O peso real não importa. Isso depende de por quanto tempo você segurar o copo levantado."

"Se o copo for mantido levantado durante um minuto, isso não é um problema. Se eu mantenho ele levantado por uma hora, eu vou acabar com dor no braço. Mas se eu ficar segurando um dia inteiro, provavelmente eu vou ter cãibras dolorosas e vocês terão de chamar uma ambulância."

E ele continuou: - "E isso acontece também com o estresse e a forma como controlamos o estresse. Se você carrega tua carga por longos períodos, ou o tempo todo, cedo ou tarde a carga vai começar a ficar incrivelmente pesada e, finalmente, você não será mais capaz de carregá-la."

Para que o copo de água não fique pesado, você precisa colocá-lo sobre alguma coisa de vez em quando e descansar antes de pegá-lo novamente. Com nossa carga acontece o mesmo. Quando estamos refrescados e descansados nós podemos novamente transportar nossa carga."

Em seguida, ele distribuiu um folheto contendo algumas formas de administrar as cargas da vida, que eram:

1 *  Aceite que há dias em que você é o pombo e outros em que você é a estátua. 

2 *   Mantenha sempre tuas palavras leves e doces pois pode acontecer de você precisar engolir todas elas.

3 *   Só leia coisas que faça você se sentir bem e ter a aparência boa de quem está bem, caso você morra durante a leitura.

4 *   Dirija com cuidado. Não só os carros apresentam defeitos e têm recall do fabricante. 


5 *   Se não puder ser gentil, pelo menos tenha a decência de ser vago.

6 *   Se você emprestar $200 para alguém e nunca mais ver essa pessoa, provavelmente valeu a pena pagar esse preço para se livrar dessa má pessoa.


7 *   Pode ser que o único propósito da tua vida seja servir de exemplo para os outros. 

8 *   Nunca compre um carro que você não possa manter.

9 *   Quando você tenta pular obstáculos lembre que está com os dois pés no ar e sem nenhum apoio.

10 *   Ninguém se importa se você consegue dançar bem. Para participar e se divertir no baile, levante e dance, pronto. 

11 *   Uma vez que a minhoca madrugadora é a que é devorada pelo pássaro, durma até mais tarde sempre que puder.

12 *   Lembre que é o segundo rato que come o queijo - o primeiro fica preso na ratoeira. Saiba esperar.

13 *   Lembre, também, que sempre tem queijo grátis nas ratoeiras.

14 *   Quando tudo parece estar vindo na tua direção, provavelmente você está no lado errado da estrada.

15 *  Aniversários são bons para você. Quanto mais você tem, mais tempo você vive.

16 *  Alguns erros são divertidos demais para serem cometidos só uma vez.

17 *   Podemos aprender muito com uma caixa de  lápis de cor. Alguns têm pontas aguçadas, alguns têm formas bonitas e alguns são sem graça. Alguns têm nomes estranhos e todos são de cores diferentes, mas todos sãolápis e precisam viver na mesma caixa.

18 *  Não perca tempo odiando alguém, remoendo ofensas e pensando em vingança. Enquanto você faz isso a pessoa está vivendo bem feliz e você é quem se sente mal e tem o gosto amargo na boca.

19 * Quanto mais alta é a montanha mais difícil é a escalada. Poucos conseguem chegar ao topo, mas são eles que admiram a paisagem do alto e fazem as fotos que você admira dizendo "queria ter estado lá".

20 *  Uma pessoa realmente feliz é aquela que segue devagar pela estrada da vida, desfrutando o cenário, parando nos pontos mais interessantes e descobrindo atalhos para lugares maravilhosos que poucos conhecem.

"Portanto, antes de voltarem para casa, depositem sua carga de trabalho/vida no chão. Não carreguem para casa. Vocês podem voltar a pegá-la amanhã. Com tranquilidade." 














quinta-feira, 19 de maio de 2011

Paixão, Casamento e aprendizagem

A desculpa do mau datilógrafo (coisa bem antiga) era a máquina de escrever (também coisa antiga). Atualizando, do mau digitador é o teclado. Assim também do  mau blogueiro é o blog. Só que ontem aprendi porque meus textos às vezes não saiam. Foi uma vitória. E sem ajuda de uma querida amiga entendida em informática. Como eu tinha encaminhado o texto por email para meus conhecidos, resolvi fazê-lo aqui também para  os leitores fieis e que me acompanham. Sobre casamento e paixão. Apesar de já ter recebido puxão de orelha de duas colegas de escola que têm mais de 35 anos de casadas e que ainda estão apaixonadas. Exceções, evidentemente.



Os Casamentos duram o tempo da Paixão?


Li o texto abaixo e gostei muito. Ele nos faz pensar nesta história de casamento, paixão e amor. E convivência. 

Por Maria Helena Matarazzo*

Dados da ONU revelam que a maioria das separações tem acontecido após quatro anos. Por quê? Uma das explicações é que os casais agora moram juntos antes de oficializar a união e a soma desse período com o de casamento efetivo coincide com o sétimo ano de relação. Outra hipótese é que os casamentos estejam tendo apenas a duração da paixão.

Todo mundo tem seus medos, mas, se você colocar todos num caldeirão e cozinhá-los, vai acabar com um básico, que é o da morte. Morte quer dizer fim, tanto da vida como de um relacionamento, de um casamento. Mas quanto tempo dura um casamento? Por que ele acaba?

Sabemos que não existe casamento sob medida –"tanto de altura, tanto de largura, tanto de comprimento". Hoje ninguém tem garantia sobre a duração, nem a certeza de que ele vai ser para sempre. Daí o medo.

Certos casamentos passam por períodos muito difíceis logo no início devido, por exemplo, à falta de preparo de um ou dos dois. Também podem correr riscos por causa de um trauma, um choque violento, como uma morte na família.

Sempre se acreditou –e as estatísticas mostravam –que a época mais crítica para uma ruptura, é o sétimo ano de casamento, porque, ao longo desse período, os dois vão acumulando raivas, quer dizer, engolindo sapos com ketchup, cobras e lagartos com maionese. Também acumulam tristezas por coisas que o outro fez ou deixou de fazer, sentiu ou deixou de sentir.

Quem na vida não se auto-iludiu? Que não esperou ser compreendido e não foi? Quem não esperou por algo que deveria ter vindo e não veio? Mas essas raivas vão corroendo o tesão, o amor, e essa corrosão pode levar a relação a explodir, ou seja, acontecem brigas violentas em que não se sabe o que vai sobrar. Ou essas tristezas e desilusões vão levando a um ponto de não-escuta, de diálogo impossível, que, por sua vez, pode fazer a relação implodir –a raiva se volta para dentro e pode provocar até uma doença.

Uma imagem que me vem à mente é a de uma parede onde se abre um furo e ninguém conserta, depois se abre outro e ninguém conserta e mais outro, e assim sucessivamente, até que um dia, ela desaba. Pensava-se que a época mais comum desse desmoronamento era o sétimo ano. Mas no livro Anatomia do Amor, a etologista americana Helen Fisher revela ter descoberto com base em dados da Organização das Nações Unidas que em 62 culturas diferentes, nas quais as pessoas falam línguas diferentes, usam roupas diferentes, entoam rezas diferentes e sentem esperanças diferentes, a maioria das separações ou dos divórcios ocorre em torno do quatro anos. Ela descobriu também que isso acontece tanto em sociedades em que as pessoas se divorciam com freqüência, como naquelas em que o divórcio é mais raro. 


Existem variações, é claro, segundo os costumes e as tradições de cada país. Na Arábia, antigamente, era fácil se divorciar. O marido precisava somente dizer três vezes "eu te repudio" num dia em que a mulher não estivesse menstruada e depois fazer três meses de abstinência sexual. O divórcio era revogado se o marido retirasse o que tinha dito ou se o casal voltasse a ter relações sexuais durante os três meses do chamado período de espera.

No Egito e em outros países muçulmanos ainda hoje os divórcios ocorrem mais nos primeiros meses de casamento, porque a família do noivo pode devolver a noiva aos pais quando ela não se ajusta ao casamento. Também o Corão isenta o marido de pagar a metade das despesas do casamento se ele dissolver a união antes de consumá-la com a relação sexual.

Diferenças à parte, desde 1992, quando este dado comparativo de que a maioria dos divórcios ocorre em torno do quarto ano foi divulgado, todo mundo começou a se perguntar "mas por quê?". Ninguém sabe ao certo.

"Os sociólogos dizem que, dos anos 70 para cá, o número de casais que decidiram morar juntos antes de se casar, pelo menos nos Estados Unidos, praticamente triplicou. Muitas vezes, as pessoas vivem juntas dois ou três anos e só então decidem se casar. Ficam casadas aproximadamente quatro anos e, pelo motivo que for, separam-se. Somando o período que antecede o casamento com o posterior, chegaremos aos famosos sete anos. Na verdade, as relações humanas nascem ou morrem muitas vezes bem antes das legalizações.

Outra explicação que tem sido dada para a tão falada insatisfação do sétimo ano ter se transferido para o quarto é que o casamento agora pode ter apenas a duração de uma paixão. Se uma paixão dura, e geral, de dois a três anos, talvez não seja coincidência que os casamentos estejam durando em torno de quatro, porque sabemos que uma pessoa normalmente leva de seis meses a dois anos para conseguir decidir se separar. Mas nem todos os amantes estão condenados a uniões efêmeras. Num vínculo amoroso existe muito mais do que a paixão. Além disso, cerca de 80% das pessoas que se divorciam voltam a se casar. Muitas acreditam que "re-casar" é deixar a esperança triunfar sobre a experiência. Afinal, quem quer desistir do amor? Ninguém. O que as pessoas querem é saber onde podem encontrar mais amor e com quem e como podem impedir que seu preço seja alto demais.




quarta-feira, 18 de maio de 2011

ANSIEDADE: UM GRANDE MAL

Li este texto na intenet e achei muito interessante. Todos somos ansiosos, em graus variados. Vamos ler sobre isto.


Aflição, agonia, impaciência, inquietação. Esses são alguns sinais da ansiedade, sentimento capaz de prejudicar a qualidade de vida, autoestima e saúde do ser humano.

Aprender a lidar com ela é fundamental para garantir uma vida saudável. E para isso, é preciso entender os seus mecanismos.

“A ansiedade é uma excitação do sistema nervoso central, que acelera o funcionamento do corpo e da mente. Quando estamos ansiosos, liberamos o neurotransmissor noradrenalina, que provoca toda essa excitação. É um processo que pode ser tanto hereditário como adquirido através das experiências que temos nos ambientes mais hostis. A ansiedade está intimamente vinculada à forma como interpretamos as situações da vida”, explica a psicóloga Sâmia Aguiar Brandão Simurro, de São Paulo (SP), que é vice-presidente de Projetos e Expansão da Associação Brasileira de Qualidade de Vida (ABQV).

Para o psicólogo Alexandre Bez, especialista em relacionamentos pela Universidade de Miami e em ansiedade e síndrome do pânico pela Universidade da Califórnia, a ansiedade é o pior de todos os males psicológicos. “Ela é o gatilho para desencadear outros transtornos. Dentro do ponto de vista psicológico, podemos definir ansiedade como um estado mental praticamente subjetivo carregado de apreensão e recheado de incertezas”, diz.

Por causa dos múltiplos papéis que desempenham e devido às variações hormonais, algumas mulheres sofrem mais com a ansiedade e o estresse. Porém, os homens não estão imunes a esse mal. Questões profissionais e financeiras também podem desencadear a sensação de angústia e impaciência no sexo masculino.

Sentimento que pode causar doenças
Se não for controlada, a ansiedade pode causar o surgimento de enfermidades psicossomáticas, ou seja, doenças que afetam a saúde física e mental. Gastrite, úlceras, colites, taquicardia, hipertensão, cefaleia e alergias são alguns exemplos de doenças causadas pela ansiedade. Ela também é responsável pelo surgimento de doenças psiconeurológicas e psicooncológicas.

O psiquiatra italiano Leonard Vereaque explica que isso acontece, pois as pessoas não conseguem eliminar de forma natural a tensão gerada pela ansiedade. “A mente cria válvulas artificiais para dar vazão a essa energia negativa. A partir daí, a pessoa começa a usar o próprio organismo como válvula de descarga”, afirma.

Qualquer um sofre, em maior ou menor grau, de ansiedade. Mas o transtorno merece atenção redobrada quando passa a prejudicar os relacionamentos conjugais, profissionais, acadêmicos e até mesmo sexuais.

“Quando a ansiedade ultrapassa o limite e a pessoa não consegue mais realizar suas tarefas diárias sem sofrimento, é hora de buscar ajuda especializada e dar início a um tratamento”, explica a psicóloga Sâmia Simurro.

“Ter força de vontade e entender que essa ansiedade descontrolada não é normal são requisitos básicos para o processo de cura inicial”, afirma o psicólogo Alexandre Bez. “Procurar ajuda psicológica é fundamental para retomar a rotina. Curar-se sozinho é praticamente impossível”, alerta. De acordo com Bez, em casos extremos e dependendo do perfil do paciente é necessária a prescrição de medicamentos.

Apesar dos males causados pela ansiedade, a psicóloga Sâmia Simurro alerta que, na dose certa, esse sentimento pode ser positivo. “Precisamos de desafios para nos desenvolver. É preciso aprender a viver com níveis de ansiedade suficientes para atingir o nível mais alto do nosso potencial. É claro que ansiedade demais torna a vida das pessoas um caos, porém, nenhuma ansiedade nos leva à estagnação”, conclui.

Veja como mudar 15 hábitos e combater a ansiedade:

1. Procure não deixar nada pendente. Não terminar tarefas e assumir responsabilidades acima do que se pode fazer contribuem para o aumento da ansiedade. Esboce um plano para resolver o que é urgente e organize-se.

2. Prepare-se para os desafios. Atitudes como estudar com antecedência para as provas, informar-se sobre a empresa antes de uma entrevista de emprego e se preparar para uma reunião de negócios são fundamentais para ter confiança diante dos desafios. Dessa forma, você vai se sentir seguro e menos ansioso.

3. Melhor prevenir do que remediar. Antes de sair, veja se o tanque de combustível do carro está cheio. Se você saiu de casa com o ponteiro do combustível na reserva, trate de completar o tanque no primeiro posto que avistar. Evite ter problemas desnecessários por falta de precaução e cuidado.

4.Veja o lado bom das coisas. De acordo com um estudo publicado pela Isma Brasil, filial da International Stress Management Association, instituição voltada à pesquisa e ao desenvolvimento da prevenção e do tratamento do estresse no mundo, o impacto positivo da felicidade no sistema de imunidade é mais poderoso do que o negativo e ajuda a minimizar a ansiedade. Portanto, se você planejava ir à praia no fim de semana, mas viu que o tempo não está bom, mude seus planos: vá ao cinema, faça um fondue com os amigos, alugue os DVDs da série que você adora ou faça outro programa que o agrade. Ao invés de reclamar, procure transformar situações negativas em positivas.

 5. Caminhe 30 minutos por dia, três vezes por semana. Essa prática, recomendada pela OMS, é ótima não só para tirar você do grupo dos sedentários como para ajudar a controlar a tensão emocional. O mesmo período de tempo pode ser empregado para qualquer outra atividade física, como boxe, ioga ou corrida.

6. Ouça música. “Estudos científicos demonstram que a música relaxa os músculos, diminui a sensibilidade à dor e dilui emoções destrutivas”, explica a psicóloga Ana Maria Rossi, presidente da Isma Brasil. Para driblar a ansiedade, os gêneros mais indicados são o clássico e o barroco – em especial, no trânsito.

7. Evite ter pensamentos negativos. Seu pensamento determina a forma como você enxerga a vida. Se pensar de maneira positiva, vai se sentir mais feliz e as chances de tudo dar certo podem ser maiores.

8. Tenha um bicho de estimação. O simples ato de fazer carinho em um animal relaxa tanto o bicho quanto seu dono. Alguns estudos científicos indicam que as pessoas que cuidam de um animal tendem a baixar a pressão arterial. Então, se você não tem condições de ter um pet, que tal levar o cachorro da vizinha para passear de vez em quando? Observar peixes no aquário também traz benefícios: tranquiliza a mente e evita pensamentos que trazem preocupação e ansiedade.

9. Livre-se da mania de perfeição. Perfeccionistas tendem a prejudicar suas relações pessoais e profissionais colocando-se sob constante pressão. Confronte o medo que lhe motiva a buscar a perfeição. Você pode temer, por exemplo, que as pessoas não gostem de você. Na realidade, as pessoas tendem a respeitar quem tem coragem de admitir um erro e repelem quem acha que sabe tudo.

10. Deixe o trabalho no trabalho. Muitos sintomas do estresse, como ansiedade, dores musculares, hipertensão, fadiga, taquicardia e angústia, têm sido atribuídos ao acúmulo das pressões profissionais. Evite ficar pensando em trabalho depois do expediente. Afinal, você já passa horas no escritório.

11. Alimente o seu humor. Carboidratos, em geral, costumam acalmar: macarrão, pães, biscoitos, arroz e batata. Frutos do mar, nozes, brócolis, espinafre, chocolate e pimentão dão energia. Já a cafeína ajuda a combater o cansaço, mas deixa o cérebro mais desperto, o que pode ser um perigo para pessoas muito ansiosas.

12. Tenha plantas em casa. Cuidar de plantas (flores ou hortaliças) pode proporcionar equilíbrio emocional e amenizar os efeitos negativos do estresse. Regar uma plantinha é uma terapia informal, que ajuda aliviar a tensão e a ansiedade. Mexer com terra e folhas não resolve os problemas, mas ajuda a refletir e analisar melhor as situações.

13. Faça refeições sem pressa. Escolha um momento em que você possa comer sem interrupções. “Procure sentir os sabores, a temperatura e a textura dos alimentos. Sinta-os se desmanchar e transformando-se em sangue e tecido para o seu corpo”, sugere Carlos Legal, consultor em aprendizagem organizacional e qualidade de vida no trabalho, da Legalas Educação e Qualidade de Vida, empresa dedicada ao desenvolvimento de pessoas e organizações.

14. Dê uma pausa no trabalho.Busque fazer uma pausa durante o trabalho. Feche os olhos e respire fundo por alguns minutos, procurando manter a mente tranquila e relaxada. O cardiologista Artur Zular, de São Paulo (SP), diz que é bom se imaginar em algum lugar calmo, como um bosque, jardim ou uma praia, sempre sozinho. “Estar com alguém inspira sentimentos e o melhor para meditar é ficar livre de qualquer emoção, concentrando-se apenas em si”, explica.


15. Medite com palavras ou frases esopecífica. Marcia Plessmann, instrutora do Centro de Estudos Filosóficos Palas Athena, de São Paulo (SP), ensina que para meditar é preciso criar uma frase que seja significativa e inspiradora para manter a ansiedade sob controle. “Na medida em que você solta a respiração, repita a frase mentalmente. Pode, também, ser uma oração ou um pequeno verso”, ensina.


domingo, 15 de maio de 2011

Elogiar

Alguém disse: somos rápidos na crítica e lentos no elogio. É mesmo. Além de parcos no elogio, não sabemos fazê-lo. Li este texto, gostei, concordei com vários pontos e passo para meus leitores.

Elogie do jeito Certo                                     
                                                           
Por Marcos Meier*                                         
                                                           
Recentemente um grupo de crianças pequenas passou por um  teste muito interessante. Psicólogos propuseram uma tarefa de média dificuldade, mas que as crianças executariam sem grandes problemas. Todas conseguiram terminar a tarefa depois de certo tempo. Em seguida, foram divididas em dois grupos.                                 
O grupo A foi elogiado quanto à inteligência. “Uau, como você é inteligente!”, “Que esperta que você é!”, “Menino, que orgulho de ver o quanto você é genial!” ... e outros elogios à capacidade de cada criança.
O grupo B foi elogiado quanto ao esforço. “Menina, gostei de ver o quanto você se dedicou na tarefa!”, “Menino, que legal ter visto seu esforço!”, “Uau, que persistência você mostrou. Tentou, tentou, até conseguir, muito bem!” ... e outros elogios relacionados ao trabalho realizado e não à criança em si.                         

Depois dessa fase, uma nova tarefa de dificuldade equivalente à primeira foi proposta aos dois grupos de crianças. Elas não eram obrigadas a cumprir a tarefa, podiam escolher se queriam ou não, sem qualquer tipo de consequência.                           
                                                           
As respostas das crianças surpreenderam. A grande maioria das crianças do grupo A simplesmente recusou a segunda tarefa. As crianças não queriam nem tentar. Por outro lado, quase todas as crianças do grupo B aceitaram tentar. Não recusaram a nova tarefa.           
                                                           
A explicação é simples e nos ajuda a compreender como elogiar nossos filhos e nossos alunos. O ser humano foge de experiências que possam ser desagradáveis. As crianças “inteligentes” não querem o sentimento de frustração de não conseguir realizar uma tarefa, pois isso pode modificar a imagem que os adultos têm delas. “Se eu não conseguir, eles não vão mais dizer que sou inteligente”. As “esforçadas” não ficam com medo de tentar, pois mesmo que não consigam é o esforço que será elogiado. Nós sabemos de muitos casos de jovens considerados inteligentes não passarem no vestibular, enquanto aqueles jovens “médios” obterem a vitória. Os inteligentes confiaram demais em sua capacidade e deixaram de se preparar adequadamente. Os outros sabiam que se não tivessem um excelente preparo não seriam aprovados e, justamente por isso, estudaram mais, resolveram mais exercícios, leram e se aprofundaram melhor em cada uma das disciplinas.     
                                                           
No entanto, isso não é tudo. Além dos conteúdos escolares, nossos filhos precisam aprender valores, princípios e ética. Precisam respeitar as diferenças, lutar contra o preconceito, adquirir hábitos saudáveis e construir amizades sólidas. Não se consegue nada disso por meio de elogios frágeis, focados no ego de cada um. É preciso que sejam incentivados constantemente a agir assim. Isso se faz com elogios, feedbacks e incentivos ao comportamento esperado.
                                                           
Nossos filhos precisam ouvir frases como: “Que bom que você o ajudou, você tem um bom coração”, “parabéns meu filho por ter dito a verdade apesar de estar com medo... você é ético”, “filha, fiquei orgulhoso de você ter dado atenção àquela menina nova ao invés de tê-la excluído como algumas colegas fizeram... você é solidária”, “isso mesmo filho, deixar seu primo brincar com seu video game foi muito legal, você é um bom amigo”. Elogios desse tipo estão fundamentados em ações reais e reforçam o comportamento da criança que tenderá a repeti-los. Isso não é “tática” paterna, é incentivo real.                     

Por outro lado, elogiar superficialidades é uma tendência atual. “Que linda você é amor”, “acho você muito esperto meu filho”, “Como você é charmoso”, “que cabelo lindo”, “seus olhos são tão bonitos”. Elogios como esses não estão baseados em fatos, nem em comportamentos, nem em atitudes. São apenas impressões e interpretações dos adultos. Em breve, crianças como essas estarão fazendo chantagens emocionais, birras, manhas e “charminhos”. Quando adultos, não terão desenvolver resistência à frustração e a fragilidade emocional estará presente.                                                 

Homens e mulheres de personalidade forte e saudável são como carvalhos que crescem nas encostas de montanhas. Os ventos não os derrubam, pois cresceram na presença deles. São frondosos, copas grandes e o verde de suas folhas mostra vigor, pois se alimentaram da terra fértil.                                                   
Que nossos filhos recebam o vento e a terra adubada por nossa postura firme e carinhosa.                                       
                                                           
* Marcos Meier é psicólogo, professor de Matemática e mestre em Educação. Especialista na teoria da Modificabilidade Estrutural Cognitiva de Reuven Feuerstein, em Israel. Também conhecida como teoria da Mediação da Aprendizagem.                       
                                                           


quinta-feira, 5 de maio de 2011

O MINISTÉRIO DA SAÚDE ADVERTE: PAQUERAR NA TERCEIRA IDADE PODE SER PERIGOSO.

Definitivamente, não. Não fui eu que escrevi. E nem fala sobre mim. Mas achei tão interessante, bem humorado, que resolvi aproveitá-lo aqui, com algumas alterações. O tom crítico e sarcástico também me agradou. Espero que meus leitores gostem.

O MINISTÉRIO DA SAÚDE ADVERTE: PAQUERAR NA TERCEIRA IDADE PODE SER PERIGOSO.


A semana passada estava entrando num Banco para ver se tinha restado algum trocado, até o dia da "viúva" (INSS) fazer o depósito. Foi quando uma linda garota de uns quarenta anos (veja como sou bonzinho), minissaia, entrou na fila dos caixas. Imediatamente sai da fila dos idosos e fiquei atrás dela.
Em pouco tempo ela olhou para trás e sorrindo e disse:
- Porque o senhor não utiliza a fila dos idosos?


Você sabe para que lugar eu tive vontade de mandá-la, não é? Porém, mantive a calma e usei toda minha experiência. Puxei papo e resolvi inventar, para impressionar. Falei das minhas "experiências como comandante de navio de cruzeiro" - semana passada havia lido um livro sobre um comandante de navio de turismo. Sabia tudo a respeito.

- Uau! o senhor foi comandante de transatlântico?

- Só por vinte e dois anos. - respondi expressando uma certa indiferença pelos anos de trabalho, mas sentindo que tinha capturado a presa, era só abater e traçar.

- Nossa! e com essa sua pinta o senhor deveria, certamente, agradar muito o público feminino, nas noites de jantar com o comandante.

Boquiaberto só pude responder: Hã? - distraído, eu estava de olho fixo no exuberante e generoso decote  da jovem. Ela me pegou no flagra. Eu sem graça, mas ela não se fez de rogado e emendou:

- O senhor ficou vermelho! Ficou até mais bonito. Aliás, o senhor deveria fazer um teste na televisão.

Eu estava perplexo e apavorado, depois dos sessenta, isto acontece uma só vez antes da morte. Aquele avião pronto para decolar e eu sem condições nem mesmo de efetuar o chek in. Não sou mais comandante , mas piloto de aeronave. Sim, não sabia ao certo quanto teria na conta corrente... Quanto estaria custando um  pacote de Viagra?  E eles não vendem a unidade: só pacote de no mínimo dois. Onde poderia arrumar duzentão, até o dia do depósito da "viuva"?... Quanto estariam cobrando um apê no motel? Será que se chamar um táxi pega bem? Comecei a suar frio.
- Eu, artista de televisão?

- Sim! o senhor lembra aquele famoso galã dos anos cinquenta, que minha avó me mostrou na revista "Rainha do Rádio". Ela tem verdadeira paixão por essas revistas. Adorava Marlene, Emilinha Borba... Deus nos livre de alguém mexer nas suas revistas. Ela guarda a sete chaves, com o maior carinho. O senhor é saudosista também?

- Sim! Mas, você ta me gozando. Galã dos anos cinquenta? (Quantos anos ela pensava que eu tinha?)

- Verdade... não me lembro bem o nome, só sei que ele fazia filmes para o cinema, era muito famoso. Ma..Mário, não era. Era alguma coisa como... ah sim, tinha dois “zes” no nome.

- Mário Gomezz (apelei,  esperando que seus neurônios não fossem suficientes para perceber a forçação de barra com dois zês em “Gomes”)?

- Não, não era este o nome.  Ahhh lembrei... Mazzaropi? Isto Mazzaropi! Mazzaropi era um galã, não era?

Nesta hora minha autoestima fez um buraco no chão e foi parar na terra do sol nascente, com tusunami e tudo. Pô, quando ela disse que eu parecia galã dos anos cinquenta, pensei num Paulo Gracindo, Paulo Autran, ou algum Antonio Fagundes da vida. Mas, Mazzaropi? Não é possível.  E desde quando Mazzaropi foi galã? Esta “menina” não regula. Mas, até aí tudo bem. Para pegar aquele avião eu ia de Mazzaropi mesmo.
O meu fabuloso programa da tarde só veio a acabar, quando ela incautamente, derrubou um livro que tinha na mão. Eu, como um verdadeiro cavalheiro, inventei de abaixar para apanhá-lo. Só que esqueci as recomendações do meu ortopedista sobre minhas artroses e artrites, que quando eu me abaixasse, o fizesse de uma forma bem vagarosa, e não "vigorosa". Enquanto o livro descia, eu mais que depressa, inventei de pegá-lo na altura dos joelhos desnudos da jovem, querendo que meus dedos encostassem lá.

Só escutei a frase dela: "uau! que reflexo - você parece um garotão!".
Ouvi esta frase, e mais dois sons. Um som abafado da região da minha coluna que travou no ato, e o som estridente de alguma coisa parecida com o rasgar de uma calça. E quem disse que eu conseguia endireitar o corpo? Nem chamando o guindaste.
Arcado, tentava me endireitar e mais barulho fazia. Tentava, e nada.
A jovem vendo que a situação não se reverteria, mesmo assustada com aquela posição esdrúxula de “Napoleão perdeu a guerra”,  apanhou o celular e discou para o SAMU. Fim de um provável encontro amoroso...







segunda-feira, 2 de maio de 2011

Síndrome do Pânico.

Este  texto, li-o em um site de Roberte Metring. Creio que dá uma boa idéia sobre o tema.


A palavra "pânico" deriva do grego πανικός ("deus dos rebanhos, Pã"). Pã se divertia assustando rebanhos de caprinos e ovinos, que fugiam desesperadamente vitimadas de um medo terrível.
Os gregos antigos creditavam a vitória na batalha de Maratona a Pã. Eles usavam seu nome para o medo exibido pelos soldados inimigos em fuga. Dai surge o termo pânico (de Pã): um medo surgido do nada que coloca a pessoa em situação de desespero.
No organismo, estado de medo é um sistema de defesa útil, que ativa várias regiões no cérebro relacionadas à atenção, colocando o "animal" em estado de alerta máximo, mobilizando todo o organismo, seu metabolismo e toda sua carga hormonal para estado de luta ou fuga. Esse estado de luta ou fuga sempre ocorreu entre os animais em situação de medo ou perigo, desde o inicio da história.
Nessas situações podem ocorrer muitas coisas, como por exemplo, por força da descarga de adrenalina, o  organismo pode perder a memória e passar a agir de forma autônoma; pode ocorrer a perda da sensibilidade das extremidades do corpo para diminuir a percepção de dor, no caso de ferimento, e permitir agilidade na fuga. Enfim, sempre que o organismo encontra-se em situação de perigo real, há uma mobilização neuropsicobiológica para que se mantenha a vida organizada.
Em alguns casos, o medo foge do controle, e passamos a temer algo que já não é mais real, ou temer de uma forma acima das necessidades eliciadas pelo evento gerador do medo. Quando o medo supera a realidade, e começa a se tornar um processo mental, podemos estar começando a produzir o estado de pânico. É mais severo que o medo simplesmente, porque agora há um processo mental controlando todo um processo neurobiológico, mantendo o organismo em estado de alerta permanente, desestabilizando seu funcionamento físico ou emocional.  A pessoa se torna vigilante, mas não sabe em relação a que, e nos casos mais severos já passa a ter medo de ter medo. Ou seja, o medo se instalou de forma tal que a pessoa perde o controle voluntário sobre a mente e o corpo, e na maioria das vezes simplesmente diz que não consegue controlar tal impulso. E pior, passa a nem saber mais  o porque.
Enquanto síndrome (como o nome diz, um conjunto de situações e patologias funcionando lado a lado), no ser humano exige todos os cuidados, pois passa a ser uma patologia, na verdade uma psicopatologia, com efeitos psicossomáticos altamente perniciosos. O transtorno merece total atenção, e a pessoa precisa procurar ajuda profissional, normalmente psicológica e psiquiátrica, pois não é raro que haja necessidade de intervenção medicamentosa junto com a reversão cognitiva do processo.
Crises de ansiedade, depressão e estresse normalmente se associam aos quadros de pânico, perturbando ainda mais o organismo e as relações sociais da pessoa, que passa a viver em estado de reclusão, mantendo o mínimo de atividades necessárias,  passando  muitas vezes a ser rotulada de anti-social.
O quadro é reversível, desde que tratado.